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sábado, 15 de junho de 2013

BRIGHID





Eu sou Aquela que é a mãe natural de todas as coisas, senhora e governante de todos os elementos, a descendência inicial dos mundos, chefe dos poderes divinos, Rainha de tudo o que há no Outro Mundo, a principal daqueles que habitam as alturas, manifestada sozinha e sob a forma de todos os Deuses e Deusas.


Talvez uma das mais complexas e contraditórias Deusas do panteão celta, Brigid pode ser vista como a mais poderosa figura religiosa em toda a história da Irlanda. Muitas partes de tradições diversas têm se assemelhado, tornando complicados a Sua história e Seu impacto, mas permitindo que Ela sobreviva sem dificuldades pelos dos séculos. Ela tem sido bem sucedida em permanecer intacta por gerações, cumprindo diferentes papéis em tempos divergentes.

Ela foi, e continua sendo, conhecida por muitos nomes. Chamada de Bride, Bridey, Brighid, Brigit, Briggidda, Brigantia, eu estou usando o Seu nome, Brighid, aqui.

Há também muitas variantes de pronúncia, todas corretas, mas, na minha mente, eu uso a pronúncia "breet".

Seu nome também tutelava uma confederação de tribos que habitava o norte da Inglaterra, sul da Escócia, nordeste de Gales e o reino de Leinster na Irlanda, os Brigantes. A importância da raiz de seu nome, que é tão emblemática no mundo Celta, é clara: brig - tem significados de “elevação”, “altura”, “altivez” e “poder”. Brighid é “A Elevada”, ou em uma leitura mais simples, “Aquela que Está Acima.”

Na mitologia Gaélica, Brighid é a filha de Dagda, o Bom Deus, cujo nome é Eochaid Pai-de-Todos. Sua mãe nos é desconhecida, mas como ela é vista sempre como a irmã do deus do amor e da juventude, Oéngus mac Ind Óg, normalmente especulamos que sua mãe seja a mesma que a dele, ou seja, Boann, deusa tutelar do rio Boinne.

Brighid, porém, não é apenas uma. Ela é descrita como sendo três deusas em uma: uma é Brighid, a poetisa; a segunda é Brighid, a ferreira; a terceira é Brighid, a curandeira. Essas são as três principais associações da deusa, que é claramente uma protetora da Tribo e dos assuntos humanos. A arte da cura, sempre vista como sagrada por todos os povos antigos. A arte da metalurgia, vista como sagrada pela maioria dos povos que os Mediterrâneos chamavam de “bárbaros”, como Celtas, Germanos e Eslavos. E a arte da poesia, sempre sagrada para os povos Celtas.

Brighid, em sua associação com as artes da cura, também é associada com várias fontes curativas na Irlanda, sendo também uma deusa das nascentes. Na mitologia Celta, há o forte simbolismo do fogo na água, que gera as névoas do Outro Mundo.

Brighid é uma deusa das águas, mas também do fogo, fogo esse que é essencial a todas as suas artes, o fogo que aquece o doente, que tempera o aço, e mais do que tudo, o fogo que inflama na mente dos poetas, e os leva a compor sua poesia mística.

A associação com o fogo traz um novo “ramo” de habilidades associados à Brighid, que é a arte da cervejaria. Outra arte humana que é associada a ela, é a criação de gado. Ela possuía dois grandes touros, Fea e Men, que podiam arar sozinhos toda uma planície. Na sua encarnação como Santa Brígida também há essa associação, pois ela teria um conjunto de vacas que dariam um suprimento infinito de leite, associando-a com a fartura.

Um outro ponto que permanece obscuro para muitos é sua associação com a caçada e a atividade guerreira. Em boa parte da mitologia Celta, a caçada ao Javali é o ápice da bravura, parte de um processo quase iniciático para os guerreiros. E o grande javali do mundo, o Torc Triath (cognato do Galês Twrch Trwyth) era de sua propriedade.

