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terça-feira, 14 de junho de 2011

HEROIS DA ESCÓCIA III - ROBERT THE BRUCE - ROBERT I DA ESCÓCIA

Introdução
Robert Bruce VII, também conhecido como Robert I (Roibert a Briuis, em irlandês médio; Raibeart Bruis, em gaélico escocês; Robert de Brus ou Robert de Bruys em anglo-normando; Robert the Bruce em inglês moderno), rei da Escócia, nasceu nas terras ancestrais da família Bruce, provavelmente no castelo de Turnberry, em Ayrshire, em 11 de julho de 1274 e morreu em 7 de junho de 1329), tendo se auto-coroado rei da Escócia em 1306. Está sepultado na Abadia de Dunfermline. Seu nome Bruce deriva do normando de Brus ou de Bruys, que vem de Brix, próximo a Cherbourg, na Normandia. Sua família já era bastante antiga. Robert I era protegido de Henrique I (1100-1135), rei da Inglaterra.
Robert Bruce VII foi um dos mais famosos e corajosos guerreiros de sua geração. Comandou os escoceses durante as Guerras de Independência Escocesa contra o domínio esmagador da Inglaterra. Reivindicou o trono na qualidade de descendente (sexta geração) de Davi I da Escócia. Era o segundo conde de Carrick, para se distinguir do pai e do avô, que tinham o mesmo nome; ele é frequentemente referido como Robert Bruce VII, já que todos os primogênitos tinham o nome de "Robert". No fim da vida, doente, refugiou-se no castelo de Cardoss, na margem norte do Firth of Clyde. Era neto de Robert Brus V "o Nobre" ou "o Velho Pretendente" que, em 1286, quando morreu Alexandre III, tinha sido pretendente ao trono contra Balliol e contra os Comyn, poderosa família da época, que controlava grande parte da administração escocesa na corte.
Primogênito, foi o sétimo senhor de Annandale e Rei da Escócia em 1306. Seu pai, também chamado Robert Bruce, conhecido como Robert Bruce VI (1253-1304), senhor de Annandale, cujas terras sua família comandava havia gerações, era também conde de Carrick por direito de sua esposa, com quem se casou em 1271 e era senhor do castelo de Turnberry também pelo direito da esposa. O Condado de Carrick, no sudoeste da Escócia, não existia com esse nome até 1186. Toda a região sudoeste da Escócia era denominada Galloway, e era povoada por descendentes dos Pictos, possuindo um governo próprio (um rei ou sub-rei). Em 1186, para resolver um problema de herança e sucessão, Galloway foi amputado para que surgisse o condado de Carrick.
A juventude do futuro rei foi igual àquelas que são ensinadas aos jovens nobres e cavaleiros. Conviveu com as duas culturas reinantes naquela época: a gaélica, já que sua mãe descendia desse povo e as terras de Carrick eram gaélicas havia gerações, e com a anglo-normanda, que, vinda da Inglaterra, influenciava a Escócia. As duas casas reais tinham um longo passado de parentesco e a Escócia era vista como a irmã pobre da ilha, mais atrasada e rural do que a Inglaterra. Robert com certeza viajava muito com o pai entre as terras e castelos da família, Lochmaben em Annandale e Turnberry e Loch Doon em Carrick, passando temporadas nas terras inglesas, o que era comum, pois muitos lordes possuíam terras na nação vizinha. Robert também frequentou a corte de Eduardo I desde muito jovem por influência do pai, e jurou fidelidade ao rei inglês em 1296 enquanto conde de Carrick pois era costume no sistema feudal. Além disso, ele combatia o clã dos Balliol, que competiam com os Bruces pelo trono. Renovou o voto de homenagem mais tarde em Carlisle. Muito provavelmente era letrado e falava o latim, língua da igreja católica, o francês, falado constantemente na Inglaterra, e o gaélico escocês. Devia ser treinado nas artes cavalheirescas, na espada e na luta corporal.
Os Bruces são um interessante anacronismo. Eles absorveram aspectos de diferentes culturas, em especial da gaélica, de onde Robert tinha ascendência até seis gerações. Havia algumas similaridades entre a vida gaélica e a anglo-normanda que muito certamente definiram o jeito de ser do futuro rei: ambas toleravam certa violência e as duas davam grande valor à lealdade aos seus senhores e à sua identidade.


