sábado, 11 de julho de 2009

LENDAS DO MABINOGION GALÊS - MATH, O FILHO DE MATHONWY


Esta é a quarta parte do Mabinogi.
Math o filho de Mathonwy era o senhor de Gwynedd, e Pryderi o filho de Pwyll era senhor de um-e-vinte Cantrevs do sul; e estes eram o sete Cantrevs de Dyved, e os sete Cantrevs de Morganwc, os quatro Cantrevs de Ceredigiawn, e os três de Ystrad Tywi.Naquele tempo, Math o filho de Mathonwy não existia se não houvesse uma donzela por perto, exceto quando estava impedido pelos tumultos de guerras. Ora, a dama que estava com ele era Goewin, a filha de Pebin de Dol Pebin, em Arvon, a donzela mais bela daqueles tempos.Math o filho de Mathonwy era o senhor de Gwynedd, e Pryderi o filho de Pwyll era senhor de um-e-vinte Cantrevs do sul; e estes eram o sete Cantrevs de Dyved, e os sete Cantrevs de Morganwc, os quatro Cantrevs de Ceredigiawn, e os três de Ystrad Tywi.Naquele tempo, Math o filho de Mathonwy não existia se não houvesse uma donzela por perto, exceto quando estava impedido pelos tumultos de guerras. Ora, a dama que estava com ele era Goewin, a filha de Pebin de Dol Pebin, em Arvon, a donzela mais bela daqueles tempos.Math sempre vivia em Caer Dathyl, em Arvon; porém, não podia vigiar as terras. Gilvaethwy o filho de Don, e Eneyd o filho de Don, seus sobrinhos que com ele viviam, vigiavam as terras em seu lugar.A donzela ficava constantemente com Math; porém, Gilvaethwy se afeiçoou a ela, e começou a amá-la tanto que não sabia mais o que fazer. Seu aspecto e seu espírito mudaram tanto com o amor que sentia, que ninguém mais o reconhecia.Um dia, seu irmão Gwydion disse-lhe. “Irmão,” disse, “o que tens?” “Porque perguntas?” ele respondeu, “o que vês em mim?” “Vejo que perdeste tua cor e teu aspecto; o que a ti acontece?” “Meu irmão,” respondeu Gilvaethwy, “o que me toma é o desejo de algo que não posso ter.” “E o que seria isso?” perguntou Gwydion. “Tu sabes,” ele disse, “que Math o filho de Mathonwy possui esta propriedade, e que se alguém sussurrar e o vento vier de encontro, Math tomará conhecimento do que foi sussurrado.” “Sim,” disse Gwydion, “não digas mais nada, sei o que sentes. Tu amas Goewin.”Ao perceber que seu irmão sabia o que passava em seu coração, ele deu um pesado suspiro. “Fiques quieto, e nada mais digas,” ele disse. “Não é assim que conseguirás o que deseja.” disse Gwydion “Irei providenciar a ascensão de Gwynedd, Powys e Deheubarth, para que procures a dama. Portanto fiques contente.Então eles foram até Math o filho de Mathonwy. “Senhor,” disse Gwydion, “Ouvi dizer que do sul aproximam-se animais jamais vistos nesta ilha.” “Como são chamadas?” ele perguntou, “Porcos, senhor.” “E que tipo de animais são estes?” “São animais pequenos, cuja carne é melhor que a de vaca.” “São pequenos então?” “Sim, e agora são chamados de Suínos.” “E quem é o dono de tais animais?” “Pryderi, o filho de Pwyll; foram enviados por Arawn, o rei de Annwn, “ “Muito bem,” disse Math, “E como poderíamos obtê-los?” “Eu irei senhor, acompanhado de onze homens vestidos como bardos, procurar os suínos, e não voltarei sem eles.” “Ótimo,” disse Math, “então vá.”E assim Gwydion e Gilvaethwy foram, com os outros dez homens, e chegaram a Ceredigiawn, lugar que hoje é chamado de Rhuddlan Teivi, onde situava-se o palácio de Pryderi. Disfarçados como bardos eles foram bem recebidos, e Gwydion foi colocado ao lado de Pryderi naquela noite.“Contente eu ficaria em ouvir uma história de seus homens.” Disse Pryderi, “Senhor” respondeu Gwydion, “temos o costume de que, na noite que chegamos à Corte de um grande homem, o chefe das canções recita em nome de todos. Sendo assim, irei contar-lhe uma história.” Ora, Gwydion era o melhor contador de histórias daqueles tempos, e divertiu toda a Corte naquela noite com as diversas histórias que contou, até Pryderi ficar satisfeito.Depois ele disse a Pryderi, “Senhor, desejas que outro bardo lhe diga qual é a minha missão aqui?” “Não,” ele respondeu, “Tens um bom discurso, tu podes me dizer.” “Muito bem, senhor.” ele disse, “Vim aqui para suplicar-lhe os animais vindos de Annwn.” “Pois bem, seria a coisa mais fácil de lhe conceder, não fosse o pacto que tenho em relação a eles. E o pacto diz que eles não sairão das minhas terras, até que tenham procriado o dobro de seu número.” “Senhor,” disse ele, “posso liberar-te de tais palavras. Amanhã lhe trarei algo