sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O SANTO GRAAL I


Após termos dissertado tanto sobre o Rei Arthur, impossível se torna deixarmos de falar sobre o Santo Graal, quando este está intimamente ligado a Athur, pois ele está presente nas Lendas Arthurianas, como sendo o objetivo primordial da busca dos Cavaleiros da Távola Redonda, tido como único objeto com capacidade para devolver a paz ao seu reino.

Com o lançamento de um dos livros mais polêmicos do momento, “O Código Da Vinci”, que é um livro de ficção escrito por Dan Browne que tornou-se um verdadeiro “best-seller”, na sua esteira, apareceram uma diversidade de livros contestando ou apoiando o que nele está escrito, bem como outros sobre temas correlatos.
O assunto encontra-se tão debatido que deverá sair dentre em breve um filme com base no que nele está escrito.
Sua leitura é apaixonante nos levando a meditar sobre acontecimentos envolvendo a história do Cristianismo.
Dentre os assuntos tratados no mesmo, não podemos deixar de mencionar a história do “Santo Graal”, milhares de livro foram e serão escritos sobre o tema, pois o assunto além de exercer a séculos um enorme fascínio, deixa a antever os meandros de uma procura por algo que não só a mitologia e o ocultismo não sabem dizer do que se trata, como também onde procurar.
No cinema encontramos transformando em sucesso de bilheteria uma série de filmes sobre o mesmo, como: “Indiana Jones III e a Ultima Cruzada”, um outro com o humor irreverente de “Monty Python e o Cálice Sagrado”, temos ainda “O Pescador de Ilusões”, a “Arca Sagrada da Aliança” e muitos outros, inclusive o de Dan Brown que cedeu seus direitos para a execução de um filme baseado no seu romance sob a direção de Ron Howard, tendo como ator principal Tom Hanks.
Perguntamos: o que será “O Santo Graal”, um mito, uma lenda ou uma realidade? Sabemos que o nome Graal encontra-se intimamente ligado à história do Rei Arthur e de seus cavaleiros da Távola Redonda, bem como a história da Igreja Católica, pois, segundo consta, o Graal seria o Cálice Sagrado em que Jesus teria bebido o vinho em sua última ceia com os seus Apóstolos antes da crucificação, outros informam que o mesmo seria o prato utilizado para cortar o pão nesse mesmo evento. Ele teria realmente existido? Resistiu ao tempo? Quem eram seus guardiões?
A palavra Graal significa vaso, cálice ou taça grande. Na sua origem, porém, Graal é uma palavra derivada do francês antigo que significa prato ou bandeja de grandes dimensões. A etimologia da palavra Graal é uma tanto duvidosa, mas costuma-se considerá-la como oriunda do latim gradalis em francês arcaico que vem a significar – cálice, bandeja funda ou alguidar, recipiente, pote de barro, ou metal na Catalunha, definições outras também encontramos, como sendo uma travessa, cornucópia, chifre da abundância, caldeirão e também como uma pedra ou um livro.
Na maioria dos países católicos, a figura do Graal é tida comumente como a da taça que serviu para Jesus distribuir o vinho entre os seus Apóstolos durante a última ceia, e na qual José de Arimatéia teria recolhido o sangue de Jesus crucificado proveniente da ferida no flanco provocada pela lança do centurião romano Longino. (“Chegando, porém a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados traspassou-lhe o lado com uma lança e logo saiu sangue e água”. – João 19:33-34).
A lenda do Santo Graal encontra-se praticamente ligada a todas as literaturas da Europa Ocidental, sobretudo da Inglaterra, França e Alemanha. A Igreja Católica não dá ao cálice mais do que um valor simbólico e acredita que o Graal não passa de uma literatura medieval, apesar de reconhecer que algumas personagens possam realmente ter existido.
É provável que as origens pagãs do cálice tenham causado descontentamento à Igreja. Em os “Mistérios do Rei Arthur”, a escritora Elizabeth Jenkins, ressalta que “no mundo do romance, a história era acrescida de vida e de significado emocional, mas a Igreja, apesar do encorajamento que dava às outras histórias de milagres, a esta não deu nenhum apoio, embora esta lenda seja a mais surpreendente do ponto de vista pictórico. Nas representações de José de Arimatéia em vitrais de Igrejas, ele aparece segurando não um cálice, mas dois frascos galheteiros”.
A primeira referência literária sobre o Graal, está revelada no “O Conto do Graal”, (Le Del de Conte Graal) do francês Chrétien de Troyes, escrito em 1128, onde aparece a história de Persifal e que gerou uma série interminável de canções, livros e filmes sobre o Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda. Tratava-se de um poema inacabado de nove mil versos que relata a busca do Graal da qual Arthur nunca participou diretamente, e que acaba suspensa. Chrétien nunca terminou sua história, aconteceram muitas continuações da mesma, na qual observamos uma variação muito grande, não só embelezando-a como acrescentando invenções a critério dos seus autores.
Sabe-se que Arthur e os seus cavaleiros eram personagens populares na época e as histórias a partir da Bretanha de língua céltica e de Gales, tinham-se espalhado por outros países. Acredita-se que Chrétien apossando-se das lendas conhecidas, deu-lhe um cunho pessoal, tendo por mérito, conseguir guardar e transmitir para a posterioridade a referida lenda.
Voltando um pouco no tempo, vamos encontrar referências à Lenda do Graal quando se refere a um tradicional Caldeirão Celta, no qual os Druidas misturavam suas poções e ervas misteriosas que curavam e restabeleciam as forças e que talvez, seja o ancestral da nossa medicina naturalista. Esta lenda teria sido absorvida pelos Cristãos, com a conversão dos Celtas à Igreja Romana. Temos também noticias de que o Graal servia como codinome a antiga Ordem do Sangréal ou Seita Secreta descendente dos ensinamentos secretos de Cristo, não divulgados nas Escrituras e da qual, José de Arimatéia fazia parte ou era seu dirigente. Essa Ordem era aliada a Ordem Européia do Reino do Sion, também conhecida como Priorado do Sion e os cavaleiros de ambas eram adeptos do Sangréal, que define o verdadeiro Sangue Real de Judá, ou seja, a linhagem do Santo Graal.
Se formos mais a fundo podemos também dizer que o Graal não é um objeto físico de qualquer tipo, mas é uma linha de sangue ou até mesmo um ideal espiritual apresentado em metáfora.
Como dissemos inicialmente, o assunto é fascinante, despertando a nossa imaginação e criação, pois promete mistério, segredo, aventura e um prêmio ou conhecimento disponível para todos mesmo que só algum o ache.
Tentaremos para conhecimento dos nossos leitores, trazer em uma série de capítulos, a história dessa fascinante lenda: “O Santo Graal”.
Não é nosso pensamento aqui, através desses capítulos, esgotarmos o assunto sobre o mito ou a lenda do O Santo Graal, pois o mesmo é por si só inesgotável, haja vista que já se passam mais de 800 anos da primeira referência literária sobre o assunto e ele se mantém com a sua chama acessa, causando polêmicas, controvérsias e muitas vezes incompreensões entre os diversos lados debatedores.
Não podemos e não devemos de uma maneira precipitada, darmos início aos nossos trabalhos sem que colocássemos os nossos leitores a par de certos conceitos que julgamos importante para a boa compreensão de tão polemico e controvertido assunto, O Santo Graal.

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