A Maldição
Esta é uma história curiosa da família Bruce. Diz-se que Robert Bruce II, em 1148, recebera a visita em seu castelo do santo irlandês Malachy O'More, arcebispo da igreja cristã irlandesa, e que passava pela Escócia a caminho de Roma. Bruce então o acolheu em seu castelo e durante a visita, Malachy tomou partido de um ladrão que Robert tinha condenado à forca, pedindo que sua vida fosse poupada. Ao fazer isso, Bruce recebeu a bênção de Malachy. Porém, na manhã seguinte, Malachy viu o corpo do ladrão balançando na forca no pátio do castelo e notou que Robert o enforcara sem piedade, mesmo o tendo poupado no dia anterior. O arcebispo não teve dúvidas. Revogou a bênção e lançou uma maldição contra a família, suas terras e seus domínios. Não se sabe o teor da maldição, no entanto é histórico o fato de que três herdeiros de Robert II morreram em seguida. Outros casos de azar assolaram a família Bruce pelas gerações seguintes, como o castelo de Annandale sendo levado pelas águas da chuva, perdas de colheitas, mortes de filhos e filhas. Sendo ou não verdadeira, a maldição perseguiu os herdeiros dos Bruce por muito tempo.


A morte de Alexandre III
A Escócia tinha sido um reino independente, apesar dos problemas e vinha aos poucos tentando se igualar ao seu vizinho na ilha quando em 18 de março de 1286 o rei Alexandre III morreu ao sofrer uma queda de seu cavalo. O rei tinha morrido deixando o trono vago, pois seu herdeiro também estava morto. Apesar das alegações da rainha Yolande de estar grávida, logo confirmou-se que o único herdeiro vivo do trono era a neta de Alexandre, Margarida, a Donzela da Noruega,(ou, em inglês: Margaret) de três anos, filha do rei Érico II da Noruega, com a filha de Alexandre, também chamada Margarida (ou, em inglês: Margaret), já morta.
Para preservar o trono e a ordem, os nobres escoceses pediram ajuda ao rei Eduardo I da Inglaterra, conhecido como Longshanks, cruel além da medida com os escoceses. Possivelmente, no cenário trágico que todos viviam, ele era o único capaz de manter a ordem até o trono ser ocupado.
Para achar um possível rei, os nobres e a igreja escocesa voltaram-se para os registros de antigos reis e rainhas para descobrir competidores. Duas famílias despontaram na escolha: os Balliol e os Bruces. Os Balliol descendiam de uma das netas do rei David I (1124-1153), chamada Margaret. Os Bruces descendiam de Isabel, também uma das netas de David I. A questão era quem tinha maior possibilidade de ser rei, já que ambos tinham fortes laços de parentesco com a coroa. A briga pela sucessão começou com John Balliol e Robert Bruce V, "o Nobre". Este, no entanto, morreu em seguida, passando para seu filho Robert Bruce VI, pai do futuro rei, a incumbência de conseguir o trono. Enquanto o trono estava vago, vários guardiões mantinham a administração.
A 17 de novembro de 1292, Eduardo I favoreceu John Balliol ao trono, encerrando a questão, trazendo ira aos Bruces e seus aliados. Em 30 de novembro, Balliol foi coroado rei com ampla pompa e falta de apoio dos Bruces, que se retiraram para suas terras logo em seguida. Porém, para alívio de Robert, as relações entre Balliol e Eduardo eram precárias. Na guerra contra a França, Eduardo pedira o envio de homens, armas e suprimentos, que Balliol prontamente negou. Além disso, os Bruces se negavam a renovar os votos com o rei e de pagar tributos, e Balliol confiscou as terras da família em 1289. Balliol buscou ajuda com Filipe da França contra Eduardo I.
Robert de Bruce. ( foto)
Conflitos começaram a ocorrer entre aliados dos Balliol e dos Bruces, o que acendeu o pavio da guerra pela independência. Eduardo I se viu obrigado a combater os Balliol, e os Bruces apoiaram, pois se recusavam a lutar pelo rei que julgavam ilegítimo. A esperança de Robert Bruce VII, que se tornara senhor de todas as terras da família com a morte do pai em 1304, era de ser coroado rei logo que Balliol caísse. Eduardo I, no entanto, não tinha intenção de colocar rei algum sobre a Escócia, a não ser ele mesmo.
Em 1296 várias coisas aconteceram a Robert Bruce VII: seu pai lhe passara o condado de Carrick; ele casou-se com Isabel de Mar, filha do Conde de Mar e meses mais tarde teve uma filha chamada Marjorie.
Ao norte, em Lanark, William Wallace atacou e matou William Hesilrig, xerife inglês na região e então o levante popular começou. Wallace era filho de um cavaleiro da coroa, ao contrário do que dizem algumas fontes de que ele era um plebeu. Pouco depois, com seus vassalos Carrick, Bruce uniu-se à revolta de William Wallace. Os ingleses começaram a tomar vários castelos pelo país, entre eles alguns importantes como Edimburgo e Berwick. O que fez Bruce ir contra a família, arriscando sua fortuna e suas terras não se sabe, no entanto, o movimento de Wallace perdeu apoio dos nobres, mesmo com vitórias como na batalha de Stirling.
Obrigado a capitular em 1297, submeteu-se outra vez. Quando Wallace renunciou à Guarda da Escócia, Bruce e um sobrinho de Balliol, John "Red" Comyn o substituíram como guardiães conjuntos. Foi nomeado em 1298 um dos quatro guardiães da Escócia (1298); não lutou contra Eduardo até o levante final de 1306 e esteve mesmo ao lado de Eduardo I em 1304 - mas parece ter tido então contatos com os defensores da causa nacional.


