Interamicos
Interamnicos, Interâmenicos, Interannienses, Interamicos, Interamic, Interamici
Na região atual de Trás-os-Montes e norte da Espanha, na região fronteiriça de Zamora e Ourense, havia uma povo de origem desconhecida que habitou essa região no período pré-romano chamado de interamicos, ocasionalmente citados como interamnicos (em latim interamici).
Foram citados por Ptolemeu,[1] e em algumas inscrições epigráficas, entre as quais a mais importante é o Padrão dos Povos, em que são listados entre outros grupos que seguramente ajudaram a erguer a ponte romana de Chaves.
Referências
1. II, 6, 28
Leunos
Os leunos ou lubeanos (em latim, leuni) eram um dos vários povos pré-romanos da península Ibérica relatados por Plínio e Estrabão. Habitavam entre o rio Lima e o rio Minho, no norte de Portugal.
Ligações externas
Mapa detalhado dos povos ibéricos antes da chegada dos romanos (cerca de 200 a.C.)
Límicos
Os límicos (em latim limici) foram um povo galaico castejo que habitou a região pantanosa da nascente do rio Lima, na Galécia. O termo lim é de origem indo-europeia, e significa "terreno alagadiço" ou "lodo".
Os romanos chegaram às terras dos límicos no século I, e ergueram o Forum Limicorum, na actual vila de Ponte de Lima.
Fontes históricas
Os límicos foram citados por Plínio, o Velho, em sua História Natural,[1][2] que os menciona entre os equésios e os quaquernos. Ptolemeu, em sua Geographia,[3] coloca-os entre os galaicos brácaros, citando-os entre os bibalos e os gróvios, e indica como sua capital o Forum Limicorum. Assim mesmo, os límicos estão entre os grupos dedicantes indicados no Padrão dos Povos.[4]
São numerosas as epígrafes em que se citam indivíduos límicos. Em duas lápides honoríficas, conservadas no Museu Arqueológico de Ourense, datadas do início do século II d.C., cita-se a Civitas Limicorum.[5] Esta mesma civitas vem sendo identificada con a Lemica Civitate do Cronicão de Idácio de Chaves.
Localização geográfica
Ainda que, pelo seu nome, os límicos tenham estado há tempos adscritos ao curso do rio Lima (em galego Limia), as duas lápides honoríficas citadas acima permitiram a identificação, no final do século XIX, da Civitas Limicorum, que iguala o Forum Limicorum com o castro da Cidá (ou Cibdá), situado no monte do Viso, próximo a Nocelo da Pena, no concelho de Sarreaus, Ourense.[6] Esta relação vem sendo questionada a partir dos achados de duas estátuas em Xinzo de Limia, documentadas por Ferro Couselo no ano de 1972.
Na atualidade a maioria dos estudiosos concordam que o Fóro dos Límicos estaria na zona que ocupa o Barrio de Abaixo do atual Xinzo de Limia, como ficou evidente no curso de extensão universitária de Xinzo de Limia, "A Limia na época galaico-romana", que deu o pontapé inicial ao projecto Arqueogenitio.[7] Deve-se ressaltar que Xinzo de Limia ou Forum Limicorum se situa ao pé do rio Lima, num epicentro de estradas da época romana.[8]
O castro romanizado de Nocelo da Pena, afastado das vias de comunicação romanas conhecidas no território límico, teve uma existência simultânea às explorações mineiras do lugar. O castro ocupa uma superfície de 3 hectares; o lugar remontaria à Idade do Bronze, com contínua actividade mineira (exploração de estanho), até a época romana, segundo se deduz de achados da década de 1940.[9]
Conforme assinalado, os límicos se situavam no curso superior do rio Lima e nos arredores da lagoa de Antela, já seca, numa ampla planície - na realidade uma depressão tectónica - conhecida popularmente como A Limia, e pelos nativos denominada simplesmente de a Veiga, embora alguns autores coloquem a Civitas Limicorum em Nocelo da Pena.[6]
Seguindo o percurso do rio epónimo, na direcção sudoeste, encontrariam-se com os quaquernos; para o Leste os bibalos e os tamaganos.
