segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A LUTA NO VAU


A Rainha Medb, de Connacht ficou furiosa quando soube que os do Ulster tinham recusado dar-lhe o Touro Castanho e começou a preparar um exército para os atacar.
Como o exército do Ulster ainda estava sob o efeito da Maldição de Macha, os soldados não tinham força e sentiam muitas dores. Ora, Cúchulainn era o único guerreiro que não estava afetado e, por isso, tinha condições para lutar, pelo que a Rainha Medb aceitou pois em vez de uma batalha normal entre dois exércitos, a luta seria sempre entre Cúchulainn e os adversários em combates homem a homem.
Em cada dia Cúchulainn derrotava mais de cem, ou porque os matava ou porque fugiam. Então, Medb mandou o mais famoso guerreiro de Connacht, Ferdia, mas ele recusou porque Cúchulainn era seu irmão de leite e o seu melhor amigo.
Passados alguns dias, porém, Medb conseguiu persuadir Ferdia dizendo-lhe que o seu amigo andava a insultá-lo e a chamar-lhe covarde.
Cúchulainn ficou muito surpreendido quando Ferdia chegou para lutar e, de início, não quis combater com ele; contudo, pensando melhor, chegou à conclusão de que não deveria colocar em risco a sua lealdade ao Reino do Ulster por causa de uma amizade pessoal.
No primeiro dia, lutaram com espadas, mas nenhum venceu o outro e, não esquecendo a sua amizade, nessa noite jantaram juntos; no dia seguinte, lutaram sem armas e, novamente, nenhum venceu; finalmente, no terceiro dia, Cúchulainn quase morreu e, por isso, teve que utilizar a Gae Bolga, o seu dardo mágico trespassando, do peito às costas, o corpo do seu melhor amigo!
Antes que Ferdia caísse, Cúchulainn ainda o agarrou e chorou convulsivamente, tal era a tristeza que sentia.
Preocupado com a reacção dos outros guerreiros de Medb, Ibar (o Palafreneiro Real do Rei Conor que estava ao serviço de Cúchulainn) aconselhou-o a sair dali antes que fosse atacado pelo exército inteiro e assim o herói do Ulster partiu com o coração carregado de infelicidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário