sábado, 29 de agosto de 2009

O SANTO GRAAL XXVI - O GRALL SANGUE (2)

No artigo anterior abordamos o Graal como denominado de “Sangreal” ou “Sangue Real”, expressando o surgimento de uma linhagem real, em virtude de Jesus Cristo ter deixado herdeiros advindo do seu casamento com Maria Madalena.
As referidas informações têm como base o grande número de historiadores e escritores que abordam o assunto sobre essa ótica.
Vamos então dar continuidade ao tema.
O Graal Sangue – (Segunda Parte)
De acordo com o “Diálogo do Salvador”, Maria Madalena foi uma dos três discípulos a receber ensinamentos especiais, e era elogiada acima de Mateus e Tomé.
Dizia-se que “ela falava como mulher que conhecia o Todo”.
Mas, a atenção especial que recebia Maria Madalena, acabou gerando rivalidade entre ela e os outros discípulos.
Em “Pistis Sophia”, há algo a respeito de Pedro irritando-se porque ela dominava a conversa com Jesus. Ela parecia entender tudo o que Cristo falava, enquanto os outros, não tinham tanto alcance.
Pedro em função disso, temia perder sua posição de liderança na nova comunidade religiosa. Ele exige que Jesus a silencie e é imediatamente censurado.
Mais tarde, Maria admite a Jesus que não ousa falar a ele livremente porque, segundo suas palavras:
“Pedro faz-me hesitar; tenho medo dele porque ele odeia a raça feminina”.
Jesus responde que quem quer que o espírito tenha inspirado é divinamente ordenado a falar, seja homem ou mulher.
Nos “Evangelhos Gnósticos”, Maria Madalena é considerada uma mulher capaz, ativa, amorosa, possuindo habilidades de conhecer e falar “o Todo”, o que talvez seja uma referência a mais alta Sabedoria, certa compreensão que o coração recebe e contém.
Maria Madalena possuía a habilidade de saber das coisas inexplicáveis, como sua visão de Cristo. Ela não questionava este seu lado, como os outros. Ela confiava em sua fonte mais íntima. Ela conseguia ver os emissários divinos e transmitir suas mensagens aos humanos. Era como se fosse a mediadora entre o mundo divino e o mundo dos humanos.
Conta-se que Maria Madalena também operava milagres.
Após ela ter visto Jesus ressuscitado, correu para contar aos outros discípulos. No caminho, encontrou Pôncio Pilatos e falou-lhe sobre a maravilhosa novidade, quando de pronto ele disse “Prove-o”.
Naquele mesmo instante, passou ao seu lado uma mulher que carregava uma cesta de ovos, ela tomou um em suas mãos. Quando ergueu diante de Pilatos, o ovo adquiriu uma cor vermelha. Como testemunho desse efeito lendário, na Catedral em Jerusalém que porta seu nome, há uma estátua de Maria Madalena segurando um ovo colorido. Até os dias de hoje os ovos coloridos são utilizados como um elemento simbólico no dia consagrado à Páscoa.
Com base em todas as informações colhidas, começa-se então a suspeitar que o próprio cálice, o sangue real que nele continha, se referia na realidade ao sangue real da dinastia Merovíngia. Um sangue que era considerado sagrado e possuidor de propriedades mágicas e miraculosas.
Talvez isso explique porque os Templários, criados pelo Monastério do Sinai para serem guardiões da linhagem Merovíngia, foram declarados também guardiões do cálice e da família do cálice.
Os romances ligados ao cálice e aos Merovíngios se ligam de forma bastante explícita às origens da Cristandade, a Jesus, a José de Arimatéia e a Madalena.
Nos romances também, os heróis são sempre herdeiros da casa de Davi, sendo identificados como o próprio Jesus. Por outro lado, sabemos que o povo semita escreveu o velho testamento obedecendo rigorosamente às linhagens, a partir de Adão. Teria esse povo esquecido de dar continuidade à genealogia de Abraão, Isaac, Jacó, Salomão e, quando chega em Jesus, eles simplesmente se omitiram?
Mesmo nos dias atuais, teriam se esquecido disso?