em troca deles.”Naquela noite, ele e seus companheiros voltaram ao abrigo, e aconselharam entre si. “Ah, meus homens,” ele disse, “nós não conseguiremos os suínos apenas pedindo.” “Bem,” eles disseram, “como poderemos então obtê-los?” “Eu conseguirei,” disse Gwydion. Ele começou então a trabalhar em um feitiço. E fez com que doze cavalos de carga aparecessem, e também fez aparecer doze cães negros, com os peitos brancos sobre os quais pendiam doze coleiras e doze colares que todos achavam que fossem de ouro. E sobre os cavalos haviam doze selas, e todos o pedaços que deveriam ser de ferro eram de ouro, e os arreios eram da mesma forma trabalhados. E com os cavalos e os cães, ele foi até Pryderi.“Bom dia para ti, senhor” ele disse. “Que os Céus lhe tragam prosperidade,” o outro respondeu, “e minhas saudações” “Senhor, contemple aqui a liberação das palavras que dissestes na noite passada sobre os suínos. Não podendo dá-los ou vende-los, podeis então trocá-los pelo que é melhor. E darei-lhe estes doze cavalos, adornados com suas selas e arreios, e estes doze cães cinzentos, com colares e coleiras que vês, e doze escudos dourados.” Escudos estes que ele havia criado a partir de fungos. “Bem,” Pryderi respondeu, “pensaremos a respeito.” E depois que ele e seus homens se consultaram, decidiram dar os suínos em troca dos cavalos, dos cães e dos escudos.Então Gwydion e seus homens foram embora, iniciando a jornada com os porcos. “Ah, meus companheiros,” disse Gwydion, “é necessário que viajemos com rapidez. As ilusões não durarão mais que a mesma hora de amanhã.” Naquela noite eles viajaram o mais longe que podiam da parte superior de Ceredigiawn, para o lugar chamado Mochdrev. E no dia seguinte seguiram através de Melenydd, e nessa noite chegaram à cidade que por tal razão é chamada de “Meus homens,” disse Gwydion,” devemos seguir em frente com rapidez até Gwynedd, pois há uma hoste em nossa perseguição.” Então viajaram até a cidade alta de Arllechwedd, e lá fizeram um chiqueiro para os porcos, e a partir de então foi dado o nome de Creuwyryon para a cidade. E após construírem o chiqueiro, foram até Math o filho de Mathonwy, em Caer Dathyl. Ao chegaram lá, encontraram o país em levante. “Quais são as notícias daqui?” perguntou Gwydion. “Pryderi está juntando um-epvinte Cantrevs para persegui-lo,” responderam. “É impressionante que viajaste tão lentamente.” “Aonde estão os animais que foste buscar?” perguntou Math, “Construímos um chiqueiro para eles no Cantrev abaixo,” disse Gwydion.E então ouviram os trompetes da hoste chegando. Eles se prepararam e seguiram para Penardd em Arvon.Naquela noite, Gwydion o filho de Don, e Gilvaethwy seu irmãom retornaram a Caedathyl; e Gilvaethwy tomou o aposento de Math o filho de Mathonwy. E enquanto expulsava as outras damas do quarto, fez Goewin permanecer contra sua vontade.Quando viram o amanhecer, eles retornaram ao lugar onde Math o filho de Mathonwy estava com sua hoste, e lá os homens discutiam em qual distrito deviam esperar pela chegada de Pryderi, e dos homens do sul. Foi decidido que esperariam nas fortalezas de Gwunedd, em Arvon. Então, dentro dos dois feudos eles montaram a resistência, sendos os feudos de PEnardd e de Coed Alun. E lá Pryderi atacou-os, e lá o combate aconteceu. Grande foi o massacre em ambos os lados; porém, os homens do sul foram forçados a fugir. E fugiram para um lugar ainda chamado de Nantcall. E lá foram perseguidos, e uma grande matança ocorreu, até que fugiram para o local chamado Dol Pen Maen, e lá foram detidos e forçados a buscar trégua.Para alcançar uma trégua, Pryderi teve de oferecer reféns, sendo estes Gwrgi Gwastra e três-e-vinte outros filhos de nobres. Após isso ele viajou em paz até Traeth MAwr; mas enquanto seguia rumo a Melenryd, os homens a pé não podiam conter a vontade de atirar. Pryderi despachou mensageiros a Math, esperando que este proibisse seus homens de machucar os homens de Pryderi, e deixando que as coisas se resolvessem através de Gwydion o filho de Don, pois ele havia sido o causador de tudo isso. Ao ouvir o que os mensageiros Math disse, “Muito bem, convoco os Céus como testemunhas de que se Gwydion o filho de Don estiver de acordo, permitirei. Jamais incitarei a luta e deveremos fazer o máximo para nos mantermos assim”.