terça-feira, 26 de maio de 2009

O PERÍODO ROMANO-CELTA


Muitas tribos celtas da Gália que se recusaram à submissão perante os romanos foram forçados a migrarem para outro local e, ao que parece, muitos atravessaram o canal inglês para a Grã-Bretanha, sobretudo os belgas, tal como regista César.
Nomes tribais idênticos foram encontrados nas ilhas e no continente (ex: Atrebates, Paris), além de linguistas modernos mostrarem que as línguas indígenas da Bretanha e da Irlanda são semelhantes às usadas pelos celtas continentais, sendo todos da mesma família de línguas celtas. Também com o evoluir da arqueologia foram identificados artefatos da Idade do Ferro, na Irlanda e na Grã-Bretanha, mostrando ligações importantes com os dos gauleses.

Todos os três tinham as mesmas características na arte, de torvelinho de linhas, sugerindo vegetação, e talvez faces estilizadas de pessoas e animais.


Parecia haver uma ênfase comum em relação as armas, fortalezas e guerras, assim como documentos históricos sugeriam também organizações em comum, não só em termos de religião; os Druidas, por exemplo, encontravam-se entre os três grupos.



Mas também essa fuga seria apenas uma solução temporária, pois em 43DC a conquista romana da Grã-Bretanha começou (apesar de Júlio César ter deixado alguns estados-clientes em 55/54AC), sob decisão do Imperador Claudius.


A ocupação romana das terras que acabaram por se tornar a Inglaterra e Gales (aproximadamente), conduziu a uma perda similar da língua e cultura celta na parte Este da ilha, em relação aos celtas continentais.


Ainda ocorria o processo de independência dos bárbaros da Caledónia (Escócia do Norte), enquanto a Irlanda nunca foi invadida. (Recentemente foi descoberta uma suposta base militar romana em Drumanagh, na Irlanda, que era quase certamente um centro comercial).




No ano 61DC deu-se a rebelião de Boudicca na Inglaterra.

Ela era a rainha da tribo dos Iceni, e conseguiu reunir vários guerreiros celtas numa revolta contra os romanos.

Infelizmente para Boudicca, tal revolta acabou em derrota.


Também neste ano, Suetonius Paulinius, o governador romano da “Britannia”, foi para Anglesey, uma ilha a norte de gales, onde massacrou muitos druidas.




Anglesey era até aí algo como a capital dos druidas, mas ao que parece a maior parte dos druidas sobreviventes depois deste massacre fugiram para a Irlanda, que nunca foi ocupada pelas forças militares romanas.


Em 122 DC, começou a construção da Muralha Adriana, uma muralha com 120 km de comprimento, que marcava as fronteiras do território romano, e mantinha afastados os assaltos das tribos dos Pictish da Escócia. Em 142 DC essa muralha foi extendida mais a norte, quando a muralha Antonina foi construída, apesar de ter sido abandonada novamente 20 anos após a sua construção.
Em 181 DC, um certo comandante romano, Lucius Artorius Castus, foi supostamente posicionado perto da Muralha Adriana, e crê-se que pode ter sido a fonte para as lendas arturianas que mais tarde surgiram.

O estandarte de Artorius tinha de facto um grade dragão vermelho, com o qual Arthur Pendragon teria sido também mais tarde associado.

Quando o Imperador Constantino, o Grande, tornou o cristianismo legal pelo império em 313 DC, ocorreram consequências irreversíveis na cultura dos celtas romanizados.


Os santos cristãos entraram na História, como S. Patrício da Irlanda, S. David de Gales e S. André da Escócia, que são os mais conhecidos.

As populações celtas foram cristianizadas e a Igreja celta tornou-se a religião princip

Em 383 DC, Magnus Maximus foi proclamado Imperador de Roma pelas suas tropas britânicas e instalou-se por si mesmo no trono em Roma.

Deste salto nasceu uma lenda em gales, chamada “The Dream of Macsen Wledig”.

O seu reinado como Imperador de Roma foi curto contudo, e acabou por ser morto em 388.

Assim que o império começou a decair nos séc III e IV, os restantes celtas livres moveram-se para uma posição ofensiva.

Na Caledónia, uma nova confederação, apareceram os Picts.

Estes, ameaçaram as fronteiras romanas, enquanto os navegadores irlandeses, conhecidos como Scotti, navegavam as costas Oeste, estando os anglo-germanos e saxões no Este.


No início do século V, o império romano foi invadido então pelas tribos germânicas, e em 410, o Imperador romano Honorius ordenou à Inglaterra para se defender sozinha, retirou as tropas romanas, acabando aí um período de quase 400 anos de soberania romana na ilha.

Começaram as Dark Ages e a população celta na Grã-bretanha começaram a sofrer das maiores invasões dos Anglo-Saxões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário