segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O SANTO GRAAL XXVIII - A CABEÇA DE DEUS


Nos números anteriores, escrevemos sobre o Santo Graal
representando diversas formas materiais.
Nos enveredamos pelo caminho do um Graal Cientifico ou Filosófico
e em seguida entramos em uma representação polêmica,
quando o abordamos não como o Graal material, mas como um Graal linhagem,
um Graal Sangue, um Graal representando a perpetuação da continuidade da família de Jesus.
Nesse artigo iremos abordar uma outra representação do Graal,
também polêmica, pois é nada mais do que sob a forma da Cabeça de Jesus
embalsamada ou o seu crânio.
Vejamos.






O Graal – A Cabeça de Deus




Esse é um assunto bastante polêmico. No entanto, essa mesma hipótese é encontrada em dois livros de escritores britânicos, “The Holy Blood and the Holy Grail” (O Sangue Sagrado e o Santo Graal), de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln (1982), e “The Head of God” (A Cabeça de Deus), de Keith Laidler (1998); o ritmo lento de recrutamento nos primeiros anos da Ordem dos Templários é explicado pela necessidade de restringir essa busca do tesouro enterrado aos poucos iniciados.
“A evidente falta de atividade dos templários nos seus anos de estruturação”, escreveu Laidler, “parece ter sido devida a alguma forma de projeto secreto sob o Templo de Salomão ou nas suas proximidades, uma operação que não poderia ser relevada a ninguém, a não ser a alguns nobres de alta categoria”. (366).




Maria Madalena com o crânio de Jesus



Para esse escritor, não há dúvida de que algo extraordinário foi encontrado.
Será que foi, pergunta Michel Lamy, a Arca da Aliança? Um meio de se comunicar com forças externas: deuses, elementares, Gênios, extraterrestres ou outras coisas? Um segredo sobre o uso sagrado e poder-se-ia dizer da magia da arquitetura? A chave de um mistério relacionado com a vida de Cristo e sua mensagem? O Graal? O meio de reconhecer os lugares onde a comunicação com o céu assim como com o inferno é facilitada sob o risco de libertar Satã ou Lúcifer.





Madalena Arrependida - Guiovanni Gioseffo dal Sole (1654-1719)



Não, afirma Laidler: o que eles encontraram foi nada menos do que a cabeça embalsamada de Cristo.
Esta era a cabeça conhecida como Baphomet e que supostamente era adorada em segredo pelos Templários.
Se não foi encontrada sob o Templo por Hugo de Payns, então pode ter sido levada para a França por Maria Madalena, onde entrou para a posse dos cátaros e foi conservada na sua fortaleza de Montségur.
Quando ela estava quase se rendendo aos cruzados, três parfaits fugiram com o tesouro.
“Mas qual era esse tesouro dos cátaros? Quanto ouro e prata poderiam três parfaits carregar? Não poderiam ter sido dinheiro (...). Tinha de ser outra coisa, algo que tivesse sido essencial para o ritual que aconteceu no equinócio da primavera, no dia anterior à capitulação do castelo” – em outras palavras, a cabeça de Cristo. E para onde os cátaros fugitivos poderiam tê-la levados senão para o “único lugar na França que estava além do alcance do rei, uma organização que para todos os efeitos era autônoma e partilhava essencialmente a mesma visão do mundo gnóstico dos cátaros: a Ordem do Templo?” (367).
Assim, quando Gérard de Villiers evadiu-se do Templo de Paris em 1307, levou consigo essa relíquia a mais importante de todas.
A esquadra de galeras pertencente aos Templários que zarpou do porto de La Rochelle se dividiu, metade rumaram para o sul, para Portugal, onde mais tarde foi absorvida pela Ordem de Cristo do rei Diniz, a outra metade navegando rumo ao norte, para a Escócia, onde lançou ancoras no estuário do Forth. Ao sul de Edimburgo estava o castelo de Rosslyn, de propriedade dos Saint-Clairs, uma família com longos vínculos com os Templários, onde a capela era “um Templo de Salomão diferente”. Foi aí, sob um dos pilares, que os Templários fugitivos colocaram “a Cabeça de Deus”.
No entanto surge uma duvida; se a mesma estava na fortaleza de Montségur, como puderam os Templários ter removido e levado para a Capela de Rosslyn?
No livro “Os Templários e o Graal” de Karen Ralls, existe uma referência a uma certa “cabeça estilizada de Cristo” quando nos informa:
"Essa imagem aparece na escultura do Véu de Verônica, antes discutida. Inúmeros boatos nos tempos medievais sugerem que os Templários possuíam um pano com a cabeça de Cristo Impressa nele – talvez o Sudário ou o Véu de Verônica. Alguns historiadores questionam se esta seria a suposta cabeça chamada Baphomet que os inquisidores, durante os julgamentos, acusaram os Templários de adorarem. Alguns pesquisadores afirmam que a escultura do Véu de Verônica, em Rosslyn, “representa a verdadeira heresia dos Templários”.
O historiador Andrew Sinclair, em “The Discovery of the Grail (A descoberta do Graal), comenta:
“Os dois ‘Graais’ dos Templários – as caixas do Santo Sudário e o Santo Véu de Constantinopla – podem ter alcançado as criptas de Rosslyn com a fuga dos cavaleiros franceses para a Escócia com seus tesouros e seus registros”.
A realidade é que existem várias pinturas realizadas por pintores famosos, nas quais representam a figura de Maria Madalena portando em seu colo ou braços, uma cabeça que muitas afirmam ser a de Jesus, seu esposo.
Para uma maior compreensão dos nossos amigos sobre o assunto, no próximo artigo abordaremos o tema referente à Fortaleza de Montségur.

domingo, 30 de agosto de 2009

O SANTO GRAAL XXVII - O GRALL SANGUE (3)


Não poderíamos encerrar esse assunto
(O Santo Graal representando uma participação consangüínea de Jesus),
sem trazermos ao conhecimento de todos,
algumas palavras sobre a pessoa de Maria Madalena e o que dela se escreve.

O Graal Sangue – (terceira parte - final)

Quem era Maria Madalena?
A Igreja Latina costumava celebrar juntas na sua liturgia as três mulheres das quais fala o Evangelho, e que a liturgia grega comemora separadamente;
- Maria de Betânia, irmã de Lazaro e de Marta;
- Maria a denominada de pecadora “a quem muito foi perdoada porque muito amou”;
- e Maria Madalena ou Maria de Magdala, a possessa curada por Jesus, que o seguiu e assistiu com as outras mulheres até a sua crucificação.
Ela também teve o privilégio de vê-lo ressuscitado.
Nosso primeiro passo será estabelecer a identidade da “outra Maria”, encontrada nos quatro Evangelhos.
Existem fortes indícios de que Maria Madalena pode ser identificada como Maria de Betânia, a irmã de Marta e Lázaro, mencionada nos Evangelhos de Lucas e João. Essa amável Maria sentava-se aos pés de Jesus, enquanto sua irmã, Marta, servia os convidados (Lucas 10:38-42); depois, ungiu Jesus com bálsamo de nardo (João 11:2, 12:3).



Maria Madalena em uma pintura de Caravaggio – 1596



Referências bíblicas a Maria Madalena incluem informações de que ela era uma das mulheres que acompanharam Jesus depois que ele a curou da possessão de sete demônios (Lucas 8:2, Marcos 16:9).

Também é apontada como uma das mulheres aos pés da cruz (Marcos 15:40, Mateus 27:56, João 19:25) e uma das que chegaram à tumba às primeiras luzes da manhã da Páscoa (Marcos 16:1, Mateus 28:1, Lucas 24:10, João 20:1-3).
O Evangelho de João afirma que ela foi sozinha ao sepulcro e encontrou Jesus, acreditando, primeiramente, que ele era o jardineiro. Chegou a abrir os braços para abraçá-lo quando o reconheceu, chamando-o de “rabboni”, uma forma afetuosa da palavra “rabino”, “mestre”. Obviamente, essa Maria chamada “a Madalena” era uma amiga e companheira bastante íntima de Jesus.
A Igreja ocidental tem uma antiga e forte tradição que apóia a idéia de que só havia uma amiga querida de Jesus chamada Maria.
A bíblia Canção de Salomão interpreta com freqüência na tradição judaico-cristã como uma alegoria do amor de Deus por seu povo, era muito popular entre os cristãos durante a Idade Média, São Bernardo de Claraval (1090-1153), em seus sermões sobre o Cântico dos Cânticos, comparou a noiva da canção, simbolicamente, como a Igreja e com a alma de cada um dos que crêem.
O protótipo que ele selecionou para ilustrar essa “Noiva” de Cristo era Maria, a irmã de Lázaro, que se sentou aos pés de Jesus, absorvendo seus ensinamentos (Lucas 10:39-42) e que, mais tarde, ungiu os pés dele com nardo e secou-os com o próprio cabelo (João 11:2, 12:3). Mas São Bernardo também disse repetidas vezes em seus sermões que era possível que essa Maria de Betânia fosse a mesma Maria Madalena, assim como pela opinião de São Gregório Magno que viu indicada em todas as passagens do Evangelho uma única e mesma pessoa.
Novecentos anos antes de São Bernardo, em Alexandria, um teólogo cristão chamado Orígenes (aproximadamente 185-254 d.C.) identificou Maria Madalena especificamente como a Noiva do Cântico dos Cânticos. Essa associação foi amplamente aceita e louvada na Idade Média.




Maria Madalena na Casa de Simão, o FariseuPhilippe de Campaigne – 1656



O Evangelho de João identifica com clareza a mulher que ungiu Jesus com o precioso bálsamo como a irmã de Lázaro (João 11:2), e a tradição francesa chama Madalena de “a irmã de Lázaro”. A Igreja Católica Romana nem sequer tem uma data dedicada a essa Maria de Betânia, embora os dias de Marta e de Lázaro sejam celebrados no calendário anglicano. Seria de esperar que a Igreja honrasse essa “irmã favorita”, dedicando-lhe uma festividade, como faz com os outros amigos de Jesus. Entretanto, existe um dia em que se homenageia Santa Maria Madalena – 22 de Julho -, exatamente uma semana antes do de Santa Marta.

É mesmo natural e correto que o dia da mais importante das irmãs-santas seja celebrado em primeiro lugar.

As festas dedicadas a Santa Maria Madalena, ficam restritas as comunidades paroquiais na qual têm o seu nome como Padroeira.
No século VI, o Papa Gregório I estabeleceu que Maria Madalena e Maria de Betânia eram a mesma pessoa e o escritor Laurence Gardner em seu livro “A Linhagem do Santo Graal”, assim se expressa:
“Para sermos precisos, ela jamais é chamada de Maria de Betânia na Bíblia. Ela e Marta são apenas chamadas de “irmãs” na casa de Lázaro de Betânia. O titulo completo de Maria era irmã Miriam Madala ou, como é mais conhecida Maria Madalena. Gregório I, Bispo de Roma (590-604), e São Bernardo, o abade cisterciense de Clairvaux (1090-1153), confirmam que Maria de Betânia era Maria Madalena”.
Ainda com referência ao assunto dos nomes, também devemos analisar o nome de Madalena que, às vezes, é escrito como Magdalena e tem variantes européias como Magdalene, Maddalena, Madeleine e Magdalen.

