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sábado, 21 de dezembro de 2013

ARIANRHOD



ARIANRHOD A DEUSA DA RODA DE PRATA

Arianrhod é a Deusa celta da lua, as estrelas e do céu.
Ela também é conhecida por outros nomes, tais como Margawse ou Morgause, e por títulos como a deusa do parto, Magick, da Justiça e da Noite.
No País de Gales, Arianrhod assume outros atributos, bem como, quando ela se torna a Deusa da Roda do Ano e a Deusa da Lua Cheia, do Destino, fertilidade, morte e reencarnação.
O que é extremamente importante é o fato de que Arianrhod também é a deusa da Energia  Feminina, parte integrante do Feminino Divino.
A lenda nos diz que Arianrhod era a mais poderosa de todas as filhas nascidas da grande Deusa Mãe Don e seu consorte Beli e que ela era muito bonita, com a pele muito pálida.
Também se acreditava ter sido ela tanto irmã como esposa de Gwydion, e a mãe dos gêmeos: Llew, um Deus Sol, e Dylan, um deus do mar.
Arianrhod era também uma deusa Mágica e ela foi considerada pela maioria como uma deusa donzela, vivendo sua vida da mesma forma como as deusas gregas Ártemis e Athena e cercada apenas por mulheres.
Na realidade, porém, Arianrhod, viveu uma vida muito mais selvagem e livre, frequentemente se divertindo sexualmente e tendo uma preferência distinta para tritões.
Os símbolos de Arianrhod são o caldeirão e a porca branca.
O caldeirão era um importante símbolo do poder feminino, no mundo pré-cristão, pagão, enquanto a porca branca indica que ela tinha uma forte ligação com o submundo.
Arianrhod também se acredita ter uma poderosa associação com o mar.
Na tradição irlandesa, há uma profecia afirmando que existia uma deusa entre as quais se manifestavam como um tecelã.
Arianrhod possui as qualidades necessárias para ser uma perfeita tecelã pois possui grande força e independência e essas qualidades seriam extremamente importantes para quem, de fato, iria se manifestar nesse papel.
Se Arianrhod, na verdade, é a tecelã, então ela pode ser comparada com o desempenho de deusas gregas, ou dos Nórdicos e panteões Teutônicos.
A sugestão de que Arianrhod, eventualmente, poderia ser uma tecelã, segue uma linha, que conecta várias outras culturas diferentes e é bem sabido que estas tecelãs tem, talvez o maior poder de todos, porque a medida que tecem  controlam a vida dos homens e de Deuses igualmente .

O nome Arianrhod significa "Roda de Prata", ou "Círculo de Prata", cujo nome é indicativo de seu papel como uma deusa da Lua Cheia, e em seu papel como a mãe em uma típica Deusa Galesa Tríplice.
Ela também tem sido conhecida como a "Virgem Deusa Branca do nascimento, iniciação, morte e renascimento", e a "Roda de Prata, que desce para o mar." Seu palácio, ou torre em espiral no céu, é conhecido como Caer Arianrhod, ou o "Castelo da Roda de Prata", embora possa ser mais conhecido, para alguns, como a Aurora Boreal ou a Via Láctea, cuja constelação também tem sido associada com a Deusa Ariadne, a equivalente grega de Arianrhod.
Arianrhod era a Senhora da Caer Sidi, a Torre do Outro Mundo e da Iniciação.
Quando as pessoas morriam, eles eram levados para Caer Sidi onde passariam o tempo  que  tinham entre suas encarnações.
Foi dito que estavam em Caer Sidi, entre muitos, poetas que aprendiam a sabedoria das estrelas.
Quando guerreiros morriam na batalha, era papel de Arianrhod recolher as almas, colocá-los a bordo de seu navio, conhecido como Remo Wheel, e depois transportá-los para Emania, que também era conhecida como Moonland.
Então, quando finalmente chegavam ao Moonland,  Arianrhod iniciava as almas no outro mundo em suas novas vidas em Caer Sidi.
Arianrhod também assume o papel de mãe em uma galesa Deusa tripla trindade, em que Blodeuwedd é a donzela, e Cerridwen a mulher idosa.

Era assim a face de Arianrhod, que aparecia como uma das faces da Deusa Mãe, que era adorado pela Irmandade dos Nove em Avalon.
Arianrhod desempenha um papel importante no conto conhecido como Math, o Filho de Mathonwy, que aparece na coleção de histórias galesas, conhecido como o Mabinogion.
Embora o Mabinogion tenha sido escrito entre a segunda metade do século 11 e o final do século 13, foi só em 1849 que Lady Charlotte Guest traduziu o Livro Vermelho dos Hergest (c. 1400) para o Inglês.
O Livro Vermelho de Herges é um manuscrito que contém quatro seções principais que compõem o corpo principal do Maginogion, bem como onze contos anônimos que parecem estar repleto de mitologia e folclore galês, lidando principalmente com a lenda do rei Artur.
O nome, The Mabinogion, foi tomado por Lady Guest a partir da linha final em cada uma das quatro seções principais do trabalho, que afirmam: "Aqui termina o Primeiro Ramo do Mabinogion", ou o "Secondo Poder" ou a "Em terceiro lugar" e, em seguida, em meio a  “Quarta ". Math o Filho de Mathonwy compreende o quarto ramo do Mabinogion, e inclui no seu interior um conto sobre a Deusa Arianrhod, bem como a continuação desse conto, lidando com a Deusa florescente Blodeuwedd. No Mabinogion, Arianrhod foi tida como a filha da Deusa Don, a irmã de Gwydion, e sobrinha do mágico Math. histórias, no entanto, muitas vezes não são o que parecem ser na superfície, e que por vezes pode ser necessário, você olhar muito mais profundamente, se quiser descobrir a verdade.
Na versão do Mabinogion deste mito, Math era um Rei Mago, que para continuar o seu Reinado, era obrigado a manter os pés descansando no colo ou ventre de uma virgem, sempre que ele não estivesse envolvido em batalha.
 A formosa e justa  Goewin  era a “ footholder “ de Math, e como tal ela era a fonte tanto de sua soberania como de seu poder.
Um dia, o irmão de Arianrhod, Gwydion, chegou perto de seu irmão mais novo, Gilvaethwy, que parecia ser extremamente deprimido e perguntou por que o seu irmão estava assim tão tristonho e, Gilvaethwy, confiando nele, disse-lhe de seu amor e desejo pela virgem Goewin.
Goewin, no entanto,  sendo footholder de seu tio, como tal, estava constantemente ao lado dele, tornando impossível para Gilvaethwy ficar sozinho com ela, a não ser que Math fosse para uma guerra e assim ele poderia falar-lhe sobre seus sentimentos
O pensamento de que Goewin continuaria sendo footholder de Math, e como tal, sempre uma virgem, não se coaduna com Gilvaethwy também.
Então, através de engano, mentiras e um feitiço mágico, Gwydion foi capaz de criar uma guerra, em que  Math foi lutar, deixando Goewin para trás, esperando em Caer Dathyl o seu retorno.
Presunçosamente, Gilvaethwy sabia muito bem que Gwydion tinha arquitetadoado o estratagema perfeito usando sua magia para criar uma guerra, permitindo-lhe o tempo necessário que precisava para fazer Goewin ciente de como era grande e real o seu amor por ela.
Quando Math partiu para a guerra uma grande batalha se seguiu. O que havia começado como uma mentira e um feitiço mágico, acabou por ser um banho de sangue.
Muitos homens dignos foram mortos nessa guerra, e entre eles estava o Rei Pryderi, o filho do mortal rei Pwyll e Rhiannon a Deusa.
Uma vez que Math tinha ido lutar na guerra, Gilvaethwy foi diretamente para o castelo de Math.
Ele, então, sentou-se, exatamente onde Math  se sentava, sempre que seus pés estavam descansando no colo de Goewin.
Bastante grosseiro, Gilvaethwy começou a expulsar todos do aposento rapidamente, exceto  Goewin, a donzela, que ele forçou a ficar lá com ele, totalmente contra sua vontade.
It was there and then, upon Math's own couch, that Gilvaethwy raped the maiden Goewin, and when he had finished, that which he had begun, he left the maiden Goewin a maiden no more.
 Foi lá e depois, no próprio sofá de Math, que Gilvaethwy estuprou a moça Goewin e, quando terminou o que havia começado, ele deixou Goewin desesperada pois, uma vez que tinha ela perdido a sua virgindade, não poderia mais ser capaz de agir como footholder de Math e perdera assim, também, a capacidade de conceder e garantir a Math, a continuidade e soberania de seu reino e parentesco com a sua terra.
Quando finalmente a batalha terminou e o Rei Pryderi havia sido enterrado, Math retornou a Caer Dathyl, imediatamente perguntou a respeito de onde a donzela Goewin poderia estar.
Foi então que Goewin apareceu diante dele e, com lágrimas escorrendo pelo rosto, ela explicou a Math que ela não poderia mais atuar como sua footholder, pois a sua virgindade tinha sido tirada, contra sua vontade, por seu sobrinho Gilvaethwy, através da plotagem e traição de Gilvaethwy e seu irmão, Gwydion.
Pouco tempo depois, Math descobriu que a guerra tinha realmente sido criada por um dos feitiços mágicos de Gwydion e que a guerra que houve, era uma guerra que nunca deveria ter acontecido.
Tornou-se extremamente claro para Math que Gwydion tinha criado a guerra, de modo que Gilvaethwy pudesse estar a sós com Goewin e depois, em vez de agir como um cavalheiro apaixonado, Gilvaethwy, demonstrou seu péssimo caráter agindo brutalmente, pela maneira com que tinha declarado o seu amor e pelo ato violento de estuprar Goewin.
Math estava profundamente preocupado com Goewin, não só porque ela era a fonte de seu poder e sua soberania, mas também porque ela era extremamente querida por ele.