Brighid, deusa das artes humanas, também possuía sua ligação com as forças primordiais da natureza, através das associações com a natureza e com a fartura, mesmo porque ela pode ser filha de uma deidade primordial, Boann, a deusa do Rio Boyne. Essa ligação ainda aparece em um dos seus matrimônios.

Ela foi casada com Bres mac Elatha, o filho do Rei Fomorian que reinou sobre as Tuatha Dé Danann. Um casamento entre um deus das forças primevas e uma das deusas da tribo. Dessa união, nasce Ruadán, que vem a morrer na Segunda Batalha de Moytura. Quando isso ocorre, Brighid vai até o campo de batalha, e entoa o primeiro caoineach da Irlanda. Essa é uma tradição que permaneceu viva no folclore Irlandês, que dizia que, na hora da morte de um homem, as mulheres da família e das redondezas entoariam lamentos na forma de gritos e prantos violentos, como uma forma de mostrar que o falecido era bem quisto no mundo dos vivos. Essa associação pode ligar a deusa com Banshe (Bean Sidhe), aquela cujos gritos avisam aqueles que estão para morrer no folclore Gaélico.

Outro casamento seu foi com Tuireann, com o qual ela tem três filhos, Brian, Iuchar e Iucharba. Esses três, embora sejam parte das Tuatha Dea, tinham rivalidades com outro grupo, e terminam por assassinar Cián, pai de Lugh Lamfhada. Mesmo que Brighid pouco apareça nessa história, há uma tendência em ocorrer um fim trágico para os seus filhos. Ainda assim, na forma de Santa Brígida, há muitas associações dela com as relações familiares, principalmente na manutenção do fogo da lareira, onde a família se reunia durante o Inverno.

Ela é a Deusa do fogo, das fontes curativas, dos poetas e sua arte, da metalurgia, da cura, da fermentação, do lar e da família, da pecuária. Deusa de todos, do povo comum, da aristocracia bélica, das classes eruditas. E o mais impressionante de tudo, deusa que não foi esquecida no Cristianismo.

Não há informações claras sobre se realmente houve uma mulher chamada Brighid na Irlanda que, ao se converter ao Cristianismo e assumir a autoridade dentro da Igreja Celta (então, muito diferente da Sé Católica), criou o seu santuário em Kildare, na Irlanda (cujo nome, Cill Duir, “Templo do Carvalho”, pode indicar uma importância pré-Cristã para o local) e a ordem de freiras que mantiveram vivas tantas tradições Gaélicas.

Mas quer essa mulher tenha existido, quer tenha sido inventada pela Igreja, as características atribuídas a ela vem da deusa do qual ela recebeu o nome. Todas as suas associações (incluindo com as fontes curativas) vem da deusa pagã. Seu festival, Lá Fheile Bríde é o Imbolc, a Festa da Primavera, que começa a se aproximar. É a festa da deusa Brighid, e é a ela que devemos nossas homenagens nesse dia, seja na forma da Deusa ou da Santa.

Seu culto, tão ligado ao fogo (como o da deusa) incluía a vigília. No monastério de Kildare, um grupo de nove freiras cuidava de uma chama perpétua, que não podia se apagar. A cada dia, uma era responsável. No décimo dia, a nona freira deixava a madeira ao lado da fogueira e deixava a responsabilidade para a própria Brighid. O fogo foi, por várias vezes, apagado pelas autoridades Católicas que julgavam aquilo como sendo uma sobrevivência de paganismo, mas ele sempre foi reaceso.

O fogo de Brighid é mais que o fogo de Kildare. É aquele que queima na cabeça e no coração dos seus devotos. E esse nunca vai se apagar, por isso, o fogo de Brighid sempre irá ser aceso de novo.



quarta-feira, 12 de junho de 2013

AS DEUSAS



Podemos observar nos contos galeses do Mabinogion e no Ciclo Irlandês, a força das mulheres sendo invocadas como Deusas em suas múltiplas facetas, na imagem de rainhas, sacerdotisas e druidesas. Geralmente, eram mulheres que desempenhavam um papel importante nas sociedades e terras célticas, como soberanas da terra e da guerra, responsáveis tanto na sua criação como na transformação ou destruição. Elas ficaram conhecidas como as mantenedoras do caminho sagrado.