Geralmente há uma sugestão de que o nome Magdalena deriva de um lugar chamado Magdala, e eles realmente têm a mesma raiz em migdal, que significa “torre”.

Mas esse fato não é suficiente para determinar que Maria tenha vindo de Magdala. Sabemos apenas que ela se uniu à pregação de Jesus na Galiléia (ou seja, a região norte da atual Haifa).
Maria Madalena era uma mulher de posição, instruída e descendente de uma família real. Vejamos o que nos diz o escritor Laurence Gardner em seu livro intitulado “O Legado de Maria Madalena”.
“Segundo Jacopo (1229-1298), o pai de Maria Madalena chamava-se Syro (ou Syrus). Como Syro, o Jairo, ele era o sacerdote chefe (subordinado ao sumo sacerdote de Jerusalém), e Maria faz sua primeira aparição bíblica como a filha de Jairo, que Jesus fez se levantar da morte em Mateus 9:18-25. Essa forma iniciatória de elevação da “morte” (trevas) figurativa para o nível da “vida” (luz) em comunidade foi parte de um processo de instrução chamado “o caminho”, realizado aos 12 anos. Na seqüência da filha de Jairo, Marcos 5:42 confirma o fato, declarando: “Imediatamente a menina se levantou e pôs-se a andar, pois tinha 12 anos. E logo foram tomados de grande espanto”.
“Jacopo depois explica que Syro era um nobre sírio, cuja esposa Eucharia (mãe de Maria) era da família real. Ele também afirma que Madalena “nasceu de uma linhagem nobre e que seus pais eram descendentes da linhagem dos reis”. Em um manuscrito bem mais antigo do arcebispo Rábano Mauro, Eucharia é descrita mais detalhadamente como descendente da Casa Real de Israel, que não era a Casa Davídica da Judéia, mas da sacerdotal Casa Hasmoneana dos Macabeus, que reinaram em Jerusalém de 166 a.C. até a ocupação romana de 63 a.C. sob o general Pompeu”.
A obra de Jacopo di Voragine, intitulada “La Légende de Sainte Marie Madalene”, contém sua grande compilação, a famosa “Légenda Áurea (Lenda Dourada).



Maria Madalena e os anjos (Guercino, 1622)



Todo ano, de 23 a 25 de maio, realiza-se um festival na cidade de Les-Saints-Marie-de-la-Mer, na França, no santuário dedicado a Santa Sara, a egípcia, também chamada de Sara Kali, a “Rainha Negra”. As pesquisas revelaram que esse festival, cuja origem remonta à Idade Média, homenageia uma criança “egípcia” que acompanhava Maria Madalena, Marta e Lázaro quando de sua chegada à região, num pequeno barco, por volta do ano 42 d.C.

Parece que se difundiu entre os habitantes locais a suposição de que a criança, por ser “egípcia”, tinha a pele escura. Como não se encontrou nenhuma outra explicação razoável para a sua presença, deduziu-se, posteriormente que ela devia ter vindo da Betânia como serva da família.
O nome Sara significa “rainha” ou “princesa” em hebraico. Essa Sara é também caracterizada nas lendas locais como uma “jovem”, não mais que uma criança.

Existe, portanto, num pequeno povoado do litoral da França, um festival anual em homenagem a uma menina de pele escura chamada Sara.

O histórico dessa lenda está no fato de a criança se chamar “princesa”, em hebraico. Uma filha de Jesus nascida depois da fuga de Maria Madalena para Alexandria teria cerca de 12 anos na época da viagem à Gália referida na história.
Ela, como os príncipes da linhagem de Davi, é simbolicamente negra, “não reconhecida nas ruas” (Lamentações 4:8).

Madalena era ela própria o “Sangraal”, no sentido de ter sido o “cálice”, ou receptáculo, que um dia carregara “in útero” a descendência real.

A negritude simbólica da Noiva dos Cânticos e dos príncipes davídicos das Lamentações se estende a essa Maria escondida e a sua filha.

O festival de Sara Kali, a Negra Sara, parece assim acontecer em homenagem a essa mesma criança simbolicamente negra.
O tema da “negritude” da princesa perdida mencionada e sua identidade como Noiva-Irmã negra e filha de Sião, é importante demais para deixar de ser analisado com certa profundidade. Ele está refletido nos santuários da Madona Negra, na Europa, alguns dos quais contêm estatuas extremamente antigas.

Acredita-se que a Nossa Senhora de Rocamadour, uma estátua que fica perto de Toulouse, no coração da região albigense, tenha sito visitada por Carlos Magno no século IX. Feita de cedro, suas mãos e seu rosto foram pintados de preto.

Outras estátuas incluem Nossa Senhora de Valcourt (século X);

Nossa Senhora de Myans, padroeira de Savoy (uma escultura com data anterior ao século XII);

Nossa Senhora de Montserrat (século XII);

Nossa Senhora de LaSarte (século XIII);

e a Nossa Senhora da galeria subterrânea da Catedral de Chartres.

Todas essas representações da Madona Negra parecem anteceder o poder da Inquisição.
Uma segunda estátua popular da Madona Negra está em Chartres. Lembrando da discussão sobre Boaz – a coluna esquerda quebrada do Templo de Salomão em Jerusalém - parece mais do que uma simples coincidência o fato de que essa Madona Negra seja chamada de Nossa Senhora do Pilar.

É claro que a razão óbvia é o fato de ela estar sobre um pilar. Mas alguém poderia ter escolhido esse local especifico para colocá-la.

Seria mais uma referência oculta à outra Maria, a viúva de Jesus?
Uma das Madonas Negras mais famosas é o ícone de Nossa Senhora de Czestochowa, a padroeira da Polônia, a quem o Papa João Paulo II prestava especial devoção.

Credita-se a ela o fato de ter protegido a nação polonesa da destruição causada pelos exércitos de Gustavo Adolfo durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648).

A lenda diz que esse ícone de Nossa Senhora foi levado do Império Bizantino para a Polônia no século X.

Curiosamente, o lado esquerdo do rosto da Madona apresenta um talho. Ela não apenas é negra mas também, está ferida.
Existe, ainda hoje, uma forte adoração a Sara no sul da França, que era especialmente significativa nos primeiros séculos da Era Cristã.

Sara era retratada pelos artistas como tendo a pele escura por isso o apelido Kali (negra), do Sânscrito.

Tornou-se muito adorada pelos ciganos desde então, pois estes são originários da Índia, e seu culto sempre foi proibido e seus devotos perseguidos pela Inquisição.
Um fato curioso é que foi o mesmo papa – João Paulo II - quem consagrou em 4 de julho de 1980 a Basílica de Nossa Aparecida (o maior Santuário Mariano do mundo).

Nossa Senhora da Conceição Aparecida padroeira do Brasil é também uma Santa de cor negra. Em 1978 a sua imagem sofreu um atentado que a reduziu em quase 200 fragmentos.

A mesma foi totalmente reconstruída pela artista plástica Maria Helena Chartuni, na época restauradora do Museu de Artes de São Paulo.
No livro “Segredos Perdidos da Arca Sagrada” de Laurence Gardner, ele se referindo ao assunto sobre Maria Madalena, informa:
A irmã de Jesus, Maria (conhecida como Maria de Tiago ou, mais popularmente, Maria Jacó) acompanhou Maria Madalena à Gália no ano 44, como o detalhado em “Os Atos de Madalena” e no antigo manuscrito “História da Inglaterra” nos arquivos do Vaticano. Santa Maria Jacó foi uma sacerdotisa nazarena, que ficou mais conhecida na Europa como Maria, a Egípcia. Na Inglaterra, seu culto era difundido na época medieval; é retratada como uma sereia ao lado de Maria Madalena em uma janela na Igreja de Santa Maria, em Paris.




Maria Madalena de Pieter Pauwel Rubens – 1618





Mais adiante relata: “São Bernardo e seus Cistercienses fizeram bom uso da restabelecida Academia Judaica em Gellone ao compilar suas traduções dos antigos manuscritos de Jerusalém, após o Concílio de Troyes.
Porém isso causou grande preocupação entre os bispos católicos, que não podiam descobrir nada do que estava acontecendo.
Eles sabiam que Gellone fora, por muito tempo, uma base cultural de Maria Madalena e que os Templários faziam seu juramento a Betânia e à Madalena. Além disso, a catedral de Notre Dame era originalmente dedicada a ela, como “Nossa Dama”. Não obstante, ao sul de Gellone, perto de Narbonne, estava Rennes-le-Château, onde a igreja fora consagrada à Maria Madalena em 1059. Essa Região (oeste e noroeste de Marselha, no Golfe du Lion) era conhecida então como Languedoc – nome derivado do dialeto daquele povo: a “langue d´oc”.
Os bispos estavam convencidos de que, qualquer que fosse a natureza do tesouro secreto dos Templários, ela residia em alguma parte do Languedoc ao sul da França e, assim, em 1209, o papa Inocêncio III decidiu enviar suas tropas.
Um exército papal de cerca de 30 mil soldados entrou na região, sob o comando de Simão de Montfort. Eram enganosamente adornados com a cruz dos Cruzados da Terra Santa, mas seu propósito era absolutamente diferente. Haviam sido mandados para exterminar a herética seita Cátara (Os Puros); o papa e o rei Felipe II da França desconfiavam que eles guardavam o misterioso tesouro e estavam conluiados com os Cavaleiros Templários contra a Igreja de Roma”.
Em alusão ao centro de Languedoc, Albi, a campanha foi chamada da Cruzada Albigense – ao menos é o que se diz. Porém, o nome tem uma implicação muito mais importante.
“Albi” era, na verdade, uma variante da antiga palavra provençal “yilbi” (uma elfa); os catáros referiam-se à sucessão messiânica de Maria Madalena (o “Sangréal”: Santo Graal) como os “Albi-gens”: a linhagem dos elfos.
De todos os cultos religiosos que prosperaram no período medieval, o catarismo era o menos ameaçador (oportunamente falaremos sobre a fortaleza de Montségur, um dos últimos baluartes dos catáros).
Não são poucas as evidências sobre o referido assunto.
Em Vézelay ficava a grande Basílica de Santa Maria Madalena, e São Bernardo de Clairvaux, patrono dos Cavaleiros Templários do século XII, estava bem ciente dessa associação simbólica entre Salomão e Jesus, Abishag e Madalena. Por isso, ele exigia a obediência da Ordem ao castelo de Maria e Marta.
A catedral de Notre Dame dos Templários da França fora originalmente consagrada a Maria Madalena, a Senhora da Luz, a catedral de Notre Dame de Chartes, descreve a unção de Betânia em seus magníficos vitrais de Madalena.
Concluindo, encontramos no Sermão 57 do seu Sermão dos Cânticos, Bernard mencionar Maria Madalena como “Noiva de Cristo”.
Sobre esse tema historiadores já escreveram centenas de livro a respeito, no entanto, o silêncio continua pairando sobre o Vaticano, nem um raio de luz emana dos segredos que a sua biblioteca contém sobre o assunto.

