TÁ MÍLE FÁILTE ROIMH - YN FIL O WEILHAU CROESO - ARE A THOUSAND TIMES WELCOME - SEJAM MIL VEZES BEM VINDOS

quarta-feira, 23 de junho de 2010

OS CELTAS NA IRLANDA

Conta-nos a história, que a Irlanda é o último país de origem Celta e atualmente “lutam” para manter tradições tanto quanto sua história baseada em inúmeras lendas.
São muitos os que contam que durante muito tempo a Irlanda era um “amontoado de terras” encoberta por névoas, cuja terra era seca e sem valor algum, chovia o tempo todo e o sol era visto raramente…
Lá habitava um povo pouco amistoso, que não buscava contato com outras civilizações, os chamados Fomorianos, cuja cultura e hábitos merecem destaque, assim como boa parte do povo Celta.

Eles também acreditavam em Deuses e viviam migrando de um lado para outro da ilha…
Mas como nem tudo são flores, um dia foram surpreendidos pela “visita” de um novo povo que aos olhos deles eram aberrações: seres gigantes, com hábitos desagradáveis, pele escura, e expressões arrepiantes. Basta dizer que eles não eram parecidos com absolutamente nada do que os Fomorianos já tinham visto antes, talvez por isso mesmo eram tão estranhos aos olhos deles.
Desde a chegada desse povo, os Fomorianos buscaram meios de expulsá-los da ilha, mas acabou ocorrendo justamente o contrário, sendo eles expulsos e obrigados a retornar ao continente, sendo determinado a partir daquele momento os Partholon como o novo povo da Irlanda…
Os Partholianos, como eram conhecidos, se estabeleceram e são muitas as lendas que narram os trezentos anos em que a Irlanda foi ocupada por eles, que eram considerados seres mágicos, dotados de força descomunal e de uma inteligência notável.

A história nos conta que lagos surgiram por toda a Irlanda que viu suas terras serem ampliadas de forma surpreendente, a terra tornou-se fértil e todos viviam de forma próspera…

A névoa que cobria a ilha dissipou-se, ocupando apenas um lado da ilha no qual, nenhum ser vivo poderia ousar se dirigir para lá, a menos que ouvissem o chamado dos Deuses.

Surgia assim, a lenda da travessia do grande lago após a morte, quando o homem faria sua última travessia alcançando assim a honra de terem cumprido para com seu destino…
Pois bem, mas ocorreu que trezentos anos depois de muitos feitos, conquistas e melhorias por toda a ilha, eles previram o próprio fim. Foi então que uma praga levou a civilização parthoriana a extinção…

Para eles, a profecia havia se cumprido, o que significava dizer que eles tinham finalmente cruzado o instransponível oceano rumo a nova vida, atingindo assim o Porto Seguro.
A jornada dos partholianos estava completa…



A RAÇA CELTA

Como não formavam uma tribo única, e sim grupos bastante diferenciados, os bretões ou kimrys ocuparam a Bretanha francesa e o País de Gales; os gálatas Asia Menor; os gauleses, grande parte do que hoje é a França.

Os germânicos lhes fizeram uma guerra de extermínio: os boios, uma de sus tribos, que ocupavam o que é atualmente a Boêmia, lhe lhe deram seu nome, foram suprimidos pelos germânicos de maneira tão radical que os autores clássicos famaram do "desertum boiorum", o território osem população.

Assim, não se pode falar de uma “raça celta” e sim diversos povos de diferentes origens que compartilhavam certas características.

Alguns traços comuns de língua, instituições sociais e religiosas e, em geral, formas de vida, permitem considerar a idéia de um “povo celta”.
Até o término do século 5 a.C., os celtas da Europa oriental ou cultura de "Halistatt", extraiam ferro para fabricação de armas e ferramentas, no tempo que se estendiam por todo o continente, chegando à França e passando à Peninsula Ibérica, como afirmam os primeiros historiadores gregos.

