domingo, 28 de novembro de 2010

OS SERES ENCANTADOS DO PRADO LESTE


Fala-se de um conto sobre o encontro entre seres encantados e alguns contrabandistas no qual os spriggans tiveram um papel muito mais terrível.


Uma noite, um pequeno bando de saqueadores veio para a praia perto de Long Rock na Cornualha.


Tendo tirado todos os despojos do barco e colocado na praia, acima da marca da água na areia, três dos homens partiram para providenciar os arranjos necessários para a venda de seus bem, enquanto os outros três, incluindo Tom Warren de Paul, considerado um dos contrabandistas mais audaciosos de seu tempo, se deitaram para descansar.


Mal haviam cochilado, quando foram acordados por um silvo estridente e retinido. Acreditando que fosse o som de jovens fazendo farra, Tom foi alertá-los para que fossem embora.


Ele subiu num banco de areia e viu, a curta distância, em uma cavidade entre outros bancos de areia, uma porção de pessoas vestidas em trajes alegres, do tamanho de bonecas, pulando e dançando, projetadas por luzes bruxuleantes.


Sobre um dos bancos, em meio aos foliões, ele viu um grupo de velhinhos, barbudos, tocando flautas de Pan, batendo pratos e pandeiros, tocando berimbaus e pipilando assobios feitos de junco.

Os homenzinhos estavam todos vestidos de verde, usavam bonés de cor escarlate e, quando tocavam, suas barbas sacolejavam. Tom ficou tão surpreso com a visão que não conseguiu se conter:

-"Vou lhes cortar a barba, vou lhes cortar a barba, velhinhos encapuzados !".


Ele gritou duas vezes, usando essas mesmas palavras e estava prestes a repetir novamente quando todos os dançarinos, e centenas mais do que ele notara da primeira vez, brotaram em tropas, armados com arcos e flechas, lanças e estilingues.



Os spriggans marcharam em direção a Tom, crescendo mais e 'mais à medida que dele se aproximavam.


Seu aspecto era tão assustador que Tom correu até seus companheiros, acordou-os e implorou-lhes que se atirassem ao mar para salvar suas vidas. Enquanto corriam em direção ao barco, uma chuva de pedras pequenas caía sobre eles e "queimavam como brasas ardentes em qualquer parte do corpo que atingissem".

Os homem estavam tão amedrontados que adentraram o mar sem nem mesmo olhar para trás, embora soubessem que estavam seguros, pois os spriggans não se atrevem a tocar a água salgada.

Quando deram uma espiada para ver o que acontecia atrás deles, viram um exército das criaturas mais feias do mundo, alinhadas na praia, fazendo gestos ameaçadores.


Isso durou até o amanhecer, quando os pequeninos se retiraram para os bancos de areia.


Obs; Spriggans são figuras masculinas grotescamente feias, encontradas em velhas ruínas, que guardam tesouros enterrados e agem como guarda-costas de fadas. Dizem também que eram culpados por praticarem furtos. Embora geralmente pequenos, tinham a capacidade de inchar alcançando enorme tamanho (especula-se que sejam os fantasmas dos antigos gigantes).
Certamente, sua disposição era pobre e que causaram o mal a quem ofendeu. Eles enviavam tempestades e queimavam plantações e, por vezes roubavam os filhos dos mortais, deixando seus feios changelings em seu lugar.


Há uma história de uma velha mulher que obteve o melhor de um bando de Spriggans virando sua roupa pelo avesso, para ganhar suas moedas. (o que provou ser tão eficaz como a água benta e o ferro para espantar as fadas)

sábado, 27 de novembro de 2010

A PARADA DOS SERES ENCANTADOS

A hierarquia dominante no Reino Encantado é muito semelhante ao nosso sistema monárquico. Os seres encantados mais aristocráticos, conhecidos como o Exército mágico ou Heróicos, pertencem a cortes organizadas como a Corte Seelie da Escócia ou o Daoine Sidhe (Theena Shee) tribo da Irlanda.

Essas cortes passam seus dias em atividades aristocráticas das quais uma das mais comuns, e certamente a mais impressionante, é cavalgar em procissão solene. Isso é denominado a Parada Encantada.

A cavalgada e os cavalos da tribo Daoine Sidhe têm fama mundial que é explicada, provavelmente, pela origem desses seres, os quais acredita-se serem os fragmentos decadentes dos legendários Tuatha De Danann (Tootha day danan) que, certa vez, governaram a Irlanda, mas foram conquistados pelos irlandeses e levados para as profundezas da terra.


Os cavalos encantados dos Tuatha De Danann foram descritos por Lady Wilde em seu livro Lendas Antigas da Irlanda :

"A raça dos cavalos que eles criavam não poderia ser superada em canto algum do mundo - velozes como o vento, com o pescoço curvado, o peito largo, narinas palpitantes, olhos grandes que mostravam que eles eram feitos de fogo e chamas, e não de terra pesada e sombria".

Os Tuatha fizeram para eles estábulos nas grandes cavernas das colinas e eram calçados com prata e tinham rédeas de ouro. Nunca permitiram que um escravo montasse neles.

A parada dos cavaleiros Tuatha De Danann era um espetáculo esplêndido.

Sete corcéis, cada um com uma jóia em sua testa, como uma estrela, e sete cavaleiros, todos filhos de reis, em mantos verdes com franjas douradas, cabeças cobertas por capacetes de ouro, membros protegidos por grevas douradas e tinham uma lança também dourada na mão.



Laddy Wilde nos conta que esses cavalos conseguiam viver cem anos ou mais. Os últimos animais da raça pertenceram a um grande lorde em Connaught, mas que, após a sua morte, foram tomados pelo martelo de um leiloeiro, juntamente com todos os seus pertences.




A estirpe foi comprada por um emissário do governo britânico, mas quando o cavalariço tentou montar um dos animal intrépidos, ele empinou e atirou o plebeu ao chão tão violentamente, que matou-o no mesmo instante.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A LENDA DE OISIN

Um dos poucos mortais a ser convidado para visitar Tir Nan Og foi Oisin (Isheen), filho de Fionn, chefe dos legendários guerreiros fenianos da Irlanda.

Oisin era filho de Fionn MacCumhail e tornou-se membro do lendário grupo de heróis chamado de Fianna.
Os Fianna possuíam grande coragem, força e destreza, tanto para as artes de guerra como para simples caça.
Viviam também sob um código moral de valores muito elevados.


Um dia, os Fianna estavam caçando, quando foram abordados por uma mulher de enorme beleza que montava um cavalo branco de imponente porte.