“De acordo,” disseram os mensageiros, “Pryderi diz, que seria justo que o homem causou toda essa discórdia o enfrentasse corpo-a-corpo, e de tal forma poupasse o resto dos homens.” “Declaro aos Céus, que não pedirei aos homens de Gwynedd que lutem por mim. Se eu puder enfrentar Pryderi pessoalmente, com alegria tomaria o lugar de Gwydion.” “Muito bem” disse Pryderi ao receber as notícias, “Não pedirei que outro tome meu lugar,”Os dois grandes homens então se armaram, e por fim travaram o duelo. Devido à força física, à ferocidade e aos feitiços Gwydion, Pryderi foi morto. E em Maen Tyriawc, acima de Melenryd, foi enterrado. Os homens de Gwynedd retornaram e, triunfo. “Senhor,” disse Gwydion para Math, “não seria correto que soltássemos os reféns do Sul, que juraram paz?” “Liberte-os então,” disse Math. Os jovens e os reféns que haviam jurado paz foram soltos, e Math foi para Caerdathyl. Gilvaethwy o filho de Don, e seus parentes que juntos dele estavam, foram fazer a guarda de Gwynedd, sem retornar à Corte. Math entrou em seus aposentos, e pediu que lhe preparassem um local de descanso para que pudesse repousar seus pés no colo no colo de sua donzela. “Senhor,” disse Goewin, “Procures outra para repousar seus pés, pois não sou mais tua donzela.” “O que queres dizer com isso?” perguntou ele. “Um senhor descontrolado me tomou. Não deixei que me tomasse sem resistência, e de tal forma todos na Corte ficaram sabendo do fato. O ataque foi feito pelos seus sobrinhos, meu senhor, os filhos de tua irmã. Gwydion e Gilvaethwy os filhos de Don; a mim desgraçaram, e ao senhor trouxeram a desonra.” “Muito bem,” exclamou o furioso Math, “Farei todo o possível ao meu alcance no que concerne este problema. Mas primeiro devo dar-te uma compensação, para que possamos fazer as pazes um com o outro. Tomar-te-ei como esposa, e meus domínios e posses deixarei em tuas mãos.”Gwydion e Gilvaetwy não se aproximaram da Corte, permanecendo nos confins do território até foi proibido que lhes dessem de beber e comer. No começo eles resistiram, mas depois de um tempo foram até Math. “Senhor,” disseram, “Bom dia para ti.” “Bem,” disse ele, “Para redimir-se vieram aqui?” “Senhor,” disseram, “estamos à vossa mercê.” “Pois minha vontade era de jamais ter perdido tantos guerreiros e armas como perdi. Vocês não podem compensar minha vergonha, colocando de lado a morte de Pryderi. Porém, já que vieram colocar-se a minha mercê, iniciarei vossa punição.Então, ele tomou sua varinha mágica, e tocou Gilvathwy, e este se tornou um cervo, e avançou para cima deste que fugiu. Ao tocar Gwydion, este também se transformou em um cervo. “Já que agora compartilham do mesmo destino, desejo que vão em frente e sejam companheiros, e tomem a natureza dos animeis cujas formas agora possuem. Que daqui a um ano, retornem aqui.”No fim do período de um ano, ouviu-se um barulho e o latino dos cães do palácio, abaixo da murada dos aposentos. “Senhor,” disse um dos guardas. “fui averiguar os acontecimentos e avistei dois cervos e um cervo jovem.” Math se levantou e foi ver o que acontecia. Ao sair avistou os três animais. Ergueu sua varinha mágica. “Como foram cervo durante este ano, serão porcos no ano que se aproxima.” E tocou-os com a varinha. O jovem foi batizado de Hydwn. “Vão, e sejam porcos selvagens e sigam sua natureza. E daqui a um ano, retornem.” Com o passar de um ano, ouviu-se um latido de cães na murada. A Corte se juntou, e lá avistaram três animais. Estavam lá três porcos selvagens, e um jovem porquinho que era bem grande para sua idade. “Muito bem,” disse Math, “este aqui irei batizar.” Tocou-o com a varinha mágica, e o porquinho se transformou em um belo jovem de cabelos castanhos, que foi chamado de Hychdwn. “Quanto a vocês, que foram porcos no ano que passou, de agora em diante serão lobos.” Então Math tocou-os com sua varinha. “Sigam os instintos dos animais cuja forma tomaram, e retornem em um ano.”E após um ano, ouvi-se o ladrar dos cães, e três animais foram vistos, sendo dois lobos adultos, e uma forte cria de lobo. “Este aqui eu levarei,” disse Math, ” e o chamarei de Bleiddwn.”. Agora haviam três: “Os três filhos de Gilvaethwy, o falso, Os três fiéis combatentes, Bleiddwn, Hydwn, e Hychdwn o Alto.”Math então tocou os dois com a varinha mágica, e os transformou outra vez em homens. “Oh, homens,” disse ele, “pelo mal que a mim foi feito, já tiveram suficiente punição e desonra. Preparem agora uma medicação para estes homens, lavem as cabeças e equipem-nos.” E assim foi feito.Eles foram equipados, e juntaram-se a Math. “Oh homens,” ele disse, “vocês obtiveram paz, portanto terão amizade também. Dêem-me seu conselho agora, pois procuro uma donzela.” “Senhor,” disse Gwydion o filho de Don, “tal conselho é simples de encontrar; procure Arianrod, a filha de Don, tua sobrinha e filha de tua irmã.”Arianrod foi trazida até Math. “Donzela,” ele disse, “és tu a donzela?” “Não sei, senhor, apenas sei quem sou.” “Então ele pegou a varinha mágica e inclinou-a,” “Pise aqui,” ele disse, “e saberei se tu és a donzela.” Então ela pisou na varinha, e um rechonchudo garoto de cabelos loiros apareceu na sua frente. Com os gritos do garoto, a donzela correu para a porta. Então uma pequena silhueta foi vista, mas antes que alguém pudesse colocar um segundo olhar, Gwydion tomou-a, e escondeu-a com um cachecol de veludo. Gwydion escondeu a pequena figura dentro de um baú que ficava ao pé de sua cama.“Muito be,” disse Math olhando o belo garoto de cabelos dourados. “eu irei batiza-lo, e seu nome será Dylan.”O garoto foi batizado, e após o batismo foi lançado ao mar. E imediatamente ele tomou seus dons e começou a nadar melhor que qualquer peixe. Por tal razão foi chamado de Dylan, o filho das Ondas. Nenhuma onda jamais o machucou, e ele apenas morreu quando foi atingido por seu tio Govannion. Tal fato foi chamado de o terceiro golpe fatal.Certa manhã, Gwydion descansava em seu quarto, quando ouviu um choro vindo do baú no pé de sua cama; e mesmo não sendo alto, era perfeitamente audível. Ele abriu o baú com rapidez, e avistou um garotinho sacudindo os braços em meio ao cachecol. Gwydion tomou o garoto em seus braços, e levou-o ao lugar onde sabia que uma mulher poderia cuidar da criança. Ele fez um trato com a mulher, e por um ano ela tomou conta do garoto.No fim desse ano, o garoto já tinha o tamanho de uma criança de dois anos. No segundo ano ele já era uma criança grande, e capaz de ir até a Corte sozinho. E quando chegou na Corte, Gwydion notou sua presença, e o garoto se familiarizou com ele, e se afeiçoou a Gwydion como jamais havia feito antes. O garoto foi educado na Corte, até os quatro anos de idade, quando já era tão grande quanto uma criança de oito anos.Um dia Gwydion e o garoto andavam juntos, quando chegaram no Castelo de Arianrod; com o garoto junto a si, Gwydion foi até a Corte e encontrou Arianrod, que o saudou. “Que os céus lhe tragam prosperidade,” ele disse, “Quem é esse garoto que te segues?” ela perguntou, “Este jovem, é teu filho,” ele respondeu. “Ai de mim,” ela disse, “porque tentas me envergonhar e trazer-me a desonra, depois de tanto tempo?” “Enquanto não sofreres desonra maior que esta, pequena será tua desgraça.” “Qual é o nome do garoto?” ela perguntou, “Em verdade,” ele disse, “ele ainda não possui um nome.” “Bem,” ela disse, “Eu lanço sobre ele este destino, de que jamais terá um nome que não tenha sido escolhido por mim.” “Que os Céus sejam testemunhas,” ele respondeu, “de que tu éres uma mulher má. O garoto terá um nome, mesmo não sendo de teu agrado. Quanto a ti, o que lhe aflige é o fato de não mais poder ser chamada de donzela.” Então o furioso Gwydion retornou a Caer Dathyl, e lá permaneceu durante a noite.No dia seguinte ele levantou e levou o garoto consigo, e foi caminhar nas praias que ficavam entre Caer Dathyl e Aber Menei. Lá ele avistou alguns caniços e algas marinhas, que ele transformou em um barco. Com alguns gravetos secos e os caniços ele fez um pouco de couro de Cordovan, e os pintou de maneira que ninguém jamais havia visto couro tão belo. Ele então fez uma vela para o barco, e ele e o garoto velejaram até o porto do castelo de Arianrod. Ele começou a costurar e fabricar sapato, até ser observado do castelo. Quando percebeu que estava sendo observado, vestiu um disfarce, e mudou seu semblante e o do garoto para que não fossem reconhecidos. “Que homens são aqueles no barco?” perguntou Arianrod. “São sapateiros,” responderam os criados. “Vão e vejam que tipo de couro eles possuem, e que tipo de trabalho têm a oferecer.”Então os criados foram até eles, e ao se aproximarem os dois estavam a colorir e ornamentar o couro. Os criados relataram tal fato à Arianrod, que disse. “Muito bem, levem as medidas de meu pé, e peçam-nos que façam sapatos para mim.” Então