No próximo artigo iremos trazer à luz, um outro assunto ainda mais polêmico.
O Santo Graal – A Cabeça de Deus.

sábado, 29 de agosto de 2009

O SANTO GRAAL XXVI - O GRALL SANGUE (2)

No artigo anterior abordamos o Graal como denominado de “Sangreal” ou “Sangue Real”, expressando o surgimento de uma linhagem real, em virtude de Jesus Cristo ter deixado herdeiros advindo do seu casamento com Maria Madalena.
As referidas informações têm como base o grande número de historiadores e escritores que abordam o assunto sobre essa ótica.
Vamos então dar continuidade ao tema.
O Graal Sangue – (Segunda Parte)
De acordo com o “Diálogo do Salvador”, Maria Madalena foi uma dos três discípulos a receber ensinamentos especiais, e era elogiada acima de Mateus e Tomé.
Dizia-se que “ela falava como mulher que conhecia o Todo”.
Mas, a atenção especial que recebia Maria Madalena, acabou gerando rivalidade entre ela e os outros discípulos.
Em “Pistis Sophia”, há algo a respeito de Pedro irritando-se porque ela dominava a conversa com Jesus. Ela parecia entender tudo o que Cristo falava, enquanto os outros, não tinham tanto alcance.
Pedro em função disso, temia perder sua posição de liderança na nova comunidade religiosa. Ele exige que Jesus a silencie e é imediatamente censurado.
Mais tarde, Maria admite a Jesus que não ousa falar a ele livremente porque, segundo suas palavras:
“Pedro faz-me hesitar; tenho medo dele porque ele odeia a raça feminina”.
Jesus responde que quem quer que o espírito tenha inspirado é divinamente ordenado a falar, seja homem ou mulher.
Nos “Evangelhos Gnósticos”, Maria Madalena é considerada uma mulher capaz, ativa, amorosa, possuindo habilidades de conhecer e falar “o Todo”, o que talvez seja uma referência a mais alta Sabedoria, certa compreensão que o coração recebe e contém.
Maria Madalena possuía a habilidade de saber das coisas inexplicáveis, como sua visão de Cristo. Ela não questionava este seu lado, como os outros. Ela confiava em sua fonte mais íntima. Ela conseguia ver os emissários divinos e transmitir suas mensagens aos humanos. Era como se fosse a mediadora entre o mundo divino e o mundo dos humanos.
Conta-se que Maria Madalena também operava milagres.
Após ela ter visto Jesus ressuscitado, correu para contar aos outros discípulos. No caminho, encontrou Pôncio Pilatos e falou-lhe sobre a maravilhosa novidade, quando de pronto ele disse “Prove-o”.
Naquele mesmo instante, passou ao seu lado uma mulher que carregava uma cesta de ovos, ela tomou um em suas mãos. Quando ergueu diante de Pilatos, o ovo adquiriu uma cor vermelha. Como testemunho desse efeito lendário, na Catedral em Jerusalém que porta seu nome, há uma estátua de Maria Madalena segurando um ovo colorido. Até os dias de hoje os ovos coloridos são utilizados como um elemento simbólico no dia consagrado à Páscoa.
Com base em todas as informações colhidas, começa-se então a suspeitar que o próprio cálice, o sangue real que nele continha, se referia na realidade ao sangue real da dinastia Merovíngia. Um sangue que era considerado sagrado e possuidor de propriedades mágicas e miraculosas.
Talvez isso explique porque os Templários, criados pelo Monastério do Sinai para serem guardiões da linhagem Merovíngia, foram declarados também guardiões do cálice e da família do cálice.
Os romances ligados ao cálice e aos Merovíngios se ligam de forma bastante explícita às origens da Cristandade, a Jesus, a José de Arimatéia e a Madalena.
Nos romances também, os heróis são sempre herdeiros da casa de Davi, sendo identificados como o próprio Jesus. Por outro lado, sabemos que o povo semita escreveu o velho testamento obedecendo rigorosamente às linhagens, a partir de Adão. Teria esse povo esquecido de dar continuidade à genealogia de Abraão, Isaac, Jacó, Salomão e, quando chega em Jesus, eles simplesmente se omitiram?
Mesmo nos dias atuais, teriam se esquecido disso?



Maria Madalena por Tiziano 1530-35




O próprio Jesus anuncia seu advento no final dos tempos e ele obedecia às escrituras e sempre as mencionava.
Vejamos o que nos diz Michael Baient, Richard Leigh e Henry Lincoln em seu livro “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”:
“Talvez Madalena – aquela mulher evasiva dos Evangelhos – fosse na realidade a esposa de Jesus, talvez sua união tenha produzido prole. Após a crucificação, talvez Madalena, com pelo menos um filho, tenha sido levada para a Gália, onde comunidades Judias já existiam e onde, portanto, ela poderia encontrar refúgio. Talvez houvesse, em suma, uma linhagem sanguínea que descendesse diretamente de Jesus, talvez essa linhagem, este supremo “sang real”, tenha sido perpetuado, intacto e incógnito, por algumas centenas de anos – o que não é, na realidade, um tempo muito longo para uma linhagem importante. Talvez tenham havido casamentos dinásticos não só com outras famílias judias, mas também com romanos e visigodos. E talvez, no século V, a linhagem de Jesus tenha se aliado à linhagem real dos francos, engendrando assim a dinastia Merovíngia”.
“Se essa hipótese de trabalho fosse em algum sentido verdadeira, ela serviria para explicar grande número de elementos em nossa investigação. Explicaria a extraordinária posição de Madalena e a importância do culto a ela dedicado durante as Cruzadas. Explicaria a condição sagrada atribuída aos Merovíngios. Explicaria o nascimento legendário de Merovée, filho de dois pais, sendo um deles uma criatura marinha simbólica que, como Jesus, podia ser comparado ao peixe místico. Explicaria o pacto entre a Igreja Romana e a linhagem sanguínea de Clóvis (um pacto com os descendentes de Jesus não seria um pacto óbvio para uma Igreja fundada em seu nome?). Explicaria a ênfase aparentemente incomensurável dada ao assassinato de Dagobert II, pois a Igreja, tomando partido nessa morte, teria sido culpada não somente de um assassinato real mas, segundo sua própria doutrina, de uma forma de assassinato de Deus. Explicaria a tentativa de erradicar Dagobert II da história. Explicaria a obsessão dos Carolíngios em legitimarem-se, como chefes do Sacro Império Romano, ao clamarem por uma genealogia Merovíngia”.
Não compreendemos como historiadores de renome em um trabalho de peso, usa e abusa da palavra “talvez”, para em seguida explicar a realidade dos acontecimentos? Tal fato nos faz acreditar que assim procedendo estaria a cavaleiro de possíveis reprimendas dos representantes da Igreja e dos fiéis que não admitem e não reconhecem o desenvolvimento da história sob essa ótica.


Maria Madalena de Pietro Perugino




O escritor e historiador Laurence Gardner em seu livro intitulado “A Linhagem do Santo Graal – A verdadeira história do casamento de Maria Madalena e Jesus Cristo” escreve:
“Conforme detalhado na literatura medieval, o Graal era identificado com uma família e uma dinastia. Era a Videira Desposyni de Judá, perpetuada no Ocidente pelo Sangue de Jesus. Essa linhagem incluía os reis pescadores e Lancelot del Acqs. Descendia até os reis Merovíngios dos francos e os reis Stewart dos escoceses, incorporando reputadas figuras como Guilherme de Gellone e Gofredo de Bouillon”.
“Descendente do irmão de Jesus, Tiago/José de Arimatéia, a família do Graal fundou a Casa de Camulod (Colchester) e a Casa Nobre de Gales. Notáveis nessas linhagens foram o rei Lúcio, Coel Hen, a imperatriz Helena, Ceredig Gwledig e o rei Artur. O legado divino do Sangréal foi perpetuado nas casas soberanas mais nobres da Grã Bretanha e Europa, ainda existentes hoje”.
O maior destaque recentemente para esta teoria de Sangue Real foi apresentado em um livro chamado: “Sangue de Holy – Grail”.
Neste livro é reivindicado que Cristo foi casado com Maria Madalena, teve filhos e que não morreu na cruz.
Os autores apresentam muitas evidências históricas para apoiar-lhe estas reivindicações e tentam mostrar como várias Sociedades têm secretamente guardados o segredo desta linha de sangue.
Os livros mais recentes associam caráter histórico e lugares com esses achados em textos Medievais do Graal e demonstram como a linha de sangue de Cristo foi envolvida em negócios mundiais.