Para muitos "La Tene" representa a primeira cultura que se pode chamar propriamente de celta.

Os gregos distinguiam entre estes celtas orientais, aos quais chamaram Galatoi e os do oeste da Europa, denominados "Keltoi".

Os romanos especificavam mais, e chamam "Galli" (gauleses) aos celtas de França; aos das Ilhas Britânicas, chamaram de duas formas: "Britanni" (britânicos) e "Belgue" (originários de Bélgica).
Compartilhavam uma cultura e costumes religiosos e sociais, tinham uma língua e tradições artísticas comuns.

Estavam divididos em tribos aristocráticas governadas por chefes militares empenhados em continuas lutas internas.

As enormes distâncias que separavam umas tribos das outras debilitaram a comunicação e favoreciam a desintegração.
Ao final do século 3 a.C., a influência dos celtas na Europa estava em declive.

Não transcorreu muito tempo antes que fossem ameaçados em várias frentes pelos germanos, dácios e romanos.

Um século mais tarde, apenas uma parte do vasto território seguia sob seu controle. Somente a Galia e as Ilhas Britânicas conservavam sua independência e identidade.
No século 1 a.C., Galia foi invadida pelo imperador Júlio César e incorporada ao Império Romano. A Grã Bretanha foi rebatizada com o nome de Britania.

Os celtas formavam uma sociedade militar governada por valentes reis e rainhas guerreiros. Além de magníficos guerreiros, os celtas foram excelentes camponeses. Basearam sua economia num amplo comércio a aprenderam de gregos e romanos como cunhar moedas.
Todo este tempo, a Irlanda celta, livre de qualquer intento invasor, tinha desfrutado de uma paz e independência quase absolutas.

Como resultado deste clima de tranqüilidade, sua cultura, tradições e língua (que os lingüistas chamam "goidelic") e que em sua forma moderna se conhece como “gaélico”, puderam sobreviver muito mais tempo que em qualquer outro lugar do mundo celta.

Na verdade, a ordem social da Irlanda permaneceu virtualmente intacta até muito depois de a ilha se ter convertido oficialmente ao cristianismo. Por esta razão, a mitologia irlandesa tem conservado sua cultura melhor que qualquer outra mitologia celta.


Fontes
A falta de documentos é um dos problemas com quem tenta estudar o povo celta. Alguns possuíam escrita, porém pouco dela se conserva e a literatura apenas foi transmitida na forma de tradição oral que se altera facilmente e morre facilmente.

Além disso, os sacerdotes celtas resistiam, por razões espirituais, a consignar por escrito qualquer coisa referente à religião. Há pequenas inscrições na Gália, escritas em lado, e que dão apenas uma informação indireta.
Mais importância há nos relatos de autores clássicos, gregos e romanos, especialmente Júlio César.

São parciais, referentes às províncias romanas habitadas por celtas, ou relativos às guerras com eles mantidas.

Naturalmente, pouco falam sobre as épocas mais remotas, não tendo caráter científico nem historiográfico referente à religião, destacando-se apenas o que é de importância para o desenvolvimento de operações militares ou da colonização.

Além disso, os historiadores viam com maus olhos os celtas, empenhando-se sempre em destacar o seu próprio ponto de vista.
Outras noticias indiretas nos chegam pelos autores medievais: escritos de bispos que citam superstições, ao combater os restos da antiga religião pagã; lendas e tradições, muito deformadas, que sobreviveram na literatura popular e que se supõe tenham inspirado os ciclos de gesta medieval, como o rei Artur.
Os mitos celtas se conservaram através de duas tradições principais: alguns foram recolhidos por monges cristãos e fixados por escrito, outros se mantiveram vivos nas tradições orais folclóricas e sobreviveram até hoje.

A literatura gaélica, baseada inteiramente na oralidade, desapareceu com o idioma.