eles fizeram sapatos para ela; porém, mesmo com a medida dada os sapatos ficaram maiores. Os sapatos foram levados até Arianrod, que percebeu estes estavam largos. “São grandes demais,” ela disse, “mas mesmo assim receberão pelo serviço. Peçam que façam outro par, menor que este.” Eles então fizeram outro par menor, que eram entretanto muito menor para os pés de Arianrod. “Digam-nos que estes não cabem nos meus pés,” ela disse, E assim foi dito. “Bem,” disse Gwydion, “não farei outro par de sapatos, enquanto não ver os pés da senhora com meus próprios olhos.” E isso foi dito a Arianrod, que concordou em ir até eles.Ela foi então até o barco, onde o homem estava e dar formato aos sapatos, e o garoto a costurá-los. “Ah senhora,” ele disse, “bom dia para ti.” “Que os Céus lhe tragam prosperidade,” ela respondeu. “Muito me impressiona o fato de não conseguires fazer os sapatos de acordo com as medida.” “Não pude,” ele respondeu, “mas agora poderei.”Nesse momento, uma cambaxirra pousou no deque, e o garoto atirou uma pedra que atingiu o pássaro entre o tendão e o osso. Ela então sorriu. “Vejam só,” ela disse, “que mão certeira ele possui.” “Que os Céus estejam de prova, pois o garoto agora possui um nome. A um bom nome ele possui. Llew Llaw Gyffes será seu nome de agora em diante.”Então o trabalho desapareceu em algas e caniços, e por tal razão ele foi chamado de o terceiro Sapateiro de Ouro. “Não conseguirás o bem causando o mal a mim.” Disse Arianrod, “Nenhum mal, por enquanto, a ti causei,” ele respondeu. Ele então transformou o garoto de volta a sua forma original. “Bem,” disse Arianrod, “Eu lanço sobre este garoto o destino que diz que ele jamais possuirá armas ou armaduras que não sejam dadas por mim.” “Pelos Céus,” ele disse, “mesmo com tua malícia, o garoto terá armas.”Eles então foram rumo à Dinas Dinlley, e lá ele educou Llew Llaw Gyffes, até que o garoto conseguisse montar qualquer cavalo, possuía qualquer habilidade, força e estatura. Então Gwydion percebeu que o garoto se entristecia em meio aos cavalos e as armas. Gwydion chamou-o e disse, “Ah, meu jovem, amanhã sairemos juntos em missão. Fiques, portanto, mais feliz do que estás.” “Ficarei,” disse Llew.Na manhã seguinte, eles levantaram com o raiar do sol. Seguiram sua jornada ao longo da costa, rumo à Bryn Aryen. No topo de Cevn Clydno eles se equiparam com cavalos, e foram em direção ao Castelo de Arianrod. Lá eles alteraram suas formas, e entraram pelo portão com a aparência de dois jovens, sendo a aparência de Gwydion mais séria que a do garoto. “Porteiro,” ele disse, “entre e diga que aqui se encontram bardos de Glamorgan.” O porteiro entrou, e logo voltou dizendo, “Que os Céus lhes tragam boas vindas, disse a senhora Arianrod.”Com grande alegria eles foram recebidos. O salão foi arrumado, e eles foram comer. Após o fim da refeição Arianrod conversou com Gwydion sobre fábulas e histórias. Ora, Gwydion era um excelente contador de histórias. E ao final do banquete, um quarto lhes foi preparado, e eles foram descansar.Antes do raiar do dia Gwydion acordou, e invocou para si as magias e encantamentos. E quando amanheceu, ressoaram pelo território gritos, trompas e ruídos. Quando o dia já era pleno eles ouviram um bater em sua porta, e a voz de Arianrod pedindo que eles abrissem-na. O jovem abriu a porta e Arianrod adentrou o recinto acompanhada de uma jovem. “Ah,, bons homens,” ela disse, “numa situação de perigo nos encontramos.” “Sim, é verdade,” disse Gwydion, “ouvimos trompas e gritos; que pensas que isso significa?” “Bem,” ela disse, “não podemos ver a cor do mar devido ao grande número de barcos que vêm nesta direção com rapidez. Que devemos fazer?” perguntou Arianrod, “A única coisa que podemos fazer é fechar os portões do castelo e defende-lo como pudermos.” “Tens razão,” ela disse, “Que os Céus lhe recompensem. Lhes darei todo o armamento que precisarem.” E então ela trouxe armas, e duas donzelas trouxeram armaduras para os dois homens. “Senhora,” ele disse, “poderias vestir o jovem? Vestir-me-ei com a ajuda das duas donzelas. Já posso ouvir o tumulto dos homens se aproximando.” “Com prazer.” Então Arianrod vestiu a armadura no garoto, e equipou-o com armas. “Terminaste de vestir o jovem” perguntou Gwydion, “Terminei,” respondeu Arianrod, “Também terminei de me vestir,” disse Gwydion. “Tiremos então nosso equipamento, pois