quarta-feira, 24 de março de 2010

ARGANTONIO - ARTE IBERA - ASTURES

Argantonio

Argantonio (?, H. 670 aC -?, H. 550 aC) foi o último rei dos Tartessos, único que se têm referências históricas. Devido à sua longevidade, há historiadores que pensam que não poderia ser um rei, mas sim uma dinastia ja que tesouros lhe foram atribuídos cerca de 300 anos depois. Aparece em fontes gregas por suas relações comerciais e militares com Foce (colônia dos gregos na Ásia Menor).
Seu reinado representa o apogeu da cultura de Tartessos. ( Homem de prata ), que revela sua origen indoeuropeia, aparece nas fontes gregas ligado a riqueza mineral do seu reino (bronze e prata), com a qual ele ajudou a financiar a defesa de Foce ( cidade grega da Ásia Menor) contra a ameaça persa. . Se afirma que enviou até 1500 kilos de prata a seus aliados.. No entanto, ele não conseguiu estabelecer colônias focenses no seu reino, que tentou enfraquecer talvez a tutela comercial dos fenícios de Gadir (Cádiz), ou talvez para sair do comércio de metais, interrompido pela pressão assíria sobre cidades Fenicia
Alguns dão-lhe um reinado de 80 anos (a partir de 630 aC a 550 aC) e uma vida de 120, como Heródoto, alcançar outros 150 Plínio. Inclusive alguns aventuram a dar lhe a inédita idade de 3 séculos. Obviamente, este é um exagero, mas confirma a ideia da longevidade que gozava seu longo reinado.
Provavelmente Argantonio morre uma morte natural, pois não existem registros históricos sobre a sua morte. Depois da batalha naval de Alali (535 aC), que etruscos e cartagineses aliados contra os gregos, Cartago se torna senhor indiscutível do Mediterrâneo Ocidental. Cortando a rota que havia para a Iberia, cessa o comércio entre focenses e os Tartessos, que lentamente foi relegado ao esquecimento.



Arte Ibera





A arte ibera é o estilo artístico próprio do povo ibero. As melhores manifestações são escultóricas, realizadas em pedra e bronze; os vestígios conservados em madeira e barro cozido, por ser materiais perecíveis, são escassos.




Área de influência
A área de expansão da escultura ibérica não é muito ampla, embora sim muito diversificada, o que favoreceu uma grande variedade regional propiciada, em boa medida, pelas riquezas naturais e os traços culturais de cada zona. As suas manifestações centram-se em três áreas: Andaluzia, o centro da península e a zona do Levante.


Andaluzia

Leão de Bujalance, século V a.C. (foto)
A área andaluza, de Huelva e Granada, é de uma grande complexidade pela influência cultural povos colonizadores orientais que se instalaram nela antes (Fenícios, Gregos, etc.) e pela tradição deixada pelos Tartésios. A proliferação de vestígios arquitetônicos e escultóricos, bem como amostras de ourivesaria e cerâmica são os traços mais distintivos desta região. Junto a esta corrente oriental aprecia-se em Andaluzia outra de origem helênica, que se introduz desde as costas alicantinas para sul, presente no Conjunto de Cerrillo Blanco de Porcuna, o Santuário Heroico do Cerro del Pajarillo (Huelma) e no Sítio de Osuna (do século III a.C.).


Interior
No interior, concretamente na parte ocidental de La Mancha, destaca-se a importante cidade (oppidum) de Alarcos junto ao rio Guadiana e com importantes vestígios de ruas empedradas, ex-votos e figuras de bronze. As ruínas da cidade ibera (logo romana e visigótica) de Oretum, capital da antiga Oretânia a ambos os lados de Despeñaperros apenas estão escavadas. Os vestígios são escassos nesta zona: cerâmicas, figuras de bronze e ex-votos nos Santuários de Despeñaperros e Castellar de Santiesteban, Nesta zona ocidental os vestígios cerâmicos parecem aparentá-la com a Andaluzia.
Não ocorre o mesmo com La Mancha oriental e as estribações da Serrania de Cuenca, onde se palpa a influência do estilo artístico ibero-levantino, sobretudo a cerâmica. A zona central e meridional da província de Cuenca constitui o limite setentrional do mundo ibero que liga com os celtiberos da serra. Aqui destacam-se numerosas jazidas na Manchuela de Cuenca como Barchín del Hoyo e, sobretudo, o oppidum de Ikalesken (atual Iniesta) que conserva o único mosaico da arte ibera e um dos mais antigos do mediterrâneo. Este mosaico tem a particularidade de representar a fusão das cultura ibera, grega e fenícia. A cultura ibera é representada pelo lobo, animal sagrado; a grega por Pégaso e a fenícia pela representação da deusa Astarté, no meio da composição. O mosaico, do século VI a.C. aproximadamente, é muito arcaico na sua realização mas pelo interesse artístico e a antiguidade que tem vale a pena ser considerado como um dos emblemas da arte ibérica.