Uma imagem de Maria Madalena




Fala-se do “Monastério do de Sion (ou Sinai)”, que seria uma seita secreta que continua buscando manter essa linhagem de descendentes de Jesus e que os Templários tiveram origem dessa seita, inclusive, chegaram a possuir o Santo Graal, segundo hipóteses, além de outros tesouros. Esse foi o motivo que fez o rei da França, Felipe “o Belo”, acabar com a Ordem, pois almejava gananciosamente todos os tesouros adquiridos pelos Cavaleiros Templários.
Após a dissolução da Ordem Templária, teria havido muitas ramificações, as quais existem hoje em dia e têm ligação com as antigas tradições das Ordens Templárias. A Maçonaria seria uma dessas ordens, assim como a Rosa Cruz (AMORC).
Outro investigador notável do Graal, Walter Stein, também investigou esta teoria durante algum tempo.
As teorias dele foram desacreditadas por causa de uma associação dele com o Nazismo. Ele não era, porém, um nazista. Ele realmente era o conselheiro secreto de Winston Churchil sobre atividades nazistas durante um determinado tempo.
Vejamos o que Michael Baigent nos informa em seu livro “Os Manuscritos de Jesus”:
“Esta é a causa do problema: o relacionamento entre Jesus e Maria Madalena está enredado em segredos sobre Jesus que a Igreja faz de tudo para esconder e para continuar escondendo; segredos que, segundo o Evangelho de Maria, os discípulos estavam dispostos a ignorar ou negar”.“Que segredos eram esses? Quem e o que, afinal, era Jesus?”
“Precisamos revisitar o mundo dos romanos e os habitantes implacavelmente divididos da Judéia para fazer algumas perguntas mais sagazes e exigir algumas respostas melhores do que as que nos satisfizeram até agora”.
“Precisamos retornar a Jerusalém”.
A Igreja Católica teme e busca de várias maneiras eliminar a existência dessa possibilidade. Para isso, criou formas de controlar as informações, mas não podemos esquecer que as principais abadias, templos e mosteiros envolvidos nas questões sobre Maria Madalena estavam sob o controle dos Cavaleiros Templários, que se tornaram centros de resistência às “verdades” do Vaticano, mesmo após a dissolução da Ordem pelo papa Clemente V.
No meio de toda essa polemica e para provarmos a assertiva acima mencionada, vamos passar para os nossos amigos, um pequeno trecho do livro intitulado “Os pergaminhos do Mar Morto” de Oscar Martello, no qual nos relata como o Vaticano controlou as informações sobre os referidos pergaminhos por mais de quatro décadas:
“Durante mais de quarenta anos, houve uma rígida imposição de que não transcendessem além de um pequeno círculo. Nesse sentido, mantém-se fechada à porta da abóbada que oculta o objeto”.
“Dois estudiosos do tema. Michael Baigent e Richard Leigh, afirmam a esse respeito: “A École Biblique depende da Comissão Bíblica Pontifícia. Esta é presidida pelo cardeal Ratzinger. O cardeal Ratzinger preside, por sua vez, a Congregação para a Doutrina da Fé, que desde 1542 se chama Santo Ofício e antes se chamava Santa Inquisição.“ (O cardeal Ratzinger é o atual papa. A nota é nossa).
“O diretor da equipe que conservou os pergaminhos durante as primeiras quatro décadas posteriores a seu descobrimento foi o padre De Vaux. Segundo muitos comentaristas, ele era um homem muito duro, intolerante. Isso torna difícil saber quanto do atuado era de caráter institucional e quanto, do pessoal”.
Aquela primeira equipe esteve constituída pelos seguintes nomes:
- monsenhor Skehan;
- abade Jean Starcky, especialista em aramaico;
- padre Milik, sacerdote polaco, protegido de De Vaux;
- padre Baillet;
- John Allegro, agnóstico, já morto;
- Frank Cross.
“De Vaux, que morreu em 1971, transmitiu as chaves da conservação das peças – assim como um aval pessoal para que o herdasse nesse sentido – ao padre Pierre Benoit, que permitiu apenas minúsculos avanços nas publicações”.
“Com a morte deste, em 1987, foi nomeado Strugnell, discípulo de Frank Cross, diretor da equipe internacional.
Era um monge anti-semita e anti-israelita. Convertido ao catolicismo, dirigiu a equipe até 1990, ano em que foi despedido por suas declarações anti-semitas”.
“Desde 1990, a guarda e a conservação dos pergaminhos está a cargo de Emanuel Tov, que dirige, também, a equipe da Universidade Hebréia de Jerusalém. É o primeiro israelense editor-chefe dos manuscritos. Formalmente, os pergaminhos estão sob a custódia da israelense “Antiquities Authority”, mas quase todos os originais são protegidos fisicamente no Museu Rockefeller, de Jerusalém, enquanto uns poucos são exibidos no Santuário do Livro, na mesma cidade”.
Depois de idas e vindas, em 27 de outubro de 1991 as coleções foram colocadas à disposição de todos os acadêmicos, sem discriminação de credo ou procedência: esse foi o ponto de inflexão a partir do qual o fenômeno se desatou como possibilidade de aprendizado”.
“Diz o especialista Henry Shanks (no New York Times de 7 de setembro de 1991);
“Os reais beneficiários a partir deste momento são todos os seres humanos cuja herança é iluminada por estes preciosos textos, não um grupo elitista de acadêmicos ou um país ou uma cultura ou uma religião”.
“No entanto, todo o anterior despertava um eco de interrogações que já foram colocadas nos distintos textos consultados”.
- Por que os pergaminhos foram ocultados durante quarenta anos?
- Por que quando finalmente aparecem não há nenhuma explicação consensual sobre o fato?
- Por que é sustentada a hipótese de que os pergaminhos de cobre foram escritos com tanto trabalho para conter o que, disseram, era apenas um mito exagerado, como o do tesouro?
- Por que foram guardados zelosamente, durante quarenta anos, documentos que neste momento afirma-se que não dizem nada substancialmente diferente do que já se conhecia?”
Deixamos à seu critério tirar às suas reais conclusões.
O que escrevemos foi baseado nas informações existentes nas Escrituras, nos historiadores e pesquisadores, bem como nas últimas descobertas verificadas com os estudos dos “Pergaminhos de Qumran”.
Acreditamos que, a partir das analises apuradas com as devidas isenções, bem como do futuro aparecimento dos pergaminhos que ainda se encontram nos cofres particulares sobre os quais não possuímos nenhum conhecimento, o mundo venha a tomar conhecimento de sua verdadeira história.
No próximo artigo iremos trazer a continuação desse polêmico assunto na figura de: Quem era Maria Madalena?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O SANTO GRAAL XXV - O GRALL SANGUE (1)

O artigo que iremos abordar é bastante polêmico e controverso,
pois irá de encontro aos preceitos cristãos quando considera que Jesus era casado
com Maria Madalena e do casal surgiu
a “Linhagem do Santo Graal”, ou seja, uma linhagem consangüínea,
onde através dos seus descendentes perpetuou-se uma verdadeira dinastia.
Um grande número de escritores e historiadores escreveram vastamente sobre o assunto.
Nos nossos artigos não iremos discorrer em profundidade e nem o esgotarmos.
Apenas levantaremos a polêmica, informaremos as fontes e,
deixaremos que nossos amigos tirem suas próprias conclusões.
Vejamos.


O Graal Sangue – (primeira parte)



Em artigos anteriores abordamos a figura do Graal sob diversos aspectos: em forma de uma taça, cálice ou um recipiente; sob a forma de uma pedra (preciosa ou não) dispondo de um grande poder; sob a forma de um Livro (contendo uma grande sabedoria); ou um Graal dito cientifico com teorias várias.
Com base no acima exposto, podemos dizer que existe ainda uma outra hipótese, a mais polêmica de todas, é a que diz que o Graal não é um cálice, nem um outro objeto qualquer.
A palavra usada para designar o Graal mudou várias vezes e uma delas é a palavra “Sangreal”.
A palavra “Sangreal” foi dividida para significar Santo Gral (San Greal), ou ainda Santo Graal. Porém, algumas teorias apareceram de forma a apoiarem um significado diferente da palavra, expressando-se como: “Sangue Real”.
O principio básico é a existência de uma linhagem dos descendentes de Jesus Cristo.
Segundo a teoria, Jesus não teria morrido crucificado, casou-se com Maria Madalena com quem teve filhos. E esses filhos deram origem às dinastias européias que reinariam mais adiante, como os Merovíngios, no atual território conhecido por França, ou, se ressuscitou e “subiu ao céu ao terceiro dia” como diz as Escrituras, é lógico que para salvar algo tão importante como o filho de Jesus e permitir a continuidade de sua própria linhagem, tenham mandado Maria Madalena para a Europa, onde José de Arimatéia tinha muitos contatos comerciais de estanho e de especiarias orientais, pois naquela oportunidade, Jerusalém não era uma cidade segura para os discípulos de Jesus.
Segundo alguns, o cálice foi o receptáculo do sangue de Jesus (sangraal ou sangue sagrado) levado para a Inglaterra por José de Arimatéia, outros afirmam que o mesmo fora levado por Maria Madalena para a França.
No século IV, lendas existentes descreviam Maria Madalena partindo da Terra Santa e atracando em Marselha, onde suas supostas relíquias são até os nossos dias veneradas.
No século XV, a lenda de que Maria Madalena levara o cálice para Marselha tinha assumido tamanha importância que o rei Renné d´Anjou tornou-se um grande colecionador de Taças. Encontramos no livro de Baigent, Leigh e Lincoln “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, referência ao assunto quando informa que o mesmo “tinha um grande orgulho de uma magnífica taça de pórfiro vermelho que, segundo ele, havia sido utilizada no casamento em Canaã.
Ele a teria obtido em Marselha – onde Madalena, segundo a tradição, teria desembarcado com o cálice.
Outros cronistas falam de uma taça – talvez a mesma – que René guardaria, com uma misteriosa inscrição gravada na borda:
"Qui bien beurra Dieu voira Qui beurra tout d`une haleine Voira Dieu et la Madeleine"
(Quem bem beber / Deus verá / Quem beber de um só gole / Verá Deus e Madalena)
Entretanto, lendas mais antigas dizem que Maria Madalena trouxe o Graal para a França e que o mesmo não era uma taça.




Maria Madalena e Jesus ressuscitado



A chegada de Maria Madalena na França, é citada no manuscrito de Raban Maar (776-856), arcebispo de Mayeence (Mainz) e Abbé de Fulf, documento esse que reunia todos os mitos existentes acerca de Maria Madalena até o século 5 d.C..
Esse manuscrito é citado na “Chronica Majora”, de Mateus Paris, em 1190, e cuja cópia do mesmo foi encontrada na Universidade de Oxford, por volta do ano de 1400.
Alguns historiadores, além de informarem sobre a chegada de Maria Madalena na França, citam inclusive a existência de um hino que data do ano 600 d.C. falando da chegada de três Marias – Madalena, Salomé, Jacó e uma criada Sara (que alguns afirmam ser a Santa Sara Kali padroeira do povo cigano). Chegada essa, efetuada no porto de Provença conhecido como Les-Saints-Marie-de-la-Mer, onde hoje há uma igreja com esse nome.
Vejamos o que diz a historiadora Margaret Starbird no seu livro intitulado “Maria Madalena e o Santo Graal”:
“Quem era essa Maria conhecida dos primeiros cristãos como “a Madalena”? E como ela poderia ter levado o sangue real para a França? O sangue real poderia ter sido levado em um recipiente terreno, um “vaso de barro” (2 Coríntios 4:7)? E se esse vaso fosse uma mulher? Talvez essa Maria fosse, na verdade, a mulher de Jesus e tenha levado um filho dele para a Provença.”
“As duas genealogias de Jesus apresentadas no Novo Testamento sustentam que o carismático mestre descendia da casa do rei David, e as promessas messiânicas feitas a Israel estão todas especificamente ligadas ao sangue real de sua princesa judaica do “trono de Jessé”, o pai do rei David.
A esposa de Jesus, caso tivesse um filho dele, teria sido, literalmente, a portadora do Sangraal, a linhagem real de Israel”.



Maria Madalena

Nas pesquisas que efetuamos, encontramos vários pontos que atestam não só a relação entre Maria Madalena e Jesus, bem como seus conhecimentos sobre os princípios básicos do Cristianismo e a influência que exercia sobre os discípulos.
No Evangelho de Felipe, que faz parte dos manuscritos encontrados em Nag Hammadi, é dito claramente que Jesus Cristo é casado com Maria Madalena.
Dessa forma, ela também seria depositária de ensinamentos maiores do cristianismo, pois teve contatos maiores com o Mestre. E, como o próprio Jesus cita no Evangelho de Felipe, quando perguntado sobre sua situação com Maria Madalena, teria respondido:
“Misteriosos são os caminhos do matrimônio”.
No Evangelho de Maria Madalena (Nag Hammadi), depois de a mesma termina de recontar sua visão aos discípulos, em seguida Pedro, questiona o relacionamento de Maria Madalena com Jesus, dizendo:
“Será que ele teria realmente falado secretamente com uma mulher, e não livremente conosco? Por que devemos mudar de idéia e dar ouvido a ela? Ele a preferiu a nós?”.
Então Maria Madalena se lamentou e disse a Pedro:
“Pedro, meu irmão, o que estás pensando? Achas que inventei tudo isso no meu coração ou que estou mentindo sobre o Salvador?”.
Levi reprova Pedro dizendo:
“Pedro, sempre foste exaltado. Agora te vejo competindo com uma mulher como se tivesse contestando com seus adversários. Mas, se o Salvador a fez merecedora, quem és tu para rejeitá-la? Certamente o Salvador a conhece bem. Daí a ter amado mais do que a todos os seus outros discípulos. É antes, o caso de nos envergonharmos e assumirmos o homem perfeito e nos separaremos, como Ele nos mandou, e pregarmos o Evangelho, não criando nenhuma regra ou lei, além das que o Salvador nos legou”.
Depois que Levi disse essas palavras, eles imediatamente começaram a sair para anunciar e pregar.
O confronto de Maria com Pedro, uma seqüência também é encontrada em O Evangelho de Tomé, Pistis Sophia e O Evangelho dos egípcios, reflete algumas tensões do Cristianismo do século II.
Pedro e André representam as posições ortodoxas que negam a validade da revelação esotérica e rejeitam a autoridade da mulher no ensinamento.
O Evangelho de Maria ataca ambas as posições de frente por meio da figura de Maria Madalena. Ela é a amada do Salvador, possuidora do conhecimento e do ensinamento superior àquelas da tradição apostólica pública. Sua superioridade está baseada na visão e na revelação privada, é demonstrada em sua capacidade de fortalecer os hesitantes apóstolos, fazendo-os com que retornem ao Bondoso.