Inquirida por Fionn sobre quem era, de onde vinha e o que queria daquelas paragens, apresentou-se como Niamh do Cabelo Dourado, uma Tuatha De Danann (veja artigo "Os Tuatha De Danann", no blog) e filha de Manannan, deus do mar e rei de Tir Na nOg e que tinha vindo até terras da Irlanda para encontrar o grande herói e poeta de nome Oisin, homem que ela tinha escolhido para esposo.
Até aquele momento, Oisin não tinha conseguido sair do transe que a beleza daquela mulher o tinha colocado, mas ao ouvir o seu nome pareceu despertar.
Aproximando-se dela, perguntou-lhe que tipo de terra era Tir Na nOg.
Niamh descreveu a sua terra como uma terra encantada, onde ninguém envelhecia ou adoecia, uma terra onde todos os desejos se realizavam.



Sem hesitar, Oisin despediu-se do pai e dos amigos e pulou para a garupa do cavalo da sua amada Niamh. Num último aceno, prometeu voltar um dia.
Os Fianna viram com assombro aquele cavalo galopar sobre as ondas em direcção Oeste, levando consigo o seu heróis Oisin.


Fionn sossegou-se, lembrando que Oisin tinha prometido voltar.Como ninguém adoecia ou envelhecia em Tir Na nOg, Oisin passou lá 300 anos sem que tivesse sentido o passar do tempo.

Ele e a sua amada Niamh tinham um vida perfeita, toda ela cheia de amor e felicidade.Mas nem aquela terra encantada poderia banir dele as memórias do passado e começou a sentir enormes saudades, da sua terra, do seu pai e dos seus amigos.

Niamh entendeu esta necessidade de voltar à terra dos mortais e cedeu-lhe um cavalo mágico para que ele pudesse matar as saudades que sentia.

No entanto avisou-o de que em momento algum poderia pisar o solo que o tinha visto nascer. Se o fizesse, ele nunca poderia voltar a Tir Na nOg.
Oisin chegou à sua Irlanda para constatar que tinham se passado 300 anos e que Fionn e os seus homens há muito que tinham morrido, sendo agora alimento para muitas das lendas e canções que fervilhavam por aquela terra.
Não encontrando o que procurava, Oisin decidiu voltar para Tir Na nOg e para os braços da sua amada Niamh.


No caminho de regresso, deparou-se com alguns homens tentando mover uma enorme e pesada rocha e inclinou-se no cavalo para os ajudar.
Foi quando a tragédia aconteceu. Escorregou da sela e caiu em terra mortal, transformando-se de imediato num homem muito velho e cego.
Durante muitos anos, Oisin percorreu as terras da Irlanda até que um dia encontrou S.Patrício que o levou para casa e o tentou converter ao Cristianismo.
Oisin falou-lhe sobre os Fianna, sobre os guerreiros da antiga Irlanda e sobre Tir Na nOg.
Oisin morreu logo depois, sem nunca ter voltado a ver Tir Na nOg, nem à sua Niamh e sem nunca saber que, para o não prender, Niamh não lhe tinha contado que iria ser pai.
Assim termina a história de Tir Na nOg, ensinando-nos que a eterna juventude é coisa para fadas e não para mortais, mas isso nunca nos impedirá de sonhar.

obs: Muitas lendas recontam como St. Patrick encontrou Oisin, contorcendo-se no chão em sua velhice desamparada e o levou para sua casa. O santo fez o melhor que pôde para converter Oisin ao cristianismo, descrevendo as maravilhas do céu que poderiam ser suas se ele apenas se arrependesse.
Mas Oisin respondeu que ele não poderia conceber um paraíso que não se orgulhasse em receber os fenianos, caso eles quisessem entrar, ou um Deus que não estivesse honrado em tê-los entre seus amigos.
No entanto, se esse fosse o caso, de que valeria uma vida eterna sem caçadar ou namorar mulheres bonitas? Ele preferiria ir para o inferno onde, segundo Sr. Patrick, seus camaradas fenianos agonizavam.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A HISTÓRIA DE UM DUERGAR


Conta-se a história de um viajante que, tendo se perdido por causa do mau tempo,
viu uma luz brilhar a uma certa distância.


Encontrou uma choupana de pedra iluminada apenas pelas brasas da lareira.


Havia duas pedras, uma em cada lado da lareira e dois troncos próximos.


Ele sentou-se em uma delas e reacendeu o fogo.


Logo um Duegar entrou e sentou-se à sua frente.


Ali ficaram até o fogo apagar.


O Duegar pegou uma tora grande, quebrou-a e colocou-a no fogo.


Quando ela estava quase queimada, ele fez um sinal para o viajante,
indicando que ele deveria colocar a outra metade no fogo.

Mas, suspeitando de algum truque, o viajante não se mexeu.


Eles permaneceram sentados até o fogo se apagar, quando o Duegar e a choupana desapareceram, o viajante viu-se sentado à beira de um penhasco.






Se tivesse feito qualquer movimento, teria encontrado a morte.

Os Duegars são uma espécie de anão da morte da Inglaterra.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

BROWNIES - O MOINHO FINCASTLE

Um dos Brownies mais conhecidos das Highlands da Escócia é Meg ou Maggy Mouloch. Meg teve um filho, Brownie-Clod, que era uma variação muito estúpida do brownie.


Mas o que são BROWNIES?

Espírito doméstico do folclore da Inglaterra e Escócia, o brownie habita casas de família, onde executa labores domésticos enquanto seus habitantes dormem. Tais tarefas são feitas em troca de presentes entre os quais laticínios, sua comida preferida. Se oferecido pagamento ou roupas, o brownie, ofendido, abandona a casa.
Os brownies são descritos como homenzinhos de pele amarronzada. São mais ouvidos do que vistos.


De espirito prestativo e benéfico, podem se tornar malignos se contrariados.
Espíritos domésticos que agem à maneira dos brownies também são encontrados em outras culturas, como por exemplo o tomte finlandês, o Heinzelmännchen alemão e o domovoi russo.
A palavra portuguesa duende se origina do español dueño de casa (dono de casa) e exprime um conceito semelhante.

Conta-se uma história de um certo moinho Fincastle considerado um lugar assombrado para qualquer humano que ousasse ali entrar após o escurecer. No entanto, uma noite, uma moça que estava fazendo um bolo para o seu casamento constatou que estava sem farinha, e como ninguém estava disposto a ir até o moinho, teve de ir sozinha.



Ela fez uma fogueira, colocou um caldeirão com água para ferver e começou a moer a farinha.


À meia noite em ponto, um homenzinho marrom e feio, entrou no moinho, dirigiu-se até ela e, quando ela lhe perguntou quem era, ele respondeu-lhe perguntando o nome dela.


- "Oh, eu sou eu mesma", ela respondeu.