Albacete
Os territórios da atual província de Albacete são especialmente pródigos enquanto a achados de amostras diversas de arte ibérica, especialmente escultura, apesar do pouco estudada que está grande parte da zona. Muito sucintamente, podem-se mencionar a grande quantidade de esculturas achadas no importante centro de culto do Cerro de los Santos -especialmente a Grã Dama Oferente- e no Llano de la Consolación. Como peças únicas destacam-se a Bicha de Balazote, a Dama de Caudete, a Esfinge de Haches, a Cerva de Caudete, o Sepulcro de Pozo Moro ou a Esfinge de El Salobral. Em ourivesaria destaca-se o chamado Tesouro de Abengibre, conjunto de louça de prata com inscrições iberas.
A existência de grandes oppida na província ainda sem estudar, talvez aumente sensivelmente o número de vestígios de arte ibérica. Embora esta zona sempre seja qualificada como de passagem ou de extensão de influências ibéricas levantinas ou andaluzas, é possível que o fluxo de extensão fosse, mais bem, em senso inverso e seja esta uma zona nuclear.

Levante

Leão de Coy (foto)
No levante valenciano, na antiga Edetânia, as manifestações ibéricas mostram grandes vinculações, não somente com a velhas tradições dos primeiros povoadores do Bronze e do Ferro, como por exemplo na incineração como sistema de enterramento, se não também com as correntes orientais achegadas pelos colonizadores gregos, dos quais recolhem características próprias do período arcaico grego, tratam os mesmos temas - esfinges, grifos -, e utilizam decoração geométrica na cerâmica, com fundos amarelentos ou ligeiramente avermelhados.
Esta corrente levantina transmites-e para zonas isoladas do vale do Ebro, onde se mistura com os substratos célticos e posteriormente romanos.


Escultura

Grã Dama Oferente (Museu Arqueológico Nacional de Espanha). (foto)
A atividade melhor conhecida da arte ibérica é a escultura figurativa, com pequenas estatuetas de bronze, utilizadas como oferendas ou ex-votos, e estátuas de pedra de maior tamanho. Os sítios arqueológicos mais importantes são os santuários do Cerro de los Santos e o de Llanos de la Consolación, em Albacete; o santuário do Collado de los Jardines, em Despeñaperros (Jaén), em Coy e o do Cigarralejo em Múrcia.
Entre as esculturas realizadas em pedra, classificáveis segundo a sua finalidade funerária ou religiosa, encontra-se a Dama de Baza e a Dama de Elce (Museu Arqueológico Nacional da Espanha, em Madrid), que apresentam uma rica decoração e que serviram de urna funerária. Posterior às anteriores, e com finalidade religiosa, é a Grã Dama Oferente (do século III a.C.), procedente do Cerro de los Santos em Montealegre del Castillo (Albacete), em cuja longa vestimenta de profundos e geométricas pregas, e no frontalismo da sua estrutura, apreciam-se as influências arcaicas da plástica grega.
Desta mesma época é o Leão de Coy e a Bicha de Balazote (Museu Arqueológico Nacional de Madrid), achada na localidade albacetenha que lhe dá nome e relacionada aos touros antropocéfalos mesopotâmicos e seres de aspecto feroz do mundo hitita.
Na ourivesaria, destaca-se o Tesouro de Jávea formado por peças de ouro e prata de delicado trabalho de influxo grego.

Bibliografia
García y Bellido, A., 1982. Arte Ibérico, Historia de España I. España Primitiva. Espasa Calpe, Madrid, p. 373-675.
González Navarrete, J.A., 1987: Escultura Ibérica del Cerrillo Blanco. Porcuna. Jaén.
Olmos Romera, R., 1992: La sociedad ibérica a través de la imagen, Madrid.
Notas e referências
Este artigo foi inicialmente traduzido a partir do artigo da Wikipédia em espanhol cujo título é Arte ibérico, especificamente a partir desta versão.