Obviamente, chateado com o que tinha acabado de aprender, Math disse a  Goewin que iria compensá-la por tudo o que tinham tramado contra ela, e como parte dessa compensação, ele iria pegar a mão dela em casamento. 
cont...

sábado, 15 de junho de 2013

BRIGHID





Eu sou Aquela que é a mãe natural de todas as coisas, senhora e governante de todos os elementos, a descendência inicial dos mundos, chefe dos poderes divinos, Rainha de tudo o que há no Outro Mundo, a principal daqueles que habitam as alturas, manifestada sozinha e sob a forma de todos os Deuses e Deusas.


Talvez uma das mais complexas e contraditórias Deusas do panteão celta, Brigid pode ser vista como a mais poderosa figura religiosa em toda a história da Irlanda. Muitas partes de tradições diversas têm se assemelhado, tornando complicados a Sua história e Seu impacto, mas permitindo que Ela sobreviva sem dificuldades pelos dos séculos. Ela tem sido bem sucedida em permanecer intacta por gerações, cumprindo diferentes papéis em tempos divergentes.

Ela foi, e continua sendo, conhecida por muitos nomes. Chamada de Bride, Bridey, Brighid, Brigit, Briggidda, Brigantia, eu estou usando o Seu nome, Brighid, aqui.

Há também muitas variantes de pronúncia, todas corretas, mas, na minha mente, eu uso a pronúncia "breet".

Seu nome também tutelava uma confederação de tribos que habitava o norte da Inglaterra, sul da Escócia, nordeste de Gales e o reino de Leinster na Irlanda, os Brigantes. A importância da raiz de seu nome, que é tão emblemática no mundo Celta, é clara: brig - tem significados de “elevação”, “altura”, “altivez” e “poder”. Brighid é “A Elevada”, ou em uma leitura mais simples, “Aquela que Está Acima.”

Na mitologia Gaélica, Brighid é a filha de Dagda, o Bom Deus, cujo nome é Eochaid Pai-de-Todos. Sua mãe nos é desconhecida, mas como ela é vista sempre como a irmã do deus do amor e da juventude, Oéngus mac Ind Óg, normalmente especulamos que sua mãe seja a mesma que a dele, ou seja, Boann, deusa tutelar do rio Boinne.

Brighid, porém, não é apenas uma. Ela é descrita como sendo três deusas em uma: uma é Brighid, a poetisa; a segunda é Brighid, a ferreira; a terceira é Brighid, a curandeira. Essas são as três principais associações da deusa, que é claramente uma protetora da Tribo e dos assuntos humanos. A arte da cura, sempre vista como sagrada por todos os povos antigos. A arte da metalurgia, vista como sagrada pela maioria dos povos que os Mediterrâneos chamavam de “bárbaros”, como Celtas, Germanos e Eslavos. E a arte da poesia, sempre sagrada para os povos Celtas.

Brighid, em sua associação com as artes da cura, também é associada com várias fontes curativas na Irlanda, sendo também uma deusa das nascentes. Na mitologia Celta, há o forte simbolismo do fogo na água, que gera as névoas do Outro Mundo.

Brighid é uma deusa das águas, mas também do fogo, fogo esse que é essencial a todas as suas artes, o fogo que aquece o doente, que tempera o aço, e mais do que tudo, o fogo que inflama na mente dos poetas, e os leva a compor sua poesia mística.

A associação com o fogo traz um novo “ramo” de habilidades associados à Brighid, que é a arte da cervejaria. Outra arte humana que é associada a ela, é a criação de gado. Ela possuía dois grandes touros, Fea e Men, que podiam arar sozinhos toda uma planície. Na sua encarnação como Santa Brígida também há essa associação, pois ela teria um conjunto de vacas que dariam um suprimento infinito de leite, associando-a com a fartura.

Um outro ponto que permanece obscuro para muitos é sua associação com a caçada e a atividade guerreira. Em boa parte da mitologia Celta, a caçada ao Javali é o ápice da bravura, parte de um processo quase iniciático para os guerreiros. E o grande javali do mundo, o Torc Triath (cognato do Galês Twrch Trwyth) era de sua propriedade.

Brighid, deusa das artes humanas, também possuía sua ligação com as forças primordiais da natureza, através das associações com a natureza e com a fartura, mesmo porque ela pode ser filha de uma deidade primordial, Boann, a deusa do Rio Boyne. Essa ligação ainda aparece em um dos seus matrimônios.

