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domingo, 2 de agosto de 2009

A LENDA DO REI ARTHUR E DOS CAVALEIROS DA TÁVOLA REDONDA - cap. 5

Cap. 5

Fatos e Mitos


Os Anais da Páscoa
A história do Rei Arthur e seus cavaleiros é realmente apaixonante, tanto que no século XII ainda havia derramamento de sangue de bretões e ingleses, sendo que os primeiros lutavam em nome de Arthur. Mas quem foi Arthur? Ele realmente existiu? Se existiu, por que toda sua história está envolta em lendas e sem conteúdo histórico? O mais empolgante é descobrir que Arthur realmente existiu.
Como a Páscoa é uma festa móvel, era necessário fazer cálculos para saber quando cairiam as próximas festas, nos anos seguintes. Essas tabelas de cálculos, existentes em várias abadias, eram chamadas de Tabelas da Páscoa.
Eram organizadas em colunas, sendo que a coluna da mão direita era deixada em branco. Nela eram anotados os eventos de importância relevante. Os itens desta coluna eram chamados de Anais de Páscoa. É comumente aceito que a data do manuscrito que continha os anais é consideravelmente mais velha que os eventos anotados nela; mas os especialistas concordam que, quando novas tabelas de cálculo eram feitas, os principais eventos das tabelas anteriores eram transcritos para as mais novas.


No Museu Britânico há um maço de documentos conhecidos como Historical Miscellany (Coletânea histórica) que contém um conjunto de tabelas de Páscoa.
Em suas colunas de anais ocorrem dois registros: O primeiro tem sua data discutida, já que o copista teria datado os registros a partir do ano em que se iniciaram os anais, que pode ser 499 ou 518 d.C. Está escrito: "Batalha de Badon, na qual Arthur carregou nos ombros a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por três dias e três noites, e os bretões foram vitoriosos".
No segundo registro de 539, lê-se: "Batalha de Camlann, na qual Arthur e Modred morreram. E houve pragas na Bretanha e Irlanda".
O argumento que mais demonstra se tratar de uma evidência histórica é que também Gildas mencionou a Batalha do Monte Badon, cuja ocorrência registrou a mesma data do seu nascimento, descrevendo-a como "a última matança do inimigo, depois do que, durante toda a sua vida, teria sido refreado o avanço saxônico no sudeste e no sudoeste".
Além disso, em uma conhecida história marcada por ausência de nomes próprios, Gildas, apesar de não falar no nome de Arthur, cita o nome da batalha, atribuindo-lhe importância singular.
Os anais dizem que Arthur lutou por três dias e três noites, o que é verossímil, pois Gildas chamou essa batalha de cerco obsessio Badonici.
O fato de Arthur ter carregado a cruz nos ombros explica-se pela possível troca de palavras shield (escudo) por shoulder (ombros).
A localização da colina chamada Badon é controvertida, mas supõe-se que deva estar localizada além de Kent e Essex, na rota do avanço saxônico.
É a partir desta batalha que a penetração anglo-saxônica proveniente do sudeste se interrompe, quando já tinha atingido as fronteiras da planície de Salisbury, em Berkshire e Hampshire, reiniciando somente meio século mais tarde.
Não é sabido se Arthur e seus guerreiros atingiram o topo ou se foram os sitiantes; de qualquer modo o resultado foi o massacre dos saxões.
Essa referência e aquela em que tanto Arthur como Modred morrem na Batalha de Camlann foram os profundos alicerces com os quais se ergueu a elevada e bem estruturada fama de Arthur.