O brownie se aproximou mais dela, olhando desconfiado, de um modo desagradável, até que ela ficou com medo e despejou um concha de água fervente sobre ele.


Com isso, ele berrou enfurecido e investiu contra ela. Ela se defendeu jogando o restante da água sobre ele.

Mortalmente queimado, ele fugiu pela porta ao encontro de Maggy Mouloch que lhe perguntou quem era o responsável por feri-lo daquela maneira. Ele respondeu que havia sido ela mesma.

A moça não conseguiu escapar da cólera de Maggy por muito tempo. Mais tarde, quando ela já estava cansada, pediram-lhe para que contasse uma história e ela recontou como se livrara do brownie no moinho Fincastle.

Sem que ninguém soubesse, Maggy Mouloch estava do lado de fora ouvindo cada palavra da história e imediatamente executou sua vingança, atirando um banco com três pernas violentamente contra a noiva que a matou na hora.

Maggy Mouloch então encontrou um novo lar perto de uma fazenda onde os criados pagavam por sua ajuda com pão e creme. Ela era tão conscienciosa de seu trabalho que o fazendeiro resolveu demitir todos os empregados e contar só com o seu serviço.


Ela se desforrou dele entrando em greve e tomando-se um bòggart por tempo integral, atormentando-o tanto que ele foi obrigado a recontratar o restante dos empregados.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

SOBRE AS LENDAS DA IRLANDA

A Irlanda não seria Irlanda sem Mitologia. Em todas as lojas para turistas que você vai, encotra chaveiros, canecas e camisetas com a imagem de um Leprechaun impressos sobre eles.





OsLeprechauns, ou "pessoas pequenas", são o tema da Irlanda e sua imagem geralmente são representadas por figuras com cabelo ruivo, barba ruiva, roupa verde e um chapéu enorme.



Se você pegar um Leprechaun, você deve segurá-lo e não tirar os olhos dele, até que ele lhe diga onde está escondido o ouro, assim diz a história.




Outra figura famosa é a Banshee que aparece como uma mulher jovem ou velha, bonita ou feia.




Ela se mostra num curto período de tempo antes que alguém esteja prestes a morrer para informar à família o evento trágico iminente. Nunca é um bom sinal quando a Banshee aparece!





Existem também as fadas e duendes.
Pixies, por exemplo, são fadas pequenas, criaturas que podem ser agradáveis ou desagradáveis.



Mas essas são apenas algumas das figuras da mitologia irlandesapois existem muitas mais.Existem sites na internet em algumas regiões da Irlanda onde você pode continuar assistindo webcams de fadas e duendes, de dia e de noite.



Diz-se que alguns dos "pequenos" já foram vistos.



Eu aprendi que os irlandeses são pessoas muito realistas.




Os únicos que acreditam em contos de fadas da Irlanda, são geralmente os turistas, principalmente americanos, e os irlandeses se divertem com eles.


Mas lembro-me de que conheci um irlandês que acredita em duendes; um Dubliner idoso, chamado Joe. Eu o conheci em um bar.




Joe foi incrível, ele alegou que poderia beber 20-25 litros em uma noite.
Fiquei muito surpresa ao ver que uma única pessoa fosse capaz de ingerir tantas bebidas alcoólicas de uma só vez!






No final de sua sessão de beber, não podendo mais segurar tanto líquido, ele pediu a garçonete "Whixie". Como ele estava muito bêbado, nessa fase, sua língua estava pesada e ele não foi capaz de pronunciar mais uísque.

Naquela noite, Joe contou-nos o seu segredo muito pessoal.



Ele nos disse que vê Pixies, muitas vezes, quando a noite chega é que elas vem rastejando de fora, vindo de todos os cantos e fazem de tudo para irritá-lo.





Enquanto estava nos contando sua história, de repente ele bateu com a mão espalmada sobre a mesa. Então ele pegou algo invisível com dois dedos, colocou-o na frente de seus olhos, olhou vesgo em um pedaço de nada e disse: "Pixieee! Um novo! Little Bastard ", gritou.




Soubemos depois que uma vez, Joe foi levado para o hospital porque ele sempre vê Pixies após as sessões excessivas de álcool. Joe pobre velho!




Agora vou terminar a minha pequena viagem para a Fantasyland irlandesesa e está em você querer saber, se há realmente um pote de ouro escondido no final do arco-íris.

domingo, 21 de novembro de 2010

SOBRE SEREIAS



Desde criança sempre fui fascinada por esses seres misteriosos que segundo as lendas habitam o fundo dos Oceanos. As primeiras narrativas sobre esses seres são encontradas na Odisséia, onde Ulisses narra o encontro de sua tripulação com essas criaturas metade peixe e metade mulher (nereidas)que cantam de forma tão maravilhosa atraindo os homens para as profundezas dos mares. Por isso, sabendo que seu barco passaria pelo lugar onde elas se encontravam ordenou a seus homens que protegessem os ouvidos com muita cera. Quanto a ele pediu que fosse amarrado ao mastro com muita força, pois gostaria de vê-las e ouví-las...
E eis que Ulisses se maravilhou com a visão extraordinária. Todas elas estavam sentadas em uma pequena ilha de pedras banhadas pelas águas e pelo luar e cantavam uma melodia tão linda que Ulisses mesmo amarrado fortemente gritava aos seus homens para que o soltassem.“Assim falavam com melodiosa voz, e eu sentia o coração consumir-se de desejo. Com um aceno dos olhos, ordenava aos companheiros que me soltassem; eles, porém, remavam, curvados sobre remos." Ulisses, Odisséia.

Leia abaixo algumas curiosidades sobre esses seres

1.As sereias são criaturas dos mares, metade peixe e metade mulher. São lindas, sedutoras e donas de uma voz tão encantadora que poucos conseguem resistir.
2.De fato, muitos marinheiros atraídos por seu canto pulam de seus navios e mergulham nos oceanos para ir ao encontro delas
3.Dizem que até hoje muitos deles vivem com suas amadas nas profundezas dos mares.
4.As sereias são muito românticas e se apaixonam facilmente. Mas quando seus amados não correspondem a esse amor, choram tanto que espalham suas lágrimas por todo o oceano. 5.Gostam de jóias e roupas. Por isso, às vezes são vistas perto de escombros de navios naufragados em busca de objetos preciosos.

Existe uma lenda que conta como apareceu a primeira sereia e é assim....