Astures
Os Astures eram um povo da Antiguidade que habitava o Norte da Península Ibérica. A filiação linguística permanece ainda na dúvida, embora se verifique a presença de termos relacionados com o grupo céltico indoeuropeu.
O seu território compreendia aproximadamente as actuais províncias de Astúrias, Leão, Lugo e Orense orientais e norte de Zamora. Considera-se que a origem e formação desta cultura está radicada, entre outros aspectos, na mistura de um povo autóctone - de origem desconhecida - com a chegada de um grupo populacional da zona centro-europeia. Não obstante, a etnicidade deste grupo de comunidades permanece dúbio, sendo que a maioria dos investigadores contemporâneos tendem a considerar que a denominação "Astures" se tratasse meramente de um convencionalismo empregue pelos romanos aquando da sua chegada ao noroeste peninsular, durante o século I a.C..
Será, portanto, mais preciso cingir-se o estudo a grupos de comunidades locais, organizados ao longo de vales e unidades territoriais menores, conforme se confirmam nas singularidades presentes nas decorações cerâmicas da Idade do Ferro, que denotam particularidades comarcais.

Etimologia
É provável que o etnónimo Astures, Estures ou Stures, designasse, ao início, um dos muitos povos que, por afinidade cultural, constituiram a tribo dos Astures, passando posteriormente - e, por extensão - a usar-se para denominar todo o conjunto de povos, tal como ocorreu entre os Galaicos.
De qualquer forma, não parecem restar dúvidas de que os Astures terão recebido este nome enquanto habitantes das margens do rio Astura (nome romano do actual rio Esla).
Existe também outra hipótese: Astura pode advir do basco asturu (sorte), aztikeria (magia), aztura (costume) e, nesse caso, tornar-se-ia originalmente numa designação dos Bascos para os Celtas, ou para a região que estes ocupavam.

Tribos astures
Escritores romanos, como Plínio o Velho e Mela, e gregos, como Estrabão, falam-nos de dois grupos principais separados pela Cordilheira Cantábrica: os Astures augustanos ou cismontanos, com capital em Asturica (actual Astorga), cujos domínios se estendiam até ao Douro, e os Astures transmontanos, que habitavam entre o rio Sella e o Návia.
Plínio cita 22 povos no conventus Astur e uma população de cerca de 240.000 pessoas; Ptolomeu, por seu lado, fala de 21 cidades e 10 povos:


Transmontanos
.Lugones: existem duas possíveis localizações, uma fronteiriça com os Cantabros (ainda hoje se conserva inalterado o topónimo Lugones na povoação situada próximo de Oviedo) e outra no Sul da província de Leão.
.Pésicos: ocupavam o litoral asturiano entre os rios Návia e Narcea e tinham a capital estabelecida em Flavionavia (próxima à actual Navia).
.Augustanos ou cismontanos
.Amaci: na região de Astorga.
.Bedunienses ou Bedúnios: ao redor de Bedúnia, em San Martín de Torres próximo a La Bañeza.
.Brigaenci ou Brigaencinos: ao norte de Brigaecium, actual Benavente. Segundo diversos autores, a sua traição contra os restantes povos astures teve um importante papel na vitória de Roma.
.Gigurri: ocupavam a zona oriental da actual Ourense e sudoeste de El Bierzo, na actual província de Leão.
.Lancienses: situados muito próximo da actual cidade de Leão, com capital estabelecida em Lancia. A derrota de Lancia não supôs o final das guerras contra Astures e Cantabros, já que estes se foram retirando para os terrenos abruptos do Norte, onde resistiram contra os Romanos.
.Orniaci ou Orniacos: ocupavam a bacia do rio Duerna, a Sul de Astorga.
.Saelini, Selmas ou Selmares: ocupavam a zona de Pajares, com capital em Nardirium.
.Superati: na zona Norte da província de Zamora.
.Tiburi: estabelecidos na comarca de Puebla de Trives.
.Zoelae: ocupariam a actual zona fronteiriça entre Zamora e Trás-os-Montes, com capital em Curunda.

Classificação nas Astúrias quanto à situação geográfica

Ocidente
Albiones
Cibarcos
Egobarros

Oriente

Orgenomescos
Salaenos
Vadinienses

Centro

Pésicos
Luggones

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