Ela foi casada com Bres mac Elatha, o filho do Rei Fomorian que reinou sobre as Tuatha Dé Danann. Um casamento entre um deus das forças primevas e uma das deusas da tribo. Dessa união, nasce Ruadán, que vem a morrer na Segunda Batalha de Moytura. Quando isso ocorre, Brighid vai até o campo de batalha, e entoa o primeiro caoineach da Irlanda. Essa é uma tradição que permaneceu viva no folclore Irlandês, que dizia que, na hora da morte de um homem, as mulheres da família e das redondezas entoariam lamentos na forma de gritos e prantos violentos, como uma forma de mostrar que o falecido era bem quisto no mundo dos vivos. Essa associação pode ligar a deusa com Banshe (Bean Sidhe), aquela cujos gritos avisam aqueles que estão para morrer no folclore Gaélico.

Outro casamento seu foi com Tuireann, com o qual ela tem três filhos, Brian, Iuchar e Iucharba. Esses três, embora sejam parte das Tuatha Dea, tinham rivalidades com outro grupo, e terminam por assassinar Cián, pai de Lugh Lamfhada. Mesmo que Brighid pouco apareça nessa história, há uma tendência em ocorrer um fim trágico para os seus filhos. Ainda assim, na forma de Santa Brígida, há muitas associações dela com as relações familiares, principalmente na manutenção do fogo da lareira, onde a família se reunia durante o Inverno.

Ela é a Deusa do fogo, das fontes curativas, dos poetas e sua arte, da metalurgia, da cura, da fermentação, do lar e da família, da pecuária. Deusa de todos, do povo comum, da aristocracia bélica, das classes eruditas. E o mais impressionante de tudo, deusa que não foi esquecida no Cristianismo.

Não há informações claras sobre se realmente houve uma mulher chamada Brighid na Irlanda que, ao se converter ao Cristianismo e assumir a autoridade dentro da Igreja Celta (então, muito diferente da Sé Católica), criou o seu santuário em Kildare, na Irlanda (cujo nome, Cill Duir, “Templo do Carvalho”, pode indicar uma importância pré-Cristã para o local) e a ordem de freiras que mantiveram vivas tantas tradições Gaélicas.

Mas quer essa mulher tenha existido, quer tenha sido inventada pela Igreja, as características atribuídas a ela vem da deusa do qual ela recebeu o nome. Todas as suas associações (incluindo com as fontes curativas) vem da deusa pagã. Seu festival, Lá Fheile Bríde é o Imbolc, a Festa da Primavera, que começa a se aproximar. É a festa da deusa Brighid, e é a ela que devemos nossas homenagens nesse dia, seja na forma da Deusa ou da Santa.

Seu culto, tão ligado ao fogo (como o da deusa) incluía a vigília. No monastério de Kildare, um grupo de nove freiras cuidava de uma chama perpétua, que não podia se apagar. A cada dia, uma era responsável. No décimo dia, a nona freira deixava a madeira ao lado da fogueira e deixava a responsabilidade para a própria Brighid. O fogo foi, por várias vezes, apagado pelas autoridades Católicas que julgavam aquilo como sendo uma sobrevivência de paganismo, mas ele sempre foi reaceso.

O fogo de Brighid é mais que o fogo de Kildare. É aquele que queima na cabeça e no coração dos seus devotos. E esse nunca vai se apagar, por isso, o fogo de Brighid sempre irá ser aceso de novo.



quarta-feira, 12 de junho de 2013

AS DEUSAS



Podemos observar nos contos galeses do Mabinogion e no Ciclo Irlandês, a força das mulheres sendo invocadas como Deusas em suas múltiplas facetas, na imagem de rainhas, sacerdotisas e druidesas. Geralmente, eram mulheres que desempenhavam um papel importante nas sociedades e terras célticas, como soberanas da terra e da guerra, responsáveis tanto na sua criação como na transformação ou destruição. Elas ficaram conhecidas como as mantenedoras do caminho sagrado.

A nosso ver, dentre essas Deusas, as que possuíam ligação mais forte com a energia do “Outro Mundo”, são as Deusas irlandesas: Dana ou Danu, Brighid e Morrighan. E as Deusas galesas, conhecidas como as guardiãs dos mistérios: Arianrhod, Blodeuwedd, Branwen, Cerridwen e Rhiannon.

Vamos então explicar quem elas eram e o que representavam no contexto cultural celta.

Comecemos com:




Dana - Deusa Mãe da Irlanda

"A tribo de Dana retrata o grande clã das artes, da magia e das profissões manuais."

Esposa de Bile, principal deus gaulês, Dana, também conhecida como Ana, era a deusa mãe ou rainha. Nascida entre os deuses da vida, da luz e do dia.

Considerada a deusa da literatura, também era conhecida como Brigite. É a divindade mais antiga mencionada pelos celtas, de cuja divindade derivam todos os outros deuses.

É a Mãe Universal e mãe de todos os deuses. Relacionada à lua e governante das marés. Protegia o gado, a saúde e garantia a prosperidade. Os rios e lagos também estavam sob sua proteção.

Esta era a deusa invocada para conseguir abundância, sabedoria e prosperidade.

Diz a lenda que os filhos de Dana foram à Irlanda e, que como filhos da deusa, também eram divinos. Ao chegarem tiveram que combater os Fomorios, cuja Deusa Mãe era Domnu. Curiosamente, Domnu significa "mundo", assim como "as profundezas do Mar".

Segundo à tradição irlandesa, houve uma luta entre os filhos de Domnu que representam a maldade, enquanto os filhos de Danu, simbolizam a bondade. Porém os filhos de Domnu não foram expulsos do mundo, já que simbolizam o próprio mundo.

O nome da deusa também significa "água do céu" e está relacionado ao rio Danúbio. Foi nesta região que os povos célticos se desenvolveram antes de sua expansão europeia. Dana compõe a Trindade do Destino juntamente com Macha e Badb.

Deusa da fertilidade, da terra, da proteção e da abundância. Dana, Dannan ou Danu é a Deusa-mãe do clã irlandês, os Tuatha Dé Danann, povos da Deusa ou tribos de Dana. Seu nome significa "Conhecimento", e alguns estudiosos acreditam que Dana e Ana sejam a mesma divindade.

Os membros da tribo, após a invasão dos Milesianos, que permaneceram na Irlanda formaram os "Daoine Sídhe" que, literalmente, significa "Povo feérico ou das fadas". Habitantes do Sídhe ou colinas sagradas, os povos do Outro Mundo ou Avalon, a Ilha da Eterna Juventude (Tir na nÓg), conhecidos também como "Os que sempre vivem", pois guardavam consigo o segredo da imortalidade.

Dana, segundo uma lenda, nasceu em uma Clã de Dançarinos que viviam ao longo do rio Alu. Seu nome foi escolhido por sua avó, Kaila, Sacerdotisa do Clã. Foi ela que sonhou com uma barca carregando seu povo por mares e rios até chegarem em uma ilha, onde deveria construir um Templo, para que a paz e a abundância fossem asseguradas. Ao despertar, Danu relatou seu sonho ao conselho e a grande viagem começou então a ser planejada.