LENDA DA SEREIA

"Uma jovem muito linda, de alva pele e esbelta, tinha o costume de percorrer as íngremes escarpas da costa para pescar mariscos e também satisfazer a sua paixão de cantar.
Foi repreendida várias vezes por sua mãe para evitar uma possível desgraça e para moderar-se em suas ininterruptas fugas.
Porém a jovem, fazendo ouvidos de mercador, nunca levou em conta os pedidos da mãe. Muito pelo contrário, considerava os conselhos da mãe empecilhos que deveriam ser burlados e se deleitava a tagarelar suas canções sobre os penhascos, embriagada de euforia.
Por fim, a mãe cansada e farta com tanta desobediência, em um momento de raiva lhe lançou a seguinte maldição:
-Assim permita Deus do Céu que te transformes em peixe!
E, imediatamente a bela jovem fugitiva transformou-se em uma belíssima mulher com rabo de peixe".

Em Zennor, Cornualha, uma sereia apaixonou-se por um rapaz e o atraiu para o mar.

Perto da península de Lizard, também na Cornualha, um homem chamado Lutey (leia a lenda publicada no outro post) ajudou uma sereia encalhada a voltar para a água. Ela lhe deu seu pente e disse que ele e seus descendentes seriam capazes de quebrar os feitiços das bruxas e controlar demônios, mas nove anos depois ela voltou e o arrastou para as ondas.

Na década de 1840, o folclorista Robert Hunt ouviu que várias famílias da Cornualha diziam ter poderes fantásticos por serem descendentes de uma sereia ou tritão (masculino de sereia).


Por outro lado, uma sereia arruinou a baía de Padstow com bancos de areia, porque alguém ali atirou nela.
Na ilha de Man, entre a Grã-Bretanha e a Irlanda, as sereias são chamadas ben varrey e os tritões, dinny-mara.
Há uma lenda na qual um pescador carregou uma ben varrey encalhada de volta ao mar que, como recompensa, lhe disse como encontrar um tesouro. Mas o pobre e ignorante pescador não reconheceu o valor do ouro da Armada Espanhola e o jogou de volta ao mar.
Outra lenda fala de uma sereiazinha que quis a boneca de uma menina e a roubou.
A mãe da sereiazinha lhe deu uma bronca e a fez devolver a boneca, junto com um colar de pérolas.
Conta-se uma história de uma ben varrey amistosa que vivia perto de Patrick.
Durante uma estação de pesca, quando os barcos do porto de Peel pescavam além do promontório de Spanish Head, a sereia subitamente ergueu-se da água e grigou shiaull er thalloo! ("velejem para terra!").
Os pescadores que haviam aprendido a confiar nos conselhos dessa sereia imediatamente levaram seus botes para os abrigos. Aqueles que não atenderam ao aviso perderam todo o equipamento e alguns perderam a vida.
Em Gales as sereias da fronteira galesa não vivem no mar, mas em lagos e rios.


Em Marden (Herefordshire) o sino de uma igreja caiu uma vez em uma poça profunda de um rio, onde uma sereia o agarrou.
Em Child's Ercall (Shropshire) a sereia de um lago oferecia a alguns homens ‘um pedaço de ouro, grande como a cabeça de um homem, e estava bem perto’, quando um deles disse um palavrão de espanto e ela gritou e desapareceu.
Uma lenda popular na Grécia, provavelmente de origem medieval, diz que Thessalonike, irmã de Alexandre, o Grande, tornou-se uma sereia após a morte. Ela vive no mar Egeu e quando marinheiros a encontram ela lhes faz uma só pergunta: "O rei Alexandre vive?" (em grego: Ζει ο βασιλιάς Αλέξανδρος;), os marinheiros devem responder "Vive e ainda reina" (em grego: Ζει και βασιλεύει). Qualquer outra resposta a deixará furiosa e a transformará numa górgona, condenando o navio e todos os marinheiros a bordo.

sábado, 20 de novembro de 2010

AS GWRAGEDD ANNWN E A LENDA DA DAMA DO LlYN Y FAN FACH

As Gwragedd Annwn ("Esposas do Outro Mundo", em galês) são entidades amáveis que escolhem homens mortais como seus maridos.
Uma lenda diz que vivem em uma cidade afundada em algum dos muitos lagos de Gales.
As pessoas dizem ver torres debaixo d'água e ouvir o repicar de sinos.
Em outros tempos, dizia-se que em todas as manhãs do dia do Ano Novo, podia ver-se um portal aberto em uma rocha próxima a um lago de Gales.

Aqueles que ousassem atravessá-lo chegavam a um belo jardim situado em uma ilha no meio de um lago.



Nesse jardim havia frutas saborosas, belas flores, e a música mais adorável, além de muitas outras maravilhas. Aqueles que fossem suficientemente corajosos para entrar eram recebidos pelas Gwragedd Annwn, que lhes ensinavam segredos assombrosos e os convidavam a ficar o quanto quisessem, com a condição de jamais levar qualquer coisa de seu jardim.
Um visitante guardou em seu bolso uma flor que haviam lhe oferecido, pensando que lhe daria sorte. Porém, no momento em que deixou a ilha, a flor desapareceu e ele caiu inconsciente no chão.
Desse dia em diante, o portal foi trancado e ninguém mais o atravessou.


A DAMA DO LlYN Y FAN FACH


Outra lenda fala da dama do Llyn y Fan Fach ("Lago do Pequeno Pico"), uma lagoa próxima das Montanhas Negras. Segundo a versão contada por John Rhys em Celtic Folk-Lore, o caso teria se passado no século XII, em uma fazenda em Blaensawde, perto de Mydfai.


Uma viúva mandava o único filho a milhas de distância vale acima para pastorear suas vacas as margens de Llyn y Fan Fach.

Um dia, viu uma encantadora criatura remar de um lado para outro em um barquinho dourado sobre a superfície do lago.

Apaixonou-se por ela e ofereceu-lhe o pão que trouxera como almoço. Ela olhou bondosamente para ele, mas respondeu que o pão estava muito duro e submergiu no lago.

O jovem voltou para casa e contou para a mãe o ocorrido.

A mãe simpatizou com ela e no dia seguinte deu ao filho, para levar consigo, uma massa não cozida para oferecer à fada, mas ela não a aceitou, dizendo que estava muito branca, e desapareceu de novo.
Ao terceiro dia, a mãe entregou ao filho um pão ligeiramente tostado, que foi muito bem aceito, pois do lago surgiu um ancião de porte nobre e majestoso ladeado por suas duas lindas filhas, gêmeas idênticas. O ancião falou ao rapaz que se separaria de bom grado da filha, a qual ele havia se apaixonado, se fosse capaz de indicá-la.
As damas feéricas eram parecidas como duas gotas d'água, e o jovem fazendeiro desistiria, desesperado, se uma delas não movesse ligeiramente o pé, com o que ele pôde reconhecer o cordão de sua sandália e escolhê-la, corretamente.
O pai pediu como dote à filha tantas vacas quanto ela pudesse contar de uma só vez, e ela contou depressa. Porém advertiu a seu futuro marido que devia tratá-la bem e que a perderia se chegasse a bater nela por três vezes, sem motivo.

