terça-feira, 25 de agosto de 2009

O SANTO GRAAL XXII - LIVRO (1)


Em artigos anteriores abordamos a história do Santo Graal,
bem como a sua figura como sendo a representada por uma “Taça” ou “Cálice”,
figuras estas defendidas por mais de 50% dos historiadores e escritores que, dia a dia,
nos trazem novas revelações sobre essa famosa “história” ou “lenda”
(dependendo do ângulo que nós abordarmos),
que herdamos dos tempos arturianos, quando a Bretanha estava sob o comando do rei Arthur
e de seus Cavaleiros da Távola Redonda.
Em seguida entramos por um outro ramo,
no qual o Santo Graal é abordado na figura de uma “Pedra”,
que poderá estar associada como uma pedra preciosa ou uma pedra de luz,
dotada de poderes e efeitos surpreendentes.
Em continuação apresentaremos o Santo Graal na figura de um Livro.
Vejamos o que temos a respeito.



O Graal – Livro (primeira parte)




O Graal-taça é tido como um episódio místico e o Graal-pedra como a matéria do conhecimento cristalizado em uma substância.
Já o Graal-livro é a própria tradição primordial, a mensagem escrita.
Em José de Arimatéia, Robert de Boron diz que “Jesus Cristo ensinou a José de Arimatéia as palavras secretas que ninguém pode contar nem escrever sem ter lido o Grande Livro no qual elas estão consignadas, as palavras que são pronunciadas no momento da consagração do Graal”.




O Graal Livro


De fato, em Le Grand Graal, continuação da obra de Boron por um autor anônimo, o Graal é associado - ou realmente é – um livro escrito por Jesus, cuja leitura só poderá entender – ou iluminar – quem está nas graças de Deus.
“As verdades de fé que este contém não podem ser pronunciadas por língua mortal sem que os quatro elementos sejam agitados. Se isso acontecesse realmente, os céus diluviariam, o ar tremeria, a terra afundaria e a água mudaria de cor”.
Ao que tudo indica, o Graal-livro sob esse aspecto tem um terrível poder.
O historiador e escritor Laurence Gardner em seu livro intitulado “A Linhagem do Santo Graal” informa:
“O mais antigo relato escrito de “le Seynt Graal” vem do ano de 717 quando um eremita britânico chamado de Waleran teve uma visão de Jesus e do Graal.
O manuscrito de Waleran foi mencionado por Heliand, um monge francês da abadia de Fromund, por volta de 1200; também por John de Glastonbury em “Crônica sive Antiquitales Glastoniensis Ecclesie”, e mais tarde por Vicent de Beauvais, em sua “Speculum Historiale” de 1604.
Cada um desses textos contam que Jesus deixou um livro nas mãos de Waleran, que começava assim:
“Eis o Livro da Tua Descendência; Aqui começa o livro do Sangréal”.

Perguntamos: será o Graal um livro no qual está contido toda uma sabedoria, toda uma ciência a ser seguida ou pesquisada? Ou será que nesse livro apenas contenha as informações necessárias para a compreensão do que seja realmente o Graal, com as informações necessárias e praticamente indicativas da palavra “Sangréal”? (palavra esta que iremos abordar em um outro artigo).



Moisés e as palavras do Senhor


Se formos a fundo nas nossas pesquisas, iremos verificar que o Senhor deixou com Moisés uma série de ensinamentos, inclusive fala-se na existência de um livro denominado de “Livro da Aliança” que trata de diversos outros aspectos de lei e das ordenanças, o referido livro foi depositado ao lado da “Arca da Aliança” e não no seu interior como foi procedido pelas Taboas contendo os dez mandamentos os quais foram armazenados na própria arca.
Está explicado no Êxodo (capitulo 20-23) que os Dez Mandamentos foram entregues pelo Senhor a Moisés e ao povo no monte Horeb e que eles foram acompanhados por uma série de decretos verbais.
Moisés escreveu todos eles (Êxodo 24:4), lendo-os novamente aos israelitas, fazendo dessas anotações o novo “Livro da Aliança” (24:7).
E Ele disse a Moisés:
“Sobe ao encontro do Senhor, tu, Aarão, Nadab, Abiú e setenta dos anciões de Israel, e prostrar-vos-eis de longe. Moisés aproximar-se-á sozinho do Senhor. Eles não se aproximarão, e o povo não subirá com ele”.
Moisés veio e relatou ao povo todas as palavras do Senhor e todas as normas, e todo o povo respondeu a uma só voz, e disse:
“Poremos em prática todas as palavras que o Senhor pronunciou”.
Moisés escreveu todas as palavras do Senhor.
Levantou-se de manhã cedo e construiu um altar no sopé da montanha, e doze estelas pelas doze tribos de Israel. E enviou os jovens dos filhos de Israel, e ofereceram holocaustos e sacrificaram ao Senhor, novilhos como sacrifícios de comunhão. Moisés tomou metade do sangue e colocou-o em bacias, e metade do sangue espalhou-o sobre o altar. Tomou o “Livro da Aliança” e leu-o na presença do povo, que disse:
“Tudo o que o Senhor disse, nós o faremos e obedeceremos”. Moisés tomou o sangue e aspergiu com ele o povo, dizendo:
“Eis o sangue da aliança que o Senhor concluiu convosco, mediante todas estas palavras” (Ex 24,1-11).
Não se menciona com o que, ou sobre o que, Moisés inscreveu esses decretos (as palavras do Senhor), apenas sabemos que tinham a forma de um “LIVRO” (não uma tábua).
Depois de o livro ter sido lido, o Senhor disse a Moisés:
“Sobe a mim ao monte, e fica lá; dar-te-ei tábuas de pedra e a lei e os mandamentos, que escrevi, para os ensinares” (24:12).
O historiador Dr. Graham Phillips, um grande estudioso sobre o assunto, recentemente aborda o tema focando sua atenção sobre um manuscrito datado de 1330 denominado de “La Folie Perceval”, no seu trabalho considera “O Livro” como uma variante do Graal.
Aguardem a continuação sobre tal palpitante assunto.
O que será realmente o Santo Graal?

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