sexta-feira, 5 de junho de 2009

ARTE

CARACTERÍSTICAS:


A arte celta inovou as artes.
Isso se deve a um estilo extremamente peculiar.
Tinha-se grande preferência por temas ligados a natureza: árvores, flores, animais e seres sobrenaturais zoómorfos.

Tais temas eram mais comuns que figuras humanas, no entanto, estas também existiam.
O “estilo celta” preferia os compassos, que destorciam e compunham figuras recheadas de espirais, elipses e outras formas curvilíneas entrelaçadas e, por vezes, organizadas de modo concêntrico, a formar representações quase abstratas.

Por não estabelecerem uma clara distinção entre o real e o mágico os celtas destinaram sua arte mais aos homens do que aos deuses, pois a própria criação artística era tida como visionária. Além dos adornos pessoais também recebiam tratamento artístico os objetos domésticos e os próprios dos guerreiros, como carros, espadas, escudos ou capacetes.
A arte céltica trabalhou sobretudo o metal - em especial o bronze e o ouro - enriquecido com outros materiais nobres, como o marfim, as pedras preciosas, o âmbar e o coral.

A pintura incidiu principalmente nas peças de cerâmica, enquanto a escultura só se desenvolveu a partir do século III a.C. e apresentou notáveis influências mediterrâneas.

Nem por isso a arte celta deixou de ter um espaço especial na história da arte, já que é considerada, atualmente, a primeira contribuição não-mediterrânea à arte Européia.

Até mesmo os temas emprestados da arte Greco-Romana sofriam “releituras”.

Arte céltica foi importante na medida em que desenvolveu um estilo todo próprio, que muitas vezes opunha-se ao classicismo de Roma e da Grécia.

Em outras palavras os celtas anteciparam em vários séculos as correntes artísticas que propunham inovar a arte tida como oficial.

A arte celta é dividida em dois períodos (assim como a história da própria civilização): Hallstat e La Tène.

O desabrocho artístico ocorreu no período lateniano, onde o estilo celta se espalhou e se integrou com as expressões artísticas da época.
As manifestações artísticas do período de Hallstatt - séculos VII e VI a.C. - se caracterizaram por uma decoração geométrica disposta em faixas e motivos simétricos.

Os temas prediletos foram as barcas solares, as rodas e algumas figuras de pássaros. Predominou o gosto pela ornamentação, às vezes excessiva, e já se conheciam certas técnicas que floresceram depois, como a articulação de peças metálicas e a incrustação em coral.

Desenvolvida entre os séculos V e I a.C., a cultura de La Tène irradiou-se dos vales do Reno e do Marne para grande parte da Europa.

No início, manteve-se o predomínio da simetria e introduziram-se motivos mediterrâneos, mas logo sobreveio uma nítida preferência pelos motivos curvilíneos e entrelaçados.

Um dos sítios arqueológicos mais importantes é o de Klein Aspergle, na região alemã de Württemberg, onde também foram descobertos restos etruscos que permitiram datar os objetos celtas encontrados.
A partir de meados do século IV a.C., desenvolveu-se o chamado estilo livre ou de Waldalgesheim, que se prolongou por mais de cem anos.

Desapareceu a simetria, pelo menos no detalhe, e predominou a linha curva, que deformava a realidade e promovia uma fusão dos diversos motivos.

As linhas se imbricavam para formar figuras zoomórficas e rostos humanos.

Nesse estilo da maturidade, do qual constituem magníficos exemplos as moedas gaulesas, que reinterpretavam modelos gregos, a visão céltica do mundo encontrou sua plena expressão.
Acossados pelos germânicos a partir do século III a.C., os celtas tiveram de fortificar suas aldeias.

A exaltação guerreira transparece da adoção de novos motivos.

Os braceletes tornaram-se nodosos; e conservaram-se abundantes utensílios bélicos, como espadas, pontas-de-lança e escudos retangulares.

A conquista romana da maior parte dos territórios celtas, no século I a.C., deu origem ao último estilo céltico, que às vezes é chamado de "barroco".



Exemplo máximo de virtuosismo foi o caldeirão de Gundestrup, encontrado na Dinamarca, lavrado em prata com cenas mitológicas.

Esse estilo durou pouco na Gália, onde não tardou a ser substituído pela arte galo-romana, mas se manteve nas ilhas britânicas, nas quais se conservam peças como o escudo de Wandsworth e o espelho de Desborough.

A arte céltica sobreviveu nessas ilhas e marcou a arte medieval irlandesa - e, em menor escala, a britânica - tanto nos códices com iluminuras e decorados com linhas entrelaçadas como nas cruzes de pedra lavrada.

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