A fada e o rapaz mortal casaram-se, foram muito felizes e tiveram três belos filhos, mas ela tinha estranhos costumes: chorava quando os demais se alegravam, como nos casamentos, e ria e cantava quando os demais estavam tristes, como no funeral de uma criança. Essas peculiaridades foram a causa para que o marido a reprendesse por três vezes com uma palmada, o suficiente para violar a proibição e fazer com que ela o abandonasse.
Entretanto, ela não levou os três filhos.
Visitou-os e lhes ensinou profundos segredos da medicina, com os quais se converteram nos famosos médicos de Mydfai, tradição que perdurou na família até o século XIX.

LUTEY E A SEREIA


Há muito tempo, os pescadores da Cornualha costumavam vasculhar os restos de navios afundados lançados à praia em busca de objetos de valor. Esse era o preço a ser pago naquela costa cruelmente rochosa.
Um dia, Lutey de Cury, que fica próxima ao ponto Lizard, achou uma adorável sereia encalhada em uma das muitas poças entre as rochas formadas pela maré alta.

Ela era uma criatura muito bonita e facilmente convenceu Lutey a levá-la para o oceano na maré baixa.

Aninhada em seu colo, ela lhe ofereceu três desejos por sua gentileza e ele, que era um homem bom, escolheu primeiro ter o poder para quebrar feitiços; segundo, ter o poder para obrigar os familiares da bruxa a praticarem o bem para os outros e, terceiro, que esses dois poderes fossem concedidos a seus descendentes.

A sereia concedeu esses desejos com alegria e, por ele ter escolhido sabiamente e sem egoísmo, ela acrescentou mais dois dons - primeiro, que nenhuma sereia jamais o quisesse, e segundo, seu pente mágico, para que ele a chamasse sempre que precisasse.
Ele agradeceu muito a ela e, ainda carregando-a sem muito esforço, caminhou na direção do mar.
Lutey era um homem bonito e forte. Na verdade, a sereia era uma criatura adorável, seus cabelos sedosos, claros como uma cascata de prata, olhos verdes grandes e uma voz cristalina de muita doçura.
Quando eles finalmente chegaram a beira da água , ela pediu para que Lutey entrasse um pouco mais com ela na água. A sereia segurava-o com força pelo pescoço. Ele se abaixou para colocá-la na água. Sua voz era tão macia e o movimento de seu corpinho tão suave em seus braços que Lutey entrou sem medo no mar e teria se perdido para sempre se seu cachorro não tivesse latido freneticamente da praia, fazendo-o lembrar-se de sua esposa e filhos queridos. Mas a sereia o segurava com mais força e o teria arrastado para o fundo do mar se ele não tivesse desembainhado sua faca e a ameaçado.

A faca era de ferro, um metal repulsivo ao povo do mar, e ela fugiu para o oceano, falando enquanto ia:
"Adeus! Adeus!
Cuide-se bem, meu amor!
Nove longos anos, por ti esperei
Leve-me em seu coração, meu amor
E então voltarei!"

Todos os desejos de Lutey se tornaram reais, sua família e seus descendentes viraram curandeiros famosos. Mas a promessa da sereia também se tornou real, pois, após nove anos, a contar do dia em que Lutey livrou-se dela, ela voltou.
Ele estava pescando com um de seus filhos, quando ela surgiu da água e balançou seus cabelos sedosos e acenou.
Lutey virou-se para o filho e disse:
- "Está na hora. Devo pagar minha dívida".
Mas ele não parecia nem um pouco infeliz quando mergulhou nas profundezas verdes com sua amada de voz suave.
Dizem também que, desde então, a cada nove anos, um Lutey de Cury se perderia no mar. Mas ninguém sabe se eles partem tão felizes quanto o primeiro Lutey.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A LENDA DE JACK O'LANTERN



Uma lenda irlandesa do século XVIII conta a estória de um homem chamado "Stingy Jack" - Jack Avarento – homem alcoólatra e grosseiro – que bebeu mais do que de costume e o Diabo veio para levar sua alma.
Desesperado para viver, Jack implorou por mais um copo de bebida e o Diabo, compadecido, concordou.
De acordo com a lenda, Stingy Jack então, convidou o Diabo para tomar um drinque com ele. Sem dinheiro para o último trago e fazendo jus a seu nome, Jack não quis pagar pelas bebidas e com sua astúcia, convenceu o Diabo a se transformar em uma moeda, com a qual ele poderia usar para efetuar o pagamento.
Assim que o Diabo se transformou, Jack resolveu não pagar a conta e mal viu a moeda sobre a mesa, Jack guardou-a na carteira, que tinha um fecho em forma de cruz; fato que impedia o Diabo de voltar a sua forma original.
Desesperado, o Diabo implorou para sair e Jack finalmente o liberou, sob a promessa de não ser incomodado por um ano e, no caso de sua morte, sua alma ficaria livre. Sem opção, o Diabo concordou.
Feliz com a oportunidade, Jack resolve mudar seu modo de agir e começa a tratar bem a esposa e os filhos, vai à igreja e até faz caridade. Mas a mudança não dura muito.
No ano seguinte, Jack estava indo para casa e vê uma macieira carregada de maçãs mas, como era de costume, estava muito bêbado e por mais que pulasse ou tentasse pegá-las, não conseguia apanhar nenhuma. Foi quando o Diabo apareceu, novamente, reclamando por sua alma e Jack tornou a enganar o Diabo.
Jack, esperto como sempre, conseguiu convencer o Diabo à pegar uma maçã da árvore para ele. O Diabo aceitou e quando subiu no primeiro galho, assim que Jack o viu lá em cima, pegou um canivete em seu bolso e desenhou uma cruz no tronco, que o impedia de descer. O Diabo disse que não o incomodaria mais durante os dez anos seguintes. Sem aceitar a proposta, Jack ordenou que o Diabo nunca mais o aborrecesse. O Diabo aceitou e Jack o libertou da árvore.
Mas, infelizmente, pouco tempo depois, no dia 31 de outubro, Jack morreu decapitado.
Segundo a lenda, ao chegar ao Céu foi impedido de entrar devido aos seus pecados em vida. Sem alternativa, vai para o inferno. No inferno o Diabo, que estava furioso por ter sido enganado duas vezes, ainda desconfiado e se sentindo humilhado, também não permite sua entrada. Disse a Jack que manteria sua palavra e não exigiria a sua alma.
Impedido de entrar no Inferno também, Jack viu-se na mais completa escuridão.
Mas, com pena da alma perdida, o Diabo jogou um pedaço de carvão em brasa para que Jack possa iluminar seu caminho pelo limbo.
Com apenas uma brasa para iluminar seu caminho, ele colocou a brasa dentro de um nabo e continua a vagar pela terra desde então.
Os irlandeses começaram a chamar esta figura de "Jack of the Lantern" e depois, simplesmente, de "Jack O' Lantern".
Quem prestar atenção vai ver uma luzinha fraca na noite de 31 de outubro. É a alma penada de Jack, procurando um lugar.


