TÁ MÍLE FÁILTE ROIMH - YN FIL O WEILHAU CROESO - ARE A THOUSAND TIMES WELCOME - SEJAM MIL VEZES BEM VINDOS

sábado, 25 de julho de 2009

TEMPLO DAS ESTRELAS DE GLASTONBURY

Embora já tenhamos feito menção em posts anteriores, voltamos novamente a abordar "O templo das Estrelas", reservando-lhe um lugar de destaque entre nossos artigos, não só pela sua extensão mas também por ser um tema cativante, envolto em misterio e apaixonante.
O zodíaco de Glastonbury é um dos muitos reflexos do misterioso e visionário reino de Arthur, a sua localização exata e de seus domínios – na verdade, até sua existência – tem sido debatida por historiadores, arqueólogos e místicos.
Idealista com seus bravos e em sua maioria leais cavaleiros, excalibur, sua rainha Guinevere, a linhagem sagrada e Avalon tornou-se profundamente arraigada na Bretanha, particularmente no sudoeste da Inglaterra.
A memória coletiva do rei Arthur é tão imensa na Grã-Bretanha, que podemos dizer que o sábio e bondoso rei guerreiro ainda permanece como o herói mais venerado da ilha.
No verão de 1929, na vila de Somerset, em Glastonbury, katherine Maltwood recebera uma verba para trabalhar em uma nova versão da tradução de “Le Hault Livre du Graal” (A Nobre História do Santo Graal), um texto arcaico que descreve a vida do rei Arthur e seus cavaleiros.
O manuscrito original, em latim, teria sido escrito na abadia de Glastonbury, antigamente considerada como a igreja mais sagrada da Inglaterra e do túmulo de Arthur.
O propósito de Maltwood, ao visitar Glastonbury, era buscar indícios dos locais onde as histórias arturianas ocorreram, e usar essas referências para traçar um mapa.

Vagando pelos campos e ruínas, em Glastonbury e imediações, Maltwood teve certeza de reconhecer muitos dos lugares descritos em A Nobre História do Santo Graal. Mas foi também invadida por uma idéia: aquela paisagem ocultava algo, uma espécie de padrão que ela não conseguia decifrar.
Maltwood prosseguiu seu trabalho, atormentada pela sensação de que, naqueles campos, havia uma característica indefinível que a desconcertava.


E então, em uma noite cálida e enluarada, ela se deteve no alto de uma colina, junto da vila, olhando para o local no qual, segundo a história, estaria o castelo do rei Arthur, em Cadbury Hill, uns 18 quilômetros a leste.
No campo abaixo dela, Katherine vislumbrou algo parecido com duas gigantes efígies formadas na paisagem: uma era a de um leão e a outra a de uma criatura sentada, de aparência humana.
As silhuetas eram sugeridas pela combinação de colinas, aterros, estradas, antigas marcas de fronteiras e canais naturais ou construídos.
Mais tarde ela descreveu o que vira para uma pessoa conhecida, que por acaso era astróloga, para quem talvez as figuras representassem os signos de Leão e Gêmeos.


Maltwood subitamente percebeu que havia descoberto um antigo segredo encerrado na paisagem de Glastonbury.
Imediatamente ela encomendou mapas e fotografias aéreas, que lhe permitiram identificar um vasto círculo de imagens colossais, um anel de mais de 16 quilômetros de diâmetro, no qual ela visualizou exatamente os doze signos do zodíaco em ordem correta, de Áries a Peixes.
Fora do círculo havia a décima terceira imagem, a de um imenso cão: Langport, o qual, segundo a cultura celta, vigia a entrada para Annwn, o secreto mundo das fadas.
Maltwood abdicou de sua carreira e dedicou o resto de sua vida ao estudo daquele zodíaco terrestre. Concluiu que o antigo povo de Somerset havia embelezado as formas e contornos daquela paisagem natural há cerca de 5 mil anos, para criar aquelas figuras zodiacais; e que, nos últimos séculos, os monges da abadia de Glastonbury haviam cuidadosa e secretamente preservado as marcas geográficas que davam forma àquelas gigantescas figuras.
Embora aparentemente ela não tenha chegado a saber disto, Katherine não foi a primeira pessoa a ver os gigantes celestiais estampados na paisagem de Somerset.
Cerca de 350 anos antes dela, John Dee, um homem de muitos talentos que desempenhou papel importante nos campos da ciência, filosofia, matemática e alquimia, também fora arrebatado pelas incomuns marcas topográficas de Glastonbury; e também concluíra, tal como Katherine Maltwood mais tarde, que os doze signos do zodíaco haviam sido propositalmente estampados na paisagem por um povo antigo e sábio.
Durante um breve período, as opiniões de John Deen acerca das questões relacionadas às estrelas foram de considerável importância, pois ele funcionava como conselheiro astrológico da rainha Elizabeth I.
“Assim, a astrologia e a astronomia são cuidadosamente unidas e medidas através de uma reconstrução científica dos céus, revelando-nos que os antigos compreendiam tudo que agora descobrimos ser verdade”.
– escreveu Dee.
Contudo, para Maltwood, o zodíaco de Glastonbury assumia importância maior do que seu significado astrológico ou arqueológico. Acreditando que a existência das figuras explicava muitas referências encontradas nas antigas histórias sobre o rei Arthur, ela escreveu:
“Foi em torno desses gigantes naturais e arcaicos que se acumularam as histórias arturianas.”
Ela via o zodíaco como a Távola Redonda original: Arthur era Sagitário; Sir Lancelot, Leão; Guinevere, Virgem; e Merlin, Capricórnio.
Segundo alguns pesquisadores, a Távola Redonda (Round Table) representava um símbolo cósmico do todo, com o Graal em seu centro místico e os doze cavaleiros representando os sígnos do zodíaco.
Em 1935, Maltwood publicou sua descoberta do zodíaco de Glastonbury sob o título “Um Guia para o Templo das Estrelas de Glastonbury”, o que causou grande alvoroço na Inglaterra.
Algumas pessoas sentiram-se tão seduzidas pelo fato dos símbolos mágicos e sagrados gravados na terra que resolveram ajudá-la em suas investigações.
Maltwood faleceu em 1961; seu trabalho ainda contava com grandes entusiastas.
A comprovação histórica de outras monarquias místicas, tais como o fabuloso reino africano de Ofir, de onde, segundo a Bíblia, o rei Salomão extraía seu ouro, e o reino poderoso e piedoso do imperador e sacerdote cristão Preste João, na Ásia, também intriga os pesquisadores.
Mas as histórias sobre esses reinos perdidos, bem como as de Arthur e sua corte real, perduram até os dias de hoje.
De todos os reinos, nenhum cativou a imaginação do mundo ocidental como o de Arthur, com a dadivosa terra de Camelot.
Arthur pode ter vencido gigantes cruéis, mas foram suas batalhas contra a opressão que fizeram as pessoas ansiarem pela volta de um monarca como ele.
Se o céu for inatingível por enquanto, então Camelot ocupará seu lugar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário