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quarta-feira, 29 de julho de 2009

DESENTERRANDO A CORTE DE ARTHUR

Com a história de Arthur tão divulgada e tão persistente, era inevitável que os cientistas acabassem por procurar despistá-la dos adornos literários e chegar à verdade por detrás da lenda.
Em 1965, foi constituída a Comissão de Investigação Camelot, e após cinco anos de escavações em Somerset, os arqueólogos da comissão identificaram as ruínas do Castelo de Cadbury, perto de Glastonbuy, como sendo Camelot.
O lugar, no topo de uma colina, fortificado nos tempos pré-romanos, fora escolhido indubitavelmente pela sua posição, que permitia dominar a planície que se estende até o canal de Bristol. O entulho incrustado numa muralha acima do forte original indica que o Castelo de Cadbury continuo a ser utilizado durante os séculos de ocupação romana.
Mas a descoberta mais excitante para os investigadores da Comissão Camelot foram objetos de cerâmica que sugeriam que o local fora usado por um chefe bretão por volta do ano 500 - depois da retirada dos romanos e antes da conquista saxônica.
O seu quartel-general seria uma sala de 18 x 9m, construída em madeira e, provavelmente, com telhado de colmo.
Se o chefe não foi o heróico Arthur da lenda e da literatura, era pelo menos um bretão que lutou pela preservação da civilização romana contra a investida dos invasores bárbaros. As descobertas da Comissão de Investigação Camelot não foram aceitas pela investigadora americana Norma Lorre Goodrich, que sugeriu que o rei Arthur não governara na Inglaterra, mas mais para o norte, na Escócia.
Suas investigação exaustivas apontam para Stiriling, a noroeste de Edinburgh, e não para o Castelo de Cadbury, como local de Camelot.
Quanto ao tão falado cavalheirismo de Arthur, este reinou numa época de lutas selvagens em defesa da integridade territorial e da independência política.
O Código de Honra da Cavalaria ainda pertencia ao futuro, à épocas mais pacíficas em que historiadores como Godofredo de Monmouth e Sir Thomas Malory puderam avaliar os tempo calmos em que viveram e impor os seus padrões e os seus valores a um passado que inventaram. Apesar disso, quem vive é o Arthur que eles criaram, não o guerreiro obscuro de uma era tumultuada.
O seu reinado glorioso e inesquecível, nas palavras de um comentarista, foi "um breve período luminoso colocado como uma estrela na Idade das Trevas".

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