A nosso ver, dentre essas Deusas, as que possuíam ligação mais forte com a energia do “Outro Mundo”, são as Deusas irlandesas: Dana ou Danu, Brighid e Morrighan. E as Deusas galesas, conhecidas como as guardiãs dos mistérios: Arianrhod, Blodeuwedd, Branwen, Cerridwen e Rhiannon.

Vamos então explicar quem elas eram e o que representavam no contexto cultural celta.

Comecemos com:




Dana - Deusa Mãe da Irlanda

"A tribo de Dana retrata o grande clã das artes, da magia e das profissões manuais."

Esposa de Bile, principal deus gaulês, Dana, também conhecida como Ana, era a deusa mãe ou rainha. Nascida entre os deuses da vida, da luz e do dia.

Considerada a deusa da literatura, também era conhecida como Brigite. É a divindade mais antiga mencionada pelos celtas, de cuja divindade derivam todos os outros deuses.

É a Mãe Universal e mãe de todos os deuses. Relacionada à lua e governante das marés. Protegia o gado, a saúde e garantia a prosperidade. Os rios e lagos também estavam sob sua proteção.

Esta era a deusa invocada para conseguir abundância, sabedoria e prosperidade.

Diz a lenda que os filhos de Dana foram à Irlanda e, que como filhos da deusa, também eram divinos. Ao chegarem tiveram que combater os Fomorios, cuja Deusa Mãe era Domnu. Curiosamente, Domnu significa "mundo", assim como "as profundezas do Mar".

Segundo à tradição irlandesa, houve uma luta entre os filhos de Domnu que representam a maldade, enquanto os filhos de Danu, simbolizam a bondade. Porém os filhos de Domnu não foram expulsos do mundo, já que simbolizam o próprio mundo.

O nome da deusa também significa "água do céu" e está relacionado ao rio Danúbio. Foi nesta região que os povos célticos se desenvolveram antes de sua expansão europeia. Dana compõe a Trindade do Destino juntamente com Macha e Badb.

Deusa da fertilidade, da terra, da proteção e da abundância. Dana, Dannan ou Danu é a Deusa-mãe do clã irlandês, os Tuatha Dé Danann, povos da Deusa ou tribos de Dana. Seu nome significa "Conhecimento", e alguns estudiosos acreditam que Dana e Ana sejam a mesma divindade.

Os membros da tribo, após a invasão dos Milesianos, que permaneceram na Irlanda formaram os "Daoine Sídhe" que, literalmente, significa "Povo feérico ou das fadas". Habitantes do Sídhe ou colinas sagradas, os povos do Outro Mundo ou Avalon, a Ilha da Eterna Juventude (Tir na nÓg), conhecidos também como "Os que sempre vivem", pois guardavam consigo o segredo da imortalidade.

Dana, segundo uma lenda, nasceu em uma Clã de Dançarinos que viviam ao longo do rio Alu. Seu nome foi escolhido por sua avó, Kaila, Sacerdotisa do Clã. Foi ela que sonhou com uma barca carregando seu povo por mares e rios até chegarem em uma ilha, onde deveria construir um Templo, para que a paz e a abundância fossem asseguradas. Ao despertar, Danu relatou seu sonho ao conselho e a grande viagem começou então a ser planejada.

Também conhecida como Danu, é a maior Deusa Mãe da mitologia celta. Seu nome "Dan", significa conhecimento, tendo sido preservada na mitologia galesa como a deusa Don, enquanto que outras fontes equipararam-na à deusa Anu. Na Ibéria, a divindade suprema do panteão celta é considerada a senhora da luz e do fogo. Era ela que garantia a segurança matriarcal, a proteção e a justiça. Dana ou Danu também é conhecida por outros nomes: Almha, Becuma, Birog, ou Buan-ann, de acordo com o lugar de seu culto.