Os irlandeses e escoceses criaram suas próprias versões de lanternas "Jack" esculpindo faces assustadoras em nabos e batatas, colocando-as perto de janelas e portas para assustar o errante Jack e outros espíritos. Os ingleses esculpiam caretas em beterrabas.
Ao imigrarem para a América do Norte levaram esta tradição com eles. As abóboras começaram a ser usadas por serem nativas da região e muito mais baratas do que nabos, batatas ou beterrabas, além de terem o tamanho "certo" para as lanternas.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A HISTÓRIA DE O'DONOGHUE


Em uma época tão distante, que o período exato é desconhecido, um chefe chamado O'Donoghue governava o país, que rodeia o Romântico Lago Lean, agora chamado de lago de Killarney.

Foto atual do lago Killarney



Sabedoria, beneficência e justiça distinguia seu reinado, e a prosperidade e a felicidade de seus súditos eram os seus resultados naturais.

Dizem ter sido famoso não só por suas façanhas de guerra, como também por suas virtudes pacíficas e por ser uma pessoa gentil.

Mas com a sua administração interna foi muito rigoroso, porque, uma ilha rochosa, é mostrada aos estranhos, como "Prisão O'Donoghue ", em que o príncipe, uma vez confinou seu próprio filho por algum ato de desordem e desobediência.

Seu fim - por isso não pode corretamente ser chamado de sua morte - foi singular e misterioso.

Numa comemoração, numa dessas festas esplêndidas que fazia para a sua corte, rodeado pelos mais ilustre dos seus súditos, ele se viu envolvido em uma revelação profética através da qual, seus auditores o colocaram à par dos acontecimentos que estavam para acontecer em tempos futuros.

Ouvio-os dizer que as maravilhas que o envolviam agora, seriam alimentadas com a indignação e vergonha misturando-se à tristeza, dos crimes e as misérias que seriam provocadas pelos seus descendentes, muito embora se orgulhasse de seus atos heróicos e de suas lesões adquiridas nas guerras.

No meio de suas previsões, ele levantou-se lentamente de seu lugar, avançou magestosa e solenemente, caminhando pela sala em direção à margem do lago, avançando tranquilamente em sua superfície firme.

Quando ele tinha quase atingido o centro, ele parou por um momento, então, deu uma volta e girou lentamente, olhou para seus amigos, e agitando os braços para eles com o ar alegre como que dando uma despedida curta, desapareceu de suas vistas.







A memória do bom O'Donoghue tem sido acalentada por gerações sucessivas, com reverência afetuosa, e acredita-se que ao amanhecer, em cada dia de maio, dia do aniversário da sua partida, ele visita seus domínios antigos: em geral, apenas uns poucos favorecidos são autorizados a vê-lo e esta distinção é sempre um prenúncio de boa sorte para os espectadores.

Quando é concedida à muitos, é um claro sinal de uma colheita abundante - uma benção, falta de que, durante o reinado desse príncipe, nunca foi sentia por seu povo.



Alguns anos se passaram desde a última aparição de Donoghue.

Abril desse ano tinha sido notavelmente selvagem e tempestuoso, mas em Maio de manhã, a fúria dos elementos tinha desaparecido completamente.

O ar estava silencioso e parado, e o céu, que se refletiu no lago sereno, parecia um rosto bonito, mas enganoso, cujos sorrisos, depois das emoções mais tempestuosas, tentando estranhamente incobrir a crença, que nunca agradou, de que ele pertencia a uma alma que nunca teve paixão.

Os primeiros raios do sol nascente se levantaram dourando somente o cume elevado de Glenaa, quando as águas perto da costa oriental do lago tornou-se subitamente e violentamente agitado, apesar de todo o resto de sua superfície lisa parecer ainda um túmulo de mármore polido.

Na manhã seguinte, uma onda de espuma se projetou para a frente, e, como uma alta crina de cavalo de guerra orgulhoso, exultante com a sua força, correu para o lago da montanha em direção à Toomies.


Por trás dessa onda apareceu um cavaleiro senhorial, imponente, totalmente armado, montado em um corcel lácteo; uma plumagem alva acenava graciosamente de um capacete de aço polido, e em sua volta tremulava uma capa azul claro.

O cavalo, aparentemente, exultante com sua carga nobre, surgiu depois da onda ao longo da água do lago, que lhe sustentava como em terra firme, enquanto que gotas coloridas que brilhavam intensamente ao sol da manhã foram borrifadas em todas as direções.
O guerreiro era O'Donoghue, seguido por inúmeros jovens e donzelas que se moviam planando levemente sobre a planície aquosa, como as fadas deslizam no ar nas noites de luar através dos campos; eles estavam ligados por guirlandas de flores da primavera e seus movimentos acompanhados pelo compasso de melodia encantadora.

Quando O'Donoghue tinha quase atingido o lado ocidental do lago, ele de repente virou seu cavalo, e dirigiu seu curso ao longo da costa coberta de ramagens de madeira e com as franjas de Glenaa, precedido por uma onda enorme que enrolada de espuma para cima, era tão alta quanto o pescoço do cavalo, cujas narinas ardentes bufavam acima dela.