Maria Madalena de Johannes Vermeer – 1655


No Evangelho de Felipe, as razões para esta rixa, parecem obvias, existe uma ênfase recorrente na imagem de uma câmara nupcial.
Segundo este Evangelho, “O senhor fez tudo misteriosamente, uma crisma e um batismo e uma eucaristia e uma redenção”.
Esta câmara a primeira vista, poderia ser simbólica e alegórica. Mas o Evangelho de Felipe é mais explicito:
“Existem três que sempre caminharam com o Senhor: Maria, sua mãe e sua irmã e Madalena, chamada sua companheira”.
Segundo um pesquisador, a palavra “companheira” deve ser traduzida por esposa. Certamente, existem razões para fazê-lo, pois o Evangelho de Felipe se torna mais explicito quando diz:
"E a companheira do Salvador, é Maria Madalena. Mas Cristo a amava mais que a todos os seus discípulos e a beijava na boca freqüentemente. O restante dos discípulos ficavam ofendidos com isso e expressavam sua desaprovação. Eles lhe disseram: “Porque a amas mais do que a todos nós?” O Salvador respondeu e lhes disse: “Porque eu não vos amo como a ela? Quando um cego e um homem que enxerga estão juntos no escuro, eles não se diferem um do outro. Quando se faz a luz, então o que enxerga a vê e o cego permanece na escuridão".
Ainda no Evangelho de Felipe, Maria Madalena é considerada “o símbolo da sabedoria divina”, no entanto todos esses textos foram excluídos dos Evangelhos pelos bispos, porque os mesmos comprometiam o domínio do sacerdócio exclusivamente masculino, se não o fossem, a presença de Maria Madalena prevaleceria, e como esposa de Jesus, ela não só era a rainha messiânica, mas também a mãe dos verdadeiros herdeiros.
Se procurarmos nos textos dos Evangelhos, não iremos encontrar nenhuma referência a que Jesus tenha sido ou não casado, pois, se não o fosse, tal fato teria chamado a atenção, porque era notório que Ele vivia conforme as convenções de sua época e da sua cultura, principalmente sendo um Pregador.
Os Evangelhos afirmam que muitos dos seus discípulos, inclusive Pedro, eram casados.
O escritor Charles Davis registra no “Observer” (Londres, 28 de março de 1971), pg 25, o seguinte:
“Dado o pano de fundo cultural na forma como foi testemunhado (...) é muito improvável que Jesus não se tenha casado antes de começar sua vida pública. Se ele tivesse insistido no celibato, isso teria criado um frêmito, uma reação, que teria deixado algum traço. Assim, a falta de comentário sobre o casamento de Jesus nos Evangelhos é um forte argumento, não contra, mas a favor da hipótese de casamento, porque qualquer prática ou defesa do celibato voluntário, no contexto judeu da época, teria sido tão estranha que teria atraído muita atenção e comentários”.
Sabemos que após da revolta dos Judeus em Jerusalém, no século 1º. da era cristã, os senhores romanos teriam destruído todos os registros a respeito do legado de Davi com referencia a família de Jesus, o Messias.
A destruição, porém, nunca foi completa, e alguns documentos relevantes foram guardados pelos herdeiros de Jesus, que trouxeram a herança messiânica do Oriente Próximo para o Ocidente. Como confirma a Enciclopédia Eclesiástica de Eusébio, bispo de Cesaréia, esses herdeiros eram chamados de Desposyni (antigo termo grego para “do Mestre”), um titulo sagrado reservado exclusivamente para aqueles da mesma descendência familiar de Jesus.
Eles tinham o legado sagrado da Casa Real de Judá – uma linhagem dinástica existente que persiste ainda hoje.

O assunto, como informamos inicialmente, é bastante polêmico.
Aguardemos a sua continuação.

O SANTO GRAAL XXIV - O GRALL CIENTÍFICO

O Santo Graal é abordado sobre vários ângulos pelos escritores e historiadores, no entanto poucos são os que abordam sobre o prisma de um “Graal Científico”, pois se torna difícil expressar o real significado do que seja um Graal Científico.
Pesquisando o assunto, encontramos algumas referências que poderíamos classificar como um “Graal Cientifico”. Seguindo essa linha de pensamento, procuramos trazer ao conhecimento dos nossos amigos, os dados coletados.
Vejamos.


O Graal Cientíifico



No O livro da Tradição, no capítulo referente ao Graal, encontramos interessantes referências aos espetaculares fenômenos desencadeados pelas esmeraldas e por outras pedras verdes (assunto que não abordamos quando escrevemos sobre o Graal-Pedra).
Vale a pena reproduzir um trecho que mostra como encarar um assunto de um ponto de vista religioso, místico ou científico, pois, isoladamente é sempre uma maneira pobre de se efetuar uma leitura.
“Uma descoberta muito recente parece confirmar a hipótese de um Graal possuindo uma realidade e um só tempo sobre os planos espiritual e material, servindo o segundo como suporte para o primeiro”.
“Segundo fontes preciosas e confidenciais das quais não nos é possível indicar a origem, os astronautas americanos da expedição da Apolo XIV teriam descoberto na Lua amostras de pedra verde”.
“A análise em laboratório revelou estranhas propriedades entre as quais a de provocar, graças a certas emissões de nêutrons, um minicampo antigravitacional”.
“As mesmas pedras verdes, chamadas “pedras de lua” ou “pedras das feiticeiras”, são também encontradas na Escócia (sendo entretanto raras), nas highlands e, segundo a lenda, serviam às feiticeiras para fazer com que elas se deslocassem pelos ares (com que então muitas vezes a realidade supera a ficção!)”.
“As mesmas amostras de rochas verdes estariam engastadas nos alicerces das criptas das catedrais medievais, bem como na Abadia do Monte Saint-Michel.
A Catedral de Colônia desfrutaria dessa particularidade, o que teria feito com que ela se beneficiasse com uma miraculosa proteção por ocasião dos bombardeios terríveis que destruíram a cidade em 1944-45 (o campo de força assim criado teria desviado a trajetória das bombas)”.
Aproveitando a oportunidade, nada melhor do que falarmos um pouco sobre esses dois Monumentos.
Monte Saint Michel
O monte Saint Michel é uma elevação existente em uma península situada na costa da Normandia na França.
O local consagrou-se a Saint Michel a partir do ano 708 d.C..
Logo começaram a surgir aparições do Arcanjo a Aubert, bispo de Avranches. Nas aparições era solicitada ao religioso que construísse naquele local um santuário.
Então Saint Aubert de Avranches construiu um oratório no ponto mais elevado daquele local.


Abadia do Monte Saint-Michel

Posteriormente, no ano 966, foi construída uma abadia beneditina.
No século XI a abadia foi transformada em uma nave de estilo românica.
Após o incêndio ocorrido no começo do século XIII, foi erigido no local um monastério.
A Igreja da abadia está situada em cima do monte e suas agulhas alcançam mais de 152 metros de altura.
Neste local, a amplitude das marés é bastante pronunciada entre a preamar e a baixa-mar. Quando a maré é muito alta, o monte se converte em uma pequena ilha ficando completamente isolada do continente.
Atualmente, devido ao grande volume de turistas que visitam a Abadia, um aterro foi efetuado até a ela e construída uma pista de rolamento para carros bem como um estacionamento para eles.
O monte Saint Michel é um lugar misterioso, muito rico em lendas populares.
Diz-se que, na antiguidade, existia no cume do monte uma cripta com a imagem de Notre Dame Sous Terre (Nossa Senhora das Terras Baixas), o que é na realidade uma cristianização de velhos mitos que falavam sobre as estranhas qualidades do subsolo daquela região.
Segundo uma lenda Céltica, viviam ali umas mulheres inicialmente denominadas Ko-rridwenou, que mantinham a estabilidade do local graças a encantamentos e ritos realizados nos menhires e dolmens que havia nessa península.
Está muito arraigada na região, à crença de que durante a Idade Media o Santo Graal foi escondido nesta abadia, e inclusive se menciona, que esse local era utilizado para as reuniões secretas dos Cavaleiros Templários.


Catedral de Colônia
A Catedral de Colônia esta localizada na cidade alemã de Colônia.
É uma Igreja em estilo gótico, e é o marco principal da cidade.
No dia 16 de agosto de 1248, Konrad Von Hochstaden, arcebispo de Colônia lançou a pedra fundamental da que seria, na época, a maior igreja cristã.
As primeiras missas ocorreram no século XIV, mas a sua construção seguiu em rítimo lento até no ano de 1560, quando a obra foi interrompida por problemas econômicos.
Os tempos negros duraram até 1814, quando os planos da fachada original foram redescobertos e impulsionaram a conclusão das obras, concluída em 1880.
As duas torres possuem 157 metros de altura, são as maiores do mundo, e as dimensões desse colosso de pedra envolto em 11 mil cruzes decorativas são impressionantes, com a catedral possuindo 145 metros de comprimento, 86 metros de largura e a nave central com 43 metros de altura.
Quando foi concluída em 1880, era o prédio mais alto do mundo.
A catedral é dedicada a São Pedro e a Maria.


Catedral de Colônia


Foi construída no local de um templo romano do século IV, um edifício quadrado conhecido como a “mais velha catedral” e administrada por Maternus, o primeiro bispo cristão de Colônia.
Uma segunda igreja foi construída no local, a tão chamada “Velha Catedral”, cuja construção foi completada em 818, que acabou queimada em 30 de abril de 1248.
Com a segunda Guerra Mundial, a catedral acabou recebendo 14 ataques por parte de bombas aéreas, mas com sorte não caiu; a reconstrução foi completada em 1956.
Na base da torre noroeste, um reparo de emergência realizado com tijolos de má qualidade retirados de uma ruína próxima da guerra, permaneceu visível até fim da década de 1990 como lembrança da guerra, mas então foi decidido que a parte deveria ser reformada para seguir a aparência original.
Uma das peças principal da catedral é uma urna contendo os corpos dos Três Reis Magos.
É ornada em ouro, prata e esmalte, pesando 400 quilos.
Segundo a tradição, os restos mortais foram trazidos da Itália para Colônia em 1164 pelo imperador Frederico I.
Ninguém garante a autenticidade dos ossos, mas a relíquia fez de Colônia um grande centro de peregrinação católica na Europa.
Desde o lançamento de sua pedra fundamental existe uma lenda que persiste até hoje.
Segundo ela, quando a catedral ficar pronta, o mundo vai acabar.
A atual mestre de obras e restauradora Bárbara Schock-Werner, vê essa profecia com tranqüilidade:
“Ela nunca estará completamente pronta. Pelo seu tamanho e devido às intempéries, o melhor que podemos fazer e conter sua decadência”.




