domingo, 28 de junho de 2009

SOBRE "AS BRUMA DE AVALON"

Vale lembrar à você que, todas as informações aqui contidas (como em todo o resto deste site), são fruto de pesquisas em fontes primárias, acadêmicas e arqueológicas.
Não buscamos informações na literatura esotérica, mas na História, e nos registros que os celtas nos deixaram através de suas lendas e mitos.
O objetivo deste artigo é relacionar e esclarecer algumas afirmações infundadas que têm sido difundidas erroneamente sobre os celtas e os druidas.
Com o crescente interesse que essa cultura vem despertando nos dias de hoje, vemos inúmeros livros sobre neo-paganismo, como também artigos em revistas e sites na internet, citando os celtas e os druidas.
Os autores de alguns desses livros e artigos certamente não tiveram adequada assessoria ou simplesmente buscaram fontes não confiáveis sobre do assunto, pois muitas das informações são erros sérios sobre os celtas, que acabaram por perpetuar idéias absurdas.
Alguns mitos modernos que surgiram a respeito dos celtas se devem à publicação do livro de fantasia As Brumas de Avalon (de Marion Zimmer Bradley), romance genial e envolvente, mas que poucas verdades traz sobre os celtas, tendo a autora optado por romancear as informações e usado de bastante licença poética, o que é desejável em um romance de ficção.
Não serve, no entanto, como base para estudos sobre os celtas e sua religião, o druidismo.

As Brumas de Avalon (The Mists of Avalon) (1979) é uma obra da autora Marion Zimmer Bradley feita em quatro volumes.
É ambientada durante a vida do Lendário Rei Arthur e seus cavaleiros de forma fantástica.



Traz a ótica feminina e é fascinante; os detalhes que envolveram as verdadeiras protagonistas de toda a trama, o objetivo cobiçado pelas Damas de Avalon, são de tal espécie singulares, que todo o universo mítico é repensado, reestruturado.


A série
A obra foi dividida pela autora em quatro momentos (ou tomos).
Na versão estadunidense, encontramos todos os volumes num único livro.
O romance, além de narrar cerca de 70 anos ou mais (inicia-se anterior ao nascimento de Morgana e narra fatos dela já em idade bem avançada),explora fatos históricos preenchendo as lacunas ignoradas sobre a influência do paganismo e das mulheres na formação da Bretanha.
São estas as divisões:
A Senhora da Magia
A Grande Rainha
O Gamo Rei
O Prisioneiro da Árvore
Relacionados a esta obra, temos Queda de Atlântida (volume I e II), e Ancestrais de Avalon (póstumo e encerrado por sua colega), Casa da Floresta, Senhora de Avalon, Sacerdotisa de Avalon, Brumas de Avalon.

No entanto, não foram desenvolvidos linearmente pela autora.
Como o leitor de Brumas de Avalon pode notar, Viviane, Morgana, Kevin -O Bardo, Mordred, Igraine e Uther já se encontraram em outra vida; o primeiro encontro se dá em Queda de Atlântida e estende-se por Ancestrais de Avalon, com a chegada dos atlantes à Bretanha. Em Casa da Floresta, novamente alguns personagens se cruzam em papéis diferentes.
O volume de Senhora de Avalon conta com uma extensão de Casa da Floresta, tendo aí uma visão mais aprofundada da vida na comunidade de Avalon, temos um salto na segunda história para a expansão do domínio romano na Bretanha (que segue-se no livro Sacerdotisa), fechando na terceira história o passado de Viviane, o que dá gancho para as Brumas.

O romance Sacerdotisa de Avalon, explora a lenda de Santa Helena, mãe de Constantino, primeiro imperador romano (que tinha pais pagãos) e a escolha política da nova religião para o império.