A longa fila de assistentes seguira com desvios a lúdica música de seu líder, e se mudavam com fleetness inabalável da sua música celestial, até que gradualmente, como eles entraram no Estreito entre Glenaa e Dinis, envolveram-se nas brumas, que ainda flutuava parcialmente sobre os lagos e desapareceram da vista dos espectadores: mas o som de sua música ainda permanecia ecoando em seus ouvidos harmoniosa, carinhosamente repetida e prolongada, em tons suaves e macios, até que o último desmaio da repetição desapareceu e os ouvintes despertaram como de um sonho de felicidade.



foto atual do lago Killarney com um ser surgindo por entre as brumas

"Durante las vacaciones de la semana pasada, Jonossen Downs, de 50 años, fotografió un “ser vivo” en el lago Killarney situado en la prefectura de Cary de Irlanda. Hace varios años, se detectó la subsistencia de un gigantesco ser vivo en el lago Markros situado también en la prefectura de Cary.Downs es director de un centro de investigación de animales y fue informado sobre el descubrimiento de enormes seres vivos en la cercana zona lacústre. Downs dijo: “El animal que yo he visto era de 3 metros de largo. Podría ser el cuello o el lomo de un ser vivo u otra cosa."

http://videosycotorreo.blogspot.com/2009/10/misteriosa-criatura-vista-en-lago.html

domingo, 14 de novembro de 2010

O CORCUNDA LUSMORE




Uma lenda encantada irlandesa conta a história de um corcunda infeliz, chamado Lusmore, que vivia num vale fértil ao pé das tristes montanhas. Galtee. T. Crofton Crocker, em seu livro "Lendas e Tradições Encantadas do Sul da Irlanda", conta-nos que o pobre Lusmore (assim chamado porque sempre usava um raminho de Lusmore, ou dedaleira, em seu chapeuzinho de palha) sofria em dobro por sua deformidade, pois as pessoas do campo ficavam, de alguma forma assustadas com sua aparência estranha e fugiam dele. Sua corcova era gigantesca, "parecia que seu corpo havia sido enrolado e colocado sobre os ombros, a cabeça era forçada para baixo, devido ao peso, com tanta força que o queixo, quando ele se sentava, ficava apoiado nos joelhos". Alguns habitantes ignorantes até inventavam histórias estranhas sobre ele, provavelmente tinham um pouco de inveja, porque Lusmore era um artesão talentoso que trançava palha para fazer chapéus e cestas que invariavelmente alcançavam um preço melhor do que os feitos pelos outros.

Entretanto, uma noite, quando Lusmore voltava para casa, sentou-se uns instantes para descansar os membros fatigados, perto de um velho fosso. Não levou muito tempo e ele ouviu uma música bonita, embora estranha, que vinha do fosso. A melodia era tão cativante que Lusmore ouviu atenciosamente até ficar enjoado com a repetição da cantiga. Pouco depois, houve uma pausa e Lusmore assumiu a canção, cantando-a mais alto, e então continuou cantando com as vozes do interior do fosso. Os seres encantados ficaram maravilhados com essa variação em sua melodia e numa resolução instantânea ficou determinado que recolhessem para junto deles o mortal, cuja habilidade musical excedia a deles, e o pequeno Lusmore foi transportado com a velocidade de um redemoinho. Felizes, homenagearam seu talento, colocando-o acima de todos os seus músicos e festejaram " como se ele fosse o primeiro homem da terra".

Logo Lusmore percebeu que uma reunião estava sendo realizada ali e de certa forma ficou alarmado, até que um dos seres se afastou do grupo para falar com ele:

"Lusmorel! Lusmore!
Não duvide, não lamente,
Pois sua corcova de antigamente
De suas costas está ausente
Veja, no chão há uma flor,
Você a vê, Lusmore?"

Lusmore sentiu uma leveza incomum em seus ombros e ficou tão emocionado que poderia alcançar a lua com apenas um salto. Ele observava tudo com extremo encantamento. Era a primeira vez que ele conseguia levantar a cabeça e tudo parecia mais e mais bonito. Dominado pela visão de uma cena tão resplandecente, ele ficou zonzo e a vista escureceu. Por fim, ele caiu num sono profundo, e, quando acordou, maravilha das maravilhas, era um homem completamente diferente. Usava roupas novinhas, que devem ter vindo dos seres encantados e ele se via agora como um baixinho garboso e em boa forma.

Não demorou muito tempo e a história de Lusmore já era bem conhecida na região. Uma velha veio até sua casa pedir detalhes sobre sua cura, para o filho de um parente que também era corcunda. Lusmore era um rapaz muito bom e com a maior boa vontade descreveu o que havia acontecido. A mulher o agradeceu muito e foi para casa. Ela contou à amiga o que Lusmore dissera e decidiram atravessar o campo com o corcunda, até o velho fosso. Mas, Jack Madden, era seu nome, "foi uma criatura rabugenta e astuta desde o seu nascimento". Ao ouvir a música encantada, ele demonstrou estar com tanta pressa de se livrar de sua corcova que nem pensou em esperar por um momento apropriado para tentar uma mudança, ou importar-se com a qualidade de sua canção. Ele simplesmente interrompeu a cantiga berrando suas palavras "achando que um dia era bom, dois seriam melhores; e que se Lusmore ganhara uma roupa nova, ele deveria ganhar duas".

Os seres encantados ficaram muito irritados com essa intromissão, arrastaram Jack Madden para dentro do fosso com força tremenda e cercaram-no guinchando e gritando. Um deles saiu da multidão e disse:

"Jack Madden, Jack Madden!
Suas palavras tão maldosas
Em nossa canção glamorosa;
Preso num castelo de torres formosas,
Sua vida entristecida até o além;
Eis aqui duas corcovas para Jack Madden!"

e com isso "vinte dos seres mais fortes trouxeram a corcova de Lusmore e colocaram-na sobre as costas do pobre Jack, em cima da que ele tinha, tão firme como se tivesse sido fixada com pregos pelo melhor carpinteiro.

Os seres encantados então enxotaram o infeliz de seu castelo e ele foi encontrado pelas duas mulheres pela manhã. Estava quase morto e com a corcova dupla sobre os ombros. Nem é necessário dizer que o malfadado Jack Madden não sobreviveu muito tempo. Com o tremendo peso que carregava morreu logo depois.

sábado, 13 de novembro de 2010

A HISTÓRIA DE JIMMY E O LEPRECHAUN




Jimmy era pobre. Seu pai havia morrido e estava sendo difícil para sua mãe manter a casa e sustentar os filhos.
Um dia ela lhe pediu que fosse pescar alguns peixes para o jantar.

Jimmy percebeu uma coisa se mexendo no meio das folhagens. Aproximou-se com cautela, abaixou-se, afastou as folhas devagarinho.
Viu um homenzinho sentado num minúsculo banco de madeira. Ele costurava um colete verde com um ar compenetrado enquanto cantarolava uma cantiga melodiosa.

Jimmy estava diante de um leprechaun. Com toda rapidez esticou o braço e prendeu o homenzinho entre os dedos num movimento certeiro.
- Boa tarde, meu senhor.

Como vai, Jimmy? - respondeu o pequeno ser com um sorriso malicioso.
Mas o leprechaun era cheio de truques para se libertar dos olhos humanos. Inventava pessoas e animais se aproximando, para que Jimmy desviasse o olhar e ele pudesse escapar.
- Agora ande, me conte logo, onde fica o tesouro do arco-íris?
Mas o leprechaun enrolou Jimmy e ainda gritou que vinha vindo um touro bravo correndo bem na sua direção. Jimmy se assustou, abriu as mãos e o elemental desapareceu.
O menino sentiu uma tristeza enorme. Quase havia ficado rico.