Catedral de Colônia – interior

É lógico que esta explicação física para o Graal não exclui a existência de um Graal espiritual e místico do qual o objeto material seria apenas o reflexo.
Ao final, pergunta-se: qual a natureza do Graal? Cálice, pedra ou livro? Sendo o Graal uma realidade nos planos espirituais, material e humano, podemos concebê-lo como “um objeto-pedra (esmeralda) em forma de taça servindo como meio de comunicação entre o céu e a terra segundo um processo descrito e explicado por um livro”.
Somente homens puros (Percival e Galahad são os arquétipos) poderão servir como ponte e tornarem-se detentores do segredo do Graal que abre caminho aos planos superiores da existência.
Esta raça considerada pura, filha da “raça solar”, é denominada “raça do Arco” – do “arco-iris”, porque são as cores expressa no prisma solar (também chamado lenço de Iris) são as manifestações físicas dos diferentes poderes que o homem pode despertar através do Graal.
Isso possivelmente só será conseguido no final dos tempos, como encontramos no Apocalipse de João (4:2-3):
“Imediatamente caí em êxtase. No céu havia um trono, e no trono estava alguém sentado. Quem estava sentado, parecia uma pedra de jaspe e de sardônica, um arco-iris, semelhante à esmeralda, rodeava o trono”.
O mito do Graal dá margem a várias leituras nas mais diferentes áreas.
Vejamos algumas interpretações dadas à simbologia especifica do Graal na psicologia:
Em “O poder do mito”, Joseph Campbell explica que o Graal “representa o receptáculo das realizações das mais altas potencialidades da consciência humana”.
A busca feita pelos cavaleiros do Rei Artur para encontrá-lo simboliza “o caminho espiritual que devemos fazer e que se estende entre pares opostos, entre o perigo e a bem-aventurança, entre o bem e mal...”.
Para C.G. Jung, que era fascinado pelo Graal e pela alquimia, o Graal simboliza a plenitude interior que os homens sempre buscaram.
Na psicologia em geral, ele é considerado um elemento feminino; símbolo da receptividade e da prodigalidade.
No livro “He” (Mercuryo), o junguiano Roberto Johnson afirma:
“... o Graal é a síntese de tudo que os cavaleiros buscam por toda a vida, porque é o que dá ao homem tudo o que deseja...”.
Jung analisa a lenda do Graal como uma história com muitos símbolos da mente do inconsciente expresso pela atitude religiosa das pessoas na ocasião.
Ele trata os personagens principais como Merlin e Arthur, como os arquétipos do inconsciente coletivo que o Graal consagra (isso é: cálice, taça, pedra, livro, lança e espada) como símbolos muito potentes de religião do inconsciente coletivo.
Jung acreditou que algo fundamental faltou do Cristianismo como uma religião mundial e que as diversas histórias do Graal encheram este buraco.
Para ele, o Graal no formato do Cálice de Cristo era uma progressão psicológica na conclusão do desenvolvimento do Cristianismo. Ele acreditava também que os espetáculos da alquimia e as lendas do Graal desenvolvidos na mesma época tiveram muitos símbolos, cores e ensinamentos espirituais em comum.
Há muitas outras teorias como: A teoria de vegetação que foi avançada em 1906 por J.L.Weston. Ela mostra semelhanças entre rituais de vegetação orientais e as histórias das lendas Arturianas.
A árvore da vida é um modo Kabalístico de descrever o universo espiritual.
Nesta árvore estão dez esferas que têm certos valores ou associações de características.
Alguns autores tentaram colocar lugares Arturianos; principalmente Gareth Knight no seu livro intitulado “The Traditionin Secret Legend Arturiano”.
Algumas pessoas como Mary Caine e Katherine Maltwood, usaram teorias zodiacais sobre o Graal. Elas colocaram o caráter Arturiano e lugares no Zodíaco em mapas de pesquisa de lugares do sul da Inglaterra, particularmente ao redor de Glastonbury.
Jessie Weston mostrou o Graal Consagrado (espada, lança e cálice de pedra) serem semelhantes aos símbolos em cartas do Tarô. Hoje existem alguns Tarôs Arturiano e o de Merlin que está diretamente associado com as lendas do Graal.
Para aqueles que queiram aprofundar-se no assunto com referencia as Cartas do Tarô que é um artefato medieval ligado por símbolos à heresia da Noiva Perdida, aconselhamos a leitura do livro:
“Maria Madalena e o Santo Graal – A mulher do vaso de alabastro” de Margaret Starbird, a mesma detalha com verdadeira maestria a origem das Cartas do Tarô, bem como os meandros das mesmas as quais foram condenadas pela Igreja Católica classificando-as de heréticas.
Muitas coisas há de se falar e escrever sobre o assunto, pois o mesmo é considerado inesgotável. No próximo artigo iremos abordar o Graal sobre a forma de Sangue, “Sangreal”.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O SANTO GRAAL XXIII - LIVRO (2)

Em artigos anteriores abordamos a figura do Graal como sendo uma taça ou cálice;
na figura de uma pedra e sob a forma de um livro.
Nessa oportunidade, iremos dar continuidade ao assunto.

O Graal - Livro (segunda parte - final)

Vejamos o que nos diz escritor John K. Young no seu livro intitulado “Locais Sagrados dos Cavaleiros Templários”:
“Nessa história, o Graal é um livro sagrado que contém os segredos de Jesus (Phillips, 1996, p.153). Sabe-se que esse livro existe realmente. O seu texto completo, chamado Evangelho de Tomé, só foi descoberto em 1945, quando camponeses egípcios que estavam perto da vila Nag Hammadi encontraram jarros de cerâmica contendo manuscritos encadernados em couro, escritos em cópico e datado de 400. Um manuscrito era uma coletânea de ensinamentos de Jesus, dos quais alguns já eram conhecidos e incluídos nos Evangelhos canônicos e alguns daqueles que eram novos. Sete versículos desse Evangelho de Tomás não ortodoxo correspondiam precisamente a versículos encontrados em um fragmento de manuscrito descoberto em outro lugar em 1895 e que poderia ser datado do início do ano 150 (Baigent, 1997, p.402; Phillips, 1996, p. 166)”.
“Esse manuscrito representa um antigo documento cristão que em séculos posteriores foi excluído do Novo Testamento ortodoxo pela Igreja. É possível que comunidades cristãs no limiar da influência romana como no País de Gales e na Espanha, tenham mantido esse e outros documentos não ortodoxos secretamente escondidos por muitos anos. O Evangelho de Tomás é uma explicação para a descrição do Santo Graal que está ligado ao rei Artur”.
Algumas pistas desse livro misterioso podem ser conseguidas na Crônica de Helinando, do monge de Froidmont, datada de 1204, ou no “Parsival”, de Wolfram Von Eschenbach escrita em 1207 ou até em “Illustrim maioris Brianniae scriptorum summarium” de J. Bale de 1548.
A Crônica de Helinando começa da seguinte forma:
“Naquele tempo (717-719) um anjo mostrou a um eremita, na Britânia, uma visão maravilhosa do nobre decurião José, que tirou o corpo de Cristo da cruz, e da travessa usada pelo senhor na ceia com seus discípulos. O próprio eremita escreveu a descrição dessa visão, chamada de a história do gradale...”
O “Parsival’, de Wolfram Von Eschenbach escrito em 1207 revela que um astrônomo pagão-judáico, chamado “Fregetanis” teria lido nos astros sobre o Graal e escrito isso na língua pagã (árabe).
No entanto na “Illustrim maioris Brianniae scriptorum summarium” de J. Bale inicia da seguinte maneira:
“Um eremita britânico, de nome desconhecido, nascido em Gales, onde vivia segundo os costumes dos bardos da região, dedicou toda a sua vida ao estudo dos astros e da história, escreveu sobre o ilustre rei Arthur e sua mesa redonda e de toda a sua corte, mas ele mesmo prejudicou a sua fama, ao mesclar tolices com a verdade e segundo conta Vicentius, no “Speculo Historiali” fala muito de José de Arimatéia com um certo Gawan. A obra é intitulada com a uma palavra que desconheço – O Santo Graal, Livro I. Vi fragmentos da obra. Era de acordo com Vicent, famosa no tempo de Ina, rei dos saxões ocidentais, isto é, por volta de 720.”
Analisando as informações acima relacionadas, podemos levantar uma hipótese bastante plausível de que o “Santo Graal” poderia ser um “LIVRO” e porque não? Jesus não poderia ter escrito um livro legando os seus ensinamentos à posteridade? Ou poderia ter solicitado a alguém que transcrevesse o que ele lhe estaria informando (vide as Cartas e os Evangelhos escritos pelos seus discípulos).

Quadro representando o Graal
Vejamos o que Robert de Boron escreve em seu livro “Merlim” (traduzido do francês antigo): “Serei procurado desde o Ocidente e todos os que vierem a minha procura terão jurado a seus senhores matar-me e levar-lhes meu sangue. No entanto, logo que me virem e me ouvirem, perderão a vontade de cumprir seus juramentos. E quando eu for com eles, o senhor se dirigirá para onde habitam os que guardam o Graal, lá o escutarão sempre e conservarão de bom grado o livro em que tanto tem trabalhado. Entretanto este livro não estará revestido de autoridade, porque o senhor não tem autoridade, visto que não pode ser apóstolo. Os apóstolos não meteram em escritos senão o que viram e ouviram de Nosso Senhor, ao passo que o senhor, o que faz é meter no livro o que viu e ouviu por meio de mim. E assim como eu sou obscuro para as pessoas a quem não quero esclarecer, assim seu livro será cheio de segredos e poucos haverá que os desvendarão. Quando eu for com os que vierem me buscar, o senhor levará o livro. Então, os livros de José e de Bron e o seu, quando o senhor o tiver terminado, serão reunidos. E será boa coisa, prova do meu e do seu trabalho. Aqueles a quem agradar serão reconhecidos e rezarão a Nosso Senhor por nós. E quando os dois livros forem reunidos, formarão um belo livro e os dois serão a mesma coisa, só não estarão lá as palavras secretas trocadas entre Jesus Cristo e José, que não posso e nem devo contar”.
“Assim diz Roberto de Boron que este conto relata e assim ditou Merlim que não pôde saber o Conto do Graal (pg,56-57)”.
Os Manuscritos de Nag Hammadí
Os “Pergaminhos do Mar Morto” também conhecidos de “Pergaminhos de Qumran” estão repletos de mistérios e de diferentes interpretações, os mesmos foram descobertos em 1947, tendo os seus trabalhos arqueológicos se estendido até 1956.
A partir de aproximações efetuadas pelos estudos paleográficos e arqueológicos realizados, estima-se que Qumran tenha sito habitada pelos essênios em um período compreendido entre 250 a.C. a 70 d.C., quando teria sido destruída em conseqüência da campanha realizada pelas legiões romanas do Imperador Vespasiano, contra os Judeus.
Entretanto, alguns pesquisadores trabalham com um horizonte de tempo mais reduzido, abrangendo apenas o período de 200 a.C. a 68 d.C.
Apesar de já ter passado mais de meio século de sua descoberta, os famosos pergaminhos guardam muitos mistérios o que vem suscitando toda uma sorte de especulações não só de cunho esotéricos como de sensacionalismo.
Deixaremos que tirem suas conclusões a respeito.
No próximo artigo iremos abranger o Graal sob o ângulo cientifico.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O SANTO GRAAL XXII - LIVRO (1)