A Historia Brittonum
Em segundo lugar, em importância como documento histórico, é a coleção do monge galês Nênio, da metade do século VIII, onde, segundo ele, agrupou tudo aquilo que havia encontrado nos anais romanos, os escritos dos santos padres e a tradição dos sábios.
Esta coleção faz parte da Historical Miscellanny e é conhecida como Historia Brittonum (História dos Bretões).
Começa com a recapitulação de outros trabalhos, inclusive o cálculo das seis era do mundo, iniciando com o Dilúvio; a seguir vem o que é chamado de seção independente, informações das quais Nênio foi a única fonte. Relata a carreira de Vortigern e o estímulo dado aos saxões.
Nênio conta a história da descoberta, feita por Vortigern, de um menino clarividente, chamado Ambrosius, cuja mãe confessa ter sido ele gerado por um íncubo.
Esse menino diz que o castelo que Vortigern se esforça tanto para construir não ficará em pé e avisa-lhe para drenar o poço que ele encontrará debaixo de suas fundações. Assim que for esvaziado, nele se descobrirão dois dragões: um vermelho e outro branco, que lutarão entre si.
O branco vence o vermelho e o menino diz que a luta prediz a vitória saxônica sobre os bretões. Depois dessa fábula vem uma passagem que, apesar de ter sido escrito muito tempo depois, será tão preciosa quanto os registros dos Anais da Páscoa.
Inicia indicando uma data: "Depois da morte de Hengist, seu filho Octha, proveniente do norte da Bretanha, fixa-se em Kent, de onde inicia a dinastia dos reis de Kent".
A ascensão de Octha, sob o nome de Aesc, ocorreu em 488, de acordo com a Crônica Anglo-Saxônica.
Nênio continua: "Então, naqueles dias, Arthur lutou contra eles junto com os reis bretões, tendo sido o líder das batalhas".
Isto mostra que, após a retirada dos romanos, muitos reis, soberanos de pequenos reinos britânicos, uniram-se contra os saxões, sendo Arthur comandante geral das tropas combinadas. Não foi somente Nênio que afirmou que Arthur não foi um rei propriamente dito; em outro capítulo do livro The Marvels of Britain (As maravilhas da Bretanha), ele o chama de um simples soldado, ou miles; Nênio fala ainda de Cabal, o cachorro, e do túmulo de Anwr, filho de Arthur, o soldado.
A próxima passagem é rápida e misteriosa; é uma lista das doze batalhas onde Arthur lutou, das quais apenas duas são passíveis de identificação.
Nênio diz que a primeira batalha ocorreu no rio Glen, que pode ser tanto em Northumberland como em Lincolnshire.
A segunda, a terceira, a quarta e a quinta batalhas aconteceram no rio Dubglas, in regio Linnus, o que pode significar Lindsey, em Lincolnshire.
A sexta foi em Bassas, nome que não foi traduzido.
A sétima foi a Batalha de Caledonian Wood, que se acredita ser uma floresta em Strathclyde.
A oitava foi na Tor Guinnion, lugar que não foi identificado geograficamente, mas é assinalado pela narração de que ali Arthur teria carregado nos ombros a imagem da Virgem Maria, por cuja virtude e pela de Jesus Cristo, os pagãos teriam sidos expulsos.
A nona ocorreu na cidade de Legion, nome romano de Chester.
A décima foi na praia de Tribuit; a décima primeira, na montanha de Agned; e a décima segunda no monte Badon, e foi aí que Nênio disse que tinham caído novecentos e sessenta em um violento ataque desfechado por Arthur.
Apesar de não ser possível delinear com exatidão onde ocorreram, parece que as batalhas ocorreram em uma área ampla, que ia de Strathclyde, no noroeste oriental, talvez até Northumberland ou, mais para o sul, até Lincolnshire; de Chester no oeste até algum lugar no sudoeste, onde o combate do monte Badon culminaria com uma vitória definitiva, estabelecendo, por fim, cinqüenta anos de paz.

O Reino de Camelot
Lenda e Arqueologia
Camelot seria o reino onde Arthur estabelecera sua corte, mas onde ficava Camelot e de onde teria surgido este nome?
Supõe-se que o nome Camelot, referindo-se à suposta capital de Arthur, tenha sido dado pela primeira vez, no século XII, pelo romancista francês Chrétien de Troyes.
Não há nenhuma garantia histórica sobre a existência de tal capital e essa idéia só entra na história depois que o general Arthur se transformou mitologicamente na figura do rei. Acredita-se que Camelot seja uma corruptela francesa para camalodunum, nome romano de Colchester.
Em 1542, um antiquario chamdo John Leland visitou a colina de Cadbury, em Somerset, que os habitantes chamavam de Palácio de Arthur, e ficou realmente convencido de que lá ficava a Camelot de Arthur, o que levou a chamá-la de Camelot e interpretar erroneamente o nome da vila vizinha de Queen's Camel, dizendo que originalmente poderia ter-se chamado Queen's Camellat.
Essa associação infeliz ocultou as prentenções de cadbury ser a verdadeira fortaleza de Arthur. Cadbury, próxima a Glastonbury, é um monte de 75 metros de altura cujo topo se estende por 8 hectares.
O monte é cercado por quatro elevações, uma acima da outra, remanescentes de antigas obras de defesa.
Em 1960, provou-se que o local foi habitado entre 500 e 400 a.C.; que os romanos a encontraram ocupada, massacraram alguns de seus habitantes e removeram o restante para o nível do solo; e que mais tarde desmantelaram o forte e aplainaram o topo da colina.
Outro estágio das escavações arqueológicas revelou que a colina havia sido refortificada em 470 d.C., fato provado pela presença, nos muros e pilares, de fragmentos de cerâmica do estilo Tintagel do século V.
Os locais foram sugeridos para a capital de Arthur, como Caerlon-on-Usk, no País de Gales, mostrado nos textos de Godofredo de Monmouth.
O patrono de Willian Caxton, que editou a versào de Malory da lenda de Arthur, afirmava que existia uma cidade de Camelot, no País de Gales, que parecem ser os remanescentes romanos de Caerleon.
Já Malory identificava Camelot como sendo a atual Winchester.
No entanto, parece que as maiores evidências são para a Colina de Cadbury como a fortaleza de Arthur, já que esta servia perfeitamente como quartel-general para alguém que estivesse lutando no sudoeste da Inglaterra, em uma batalha travada no perímetro da planície de Salisbury.