Um aspecto diferente apresenta a mansão viária nomeada Limia. Com efeito, no Itinerário de Antonino se assinalam, em ordem e marcando as distâncias entre elas, as estações da Via XIX, dita também per loca marítima, isto é, "pelo litoral", entre Bracara Augusta (Braga) e Asturica Ausgusta (Astorga). As quatro primeiras são as seguintes:
Limia........milia passum XVIII
Tude.........milia passum XXIII
Burbida......milia passum XVI
Turoqua......milia passum XVI
Tanto Tude como Turoqua estão bem identificadas, correspondendo, respectivamente, hoje, às cidades de Tui e Pontevedra; Burbida corresponde, com certas dúvidas, a Borbén (estas três localidades na província de Pontevedra), e Limia costuma identificar-se com a atual Ponte de Lima, no Norte português - embora deva-se ressaltar que nada tem a ver com a Civitas Limicorum, como alguns autores aínda pretendem, sendo simplesmente o nome duma mansio situada num passo do rio Lima, identificando-a, e pertenceria possivelmente ao povo dos seurbos ou dos leunos, conforme a descrição da costa da Galécia feita por Plínio, o Velho,[10] de Norte a Sul.
Subdivisões
Pelas fontes epigráficas se conhecem duas centúrias ou castella: Arcuce e Talabrica.
Referências
1. http://terra.antiqua.free.fr/PLine_Ancien3.html (em francês)
2. http://books.google.fr/books?id=J1sQAAAAIAAJ&pg=PA50&lpg=PA50&dq=Limici&source=web&ots=ENrCIhf_XQ&sig=_vjzD8TFZxsRVbwlYYHczJnr838&hl=fr (em francês)
3. 6, 38 e 43, (em francês)
4. CIL, II, 2477
5. CIL, II, 2516 e 2517
6. 6,0 6,1 Marcelo Macías, Civitas Limicorum, in Boletín de la Comisión de Monumentos de Orense (1898) t. I, nº 5.
7. ArqueoGenitio
8. X.C. Rivas Fernandez
9. Antonio Colmenero, Galicia meridional romana. Universidad de Deusto. 1977.
10. IV, 111-112
Bibliografía
.Fariña Busto, F. e Xusto Rodriguez, M.(1995) "O ara de Xinzo de Limia e a sua contextualización arqueoloxica". Boletín Auriense,XXV,pp. 61-80. Ourense
.Ferro Couselo, X. "Estatuas sedentes y una columna miliaria de Xinzo de Limia".Boletín Auriense,II, pp. 329-335. Ourense
.Macías, Marcelo, Civitas Limicorum, in Boletín de la Comisión de Monumentos de Orense (1898) t. I, nº 5.
.Perez Losada, F.(2002) "Xinzo de Limia: Entre a cidade e a aldea. Estudio arqueohistorico dos aglomerados secundarios romanos en Galicia. Brigantium, XIII, pp. 214-227. A Coruña
.Rivas Fernandez, J.C.(2000) "O foro dos límicos,Xinzo,epicentro de camiños en época romana". Lethes, II. Centro de Cultura popular da Limia. pp. 62-73. Xinzo
.Rodríguez Colmenero, Antonio, Galicia meridional romana. Universidad de Deusto. 1977.