Maria Madalena por Tiziano 1530-35




O próprio Jesus anuncia seu advento no final dos tempos e ele obedecia às escrituras e sempre as mencionava.
Vejamos o que nos diz Michael Baient, Richard Leigh e Henry Lincoln em seu livro “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”:
“Talvez Madalena – aquela mulher evasiva dos Evangelhos – fosse na realidade a esposa de Jesus, talvez sua união tenha produzido prole. Após a crucificação, talvez Madalena, com pelo menos um filho, tenha sido levada para a Gália, onde comunidades Judias já existiam e onde, portanto, ela poderia encontrar refúgio. Talvez houvesse, em suma, uma linhagem sanguínea que descendesse diretamente de Jesus, talvez essa linhagem, este supremo “sang real”, tenha sido perpetuado, intacto e incógnito, por algumas centenas de anos – o que não é, na realidade, um tempo muito longo para uma linhagem importante. Talvez tenham havido casamentos dinásticos não só com outras famílias judias, mas também com romanos e visigodos. E talvez, no século V, a linhagem de Jesus tenha se aliado à linhagem real dos francos, engendrando assim a dinastia Merovíngia”.
“Se essa hipótese de trabalho fosse em algum sentido verdadeira, ela serviria para explicar grande número de elementos em nossa investigação. Explicaria a extraordinária posição de Madalena e a importância do culto a ela dedicado durante as Cruzadas. Explicaria a condição sagrada atribuída aos Merovíngios. Explicaria o nascimento legendário de Merovée, filho de dois pais, sendo um deles uma criatura marinha simbólica que, como Jesus, podia ser comparado ao peixe místico. Explicaria o pacto entre a Igreja Romana e a linhagem sanguínea de Clóvis (um pacto com os descendentes de Jesus não seria um pacto óbvio para uma Igreja fundada em seu nome?). Explicaria a ênfase aparentemente incomensurável dada ao assassinato de Dagobert II, pois a Igreja, tomando partido nessa morte, teria sido culpada não somente de um assassinato real mas, segundo sua própria doutrina, de uma forma de assassinato de Deus. Explicaria a tentativa de erradicar Dagobert II da história. Explicaria a obsessão dos Carolíngios em legitimarem-se, como chefes do Sacro Império Romano, ao clamarem por uma genealogia Merovíngia”.
Não compreendemos como historiadores de renome em um trabalho de peso, usa e abusa da palavra “talvez”, para em seguida explicar a realidade dos acontecimentos? Tal fato nos faz acreditar que assim procedendo estaria a cavaleiro de possíveis reprimendas dos representantes da Igreja e dos fiéis que não admitem e não reconhecem o desenvolvimento da história sob essa ótica.


Maria Madalena de Pietro Perugino




O escritor e historiador Laurence Gardner em seu livro intitulado “A Linhagem do Santo Graal – A verdadeira história do casamento de Maria Madalena e Jesus Cristo” escreve:
“Conforme detalhado na literatura medieval, o Graal era identificado com uma família e uma dinastia. Era a Videira Desposyni de Judá, perpetuada no Ocidente pelo Sangue de Jesus. Essa linhagem incluía os reis pescadores e Lancelot del Acqs. Descendia até os reis Merovíngios dos francos e os reis Stewart dos escoceses, incorporando reputadas figuras como Guilherme de Gellone e Gofredo de Bouillon”.
“Descendente do irmão de Jesus, Tiago/José de Arimatéia, a família do Graal fundou a Casa de Camulod (Colchester) e a Casa Nobre de Gales. Notáveis nessas linhagens foram o rei Lúcio, Coel Hen, a imperatriz Helena, Ceredig Gwledig e o rei Artur. O legado divino do Sangréal foi perpetuado nas casas soberanas mais nobres da Grã Bretanha e Europa, ainda existentes hoje”.
O maior destaque recentemente para esta teoria de Sangue Real foi apresentado em um livro chamado: “Sangue de Holy – Grail”.
Neste livro é reivindicado que Cristo foi casado com Maria Madalena, teve filhos e que não morreu na cruz.
Os autores apresentam muitas evidências históricas para apoiar-lhe estas reivindicações e tentam mostrar como várias Sociedades têm secretamente guardados o segredo desta linha de sangue.
Os livros mais recentes associam caráter histórico e lugares com esses achados em textos Medievais do Graal e demonstram como a linha de sangue de Cristo foi envolvida em negócios mundiais.



