quarta-feira, 27 de maio de 2009

AS DARK AGES


Há uma lenda de um rei chamado Vortigern, que usurpou o trono aos reis justos da Bretanha. Diz-se que foi ele quem convidou os anglo-saxões como mercenários para a Bretanha e lhes deu terra, se em troca lutassem contra os ataques e assaltos dos irlandeses e dos Picts.
Os anglo-saxões tornaram-se ambiciosos e começaram a exigir mais terra, começando a partir do Leste, eventualmente para estabelecer uma Inglaterra de língua germânica.


É nestes tempos que Merlin começou a aparecer e fez a profecia do dragão vermelho (os britânicos) a lutar contra o dragão branco (os anglo-saxões), e em seguida começou um período em que se acredita que o próprio Rei Artur reinou e interrompeu as invasões anglo-saxónicas por alguns anos. Quer o rei Artur tenha ou não existido, a batalha de Mount Badon quase de certeza que se deu, apesar do local não ser certo, mas acredita-se que foi em 494.
Uma segunda batalha notável foi a batalha de Camlann, em 537, onde é comum dizer que o rei Artur combateu o próprio filho, Mordred, e recebeu uma ferida mortal, sendo depois levado para Avalon para ser curado, onde ficou dormindo até o seu povo voltar a precisar dele.

No séc VII, as invasões e conquistas dos anglo-saxões continuaram e, gradualmente os britânicos perdiam mais e mais terra para eles. Foram forçados a recuar até á costa oeste, para regiões que hoje conhecemos como Cornwall e Wales.

Do oeste alguns bretões atravessaram a Armórica, a extremidade oeste da Gália (terra que acabou por se designar França após os seus novos lordes germânicos, os Francos).
Os emigrantes britânicos não eram tanto refugiados das invasões anglo-saxónicas, como eles próprios eram invasores; conquista e emigração era o nome do jogo da altura, e os britânicos aproveitaram a oportunidade para alguma expansão deles mesmos. A partir de então a ilha da Grã-bretanha ficou distinguida como “Great-Britain” ao invés de “Britain”, para evitar confusões com esta nova “pequena Britain” (Bretanha).

A Escócia, livre das invasões anglo-saxónicas, viram a instalação de irlandeses nas suas terras, que também se juntaram à expansão, mas em direção aos seus colegas celtas da Grã-Bretanha (a sua maior captura de celtas foi, claro, o jovem St. Patrick). Instalaram-se sobretudo na costa Oeste escocesa, que acabou por receber esse nome dos seus novos moradores em Argyll; a terra destes Scotti tornou-se “Scotia”. Eventualmente as tribos dos Pictish desapareceram como um povo separado, envolvidos em guerras com os irlandeses, assim como outros reinos menores, misturando-se com aqueles que acabaram por ser os escoceses.

A própria Irlanda acabou por se tornar terra cristã, como resultado do trabalho de S. Patrício no séc V, e tornou-se um dos maiores centros de devoção religiosa da Europa nos sécs VII e VIII.
Os seus clérigos e artistas tiveram uma profunda influência na Grã-Bretanha (e não menos sobe os ingleses) e no continente.

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