não precisamos dele.” “Como disse?” ela perguntou, “o exército já está em volta do castelo!” “Oh, senhora, não há exército algum.” “Oh,” ela respondeu, “e o que causa esse tumulto?” “O tumulto foi causado para que quebrasses a profecia e oferecesses armas para teu filho. Agora ele possui armamentos sem ter que pedir a ti.” “Céus!” exclamou Arianrod, “és um homem maligno. Muitos poderiam ter perdido a vida com o tumulto que causastes neste Cantrev no dia de hoje. Pois agora lanço a este jovem um outro destino.”ela disse, “Ele jamais terá uma esposa da raça que habita esta terra.” “Muito bem,” ele disse, “sempre fostes uma mulher maliciosa, e portanto ninguém há de ficar do teu lado. Uma esposa ele terá de qualquer maneira.”Então eles foram até Math, o filho de Mathonwy, e se queixaram sobre o caso de Arianrod. Gwydion explicou a Math como haviam conseguido as armas para o jovem. “Bem,” disse Math,” tentaremos, através de feitiços e ilusões, criar uma esposa para ele através das flores. Ele tem agora a estatura de um homem, e é o jovem mais belo que já vi.” Ele então colheram as flores do carvalho, da giesta e a flor “véu-de-noiva”, e criaram uma donzela, a mais bela e graciosa que algum homem já vira. Deram-lhe o nome de Blodeuwedd.Após Blodeuwedd se tornar noiva de Llew, houve um banquete, e Gwydion disse,” Não é fácil para um homem se manter sem posses.” “Tens razão” disse Math, “darei ao jovem o melhor Cantrev que possuo.” “Senhor,” disse ele, “que Cantrev é esse?” “O Cantrev de Dinodig,” repondeu. Nos dias de hoje o lugar é chamado de Eivionydd e Ardudwy. Neste Cantrev, eles viveram no palácio chamado Mur y Castell, nos confins de Ardudwy. Lá, Llew viveu e reinou, e ele e sua amada foram queridos por todo o povo.Um dia Llew foi até Caer Dathyl visitar Math, o filho de Mathonwy. E nesse dia Blodeuwedd foi dar um passeio pelo pátio, quando ouviu o som de uma corneta, e avistou um veado sendo perseguido por cães e caçadores. Blodeuwedd mandou um jovem descobrir quem era o dono de tal hoste, e descobriu que era Gronw Pebyr, o senhor de Penllynn.Gronw Pebyr perseguiu o veado até o rio Cynvael, onde conseguiu pegá-lo. Permaneceu lá até a noite, tirando o couro da caça, e com o chegar da noite ele se dirigiu ao portão da Corte. Blodeuwedd disse, “Este Chefe irá falar mal de nossa Corte se o deixarmos no portão sem um convite para entrar.” “Sim, tens razão senhora,” disseram as pessoas, “será apropriado que o convidemos para entrar.”Mensageiros foram até ele, e o convidaram para entrar. Ele aceitou o convite com alegria e entrou no pátio. Blodeuwedd foi até ele prestar as saudações. “Senhora,” disse ele, “que os Céus lhe retribuam essa generosidade.”Após as formalidades eles foram se sentar. Blodeuwedd olhou para ele, e neste momento seu coração se encheu de paixão. Gronw devolveu-lhe o olhar, e neste momento os mesmos pensamentos atingiram-no, e não conseguia esconder que a amava, sendo que teve de confessar tal fato à ela. Blodeuwedd ficou muito contente, e conversaram a noite toda sobre o sentimento que tinha surgido mutuamente em apenas uma noite. E passaram a noite em companhia um do outro.No dia seguinte Gronw disse que deveria partir. Mas Blodeuwedd dise, “Rezo para que não vás no dia de hoje.” Naquela noite ele permaneceu, e perguntou a Blodeuwedd como poderiam ficar juntos. “Só existe um jeito,” ela disse, “deves encontrar uma maneira de fazer com que Llew Llae Gyffes encontre a morte.”No dia seguinte Gronw disse que deveria partir. “Muito bem,” ela disse, “mas não quero que vás no dia de hoje.” “Portanto não irei,” ele disse, “embora, devo dizer que há o perigo do chefe desse palácio retornar,” e Blodeuwedd respondeu “Amanhã permitirei que vás.”No dias seguinte ele disse que iria embora, e Blodeuwedd tentou impedi-lo. “Tenha cuidado,” disse Gronw, “com o que eu disse para ti, e converse bastante com ele, para que flertando consigas encontrar um jeito para sua morte.”Naquela noite Llew Llaw Gyffes retornou à sua casa. Passou um dia todo conversando, em cantorias e banquetes. À noite foi descansar, e tentou conversar com Blodeuwedd, mas não conseguiu tirar-lhe uma palavra sequer. “Que tens?” ele perguntou, “estás bem?” “Eu estava pensando,” ela disse, “em algo que jamais pensaste tu. Pensava em como ficaria triste que morresses antes de mim.” “Que os Céus lhe abençoem pelo carinho,” ele