Uma imagem de Maria Madalena




Fala-se do “Monastério do de Sion (ou Sinai)”, que seria uma seita secreta que continua buscando manter essa linhagem de descendentes de Jesus e que os Templários tiveram origem dessa seita, inclusive, chegaram a possuir o Santo Graal, segundo hipóteses, além de outros tesouros. Esse foi o motivo que fez o rei da França, Felipe “o Belo”, acabar com a Ordem, pois almejava gananciosamente todos os tesouros adquiridos pelos Cavaleiros Templários.
Após a dissolução da Ordem Templária, teria havido muitas ramificações, as quais existem hoje em dia e têm ligação com as antigas tradições das Ordens Templárias. A Maçonaria seria uma dessas ordens, assim como a Rosa Cruz (AMORC).
Outro investigador notável do Graal, Walter Stein, também investigou esta teoria durante algum tempo.
As teorias dele foram desacreditadas por causa de uma associação dele com o Nazismo. Ele não era, porém, um nazista. Ele realmente era o conselheiro secreto de Winston Churchil sobre atividades nazistas durante um determinado tempo.
Vejamos o que Michael Baigent nos informa em seu livro “Os Manuscritos de Jesus”:
“Esta é a causa do problema: o relacionamento entre Jesus e Maria Madalena está enredado em segredos sobre Jesus que a Igreja faz de tudo para esconder e para continuar escondendo; segredos que, segundo o Evangelho de Maria, os discípulos estavam dispostos a ignorar ou negar”.“Que segredos eram esses? Quem e o que, afinal, era Jesus?”
“Precisamos revisitar o mundo dos romanos e os habitantes implacavelmente divididos da Judéia para fazer algumas perguntas mais sagazes e exigir algumas respostas melhores do que as que nos satisfizeram até agora”.
“Precisamos retornar a Jerusalém”.
A Igreja Católica teme e busca de várias maneiras eliminar a existência dessa possibilidade. Para isso, criou formas de controlar as informações, mas não podemos esquecer que as principais abadias, templos e mosteiros envolvidos nas questões sobre Maria Madalena estavam sob o controle dos Cavaleiros Templários, que se tornaram centros de resistência às “verdades” do Vaticano, mesmo após a dissolução da Ordem pelo papa Clemente V.
No meio de toda essa polemica e para provarmos a assertiva acima mencionada, vamos passar para os nossos amigos, um pequeno trecho do livro intitulado “Os pergaminhos do Mar Morto” de Oscar Martello, no qual nos relata como o Vaticano controlou as informações sobre os referidos pergaminhos por mais de quatro décadas:
“Durante mais de quarenta anos, houve uma rígida imposição de que não transcendessem além de um pequeno círculo. Nesse sentido, mantém-se fechada à porta da abóbada que oculta o objeto”.
“Dois estudiosos do tema. Michael Baigent e Richard Leigh, afirmam a esse respeito: “A École Biblique depende da Comissão Bíblica Pontifícia. Esta é presidida pelo cardeal Ratzinger. O cardeal Ratzinger preside, por sua vez, a Congregação para a Doutrina da Fé, que desde 1542 se chama Santo Ofício e antes se chamava Santa Inquisição.“ (O cardeal Ratzinger é o atual papa. A nota é nossa).
“O diretor da equipe que conservou os pergaminhos durante as primeiras quatro décadas posteriores a seu descobrimento foi o padre De Vaux. Segundo muitos comentaristas, ele era um homem muito duro, intolerante. Isso torna difícil saber quanto do atuado era de caráter institucional e quanto, do pessoal”.
Aquela primeira equipe esteve constituída pelos seguintes nomes:
- monsenhor Skehan;
- abade Jean Starcky, especialista em aramaico;
- padre Milik, sacerdote polaco, protegido de De Vaux;
- padre Baillet;
- John Allegro, agnóstico, já morto;
- Frank Cross.
“De Vaux, que morreu em 1971, transmitiu as chaves da conservação das peças – assim como um aval pessoal para que o herdasse nesse sentido – ao padre Pierre Benoit, que permitiu apenas minúsculos avanços nas publicações”.
“Com a morte deste, em 1987, foi nomeado Strugnell, discípulo de Frank Cross, diretor da equipe internacional.
Era um monge anti-semita e anti-israelita. Convertido ao catolicismo, dirigiu a equipe até 1990, ano em que foi despedido por suas declarações anti-semitas”.
“Desde 1990, a guarda e a conservação dos pergaminhos está a cargo de Emanuel Tov, que dirige, também, a equipe da Universidade Hebréia de Jerusalém. É o primeiro israelense editor-chefe dos manuscritos. Formalmente, os pergaminhos estão sob a custódia da israelense “Antiquities Authority”, mas quase todos os originais são protegidos fisicamente no Museu Rockefeller, de Jerusalém, enquanto uns poucos são exibidos no Santuário do Livro, na mesma cidade”.
Depois de idas e vindas, em 27 de outubro de 1991 as coleções foram colocadas à disposição de todos os acadêmicos, sem discriminação de credo ou procedência: esse foi o ponto de inflexão a partir do qual o fenômeno se desatou como possibilidade de aprendizado”.
“Diz o especialista Henry Shanks (no New York Times de 7 de setembro de 1991);
“Os reais beneficiários a partir deste momento são todos os seres humanos cuja herança é iluminada por estes preciosos textos, não um grupo elitista de acadêmicos ou um país ou uma cultura ou uma religião”.
“No entanto, todo o anterior despertava um eco de interrogações que já foram colocadas nos distintos textos consultados”.
- Por que os pergaminhos foram ocultados durante quarenta anos?
- Por que quando finalmente aparecem não há nenhuma explicação consensual sobre o fato?
- Por que é sustentada a hipótese de que os pergaminhos de cobre foram escritos com tanto trabalho para conter o que, disseram, era apenas um mito exagerado, como o do tesouro?
- Por que foram guardados zelosamente, durante quarenta anos, documentos que neste momento afirma-se que não dizem nada substancialmente diferente do que já se conhecia?”
Deixamos à seu critério tirar às suas reais conclusões.
O que escrevemos foi baseado nas informações existentes nas Escrituras, nos historiadores e pesquisadores, bem como nas últimas descobertas verificadas com os estudos dos “Pergaminhos de Qumran”.
Acreditamos que, a partir das analises apuradas com as devidas isenções, bem como do futuro aparecimento dos pergaminhos que ainda se encontram nos cofres particulares sobre os quais não possuímos nenhum conhecimento, o mundo venha a tomar conhecimento de sua verdadeira história.
No próximo artigo iremos trazer a continuação desse polêmico assunto na figura de: Quem era Maria Madalena?

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