Julio Cesar escreveu que os druidas da Gália consideravam inadequado colocar por escrito seu conhecimento. Em consequência, sua mitologia se perdeu para sempre.
Ao final do século 6 d.C., começou-se a registrar por escrito a literatura celta, porém de todos os manuscritos anteriores ao ano 1100 restaram apenas fragmentos.
O mais importante da tradição irlandesa é o chamado "Livro da Vaca Parda". Seu “transcritor" (seria incorreto dizer "autor") foi um tal Maelmari, de quem sabemos ter sido assassinado na catedral de Clonmacnois no ano de 1106, durante uma incursão viking.
O titulo se origina de um manuscrito anterior do século 7, que São Ciaran tinha escrito utilizando como base a pele de sua vaca.
A literatura irlandesa tem como base os feitos de seus heróis guerreiros. As guerras tribais, o valor e a fortaleza individual são os grandes temas desta tradição.
Os personagens heróicos eram modelos de conduta para os jovens guerreiros.

Podemos dividi-los em três grandes grupos: histórias miscelâneas relacionadas com os reinados de alguns monarcas, o ciclo dos Ulaidh (literalmente "Ulstermen": homens del Ulster), e por último, o ciclo de Fionn mac Cumhaill e os bandos de guerreiros conhecidos como “fiana".
Além desta coleção de contos variados, os celtas produziram um bom número de obras pseudo-históricas. Entre elas o "Leabhar Gabhála Eireann", o "Livro da conquista de Irlanda", comumente chamado "Livro das invasões", que descreve as diferentes invasões que a Irlanda sofreu antes da "grande avalanche".

Os celtas da Grã-Bretanha herdaram também uma rica tradição mitológica, que também é escassamente documentada.
A mitologia da Grã Bretanha se conhece sobretudo graças a uma coleção de lendas chamada "Mabinogion", titulo que Lady Charlotte Guest deu em 1849 a sua tradução ao inglês da coleção de onze relatos gaélicos conservados em antigos manuscritos; estes manuscritos são: o Livro Branco de Rhydderch (em torno de 1300-1325) e o Livro Vermelho de Hergest (entre 1375-1425). ''Mabinogion'' significa, em sentido geral, “conto da infância", e em si não é mais que um relato mitológico sobre a concepção, nascimento e primeiros passos do herói celta.



As crenças primitivas

Como a maioria dos outros povos, os celtas primitivos eram animistas, dedicavam sua adoração aos espíritos da natureza, do mar, dos rios, montanhas, etc.


A adoração desses espíritos prevaleceu ainda muito tempo depois de haver se desenvolvido culto de divindades pessoais e, de uma forma ou de outra, continuou em cena, mesmo depois do advento do cristianismo.
Na Irlanda, certas árvores, como carvalho e o fresno, eram considerados com reverência, em especial alguns que cresciam junto aos poços sagrados e cujo corte era proibido.
Uma certa árvore é descrita como um «deus firme e forte», e a destruição por uma tribo hostil era vista com terror.
As árvores encarnavam o espírito da vegetação e acabaram sendo honradas como deidades. Se uma árvore crescia sobre uma tumba, acreditava-se representar o espírito do morto.
Toda árvore que crescia junto a um poço sagrado, era sagrada também.
As águas - rios, lagos e poços— eram sagradas e tinham caráter divino ou serviam de morada a uma divindade.
Muitos rios eram consideravam sagrados por constituir a morada de um espírito ou deusa e, ainda que não tão freqüentemente, de um deus.
Nem todos os espíritos das águas eram benéficos.
A natureza, às vezes era favorável, outras, hostil.
Na Irlanda se prestava juramento em nome de diversos entes da natureza, entre eles a lua, e tais fenômenos naturais sofriam se tal juramento não fosse cumprido.
As atividades agrícolas começavam com a lua minguante para estimular o crescimento das colheitas.