O "Anuário da Grande Mãe" de Mirella Faur, nos apresenta o dia 31 de março como o dia de celebrar esta deusa da prosperidade e abundância. Conta ainda, que os celtas neste dia, acreditavam que atraia muito azar emprestar ou pegar dinheiro emprestado, por prejudicar os influxos da prosperidade. Uma antiga, mas eficaz simpatia, mandava congelar uma moeda, fazendo um encantamento para proteger os ganhos e evitar os gastos.

Os descendentes da Dana e seu consorte Bilé (Beli) eram conhecidos como os "Tuatha Dé Dannan" (povo da Deusa Dana), uma variação nórdica de Diana, que era adorada em bosques de carvalhos sagrados. O nome "Dana"é derivado da Palavra Céltica Dannuia ou Dannia.

É significativo que o rio Danúbio leve seu nome, pois foi no Vale do Danúbio, que a civilização Celta se desenvolveu. A ligação Celta com o vale do rio Danúbio também é expressa em seu nome original. "Os filhos de Danu", ou "Os filhos de Don".

Dana é irmã de Math e seu filho é Gwydion. Sua filha é Arianrhod, que tem dois filhos, Dylan e Llew. Os dois outros filhos de Dana são Gobannon e Nudd.

É certo que Dana deveria ser considerada a Mãe dos Deuses, depois de ter lhes dado seu nome. Há várias interpretações do seu nome, sendo que uma delas é "Terra Molhada" e o mais poético, "Água do Céu".

Em Munster, na Irlanda, Dana foi associada a dois morros de cume arredondados, chamados de "Dá Chich Anann" ou "Seios de Ana", por se parecem com dois seios. É a Deusa da fertilidade, da terra e da abundância.

Danu é uma das Dea Matronae da Irlanda e a Deusa da fertilidade. Seu símbolo mágico é um bastão.

Seu personagem foi cristianizado na figura de Santa Ana, mãe da Virgem Maria, pois sua existência é proveniente de uma antiga divindade indo-européia. Também é conhecida na Índia, como o nome de "Ana Purna" e em Roma toma o nome de "Anna Perenna".

“No início havia o Vazio, a vastidão do Nada,


a supremacia da criatividade não diferenciada


Do vazio nasceu o Caos,


Da união entre o vazio e o caos originou-se Ana,


a Grande Sonhadora, Criadora e Tecelã dos mundos,


em cujo ventre fértil resplandeciam estrelas e planetas.


Da união entre Sonho e o nosso Sol foram criados


a Mãe Terra, o Pai Céu e o oceano, os ancestrais primevos.


Do encontro entre o céu e a Terra surgiram os Seres Brilhantes,


os Dakinis e os Dakas que trouxeram a luz ao mundo.


E do ventre de Ana, tocado pela luz das Plêiades,


nasceram os Tuatha de Danann,


o povo da deusa Danu.

 



- Kathy Jones, “The Well of Ana”.


HISTÓRICO

Os primeiros relatos escritos sobre as lendas e as crenças dos povos celtas foram feitos pelos romanos, que invadiram a Grã Bretanha em 55 a.C. Na medida das suas conquistas, eles incorporavam ao seu próprio sistema religioso mitos e conceitos dos povos indígenas, registrando-os, porém, de forma fragmentada e adaptada, em função da localização geográfica e da similitude entre uma divindade local e uma correspondente romana.


Esses registros referem-se aos antigos mitos irlandeses, galeses e escoceses, acrescentando, também, lendas das tribos celtas que tinham chegado posteriormente na Grã Bretanha (cerca de 500 a.C.), provavelmente vindo da França central. Ocultas nas histórias encontram-se reminiscências das tradições pré-celtas, dos povos neolíticos, construtores dos círculos de menires e das câmaras subterrâneas, encontradas em inúmeros lugares nas ilhas Britânicas e na Bretanha (região do Oeste da França).

Essa herança ancestral, preservada durante milênios pela tradição oral e as práticas religiosas pagãs, parcialmente registradas por historiadores romanos, foi aproveitada, reinterpretada, deturpada e truncada nos relatos dos monges cristãos ao longo dos séculos. Mantendo somente o que convinha à moral e aos dogmas cristãos, os monges reduziram o vasto panteão e a rica simbologia celta a relatos épicos de guerras, invasões, intrigas, traições e atos imorais, perpretados pelas várias raças e tribos, diferenciados apenas pela localização geográfica.