Voltou para casa sem ter pescado nenhum peixe. Mas sua mãe, que por sorte já havia encontrado diversos elementais, conhecia a enorme astúcia do leprechaun e ensinou ao seu filho:
- Se você alguma vez vier a encontrar o danadinho de novo, mande que ele lhe traga o tesouro imediatamente.

Passaram-se meses.
Até que certo dia, ao voltar para casa, seus olhos se ofuscaram outra vez com um brilho rápido e intenso.
- "Será que é ele?"


O leprechaun estava sentado no mesmo banquinho de madeira, só que desta vez consertava um de seus sapatos.
- Cuidado! Olhe lá o gavião! - gritou novamente o elemental com uma expressão espantada.
- Não adianta tentar me enganar! - disse o menino com firmeza. - Traga já o pote de ouro!

- Traga já o pote de ouro ou eu nunca mais vou soltá-lo.
- Está certo! - concordou o elemental. - Desta vez você ganhou!
O homenzinho fez um gesto com a mão e imediatamente um belíssimo arco-íris recortou os céus, saindo do meio de duas montanhas e caindo
bem aos pés do menino.

As sete cores eram tão intensas que no início ele mal enxergou o pequeno pote repleto de ouro e pedras preciosas que havia surgido à sua frente.
O leprechaun abaixou-se, acenou-lhe com um gesto de despedida tirando o chapéu da cabeça, e gritou, pouco antes de desaparecer para sempre
- Adeus, Jimmy! Você é um menino esperto! Terá sorte e felicidade na vida!
E foi o que aconteceu. O pote de ouro nunca se esgotou, e Jimmy e sua família tiveram uma vida de fartura e alegria.

( Lenda anônima irlandesa)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

HISTÓRIAS, CONTOS E LENDAS DA IRLANDA


À partir de hoje, irei publicar os contos, história e lendas populares tradicionais mais famosos da Irlanda. E para começar, quem de nós já não ouviu falar da existencia de um pote de ouro no fim do arco iris?
Pois, é!... Vamos começar com LEPRECHAUN. Mas o que é um LEPRECHAUN?

Vamos lá...
LEPRECHAUN

Existe em nossas lembranças infantis, a crença de que no fim do arco íris há um pote de ouro e, se for verdade, nele haverá também um leprechaun. Seres fantásticos que habitam o folclore irlandês.

Figura mitológica do folclore da Irlanda, o leprechaun (pronuncia-se /LÉP-re-káum/) é apresentado como um diminuto homenzinho, sempre ocupado a trabalhar em um único pé de sapato em meio às folhas de um arbusto ou "sob uma folha de labaça". São os guardiões dos tesouros escondidos.
Também são conhecidos pelos nomes de Tumores, Duendes ou Gnomos e também povoam um conto infantil bastante popular: Branca de Neve e os sete anões.

Os anões dos irmãos Grimm são mineradores, referência clara à descoberta de riquezas ocultas encobertas.
Conta a lenda que encontrá-lo é certeza de riqueza e felicidade. Como diz a canção: “Quando a sorte lhe sorrir, por que não sorrir de volta?”



Os leprechauns são considerados guardiões ou conhecedores da localização de vários tesouros escondidos.

Para obter tais tesouros (normalmente um pote de ouro) é preciso capturar um leprechaun e não perdê-lo nunca de vista. Caso contrário, ele desaparece no ar.

Como diz Brian Froud, "Como acontece com todos esses seres (encantados), é importante que você veja o leprechaun, ou duende irlandês, antes que ele o veja, pois ele se torna então mais cooperativo e talvez possa até levá-lo a um de seus potes de ouro escondido. Mas ele é muito astuto e traquina, capaz de desaparecer num piscar de olhos".

Uma hora estão alegres, cantando e assobiando: de repente, ficam arredios e irritados sem causa aparente.

Acredita-se que eles também tenham uma moeda de prata mágica, que volta a sua bolsa, depois de ser gasta. O ouro é um prêmio raro.


Os leprechauns são descritos como sempre alegres e vestidos à maneira antiga, com roupas verdes, um barrete vermelho ou um estranho chapéu de três pontas, avental de couro e sapatos com fivelas. Gostam de fumar seus cachimbos com toda calma e dificilmente podem ser enganados. Adoram música e dança
Mas não vivem em comunidades porque são briguentos. Preferem o isolamento e o sossego de suas pequenas casas construídas nas raízes das grandes árvores irlandesas. De vez em quando eles são vistos fazendo movimentos giratórios como piões usando seus chapéus como eixo.
Após o seu trabalho diário o leprechaun gosta de se divertir à noite.
Esses duendes são frequentemente associados ou confundidos com os cluricaun, criaturas mágicas que habitam adegas e depósitos de vinho. Ele invade as adegas de vinho de surpresa e "curte" sua bebedeira desenfreada no lombo dos carneiros ou cães pastores noite adentro. Segundo alguns autores, estes dois seres encantados poderiam até ser duas formas diferentes do mesmo ser, tomadas em diferentes momentos do dia ou do ano.

Se algum dia você encontrar um leprechaun escondido na floresta, prenda-o com firmeza em sua mão e não desvie os olhos dele por um só instante. Se piscar, mesmo que por fração de segundo, ele desaparecerá de sua vista. Mas, se conseguir mantê-lo aprisionado pela força de seu olhar, o leprechaun lhe revelará, em troca da liberdade, onde se esconde o pote de ouro que fica no final do arco-íris.

O nome leprechaun é possívelmente originário do Gaélico luacharma'n, significando meio-corpo (no sentido de pequeno) ou leith brogan que significa sapateiro. Outra interpretação para a origem do termo seria a de que leprechaun vem de Luch-chromain, Gaélico para "pequeno Lugh corcunda".

O leprechaun aparece nas lendas e folclore irlandês. Lá, é conhecido como um pequeno homem de roupas verdes, bigode, olhar simpático e um cachimbo na boca. Geralmente vivem em pequenos arbustos, em bosques ou florestas. São conhecidos por serem os sapateiros das fadas, e, diz-se que fazem só dois sapatos por ano. Os Leprechauns não gostam de humanos e têm medo deles, mas quando nos vêm com boas intenções, eles nos dão um par de sapatos. Os sapatos que eles fazem são muito bonitos e são feitos de materiais naturais, tais como, flores e gotas de orvalho. Além do seu cachimbo, estão sempre acompanhados pelo seu pequeno, velho e gasto martelo. O Leprechaun é muito pequeno, pois tem apenas, 30 a 50 cm.