São livros independentes entre si, mas o bom leitor sente as ligações e compreende a complexidade narrativa desta autora famosa pela série Darkover, que segue esta linha de desenvolvimento.
A Senhora da Magia
O romance não se detém meramente em narrar os fatos políticos e religiosos que se confrontam na Bretanha. Mais que isso, Marion - famosa por suas histórias que descobrem o véu do universo feminino - mostra toda a força e complexidade dos atos e escolhas das mulheres (ignoradas na História das Civilizações)- abre portas na lenda da Excalibur em que se encontram o misticismo da origem da espada, ritos pagãos que foram sufocados pela cristianização, a importância das uniões políticas entre os povos e o resultado da submissão ou não das mulheres frente aos homens.
Neste volume temos os fatos que servirão de fundo para o romance:
o papel da mulher, importância e conseqüência dos casamentos arranjados
o choque de culturas e poderio dos sexos
como eram realizadas as sucessões de trono
o ritualismo pagão para a ascensão do novo rei
o simbolismo por trás de entrega da sagrada espada
a ascensão de Arthur ao trono, após a morte de Uther
Morgana concebe um filho de Arthur.
A Grande Rainha
No segundo volume, há um amadurecimento das personagens, já enfrentando as conseqüências de suas escolhas. Dentre os acontecimentos importantes, temos:
Morgana vai para a corte de Morgause, agora já rainha em outra região por união política
nascimento de Mordred
a escolha por meio de dote da noiva do rei
o começo da formação dos cavaleiros da Távola Redonda
as cobranças sobre uma mulher para a existência de um herdeiro
o isolamento de Morgana
O Gamo Rei
No penúltimo volume, desta série revolucionária, alguns temas tristes serão abordados, mortes de alguns personagens chave mudam o sentido da história, levando a ferida aberta por traições, injúrias, incesto e assassinatos à uma infecção sem remédio.
Todo o reino será abalado, sua estabilidade ameaçada e seu Rei desacreditado.
Trata-se de uma historia em que no primeiro capitulo fala da vida das personagens e algumas sao apresentadas...
O Prisioneiro da Árvore
Visto que Artur deixa de lado os costumes antigos, traindo assim a confiança do povo antigo da ilha, Morgana deseja retomar para Avalon o que havia sido oferecido mediante o juramento na Ilha do Dragão, no volume I. Para isso, encontra em Acolon, seu jovem enteado criado nos costumes antigos, um apoio para uma tentativa de retornar aos velhos preceitos.
Kevin, sucessor de Taliesin, é acusado de traição por ceder a Artur os símbolos sagrados (como o Graal) para uma nova interpretação cristã, com intuito que não fossem assim esquecidos, já que não acreditava mais na possibilidade de um retorno aos costumes antigos.
A punição por sua traição vem pelas mãos de Nimue, uma filha de Lancelot que foi levada por Morgana a Avalon e se tornou sacerdotisa.
Gwenhwyfar é flagrada por cavaleiros da Távola cometendo adultério com Lancelot, e ambos fogem do reino.
A sucessora de Viviane é morta acidentalmente por Mordred. Avalon fica sem uma Senhora do Lago. Mordred, agora homem feito, enfrenta o pai.
O desfecho da lenda do Rei Arthur é conhecido, mas interpretação feita por Marion Z. Bradley reserva muitas surpresas e detalhes - Como pode-se observar desde o início do livro.



Localização
Segundo o livro, Avalon se localiza ao sul da Bretanha, atual Inglaterra, que era uma província do Império Romano.
Vários autores citam a atual cidade de Glastonbury como sendo a ilha sagrada.
Avalon era conhecida também como o País do Verão.
É nesse ambiente fictício que, por volta do século V, passa-se a história do lendário Rei que teria papel fundamental na Bretanha, no momento em que o paganismo estava começando a perder terreno para o cristianismo.

Como se pode ver, é uma obra magnífica, romance cheio de mistério mas, que tornamos a enfatizar que, embora cativante, se trata de uma OBRA DE FICCÇÃO.

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