.Xusto Rodriguez, M.(1996) "O núcleo urbano de Xinzo de Limia" en RODRIGUEZ COLMENERO,A.coord.(1996) Los orígenes de la ciudad en el Noroeste Hispano. pp. 1291-1304. Lugo
.Xusto Rodriguez, M. "A igrexa vella de Xinzo de Limia.Da lenda ó patrimonio histórico". Auria, VII. La Region, pp. 25-27. Ourense
.Xusto Rodriguez, M.(1999) "Sta. mariña;un fito patrimonial no centro histórico de Xinzo". Lethes, II. Centro de Cultura Popular da Limia. pp. 74-93. Xinzo
.Xusto Rodriguez, M.(2000) "La iglesia vieja de Xinzo de Limia.intervención arqueológica y lectura histórica"Restauración, Rehabilitación. pp 26–33. Madrid
Luancos
Os luancos chamados assim por Ptolomeu (também conhecidos como "longos") era um povo pré-romano que habitava entre o rio Tâmega e o rio Tua, a norte do rio Douro no actual território português e galego.
Um patriarca luanco ficou registado na mitologia grega como Lynko (Linceu). O nome "Luanco" foi-lhes atribuído, possivelmente, porque este povo se identificava com os linces. Era um povo caçador e preferia viver em planaltos altos, o que o norte de Portugal oferecia.
Narbasos
Os narbasos eram um povo pré-romano identificado por Ptolomeu, que habitava a zona interior do Norte de Portugal e Galiza.
Nemetatos
Os Nemetatos (Nemetati em latim) eram um povo pré-romano que habitava o NO de Portugal, nas proximidades do rio Ave. A citânia de Sanfins (Paços de Ferreira) poderia corresponder ao lugar central deste grupo étnico. Devem ser relacionados com as inscrições epigráficas dedicadas ao deus da guerra Cosus Nemedecus. O respectivo nome remete para a etimologia céltica de nemeton, santuário ao ar livre.
Bibliografia
.Coutinhas, José Manuel. Aproximação à identidade etno-cultural dos Callaeci Bracari. Porto. 2006.
.Guerra, Amílcar. Nomes pré-romanos de povos e lugares do Ocidente peninsular. Lisboa. 1998.
Quaquernos
Os quaquernos ou quacernos (em latim quaquerni) eram um povo celta pré-romano montanhês. Foram um dos povos que resistiram até à chegada dos suevos, durante as invasões germânicas no império Romano. Os quaquernos viviam nas montanhas onde nasciam o rio Cávado e Tâmega no norte de Portugal e zona da actual Galiza. O seu oppidum mais importante era Aquis Quaquernis, atual Bande, Galiza.
Seurbos
Os seurbos (em latim, seurbi) eram um dos vários povos pré-romanos de Portugal. Os seurbos viviam entre o rio Cávado, e o rio Lima (ou mesmo, até ao rio Minho), no norte do país.[1].
Referências
1. Leite de Vasconcelos, José. Os Seúrros. Opúsculos.Vol. V. Etnologia (Parte I). Lisboa, Imprensa Nacional, 1938
Tamaganos
Os tamaganos (em latim tamagani) eram um povo pré-romano que vivia nas margens do rio Tâmega, em Portugal, na zona de Chaves e de Verim. A etimologia poderia vir de tami, "rio" no idioma local. O nome deste povo aparece referido na ponte romana de Trajano de Chaves.
Turodos
Os Turodos era um povo ibérico pré-romano que viviam no extremo norte de Trás-os-Montes, Portugal e Galiza.
Zoelas
Os zoelas (em latim, zoelae) era um povo pré-romano da Galécia mencionado por Estrabão que habitava as serras da Nogueira, Seabra e Culebra até aos montes de Mogadouro, estendendo-se também até à serra de Santa Comba, situada no concelho de Valpaços e Mirandela no norte de Portugal.
Os zoelas estão também referidos em aras encontradas em Bragança, no Castro de Avelãs. Este povo deixou-nos estelas funerárias decoradas com suásticas circulares, simbolizando o Sol, e com desenhos de animais como o porco e o veado. Os zoelas são de origem desconhecida, não se sabe se eram autóctones ou celtas. Muitos autores consideram os zoelas como uma das mais antigas etnias da península Ibérica.
Este artigo é um esboço sobre a História de Portugal.
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