Também conhecida como Danu, é a maior Deusa Mãe da mitologia celta. Seu nome "Dan", significa conhecimento, tendo sido preservada na mitologia galesa como a deusa Don, enquanto que outras fontes equipararam-na à deusa Anu. Na Ibéria, a divindade suprema do panteão celta é considerada a senhora da luz e do fogo. Era ela que garantia a segurança matriarcal, a proteção e a justiça. Dana ou Danu também é conhecida por outros nomes: Almha, Becuma, Birog, ou Buan-ann, de acordo com o lugar de seu culto.

O "Anuário da Grande Mãe" de Mirella Faur, nos apresenta o dia 31 de março como o dia de celebrar esta deusa da prosperidade e abundância. Conta ainda, que os celtas neste dia, acreditavam que atraia muito azar emprestar ou pegar dinheiro emprestado, por prejudicar os influxos da prosperidade. Uma antiga, mas eficaz simpatia, mandava congelar uma moeda, fazendo um encantamento para proteger os ganhos e evitar os gastos.

Os descendentes da Dana e seu consorte Bilé (Beli) eram conhecidos como os "Tuatha Dé Dannan" (povo da Deusa Dana), uma variação nórdica de Diana, que era adorada em bosques de carvalhos sagrados. O nome "Dana"é derivado da Palavra Céltica Dannuia ou Dannia.

É significativo que o rio Danúbio leve seu nome, pois foi no Vale do Danúbio, que a civilização Celta se desenvolveu. A ligação Celta com o vale do rio Danúbio também é expressa em seu nome original. "Os filhos de Danu", ou "Os filhos de Don".

Dana é irmã de Math e seu filho é Gwydion. Sua filha é Arianrhod, que tem dois filhos, Dylan e Llew. Os dois outros filhos de Dana são Gobannon e Nudd.

É certo que Dana deveria ser considerada a Mãe dos Deuses, depois de ter lhes dado seu nome. Há várias interpretações do seu nome, sendo que uma delas é "Terra Molhada" e o mais poético, "Água do Céu".

Em Munster, na Irlanda, Dana foi associada a dois morros de cume arredondados, chamados de "Dá Chich Anann" ou "Seios de Ana", por se parecem com dois seios. É a Deusa da fertilidade, da terra e da abundância.

Danu é uma das Dea Matronae da Irlanda e a Deusa da fertilidade. Seu símbolo mágico é um bastão.

Seu personagem foi cristianizado na figura de Santa Ana, mãe da Virgem Maria, pois sua existência é proveniente de uma antiga divindade indo-européia. Também é conhecida na Índia, como o nome de "Ana Purna" e em Roma toma o nome de "Anna Perenna".

“No início havia o Vazio, a vastidão do Nada,


a supremacia da criatividade não diferenciada


Do vazio nasceu o Caos,


Da união entre o vazio e o caos originou-se Ana,


a Grande Sonhadora, Criadora e Tecelã dos mundos,


em cujo ventre fértil resplandeciam estrelas e planetas.


Da união entre Sonho e o nosso Sol foram criados


a Mãe Terra, o Pai Céu e o oceano, os ancestrais primevos.


Do encontro entre o céu e a Terra surgiram os Seres Brilhantes,


os Dakinis e os Dakas que trouxeram a luz ao mundo.


E do ventre de Ana, tocado pela luz das Plêiades,


nasceram os Tuatha de Danann,


o povo da deusa Danu.

 



- Kathy Jones, “The Well of Ana”.


HISTÓRICO

Os primeiros relatos escritos sobre as lendas e as crenças dos povos celtas foram feitos pelos romanos, que invadiram a Grã Bretanha em 55 a.C. Na medida das suas conquistas, eles incorporavam ao seu próprio sistema religioso mitos e conceitos dos povos indígenas, registrando-os, porém, de forma fragmentada e adaptada, em função da localização geográfica e da similitude entre uma divindade local e uma correspondente romana.


Esses registros referem-se aos antigos mitos irlandeses, galeses e escoceses, acrescentando, também, lendas das tribos celtas que tinham chegado posteriormente na Grã Bretanha (cerca de 500 a.C.), provavelmente vindo da França central. Ocultas nas histórias encontram-se reminiscências das tradições pré-celtas, dos povos neolíticos, construtores dos círculos de menires e das câmaras subterrâneas, encontradas em inúmeros lugares nas ilhas Britânicas e na Bretanha (região do Oeste da França).

Essa herança ancestral, preservada durante milênios pela tradição oral e as práticas religiosas pagãs, parcialmente registradas por historiadores romanos, foi aproveitada, reinterpretada, deturpada e truncada nos relatos dos monges cristãos ao longo dos séculos. Mantendo somente o que convinha à moral e aos dogmas cristãos, os monges reduziram o vasto panteão e a rica simbologia celta a relatos épicos de guerras, invasões, intrigas, traições e atos imorais, perpretados pelas várias raças e tribos, diferenciados apenas pela localização geográfica.

Mesmo preservando resquícios das verdades originais, as histórias cristãs minimizaram ou ignoraram a beleza e a sabedoria do legado celta, reduzindo ou distorcendo o seu valor mítico e espiritual. Na visão patriarcal dos monges, as Deusas foram vistas como Rainhas e princesas, os deuses como Reis e Heróis e o significado transcendental foi diluído, modificado ou perdido.

No século XI foi publicado “O Livro das Invenções”, que descreve uma sucessão de 5 povos que teriam vivido na Irlanda antes da chegada dos celtas, os ancestrais dos habitantes atuais.

Nas lendas, estas raças diferentes são descritas de uma forma ambígua, tendo tanto características divinas quanto humanas e sendo apresentadas como deusas, deuses, gigantes, devas e seres elementais ( seres análogos aos de tantos outros mitos de várias culturas e países). Sem precisar entrar em detalhes da complexa nomenclatura e das vastas descrições das batalhas, o importante é saber que cada uma dessas raças foi vencida e seguida pela seguinte, alternando-se assim seus mitos, suas divindades e sua organização social e religiosa.

A quarta raça - Tuatha de Dannan ou povo da deusa Danu -, apareceu de forma misteriosa: não da terra, de uma direção definida, como outros invasores, mas do céu, simultaneamente das 4 direções. Aterrissaram no dia do Sabbat Beltane e depois fundaram 4 cidades que se tornaram os centros espirituais da Irlanda.

Tanto a sua natureza, quanto a sua origem, permanecem envoltos em mistério, mas sabe-se que seus atributos eram de bondade e luz. Por terem vencido a “escura” e agressiva raça anterior foram por isso chamados de “seres brilhantes”. Trouxeram ensinamentos e objetos de magia, arte, sabedoria e cura e deixaram como marcos os círculos de menires e os monumentos megalíticos.