Mesmo preservando resquícios das verdades originais, as histórias cristãs minimizaram ou ignoraram a beleza e a sabedoria do legado celta, reduzindo ou distorcendo o seu valor mítico e espiritual. Na visão patriarcal dos monges, as Deusas foram vistas como Rainhas e princesas, os deuses como Reis e Heróis e o significado transcendental foi diluído, modificado ou perdido.

No século XI foi publicado “O Livro das Invenções”, que descreve uma sucessão de 5 povos que teriam vivido na Irlanda antes da chegada dos celtas, os ancestrais dos habitantes atuais.

Nas lendas, estas raças diferentes são descritas de uma forma ambígua, tendo tanto características divinas quanto humanas e sendo apresentadas como deusas, deuses, gigantes, devas e seres elementais ( seres análogos aos de tantos outros mitos de várias culturas e países). Sem precisar entrar em detalhes da complexa nomenclatura e das vastas descrições das batalhas, o importante é saber que cada uma dessas raças foi vencida e seguida pela seguinte, alternando-se assim seus mitos, suas divindades e sua organização social e religiosa.

A quarta raça - Tuatha de Dannan ou povo da deusa Danu -, apareceu de forma misteriosa: não da terra, de uma direção definida, como outros invasores, mas do céu, simultaneamente das 4 direções. Aterrissaram no dia do Sabbat Beltane e depois fundaram 4 cidades que se tornaram os centros espirituais da Irlanda.

Tanto a sua natureza, quanto a sua origem, permanecem envoltos em mistério, mas sabe-se que seus atributos eram de bondade e luz. Por terem vencido a “escura” e agressiva raça anterior foram por isso chamados de “seres brilhantes”. Trouxeram ensinamentos e objetos de magia, arte, sabedoria e cura e deixaram como marcos os círculos de menires e os monumentos megalíticos.

Após um longo e pacífico reinado eles também foram vencidos pela última raça, os precursores dos celtas; depois da sua derrota se retiraram no interior das colinas sagradas, tornando-se o assim chamado “Povo das Fadas”. É importantíssimo ressaltar que apesar de se traduzir fairy por “fada”, este termo não descreve uma “diáfana figura feminina sobrevoando as flores”. O sentido arcaico de Fairy People refere-se a seres sobrenaturais, com aparência etérica, sim, mas pertencendo a ambos os sexos, jovens que gostavam de música, danças, cores, flores, e abominavam o ferro (comprovação de sua origem anterior à Idade do Ferro).

O maior legado dos Tuatha de Dannan foi o culto da deusa Dana (também conhecida como Danu, Anu ou Ana), considerada a Deusa Mãe, progenitora das outras divindades. Representando a força ancestral da Terra, a fertilidade, a vida e a morte, Dana foi posteriormente considerada como a representação da tríplice manifestação divina, da qual sobreviveu até hoje somente o culto à Brighid, cristianizada e fervorosamente venerada como a milagreira Santa Brígida.

Apesar do seu culto ter sido proibido pelo cristianismo e seu nome aos poucos ser esquecido, Danu está presente em toda a parte da Irlanda, seja nos verdes campos, no perfil arredondado das montanhas, no sussurro dos riachos. O Seu lugar sagrado no Condado de Kerry, chamado Paps of Anu, reproduz, na forma das duas colinas, Seus fartos seios, cujos mamilos são formados por cairns, os antigos amontoados de pedras que foram formados pelas oferendas de pedras levadas pelos peregrinos ao longo dos tempos, em sinal de reverência e gratidão.

Atualmente, com o ressurgimento do Sagrado Feminino, Danu, assim como as Deusas de outras tradições, está sendo lembrada e reverenciada como Senhora da Terra, da água, da abundância, da plenitude da Natureza e da soberania.

Mirella Faur



A seguir: BRIGHID - DEUSA AMADA POR TODOS