Em algumas regiões foram encontradas provas de que se celebravam festejos durante a lua nova.
A adoração aos animais, que mais tarde originou divindades com formas e atributos animais, é universal e também é vista entre os celtas.
O javali aparece em muitas insígnias e sua imagem é vista em moedas.
O urso era também uma besta sagrada, e seu nome de arlos surge com freqüência em denominações de lugares como Arto-dunum ou Artobranos.
Também se adorou o cavalo, que aparece como símbolo em muitas moedas.
Adorava-se também a serpente, como em muitas outras partes do mundo.
A serpente estava relacionada com o mundo inferior e, às vezes, era representada junto a um deus chifrudo, que poderia ser Cernunnos, a divindade do mundo inferior.
O carneiro estava relacionado com a adoração dos mortos, e com freqüência se encontram estatuetas suas nas tumbas da Galia.


Organização Política:
Apesar de sua dispersão política e cultural, a antiga civilização celta estendeu sua influência por todo o continente europeu, desde as ilhas britânicas até os Balcãs, e mesmo até a Anatólia.
Essa influência ainda se percebe em algumas das línguas faladas na Europa, como o gaélico e o bretão.
No fim do segundo milênio antes da era cristã, os celtas começaram a individualizar-se como um grupo de características próprias depois de um longo processo de formação, no qual conseguiram impor-se a outros povos e atuar como aglutinadores de todos eles.
Assim surgiu uma civilização comum a grande parte da Europa, a cultura dos túmulos (assim denominada em virtude do costume de sepultar os mortos sob grandes túmulos de terra), que alcançou seu desenvolvimento máximo por volta de 1200 a.C.
Entre os séculos XII e VIII a.C., floresceu a cultura dos campos de urnas, considerada a primeira grande expansão do povo celta.
Suas principais características foram a utilização de objetos de bronze e a celebração de um ritual funerário diferente do da cultura dos túmulos: o morto era incinerado, e suas cinzas postas numa urna.
O apogeu econômico dos celtas e sua presença no mundo comercial de então podem ser detectados na cunhagem de moedas a partir do século IV a.C.
Durante o período La Tène, os celtas fixaram residência em lugares de fácil defesa e difícil acesso para os possíveis inimigos ou nas margens dos rios.
Foi nessa fase que a religião celta atingiu seu mais alto desenvolvimento.
A magia e a adivinhação eram apanágio dos druidas, sacerdotes e sábios, dirigiam as cerimônias religiosas para celebrar as forças da natureza.
A atividade desses sacerdotes, depositários da tradição cultural céltica, conservava os vínculos entre os povos celtas do continente e os das ilhas britânicas.
No século IV a.C., os celtas iniciaram uma profunda incursão na Itália.
A expansão celta se deteve a partir do século III a.C., em conseqüência da reação defensiva dos povos do Mediterrâneo, principalmente de Roma.
O poderio romano começou a impor-se sobre uma civilização que, carente de unidade política, não tinha como se manter em já tão grande extensão territorial.
Sua decadência se prolongou até o século I a.C., momento em que todas as tribos, exceto as da Irlanda, tiveram que submeter-se à nova potência emergente, o Império Romano.
Mas as sandálias dos legionários romanos jamais pisaram a Hibernia.
A oeste da Grã-Bretanha, essa grande ilha nos confins da Europa estava envolta em mistério. Habitada por tribos celtas que se desenvolveriam longe dos olhos de gregos e romanos, a Irlanda seria o último bastião da cultura celta, e continua sendo uma fonte maravilhosa para a compreensão do legado dos celtas.
Também a Escócia, isolada pelos romanos com a construção de uma muralha que ligava um litoral ao outro da ilha, foi capaz de preservar elementos da cultura celta – e o mesmo se aplica ao País de Gales.

2 comentários:

  1. Sei já á muito tempo,que nasci e vivi na IRLANDA;de origem celta,e respeitando o druidismo;a antiga religião da DEUSA...isso e muito mais coisas,me transportam á uma vida passada no campo,sendo uma pastoreira,e quando necessário,uma guerreira...

    ResponderExcluir