disse, “mas enquanto os Céus não me levarem, não posso ser morto facilmente.” “Pois então, pelos Céus, me diga como poderia acontecer tal coisa. Minha memória é melhor que a sua.” “Pois bem,” ele disse, “Não posso ser morto facilmente, exceto através de uma ferida. A lança deve ser em um formato largo, e deve acontecer durante o sacrifício de domingo.” “Tens certeza?” ela perguntou. “Tenho,” respondeu, “e não posso morrer dentro, ou fora de uma casa. Não posso morrer no lombo de um cavalo, nem a pé.” “E como podes morrer então?” ela perguntou, “A única maneira,” ele disse, “seria preparar um banho para mim ao lado de um rio, colocar um telhado sobre um caldeirão, forrado firmemente com palha e colocando um gamo ao lado do caldeirão. Se eu então colocasse um dos pés nas costas do gamo, e o outro na borda do caldeirão, ao receber um golpe eu morreria.” “Bem,” ela disse, “agradeço ao Céus que seja algo fácil de evitar.” O mais cedo que pôde, Blodeuwedd mandou tal informação para Gronw Pebyr. Gronw se dedicou a forjar a lança, e doze meses depois ela estava pronta. No mesmo dia ele informou o fato à Blodeuwedd.“Senhor,” disse Blodeuwedd a Llew,” estava eu a pensar como seria possível que o que me disseste fosse verdade, pois não vejo como poderias se colocar com um pé na borda de um caldeirão e o outro nas costas de um gamo, e se eu preparasse um banho para ti?” “Pois eu lhe mostro,” disse Llew.Ela foi até Gronw e convenceu-o a ficar escondido na colina que agora é chamada de Bryn Kyvergyr, no banco do rio Cynvael. Ela também mandou trazer todos os gamos que haviam no Cantrev, e trouxe-os para o outro lado do rio, oposto ao Bryn Kyvergyr.No dia seguinte eles foram até o local. “Poderias me mostrar?” ela disse, “Certamente,” Então ele foi até o banho e se untou. “Senhor,” disse ela, “veja os animais que chamaste de gamos.” “Pois bem,” ele disse, “faça com que tragam um deles para cá.” Um gamo foi trazido. Então Llew saiu o banho, vestiu suas calças, e colocou um pé na beira do caldeirão onde banhara-se e o outro nas costas do gamo.Neste momento Gronw ergueu-se da colina Bryn Cyvergyr, se apoiou em um dos joelhos, e atirou o dardo envenenado na lateral do corpo de Llew, de forma que a lança abriu caminho em seu corpo, mas a cabeça permaneceu enfincada. Então Llew assumiu a forma de uma águia, deu um grito assustador e voou para longe. A partir de então Llew jamais foi visto.Assim que Llew foi embora, Gronw e Blodeuwedd se encontraram e foram até o palácio. No dia seguinte Gronw tomou posse de Ardudwy. E logo após conquistá-la, ambos os territórios de Ardudwy e Penllyn ficaram sob seu comando.Tais notícias logo chegaram a Math, o filho de Mathonwy, e muita dor e pesar caiu sobre ele, e principalmente sobre Gwydion. “Senhor,” disse Gwydion, “Jamais descansarei até obter notícias de meu sobrinho.” “Muito bem,” disse Math, “Que os Céus lhe dêem força.” Então Gwydion partiu em viagem, atravessando Gwynned, Powys, até os confins. Ao chegar em Arvon, ele parou na casa de um vassalo, em Maenawr Penardd. Ele desmontou do cavalo, e passou a noite na casa. O dono da casa veio se recolher pela noite junto com seus parentes e o homem que criava os porcos da propriedade. E dono da casa então perguntou para o criador de porcos, “Meu jovem, a porco retornou esta noite?” “Sim retornou,” ele disse, “agora à pouco ele retornou para junto dos outros porcos.” “E para onde haveria de ir uma porca?” perguntou Gwydion, “Bem,” disse o criador de porcos, “todos os dias, quando o chiqueiro é aberto, a porca foge e some, e ninguém sabe para onde ela vai.” “Poderias então,” disse Gwydion, “abrir o chiqueiro estão eu ao teu lado?” “Certamente senhor.” O jovem respondeu.Naquela noite eles descansaram, e com os primeiros raios do dia o criador de porcos acordou Gwydion. Então eles foram em direção ao chiqueiro, e Gwydion permaneceu ao lado do criador. Quando o chiqueiro foi aberto, Gwydion viu uma porca sair correndo com enorme velocidade. Gwydion então começou a segui-la, enquanto ela corria contra o curso de um rio, até chegar a um riacho que agora é chamado de Nant y Llew. Lá ela parou de correr e começou a comer. Gwydion se escondeu sob uma árvore e ficou a observar o que a porca comia, e viu que era carne podre e cheia de vermes. Então Gwydion olhou para o topo de uma árvore e avistou uma águia, e quando a águia agitou seu corpo, vermes e carnes podres cairam dela, e a porca então começou a devorá-los. Nesse momento Gwydion imaginou que a águia deveria ser Llew,e cantou a seguinte Englyn* :
“Carvalho que cresce entre as duas orlas;Escuro é o céu e a colina!Não direi eu que pelas feridas,Se trata de Llew?”Com isso a águia desceu e pousou no centro da árvore. Gwydion então cantou outro Englyn:
“Carvalho que cresce no solo alto,Não é úmido aí?Não foi alagadoPor nove fortes tempestades?Carregas em teus galhosLlew Llaw Gyffes!”Então a águia desceu até o galho mais baixo, e Gwydion cantou o seguinte Englyn:
“Carvalho que cresce abaixo da estepe;Grandioso e majestoso é teu aspecto!Não devo dizer,Que Llew venha para o meu colo?”A águia então desceu e pousou no joelho de Gwydion. Gwydion então tocou-a com sua varinha mágica e ele retornou à sua forma original. E ninguém jamais havia visto uma cena tão triste, pois ele era todo pele e ossos.Gwydion levou-o para Caer Dathyl, e lá foram trazidos os melhores médicos de Gwynedd, e antes do fim do ano ele estava completamente curado.“Senhor,” ele disse para Math, o filho de Mathonwy, “já é outono, devo portanto retribuir o que me foi feito pela pessoa que me causou todo esse sofrimento.” “Tens razão,” disse Math, “ele jamais poderá se manter com posses que são tuas por direito.” “Bem,” disse Llew, “o quanto antes obtiver meus direito, mais satisfeito estarei.”Então eles convocaram os homens de Gwynedd, e foram rumo à Ardudwy. Gwydion foi na frente, em direção a Mur Y Castell. Quando Blodeuwedd ouviu que eles estavam vindo, fugiu para as montalhas com as damas da corte. Elas passaram pelo rio de Cynvael, e foram para um pátio que havia nas montanhas, e de tanto medo que estavam correram sem olhar para trás, e de tão descuidadas caíram num lago.Todas se afogaram, exceto Blodeuwedd. Gwydion encontrou-na e disse, “Não irei matá-la, mas farei algo pior. Transformar-te-ei em um pássaro; pela vergonha que causaste a Llew Llaw Gyffes, nunca mais mostrarás o rosto à luz do dia, por medo dos outros pássaros. Pois será da natureza deles atacá-la, e persegui-la aonde for. E tu não perderás teu nome, pois será sempre chamada de Blodeuwedd.” Ora Blodeuwedd é uma coruja na língua dos dias de hoje, e por tal razão é a coruja mais odiada pelos outros pássaros.Então Gronw Pebyr se retirou de Penllyn, e enviou mensageiros. OS mensageiros perguntaram a Llew se ele tomaria terras, domínios, ouro ou prata pela ferida que recebera. “Não tomarei nada disso, pelos Céus,” ele dissem “tais coisas seriam as últimas que eu aceitaria dele; ordeno que ele vá até o lugar em que me feriu, e com um lança eu farei-lhe o mesmo. E é apenas isso que aceitarei dele.”E tal recado foi dado a Gronw Pebyr, “Bem,” disse ele, “é necessário que o faça? Meus fiéis guerreiros, meus parentes, e meus irmãos de coração, não nenhum dentre todos vocês que aguentará o golpe em meu lugar? “Não há,” disseram. E por sua recusa a sofrer o golpe no lugar de seu senhor, são até hoje chamados de a terceira tribo desleal. “Bem,” ele dissem “eu irei encontrá-lo.”Então foram até o banco do rio Cynvael, e Gornw se colocou no lugar em que Llew Llaw Gyffes estava quando o atacou, e Llew se colocou no lugar onde Gronw estava. Então Gronw Pebyr disse a Llew, “Como devido às artimanhas de uma mulher eu fiz a ti o que fiz, eu peço-lhe que deixe-me colocar entre o golpe e meu corpo, a placa de madeira que ves no banco do rio.” Pois bem,” disse Llew, “Não lhe negarei isso.” “Ah,” disse Gronw, “que os Céus lhe recompensem.” Então Gronw pegou a placa e colocou-a entre ele e o local em que Gwydion lançaria o dardo.Llew lançou o dardo contra Gronw, e ele atravessou a placa e o corpo de Gronw até suas costas. E assimfoi morto Gronw Pebyr. E até hoje pode-se ver uma placa perfurada no rio cynvael, em Ardudwy. Tal lugar hoje em dia é chamado de Llech Gronw.Pela segunda vez Llew Llaw Gyffes tomou posse das terras, e governou properamente. E a história relata que ele foi senhor de Gwynedd depois de um tempo. E assim termina esta parte do Mabinogi.

Notas:

*Englyn: Tradicional poema curto galês. Utiliza uma métrica quantitativa, envolvendo a contagem de sílabas, e um rígido padrão de rimas e meias rimas. Cada linha contém um padrão repetitivo de consoantes e inflexões chamado de cynghanedd.

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