Em artigos anteriores abordamos a história do Santo Graal,
bem como a sua figura como sendo a representada por uma “Taça” ou “Cálice”,
figuras estas defendidas por mais de 50% dos historiadores e escritores que, dia a dia,
nos trazem novas revelações sobre essa famosa “história” ou “lenda”
(dependendo do ângulo que nós abordarmos),
que herdamos dos tempos arturianos, quando a Bretanha estava sob o comando do rei Arthur
e de seus Cavaleiros da Távola Redonda.
Em seguida entramos por um outro ramo,
no qual o Santo Graal é abordado na figura de uma “Pedra”,
que poderá estar associada como uma pedra preciosa ou uma pedra de luz,
dotada de poderes e efeitos surpreendentes.
Em continuação apresentaremos o Santo Graal na figura de um Livro.
Vejamos o que temos a respeito.



O Graal – Livro (primeira parte)




O Graal-taça é tido como um episódio místico e o Graal-pedra como a matéria do conhecimento cristalizado em uma substância.
Já o Graal-livro é a própria tradição primordial, a mensagem escrita.
Em José de Arimatéia, Robert de Boron diz que “Jesus Cristo ensinou a José de Arimatéia as palavras secretas que ninguém pode contar nem escrever sem ter lido o Grande Livro no qual elas estão consignadas, as palavras que são pronunciadas no momento da consagração do Graal”.




O Graal Livro


De fato, em Le Grand Graal, continuação da obra de Boron por um autor anônimo, o Graal é associado - ou realmente é – um livro escrito por Jesus, cuja leitura só poderá entender – ou iluminar – quem está nas graças de Deus.
“As verdades de fé que este contém não podem ser pronunciadas por língua mortal sem que os quatro elementos sejam agitados. Se isso acontecesse realmente, os céus diluviariam, o ar tremeria, a terra afundaria e a água mudaria de cor”.
Ao que tudo indica, o Graal-livro sob esse aspecto tem um terrível poder.
O historiador e escritor Laurence Gardner em seu livro intitulado “A Linhagem do Santo Graal” informa:
“O mais antigo relato escrito de “le Seynt Graal” vem do ano de 717 quando um eremita britânico chamado de Waleran teve uma visão de Jesus e do Graal.
O manuscrito de Waleran foi mencionado por Heliand, um monge francês da abadia de Fromund, por volta de 1200; também por John de Glastonbury em “Crônica sive Antiquitales Glastoniensis Ecclesie”, e mais tarde por Vicent de Beauvais, em sua “Speculum Historiale” de 1604.
Cada um desses textos contam que Jesus deixou um livro nas mãos de Waleran, que começava assim:
“Eis o Livro da Tua Descendência; Aqui começa o livro do Sangréal”.

Perguntamos: será o Graal um livro no qual está contido toda uma sabedoria, toda uma ciência a ser seguida ou pesquisada? Ou será que nesse livro apenas contenha as informações necessárias para a compreensão do que seja realmente o Graal, com as informações necessárias e praticamente indicativas da palavra “Sangréal”? (palavra esta que iremos abordar em um outro artigo).



Moisés e as palavras do Senhor


Se formos a fundo nas nossas pesquisas, iremos verificar que o Senhor deixou com Moisés uma série de ensinamentos, inclusive fala-se na existência de um livro denominado de “Livro da Aliança” que trata de diversos outros aspectos de lei e das ordenanças, o referido livro foi depositado ao lado da “Arca da Aliança” e não no seu interior como foi procedido pelas Taboas contendo os dez mandamentos os quais foram armazenados na própria arca.
Está explicado no Êxodo (capitulo 20-23) que os Dez Mandamentos foram entregues pelo Senhor a Moisés e ao povo no monte Horeb e que eles foram acompanhados por uma série de decretos verbais.
Moisés escreveu todos eles (Êxodo 24:4), lendo-os novamente aos israelitas, fazendo dessas anotações o novo “Livro da Aliança” (24:7).
E Ele disse a Moisés:
“Sobe ao encontro do Senhor, tu, Aarão, Nadab, Abiú e setenta dos anciões de Israel, e prostrar-vos-eis de longe. Moisés aproximar-se-á sozinho do Senhor. Eles não se aproximarão, e o povo não subirá com ele”.
Moisés veio e relatou ao povo todas as palavras do Senhor e todas as normas, e todo o povo respondeu a uma só voz, e disse:
“Poremos em prática todas as palavras que o Senhor pronunciou”.
Moisés escreveu todas as palavras do Senhor.
Levantou-se de manhã cedo e construiu um altar no sopé da montanha, e doze estelas pelas doze tribos de Israel. E enviou os jovens dos filhos de Israel, e ofereceram holocaustos e sacrificaram ao Senhor, novilhos como sacrifícios de comunhão. Moisés tomou metade do sangue e colocou-o em bacias, e metade do sangue espalhou-o sobre o altar. Tomou o “Livro da Aliança” e leu-o na presença do povo, que disse:
“Tudo o que o Senhor disse, nós o faremos e obedeceremos”. Moisés tomou o sangue e aspergiu com ele o povo, dizendo:
“Eis o sangue da aliança que o Senhor concluiu convosco, mediante todas estas palavras” (Ex 24,1-11).
Não se menciona com o que, ou sobre o que, Moisés inscreveu esses decretos (as palavras do Senhor), apenas sabemos que tinham a forma de um “LIVRO” (não uma tábua).
Depois de o livro ter sido lido, o Senhor disse a Moisés:
“Sobe a mim ao monte, e fica lá; dar-te-ei tábuas de pedra e a lei e os mandamentos, que escrevi, para os ensinares” (24:12).
O historiador Dr. Graham Phillips, um grande estudioso sobre o assunto, recentemente aborda o tema focando sua atenção sobre um manuscrito datado de 1330 denominado de “La Folie Perceval”, no seu trabalho considera “O Livro” como uma variante do Graal.
Aguardem a continuação sobre tal palpitante assunto.
O que será realmente o Santo Graal?

O SANTO GRAAL XXI - PEDRA (2)

No artigo anterior trouxemos o Graal na figura de uma PEDRA, pedra essa, que teve várias associações, sendo a principal as duas que, segundo consta, estiveram nas mãos do rei Salomão, a “Schethiyâ”, chamada de “Pedra da Fundação” e a outra denominada de “Schamir”, conhecida como a “Pedra Relâmpago”.
Continuemos com o assunto.

O Graal Pedra (Segunda Parte)

Freqüentemente fogos perpétuos eram mantidos acesos em lugares Santos por virgens que usavam tais métodos.
Ela também demonstra quantas metáforas para luz e raios (como a lança e a espada) aparecem ao longo do tempo e novamente nas lendas do Rei Arthur.
Não só isto, mas o Graal é descrito freqüentemente como uma pedra e há referencias constantes a uma arvore de Graal.
Mais adiante, nas lendas e histórias, vemos que freqüentemente as mulheres eram responsáveis por alimentar as armas de fogo ou mesmo os fogos rituais e por isso, as mulheres são também descritas como guardiãs do Graal nas lendas Arturianas.
Indubitavelmente tais objetos existiram, e é provável que os Judeus na época de Salomão usaram tal objeto.
Uma das teorias declara que objetos desse tipo foram enterrados junto com a Arca da Aliança em uma caverna, em algum lugar da Jordânia.
De maneira interessante, as cenas finais de Indiana Jones III são filmadas nas ruínas da cidade de Petra na Jordânia e não no Egito como é reivindicado no próprio filme.



A pedra Esmeralda


As mais óbvias, que vêm logo à mente, são as tábuas que traziam o Testemunho e os Dez Mandamentos.
Elas são freqüentemente imaginadas como um par de pesadas Lages confeccionadas em Pedra, que os artistas normalmente representam pouco portáteis para Moisés, que teve de carregá-las montanha abaixo.
O Êxodo, porém, não dá nenhuma indicação referente à forma e ao tamanho dessas pedras, enquanto na estrita tradição judaica da Cabala, diz-se que a Tábua do Testemunho era feita de uma safira divina chamada Schethiyâ, que Moisés carregava na palma da mão.
Malcom Godwin, escritor Rosacruz, refere-se a Perzifal da seguinte maneira: “muitos comentadores argumentaram que a história de Perzifal contém, de modo oculto, uma descrição astrológica e alquímica sobre como um indivíduo é transformado de corpo grosseiro em formas mais e mais elevadas”.
Nesta obra que é um retrato da Idade Média – feita por quem sabia muito bem sobre o que estava falando – reconhece-se uma verdadeira ordem de cavalaria feminina, na qual se vê Esclarmunda, a virgem guerreira cátara, trazendo o Santo Graal, precedida de 25 guerreiras segurando tochas, facas de prata e uma mesa talhada em uma pedra de esmeralda.
Na descrição do autor da cena de Perzifal no castelo do rei-pescador (que, assim como Jesus, saciara a fome de muitas pessoas multiplicando um só peixe) lemos:
“Em seguida apareceram duas brancas virgens, a condessa de Tanabroc e uma companheira, trazendo dois candelabros de ouro; depois uma duquesa e uma companheira, trazendo dois pedestais de marfim; essas quatro primeiras usavam vestidos de escarlate castanho; vieram então quatro damas vestidas de veludo verde, trazendo grandes tochas, em seguida outras quatro vestidas de verde (...)”.
“Em seguida vieram as duas princesas precedidas por quatro inocentes donzelas; traziam duas facas de prata sobre uma toalha. Enfim apareceram seis senhoritas, trazendo seis copos diáfanos cheios de bálsamo que produzia uma bela chama, precedendo a Rainha Despontar de Alegria; esta usava um diadema, e trazia sobre uma almofada de achmardi verde (uma esmeralda) o Graal., superior a qualquer ideal terrestre”.