Arthur, por Malory

A Lenda Imortalizada
Foi através do romance de Sir Thomas Malory que a lenda do rei Arthur se cristalizou e tomou a forma que conhecemos hoje.
Malory, segundo pesquisas recentes, fora acusado de uma série de crimes: emboscada, roubo, estupro, roubo de gado e chantagem para extorsão de dinheiro.
Às vezes estes crimes foram atenuados, outras tantas vezes negados, mas, se tudo tivesse sido provado, Malory não seria nem o primeiro nem o único escritor cuja conduta teria sido altamente anti-social.
Diz-se que Malory foi um cavaleiro de York que serviu, quando jovem, a Richard Beauchamp, conde de Warwick, e que por algum delito, real ou suposto, foi preso pouco antes de 1462.
Acredita-se ainda que, naquele ano, acompanhou Warwick em uma expedição contra o exército que Margarida de Anjou recrutara na Escócia e trouxera à Inglaterra, fazendo pilhagens pelo caminho.
Quando Warwick virou a casaca e se aliou a Lancaster, lutando contra o exército de Eduardo IV em Barnet, acredita-se que Malory mudou de lado também.
Isto, se verdadeiro, explicaria porque, quando Eduardo IV, em 1468, expediu dois indultos a cavaleiros que lutaram com Lancaster, Malory não foi incluído.
Malory esteve na prisão provavelmente em 1468 e acredita-se que tenha morrido neste local, pois foi enterrado na Igreja dos Franciscanos, ao lado da prisão de Newgate.
Também é provável que tenha terminado o livro na prisão, pois no final da sua última obra escreve: "Rogo a todos vocês, damas e cavalheiros, que leiam este livro sobre Arthur e seus cavaleiros, do começo ao fim, e que rezem por mim enquanto estiver vivo. Que Deus me dê redenção e, rogo-lhes, rezem por minha alma quando eu já estiver morrido".
Apesar de aborrecida, a prisão de Malory permitiu-lhe escrever um dos maiores trabalhos sobre Arthur na língua inglesa.
Uma ampla coletânea de diversas fontes - parte tradução, parte adaptação -, que incluem versões metrificadas da história arthuriana: Morte Arthur (Morte de Arthur), de Thornton, Arthour and Merlin (Arthur e Merlin) e a versão em estrofes de Le Morte Artu (A Morte de Arthur); mas a principal fonte foram as cinco histórias, imensamente longas, do Ciclo Popular Francês (ou Ciclo Bretão).
Outras partes do trabalho do qual nenhum original foi encontrado são consideradas de sua autoria. Como conseguiu acesso a uma biblioteca para fazer suas pesquisas é um mistério. Confrontando-se o original de Malory com a forma conhecida, pode-se notar uma grande diferença estrutural. Isto revela o quanto o impressor mexeu na obra.
William Caxton, que começou a vida como vendedor de tecidos, fundou, em 1474, a primeira editora inglesa. Foi ele quem editou a obra de Malory, Morte d'Arthur, por causa da persuasão de vários nobres e cavalheiros que, segundo ele, perguntavam porque ele não imprimia a história do famoso rei Arthur.
Após Caxton fazer a sua versão, cujo manuscrito desapareceu, nenhum exemplar do texto de Malory foi encontrado, apesar de parecer que tinham sido feitos vários exemplares deste trabalho. Somente após a descoberta de um exemplar do texto de Malory na Fellows' Libary, no Winchester College, em 1934, pôde-se demonstrar o quanto Caxton mexeu na obra original de Malory.
Caxton disse que havia dividido o seu trabalho em vinte e um livros, cada qual divididos em capítulos. E fez mais: disfarçou o fato de que Malory havia escrito oito contos separados e independentes; alterou a ordem na qual Malory os tinha articulado e omitiu todos os finais escritos por Malory, exceto o últimos, com finalidade de fazer com que o livro parecesse não uma coleção de histórias, mas um todo homogêneo.

2 comentários:

  1. MUITO CHATO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. Poodia ser muito meelhoor eo precisava de todoos os capítuloos ok ve se melhoraa e eeo voltoo akÊ
    Ass:Boneekinh@

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