Após um longo e pacífico reinado eles também foram vencidos pela última raça, os precursores dos celtas; depois da sua derrota se retiraram no interior das colinas sagradas, tornando-se o assim chamado “Povo das Fadas”. É importantíssimo ressaltar que apesar de se traduzir fairy por “fada”, este termo não descreve uma “diáfana figura feminina sobrevoando as flores”. O sentido arcaico de Fairy People refere-se a seres sobrenaturais, com aparência etérica, sim, mas pertencendo a ambos os sexos, jovens que gostavam de música, danças, cores, flores, e abominavam o ferro (comprovação de sua origem anterior à Idade do Ferro).

O maior legado dos Tuatha de Dannan foi o culto da deusa Dana (também conhecida como Danu, Anu ou Ana), considerada a Deusa Mãe, progenitora das outras divindades. Representando a força ancestral da Terra, a fertilidade, a vida e a morte, Dana foi posteriormente considerada como a representação da tríplice manifestação divina, da qual sobreviveu até hoje somente o culto à Brighid, cristianizada e fervorosamente venerada como a milagreira Santa Brígida.

Apesar do seu culto ter sido proibido pelo cristianismo e seu nome aos poucos ser esquecido, Danu está presente em toda a parte da Irlanda, seja nos verdes campos, no perfil arredondado das montanhas, no sussurro dos riachos. O Seu lugar sagrado no Condado de Kerry, chamado Paps of Anu, reproduz, na forma das duas colinas, Seus fartos seios, cujos mamilos são formados por cairns, os antigos amontoados de pedras que foram formados pelas oferendas de pedras levadas pelos peregrinos ao longo dos tempos, em sinal de reverência e gratidão.

Atualmente, com o ressurgimento do Sagrado Feminino, Danu, assim como as Deusas de outras tradições, está sendo lembrada e reverenciada como Senhora da Terra, da água, da abundância, da plenitude da Natureza e da soberania.

Mirella Faur



A seguir: BRIGHID - DEUSA AMADA POR TODOS

sexta-feira, 3 de maio de 2013

O CASAMENTO CELTA

O CASAMENTO CELTA




Os celtas eram politeístas e animistas, acreditavam nas forças da natureza e, por isso, cultuavam seus deuses ao ar livre. Tinham, dentre as suas muitas principais certezas, o senso de justiça entre homem e mulher e acreditavam que, a cada novo ano, um novo ciclo de vida se iniciava.

A filosofia deste antigo povo europeu e suas crenças, atualmente, vem inspirando celebrantes que criam, com base nas antigas tradições, novas cerimônias de casamento.

Atualmente, existem diversos tipos de cerimônia de casamento que se intitulam Celtas, sendo baseadas principalmente na religião dos povos Celtas, inclusive realizadas por cerimonialistas no Brasil. Essas celebrações são pouco inspiradas no matrimônio Celta original.





O CASAMENTO NA SOCIEDADE CELTA

Na sociedade celta, quando havia uma jovem na idade de casar-se, segundo um grande número de testemunhos, a mulher tinha o direito de escolher seu marido e portanto, não poderia casar-se sem seu próprio consentimento.

Então, segundo de um grande número de testemunhos, se organizava uma grande festa, para qual eram convidados todos os jovens. A moça elegia seu marido, oferecendo-lhe água para lavar as mãos. De acordo as mais antigas leis, as de Gwynedd, as jovens podiam casar-se com a idade de 12 anos.

Muito embora, essa eleição por parte da jovem, não quer dizer que seus parentes estejam ausentes no contrato de casamento. Não há o que duvidar que a célula base é a família. Existe, portanto, um acordo entre famílias e ele conduz a um casamento que será exclusivamente de regime dotal, seja qual for a classe social a que pertençam os nubentes.

Todo homem celta que desejava casar-se, deveria pagar uma certa soma, e a mulher, por sua vez, também deveria dar o mesmo montante. Todos os anos, se faziam as contas da fortuna das partes. Se guardava os frutos conseguidos, e o marido superveniente desfrutará da parte que é sua, aumentado com tudo que conseguir posteriormente. Porém, no caso do desaparecimento do marido, a mulher não herda do falecido, toma tão somente a sua parte e adicionando os frutos em comum. Ocorrendo o mesmo, se o homem ficar viúvo.

O homem que, na Irlanda, deseja casar-se com uma mulher, deve abonar obrigatoriamente um direito de compra, o "coibche". Esse "coibche" está destinado ao pai da prometida se essa se casar pela primeira vez. Porém se sua filha se casa pela segunda vez, o pai não receberá mais do que dois terços da soma, e o terço restante irá para a filha. Se essa se cassasse pela terceira vez, o pai ficaria com a metade e assim sucessivamente. Ao vigésimo primeiro casamento da filha, o direito do pai se extingue. Quando o pai está morto, é o irmão, em princípio, o mais velho, que tem direito a metade da compra da prometida pelo futuro marido.

Porém, apesar da compra, desse "coibche", a mulher irlandesa não entrava na família do marido, como acontecia com a mulher romana. A mulher casada romana, por "coemptio", caía em "manu amriti", pertencia a família do marido e deixava de ser proprietária. A mulher irlandesa continua possuindo seus bens, entretanto, se ficar viúva, não era ela que recebia a compensação devida e sim a família do marido. Se ela, entretanto, volta a casar, se repartirá o novo "coibche" com sua própria família. Se afirma, desse modo, por via legal, uma independência grande da mulher casada.

A mulher irlandesa levava para o casamento seu dote, "tinnscra", que era um conjunto de obséquios que lhe outorgam seus parentes. Dito dote é propriedade pessoal, pois no caso de dissolução do casamento, por divórcio ou desejo conjugal, ela o recobra integralmente, ao mesmo tempo que sua liberdade.

No País de Gales, o método seguido era o mesmo. O homem satisfazia o preço de compra da mulher, o "gobyr", que era equivalente ao "coibche". A mulher leva o dote, "argweddy, que era igualmente pessoal. Porém o marido, ou a família desse, deveria pagar por outra parte o "cowyll", ou seja, o preço da virgindade.

Deve-se dizer que esse "cowyll" se pagava antes da primeira noite, enquanto que em Roma e entre os germanos, não se outorgava senão no dia seguinte a noite das bodas, de onde deriva seu nome técnico de "morgengabe". Essa diferença de dia de pagamento, demonstra o respeito que os celtas tinham pela mulher, enquanto que os romanos e germanos e, a sua retaguarda, os cristãos, fizeram dela um ser hipócrita e enganoso.

O divórcio entre os celtas era muito comum, inclusive na época cristã.

Ele se deve, em primeiro lugar, justamente porque o casamento não tinha caráter sagrado, tratava-se tão somente de um contrato submetido a cláusulas: se essas cláusulas não fossem respeitadas, o contrato seria anulado.

Não eram realizadas grandes cerimônias para um casamento. A literatura gaulesa e irlandesa não mencionam mais do que um festim para consumar o casamento.


O matrimônio celta aparece como uma espécie de união livre protegida pelas leis e sempre possível de se romper. E, no divórcio celta, o homem e a mulher estão situados em um plano de estrita igualdade.

Uma segunda razão que explica a facilidade do divórcio e a relativa fragilidade do casamento, é o os celtas admitiam a monogamia, a poligamia e inclusive a poliandria (matrimônio coletivo). Foi César que afirmou que certas tribos bretãs praticavam uma espécie de poliandria (matrimônio coletivo).