Moisés e as Tabuas da lei de Cosimo Rosselli e Piero di Cosimo,

Capela Sistina (1481) – Roma


As histórias que fazem parte do chamado “ciclo do Graal” foram redigidas de 1180 até 1230, o que nos inclina a relacioná-las com o período da repressão sangrenta da heresia cátara.
Conta-se que durante o assalto das tropas do rei Felipe II à fortaleza de Montségur, apareceu no alto da muralha uma figura coberta por uma armadura branca que fez os soldados recuarem, temendo ser um guardião do Graal.
Alguns historiadores admitem que, prevendo a derrota, os cátaros emparedaram o Graal em algum dos muros dos numerosos subterrâneos de Montségur e lá ele estaria até hoje.
A “Mesa de Esmeralda” evocada pelas histórias de fundo cátaro relacionam-se de maneira óbvia com outra “mesa”, a “Tábua de Esmeralda” atribuída a Hermes Trimegistos.
Temos também informações de uma outra pedra denominada de “Pedra da Aliança” que segundo historiadores era o travesseiro em que Jacó descansara sua cabeça para ver a escada que levava ao céu em Gênesis 28:18-22.
El Shaddai prometera a Jacó, naquela ocasião, que sua semente geraria uma linhagem de futuros reis – linhagem que, no devido tempo, tornou-se a dinastia de Davi e Salomão.
A referida “Pedra da Aliança” foi conjuntamente com a “Arca da Aliança” escondida nas galerias subterrâneas do Templo por Jeremias capitão da guarda do Templo de Hilquias, antes da invasão de Nabucodonosor que conquistou a cidade e arrasou o Templo.
Segundo a história, Jeremias, antes que o Templo fosse demolido, conseguiu levá-la para a Irlanda, onde se tornou conhecida como Lia Fail a “Pedra do Destino”.
Notamos aqui novas conhecidências dos destinos de determinadas peças referenciadas ao Graal, que sempre têm como local a Bretanha.
A partir daí o “Graal-pedra” cede lugar ao “Graal-livro”.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O SANTO GRAAL XX - PEDRA (1)

Lendas e mistérios envolvem o nome do “Santo Graal”, a sua procura tem sido motivo de muitas histórias, pesquisas e centenas de livros escritos por toda à parte da Terra, no entanto continuamos com a celebre pergunta:
O que é o Santo Graal?

Nos capítulos anteriores, abordamos o tema trazendo à conhecimento, informações colhidas sobre o Graal tendo como figura símbolo a “Taça ou Calice”.
Abordamos também uma outra representação bastante anterior na forma de um “Caldeirão”, essa do tempo dos Celtas.
Nessa edição, abordaremos o Graal na figura de uma “PEDRA”.
Vejamos.


O Graal Pedra (Primeira Parte)


O Santo Graal tomando a forma de uma pedra, é uma das correntes bastante volumosas entre os historiadores desde o surgimento dos primeiros escritos procurando batizar determinados objetos ou situações como se fosse o Graal, numa tentativa vã de descobrir o que realmente ele seria ou quando não, se aproximar do seu verdadeiro significado.
Anteriormente abordamos o Graal na figura de uma “Taça ou Cálice”, mas toda a história é mudada quando contada pelo poeta e escritor alemão Wolfram von Eschenbach, quase ao mesmo tempo em que Boron.
Sua obra “Parzifal” foi escrita entre 1210 e 1220.
“Sobre uma verde esmeralda, Ele trazia o desejo do Paraíso: Era o objeto que se chamava Graal!”
Para Eschenbach, o Graal era realmente uma pedra preciosa, pedra de luz trazida do céu para a terra pelos anjos, confiando-a aos “moradores do templo”, representados por uma comunidade de cavaleiros escolhidos chamados de os “templeisen” e que viviam com seu rei num castelo feudal de Munsalvaesche, semelhante a um templo.
O velho rei sofre então, uma ferida incurável que o impede de continuar sua missão e é obrigado a aguardar um cavaleiro que mereça ocupar seu lugar. O enfraquecido rei e seus cavaleiros são levados por anjos, através dos ares com castelo e tudo, para a Índia, de onde na época oportuna o Graal tornará a irradiar sua força renovadora. Ele imprime ao nome do Graal uma estreita dependência com as forças cósmicas.
O poeta alemão tem como modelo de fiéis depositários do cálice sagrado escavado na pedra os Cavaleiros Templários.
Pergunta-se: Seria Wolfram von Eschenbach um Cavaleiro Templário?
Era a época em que Felipe de Piessiez estava à frente da Ordem quase centenária.
O próprio fato de ser a pedra uma esmeralda se relaciona com a Cavalaria. Os cavaleiros em combate usavam sobre sua armadura a cor verde, sinônima de virilidade e esperança.




O Templário e o Graal



O Sustento dos Herois


Wolfram Von Eschenbach informa que os Cavaleiros Templários (templeisen) "consumiam alimentos que procediam de uma pedra que, em sua essência, era toda pureza".
Refere-se ao Graal na sua maneira de proporcionar alimento aos heróis, tal como acontecia com os caldeirões celtas.
Agrega ainda Wolfram que “cada Sexta Feira Santa concede a pedra à virtude de ministrar as melhores porções dos melhores manjares (...) proporcionando ademais aos seus guardiões caça de todo o tipo”
Acreditamos que Wolfram Von Eschenbach não se referia a alimentos materiais e sim espirituais, já que, por exemplo, em Percival li Gallois os convidados que desfrutavam a presença do Graal, se esquecem de comer no festim devido aos aromas que desprende da maravilhosa taça.
A multiplicação dos pães que aparece na Bíblia se repete no “Grand Saint Graal” e no “Quête du Saint Graal” o recipiente que aparece unicamente no instante em que os cavaleiros querem comer.
Uma vez quando os comensais estão saciados, o Graal desaparece da mesma forma misteriosa em que apareceu.
Como sabemos, José de Arimatéia recebeu alimentação sob a forma de uma hóstia durante os anos em que permaneceu no cativeiro.
A capacidade curadora do Graal, unida ao seu caráter de alimentação, configura o que nos poderemos chamar de o “dom da vida”.
Mennessier um dos continuadores do “Conte du Graal” de Chrétien, nos narra como Percival e Héctor jazem muito feridos após uma longa, feroz e encarniçada luta na qual mutuamente ficam feridos. Por volta da meia noite esperavam a inevitável morte, quando, observaram surpreendidos a aparição de um anjo que portava o Graal. A aparição, valendo-se do recipiente, cura definitivamente as feridas de ambos os heróis.
“Não há homem suficientemente enfermo para que, na presença dessa pedra, não tenha a segurança de escapar da morte durante a semana seguinte do dia em que a viu”, agregando que “quem a vê deseja rejuvenescer”.
A partir do dia em que essa pedra lhe aparece, todas as mulheres e todos os homens recuperam a aparência que tinham quando estavam na plenitude de suas forças (...)
Essa pedra dá ao homem tal vigor que seus ossos e sua carne recuperam em instante a sua juventude”.
Sem dúvida, é bom destacar que assim como proporciona o “dom da vida” na forma da renovação, iluminação e alimentação, o Graal negará esses dons aos ignóbeis, aos covardes e aos mentirosos.



O anjo do mal, Lucifer



Uma outra lenda que andou circulando no final do século XIII, nos diz que, a pedra chamada de Exillis ou Lapis exillis, Lapis ex coelis, que significa “pedra caída do céu”, refere-se à esmeralda que havia na testa de Lúcifer, o anjo mais poderoso dos guardiões divino e que representava seu Terceiro Olho.
Quando Lúcifer, o anjo da luz, se rebelou contra Deus e entrou em luta contra as forças divinas, acabou perdendo e despencando para os mundos inferiores, a esmeralda partiu-se, pois sua visão passou a ser prejudicada.
Um dos três pedaços ficou em sua testa, dando-lhe a visão deformada que foi a única coisa que lhe restou.
Outro pedaço caiu ou foi trazido á Terra pelos anjos que permaneceram neutros durante a rebelião. Mais tarde, o Santo Graal teria sido escavado neste pedaço pelo sábio chamado Titurel.
Uma outra versão é que a mesma caiu de sua coroa, quando ela foi então destroçada a golpe de espada pelo arcanjo Miguel.
A historia está repleta do Santo Graal em forma de uma pedra.
Irineu Filaleto, renomado filósofo britânico, concluiu um trabalho em 1667 intitulado “Segredos Revelados”, no qual, discutindo a natureza da Pedra Filosofal que se pensava transmutava qualquer metal comum em ouro, afirmava: “Nossa Pedra nada mais é que ouro digerido (consumido) no mais alto grau de pureza e sutil estabilidade... Nosso ouro, não mais vulgar, é o objetivo último da natureza”.
A Pedra Filosofal tão comentada tinha aparência de um pó bem fino; os registros egípcios identificam com o nome de mfkzt.
Compare o Graal-pedra de Eschenbach com a não menos mística Pedra Filosofal que transformava metais comuns em ouro, homens em reis, iniciados em adeptos; matéria e transmutação, seres humanos e sua transformação.
Retrocedendo no tempo, encontramos a figura de uma pedra ocupando um lugar de destaque quando a história informa da existência de uma pedra pertencente ao rei Salomão.
A pedra Schethiyâ do rei Salomão figura não apenas na tradição cabalística, mas também nos princípios da Maçonaria do Real Arco.
O Talmude Judaico conta que o Schethiyâ era chamado de “Pedra da Fundação”. Aparentemente funcionava como um dispositivo de levitação no Santo dos Santos do Templo de Jerusalém, capacitando a Arca da Aliança a permanecer fora do contato com a terra, devido a esse fato era também chamada de “Pedra da Perfeição”.
Uma outra pedra associada com o rei Salomão era chamada Schamir, conhecida como “Pedra Relâmpago”.
O Talmude conta como o rei usava para ajustar as pedras de seu Templo. Dizia-se que o Schamir cortava a pedra, silenciosamente e com precisão com o seu próprio facho de luz. Supõe-se que Moisés, além do Schethiyâ, recebeu também o espantoso Schamir, que dizem ter estado no anel de Salomão.
A Senhora Flavia Anderson no seu livro “O Segredo Antigo” apresentou uma teoria totalmente nova sobre o Graal.
Neste livro ela reivindica que o Graal é uma bola redonda confeccionada em vidro cheia de água. Este objeto é guardado em uma arvore servindo como seu esconderijo.
Esta hipótese que ela reivindica são os objetos judeus denominados “Thummim e o Urim”. Estes objetos foram feitos para acender os fogos da luz do sol.
O livro dela mostra como o homem venerou a luz como religião e o fogo feito de luz solar direta, por um cristal ou bola de vidro ou igual, pensou-se ser santo por muito tempo.
Conta o Êxodo 28:30: “Também porás no peitoral do juízo o Urim e o Tumim: e eles estarão sobre o coração de Aarão quando entrar perante o Senhor”.
As palavras U´rim e Thum´mim significam Luz e Perfeição. Portanto o Schamir (Pedra Relâmpago) e o Schethiyâ (Pedra da Perfeição) do Talmude são sinônimos de Urim e Tumim do Êxoto.
Em nenhum momento do Antigo Testamento trata-se da natureza do Urim e do Tumim. Não se discute sua forma, tamanho, cor ou peso. São simplesmente aceitos como algo com que Moisés tinha familiaridade.
O que temos aqui, entretanto, são duas pedras mágicas.
Uma delas é uma jóia radiante que emite uma carga de relâmpagos que pode cortar pedras, enquanto a outra tem o poder da levitação.

continua...