O que podemos assegurar, é que existiu entre os celtas a poligamia, pois em uma época de sua história, encontramos a instituição do concubinato legal. Todo homem, inclusive o casado, podia ter uma ou mais concubinas. A origem se encontra na presença de um verdadeiro contrato, mediante o qual o homem compra a concubina, a "ben urnadna" (esposa por contrato). Porém, o mais importante é que a compra tem a validade de um ano, podendo renovar-se o contrato só no final do prazo.

Essa cláusula denota mais uma vez a preocupação dos legisladores celtas por salvaguardar a liberdade da mulher: a doutrina do "habeas corpus", característica do direito anglo-saxão, parece aplicar-se nesse âmbito concreto.

Se o contrato durasse um ano e um dia, a concubina, ao concluir o período, pertenceria ao homem, em virtude do usucapião: o homem teria direita a revender a concubina e de ficar com o dinheiro da dita venda, em detrimento da concubina e dos pais desta. Desse modo, a concubina recuperava obrigatoriamente a liberdade.

Devemos ainda acrescentar, que o concubinato, ou matrimônio anual, na Irlanda expirava em um dia que correspondia a uma grande festa pagã.

De qualquer forma, o concubinato legal do homem não prejudicava em nada os direitos da esposa legítima, que era a única que recebia o título de esposa e podia mandar na concubina ou concubinas de seu marido que a ajudavam nas tarefas domésticas. Por outro lado, a esposa poderia impedir a presença de uma concubina em sua residência familiar. Se o marido passasse por cima dela, sempre podia divorciar-se.

Segundo a lenda da Santa Brigida de Kildare, podemos citar o caso do druida Dubtach, que havia comprado uma concubina e a havia deixado grávida. A esposa legítima que não admitiu o feito, ameaçou divorciar-se se Dubtach não se separasse da concubina. Ao divorciar-se, ela recuperava não só seu "coibtche", preço de compra, como também seu pecúlio, seu "tinnscra". A ameaça fez com que o druida repensasse seu ato e acabou se separando de sua concubina para conservar sua legítima esposa, juntamente com os bens que essa possuía.




HANDFASTING

O que é um Handfasting?

Cerimônias Handfasting estão envoltas em mitos e equívocos.

Uma pessoa ao receber um convite para participar de uma cerimônia de handfasting geralmente pergunta:

“Que diabos é um handfasting?”

Algumas pessoas acreditando ser relacionado com a “bruxaria”, educadamente recusam o convite.

Outros por curiosidade assistem apenas para se certificar que não há qualquer dançar nua ao redor de uma fogueira ou sacrifício de animais… (pura ignorância)! E, uma porcentagem muito, mas muito pequena msmo, comparece porque entendem o significado histórico da cerimônia handfasting e querem ser parte de tal ocasião especial, espiritual, e muito linda.



A história de Handfasting

Inspirada nas tradições celtas a cerimônia Handfasting, é um compromisso profundo e, portanto, só deve ser realizada “por” e “para” pessoas que realmente entendem o significado dela.

Então precisamos de uma “pincelada” na história para entender um pouco…

Handfasting é um antigo costume celta que era praticado em vários países europeus, incluindo Alemanha e Escócia e não foi de todo um ritual pagão.

Ele realmente nasceu por necessidade.

Casais que queriam ser casados , mas não tinham um clérigo desenvolveram o costume de handfasting.

O Dicionário da Língua mais antiga da Escócia (Dost) dá vários exemplos que ilustram que handfasting no final da Idade Média e início da Escócia moderna que se refere ao noivado.

Era uma prática comum na Europa para uma série de anos como um meio para um casal praticamente realizar sua cerimônia de casamento própria.

Nem sequer têm de ser consumado pela relação sexual como outros acreditam nem presenciado por outras pessoas.

Poderia ser apenas um simples acordo entre um homem e uma mulher que seria o marido e a esposa, quando então os dois seriam considerados casados.

Observe que, para qualquer método de casamento medieval, o casamento para ser válido, não importava se houvesse qualquer testemunha ou não, com testemunhas apenas seria mais fácil de provar, não importava se havia padre presente ou não, se o casamento fora abençoado, nem sequer importava se o casamento fora consumado ou não.

Um casal que trocava consentimentos nas matas, cercados por esquilos apenas como as testemunhas, contra a vontade de seus pais, e nunca teve relações sexuais era legal pela lei de ambos Igreja e Estado.

O costume continuou a ser observado na Escócia, mesmo depois de Senhor Harwicke, um advogado e Lorde Chanceler, decretou que qualquer casamento não realizado por um membro do clero era ilegal.

Embora a Lei do Casamento de 1753, como era chamado, fez muito para reduzir o número de casamentos clandestinos realizados sem o benefício do clero, observe que o casamento do período medieval foi regulamentado pelo direito canônico, não direito civil, a Escócia ainda persistia em reconhecer esses casamentos de “consentimentos” e assim foi feito até 1939.

Então Escócia se tornou o tipo de Vegas da época com muitos casais desesperados correndo ao longo da fronteira para dentro do país para se casar, no entanto ilegal!

Desde 1200 que a Igreja Católica interferiu nos casamentos por consentimentos, como eram conhecidos, e em 1560 surgiu assim o divórcio e o recasamento, para casos de parentesco, jovens demais ou já casados.

No final da Idade Média, a partir do século 13, um casamento legal consistia em ter;

Noivado, cerimônia de consentimento, contrato oficial pelo clero, proclamação de interditos (anúncio público perante igreja católica), casamento seguido de bênção clerical, testemunhas na igreja, início de convivência com filhos batizados pela Igreja Católica.

Enfim, handfasting acabará de ser considerado pecado perante uma sociedade católica, onde o domínio era do Clero e do Estado em conjunto.

Mas muitas “águas rolaram” e muitos tipos de regras surgiram nessa trajetória, e voltando ao Handfasting;


Casados há um ano e um dia

Em algum lugar no final do século 18, um mito que surgiu handfasting poderia ser usado como uma espécie de “julgamento” ou temporário casamento com duração de um ano e um dia, e depois desse período de tempo, ainda mais se o casal concordou em continuar com o casamento permanentemente.

No entanto, durante esse ano e um dia, se uma criança nasceu da união, o casamento era realmente considerado permanente.

A partir deste mito, muitos grupos pagãos aderiram o handfasting como um meio para que uma cerimônia de casamento fosse realizada sem as bênçãos da igreja e sem necessariamente ser juridicamente vinculativo.


Amarrando o nó

Handfasting é um ato físico de ligação das mãos do casal, juntamente com uma tira de pano, uma corda, ou o que quer que possam estar disponíveis.

O casal cruza as mãos, mão direita para mão direita, da esquerda para a esquerda, fazendo uma figura oito, o símbolo do infinito.

Para um handfasting estilo celta, durante a repetição dos votos , que significam um compromisso com a outra pessoa e consigo mesmo, a corda é enrolada em torno das mãos do casal por três vezes.

Outro embrulho mais complexo consiste em enrolar a corda no sentido das mãos cruzadas, no símbolo do infinito, terminando com um nó sobre as mãos cruzadas.



A tradição do Cordão Handfasting

Cordões Handfasting são mais práticos e atraentes para a maior parte do que fitas e tiras de pano e são geralmente usados em conjuntos de três.

Os três cordões podem ser mantidos separados ou trançados em conjunto.

Apesar de o casal poder escolher qualquer cor, na tradição usa-se o branco, pela pureza, o azul da fidelidade, e vermelho para a paixão.

Os cordões com variações de cores medem geralmente dois metros de comprimento.

Na Polônia, um handfasting é chamado de “zrekowiny” e o costume é usar somente branco nos cordões.

Em muitos casamentos, os cordões são passados entre os convidados para que cada um deles dê uma bênção ao casal, antes de ser entrelaçado nas mãos dos nubentes.


Outra parte do ritual handfasting que alguns casais gostam de incluir é o consumo de vinho do cálice handfasting.

O cálice é geralmente de prata e de design Céltico, embora os casais possam optar por usar um cálice de prata, que já era da herança.

Primeiro a noiva bebe e depois o noivo, para então os dois beberem juntos.

Este é um símbolo que, embora o casal esteja sendo casado, eles são dois indivíduos separados que ainda estão dispostos a compartilhar um com o outro durante toda a vida como um casal.

Como se trata de uma cerimônia de caráter religioso, os envolvidos podem querer casar-se também no que chamamos de “casamento civil”, apenas para oficializar burocraticamente a união, assim como acontece nas demais religiões.

No final da cerimônia, as mãos são soltas, simbolizando que o casal está junto por sua própria vontade.

Também são trocados anéis, que simbolizam uma aliança.

Embora a civilização Celta não fosse totalmente matriarcal, a divindade máxima de suas tribos era uma figura feminina conhecida por Deusa-Mãe, que se manifestava por meio das forças da natureza. Assim, os rituais eram realizados sempre ao ar livre, venerando os fenômenos da natureza e a figura da mulher, que passavam seus ensinamentos às mais jovens nubentes.

Assim aprendiam:

“Ama teu homem e o segue, mas somente se ambos representarem um para o outro o que a Deusa Mãe ensinou: amor, companheirismo e amizade.

Jamais permita que algum homem a escravize.

Você nasceu livre para amar, e não para ser escrava.

Jamais permita que o seu coração sofra em nome do amor.

Amar é um ato de felicidade, por que sofrer?

Jamais permita que seus olhos derramem lágrimas por alguém que nunca fará você sorrir.

Jamais permita que o uso de seu próprio corpo seja cerceado.

Saiba que o corpo é a moradia do espírito, por que mantê-lo aprisionado?

Jamais permita que o seu nome seja pronunciado em vão por um homem cujo nome você sequer sabe.

Jamais permita que o seu tempo seja desperdiçado com alguém que nunca terá tempo para você.

Jamais permita ouvir gritos em seus ouvidos.

O Amor é o único que pode falar mais alto.

Jamais permita que paixões desenfreadas transformem você de um mundo real para outro que nunca existiu.

Jamais permita que outros sonhos se misturem aos seus, fazendo-os virar um grande pesadelo.

Jamais acredite que alguém possa voltar quando nunca esteve presente.

Jamais permita que seu útero gere um filho que nunca terá um pai.

Jamais permita viver na dependência de um homem como se você tivesse nascido inválida.

Jamais se ponha linda e maravilhosa a fim de esperar por um homem que não tenha olhos para admirá-la.

Jamais permita que seus pés caminhem em direção a um homem que só vive fugindo de você.

Jamais permita que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar o brilho dos seus olhos a dominem, fazendo arrefecer a força que existe em você.

E, sobretudo, jamais permita que você mesma perca a dignidade ser mulher."



domingo, 7 de abril de 2013

A CERVEJA VERDE - COMO FAZER





E, como fazer a famosa cerveja verde, que acompanham a celebração desta festa irlandesa?

Fomos atrás desta informação e descobrimos que é mais simples do que parece, mas requer um pouco de prática, pois somente após alguns bons testes é que chega-se à tonalidade perfeita.

Colorindo a cerveja

A cerveja verde nada mais é que uma cerveja com adição de corante. Isso mesmo! Não leva outros ingredientes como folhas, vegetais ou muito mais lúpulo como alguns pensam. Quer colocar à prova, ao melhor estilo “Caçadores de Mitos“?

Pegue uma cerveja clara. Pode ser qualquer cerveja lager que temos em enorme variedade em nossos supermercados. Adicione corante verde, desses usados para colorir alimentos. Normalmente algumas poucas gotas, algo entre 1 a 6, são suficientes para colorir uma caneca de 500 ml. Para evitar ter que mexer a sua cerveja para misturar com o corante, coloque o corante primeiro no copo e despeje a cerveja por cima, da maneira tradicional como a cerveja deve ser servida.

Se a cerveja for de um amarelo mais intenso, como algumas cervejas premium, você também pode tentar colorí-la usando o corante AZUL, que combinado com a coloração AMARELA da cerveja, dá a tonalidade esverdeada.

A mesma tecnica pode ser usada também no momento de fazer a cerveja. Nunca fizemos o teste, mas o segredo fica novamente na quantidade de corante por litro de cerveja feita.

Agora, para colorir uma Guinness, talvez você tenha que usar corante suficiente pra deixar sua boca toda verde com poucos goles, e mesmo assim nao chegaria num verde brilhante e atraente. Mas como a idéia é experimentar, se tiver uma Guinness por perto, por que não fazer o teste?

Os corantes são baratos, geralmente não passam de 2 a 3 reais, podem ser encontrados em casas de artigos para confeitaria e devem ser os para alimentos, já que existem corantes para diversas outras coisas, como sabonetes, tecidos, etc, e esses não são comestíveis. Além disso, corantes para alimentos não tem cheiro nem sabor. Você não quer sua cerveja com gosto de tinta, não é?

Quem conseguir fazer a sua cerveja verde, mande-nos uma foto que colocaremos aqui no post para que todos possam ver.

Mas aqui no Brasil, como não precisamos de uma desculpa para beber, que tal experimentar a nossa versão dessa comemoração bem verde?

Cruze os dedos, separe o trevo e boa sorte! Essa vai te deixar bem tonto!

Ingredientes

• 1 copo de Cerveja

• 1 dose de Curaçau Blue

Como fazer

Simples e rápido: Adicione primeiro curaçau blue no copo, depois a cerveja. Aprecie

Dica @meudrink

A cor varia de acordo com a quantidade de cerveja. Se quiser o drink mais escuro, adicione menos cerveja, Se quiser mais claro adicione mais cerveja.



SÃO PATRÍCIO






Pouco se sabe da vida de Patrício, apesar de ser notório seu nascimento na Inglaterra Romana no século IV, em uma rica familia Romano-Bretã ( mestiça , alemães e italianos). Seu pai e avô foram diáconos na Igreja. Aos dezesseis anos, ele foi raptado por piratas irlandeses e levado para a Irlanda como um escravo. Acredita-se que ele ficou em cativeiro em algum lugar na costa oeste da Irlanda, possivelmente no Condado de Mayo, mas o local exato é desconhecido. De acordo com sua confissão, Deus lhe disse, em sonhos, para fugir de seu cativeiro para o litoral, onde ele iria embarcar em um navio e retornar a Bretanha. Ao voltar a Bretanha entrou para o mosteiro de Ésir, em Auxerre na Gália (atual França), sob orientação do santo bispo Germano[1].

Em 432, alegou ter recebido um chamado para regressar a Irlanda, porém como bispo, para a evangelização dos irlandeses. O folclore irlandês alega que um de seus métodos de evangelização incluia o uso de um trevo de três folhas para explicar a doutrina da Santíssima Trindade para os irlandeses. Depois de quase trinta anos de evangelização, Patrício (Louis Andrew) faleceu no dia 17 de março de 461, e, de acordo com a tradição, foi enterrado em Downpatrick. Apesar do êxito de várias missões à Irlanda empregadas por Roma, Patrício perdurou como o campeão principal do cristianismo irlandês e é bastante estimado pela Igreja Católica irlandesa e de todo o mundo.

Fatos reais:

- St. Patrick realmente existiu;

- Foi levado para a Irlanda como escravo aos 16 anos;

- Escapou depois de 6 anos escravizado;

- Tornou-se sacerdote cristão, e, mais tarde, bispo;

- Retornou à Irlanda como missionário;

- Desempenhou importante papel na conversão de Irlandeses ao Cristianismo;

- Alguns de seus escritos sobreviveram, como Confessio, a Epistola ad Caroticum.

Fatos não comprovados:

- Nasceu em 387 a.C. na Escócia, em Kilpatrick. Fontes alternativas sugerem que ele tenha nscido em Banwen, no País de Gales.

- Seu nome original era Maewyn Succat, tornando-se Patrick ao virar bispo;

- Estudou na França, no Monastério de St Martin's in Tours;

- Foi para a Irlanda em 432 a. C.;

- Faleceu ou em 461 a. C. ou em 493 a.C (menos provável);

- Foi aluno de Saint Germaine.

DIA DE SÃO PATRÍCIO

Dia de São Patrício (em inglês: Saint Patrick's Day, em irlandês: Lá ’le Pádraig ou Lá Fhéile Pádraig), é a festa anual que celebra São Patrício, um dos padroeiros da Irlanda, e é normalmente comemorado no dia 17 de Março pelos países que falam a língua inglesa. Essa data é normalmente medida pela autoridade da Igreja. As pessoas vestem-se de trajes verdes, saindo as ruas em uma longa caminhada festiva. Hoje, Dia de São Patrício é provavelmente o mais amplamente comemorado dia de santos no mundo.


O primeiro "Saint Patrick's Festival" foi realizado no dia 17 de Março de 1996. Em 1997, tornou-se um evento de três dias, e em 2000 foi um evento de quatro dias. Em 2006, o festival durou cinco dias.

No passado, o Dia de São Patrício era apenas uma celebração da Igreja. Tornou-se um feriado público no ano de 1903. Na Inglaterra, foi introduzido no Parlamento pelo irlandês James O'Mara. Mais tarde, O'Mara introduziu a lei que proibia que os pubs fechassem no dia 18 de Março, uma providência que só foi mudada nos anos 70. A primeira manifestação ocorreu em Dublin, no ano de 1931, e foi criticada pelo ministro Fitzgerald.

Agora, todos os anos é comemorado o dia de St. Patrick e junto com essa comemoração, em algumas cidades as pessoas vestem verde e bebem cerveja verde. Mas, porque isso tudo?

A origem do feriado é religiosa. St. Patrick é tido como o patrono dos santos irlandeses (e foi lá que nasceu a tradição de celebrar o dia 17 de março), mas a festa já se espalhou pelo mundo.

Há mais de mil anos os irlandeses consideram o dia 17 de março, suposta data da morte de St. Patrick, um dia de festa religiosa, que cai no período cristão da Quaresma (Lent), e quando as famílias irlandesas costumam ir a igreja pela manhã e comemorar durante a tarde. O Saint Patrick's Day, coloquialmente St. Paddy's Day, ou simplesmente Paddy's Day, feriado nacional na Irlanda, é também um feriado em Montserrat. No Canadá, Reino Unido, Austrália, os Estados Unidos, Argentina e Nova Zelândia, é amplamente celebrada, mas não é um feriado oficial.



Atualmente, St. Patrick's Day é comemorado por gente de todas as origens nos Estados Unidos, Canadá e Austrália. Embora a América do Norte abrigue as maiores produções, O Dia de São Patrício é também celebrado em outros locais distantes da Irlanda, incluindo o Japão, Singapura, Rússia, Argentina e algumas cidades do Brasil. Em toda parte, as pessoas dançam, cantam e bebem "green beer" (cerveja verde) nos Irish Pubs, just having a good time and enjoying themselves!

St. Patrick's Day é comemorado pelo irlandês em cidades grandes e pequenas, como se fosse o nosso carnaval - podemos comparar como os "Desfiles de Carnaval de Rua".





Missionário do cristianismo, St. Patrick nasceu como Maewyn Succat no século IV, e era um homem muito rico. Depois de ver a sua casa destruída por bandidos e ter de trabalhar como escravo durante vários anos, passou a dedicar seu tempo ao ensino da religião.




A festa de St. Patrick vem sendo comemorada desde a sua morte. Em Londres a festa é grande, marcada pela presença de centenas de pessoas. Já em Chicago, fora a grande comemoração e as típicas roupas e cervejas de cor verde, lá eles deram uma inovada e colocaram corante nos rios (vai gostar de verde).

A cor verde

Com o passar dos anos a cor verde e sua ligação com o dia de São Patrício aumentou. Fitas verdes e trevos eram usados nas celebrações do dia de São Patrício no século XVII. Dizem que São Patrício usou o trevo para explicar a Santíssima Trindade aos pagãos celtas, com isso, o uso de trevos de três folhas e similares estão intimamente ligados aos festejos. Na rebelião irlandesa de 1798, na esperança de propagar seus ideais políticos, soldados irlandeses vestiram uniformes verdes no dia 17 de março na esperança de chamar a atenção pública à rebelião. A expressão irlandesa "the wearing of the green" (Vestindo o verde), significa usar um trevo ou então outra peça de roupa em referência aos soldados rebeldes.

Já a cerveja, o que tem haver com esse evento religioso? A bebida passou a ser parte importante do St. Patrick's Day a partir dos anos 90, quando o governo irlandês aproveitou a data para aumentar a propaganda sobre o país e atrair mais turistas durante o mês de março. Antes disso, surpreendentemente, os pubs irlandeses tinham de fechar, por lei, todo dia 17 de março. Algo inconcebível nos dias de hoje.





A maior patrocinadora do evento não poderia ser outra senão a Guiness, a cerveja preta de Dublin, famosa no mundo inteiro. Em todos os pubs da cidade (e em outros tantos espalhados por aí), o merchandising será intenso, incluindo roupas, chapéus, leques, cartazes etc. Uma gama de produtos que custa à empresa um investimento de 3 milhões de libras todos os anos.

Cheers!