A Guerra da Independência
Uma das batalhas mais decisivas teve lugar em 1302. Teve lugar não na Escócia mas em Flandres quando em Courtrai, a cavalaria francesa foi completamente destruída por um exército de soldados da infantaria flamenga armados de lanças que enfrentaram os cavaleiros antes de os massacrar. A batalha foi decisiva porque os escoceses não estavam ganhando sua guerra contra os ingleses mas Eduardo lutava em duas frentes, e achava cada vez maiores dificuldades. Diversas campanhas inglesas na Escócia só haviam conseguido destruir pela fome seus exércitos invasores. Mas com o rei francês sem exército, pedindo paz a Eduardo, os escoceses só tinham uma opção: enfrentar ou render-se. Para crédito seu, enfrentaram os ingleses até 1305.
Estátua equestre de Robert de Bruce. (foto)
Seis meses depois da execução da Wallace, a rebelião ainda persistia na Escócia e o homem que se encarregava disso era Robert Bruce, conde de Carrick, senhor ou Lord of Annandale. Desde a morte do pai herdara seu direito ao trono, e estava disposto a se impor pela força. Sua família tinha laços com os magnatas do norte e ao sul da fronteira. A Abadia de Guisborough na Nortúmbria tinha sido fundada pelos Bruce. Como competidor, Bruce tinha laços na corte inglesa e propriedades extensas na Inglaterra: aplicava a lei como «justiciar» em nome do rei Eduardo, no norte da Inglaterra. Seu filho também tinha laços com a corte inglesa e durante certo tempo chegou a ser guardião do castelo de Carlisle. O jovem Robert Bruce cresceu na corte de Eduardo e tinha muito conhecimento dela, e era ainda um favorito do rei Eduardo. Entretanto, era conhecido por seu temperamento duro, e tinha a sensação que sua família tinha sido privada da coroa escocesa. Nos anos iniciais da rebelião, Bruce hesitava ao perceber que queria lutar pela Escócia, consciente de que qualquer luta teria que ser travada em nome de Balliol. E, assim como a maior parte dos magnatas escoceses, mudou de lado em mais de uma ocasião, segundo soprassem os ventos. No início de 1306, porém, as coisas tinham mudado.
Um incidente decidiu seu futuro: a altercação em 1306 com John "Red" Comyn, senhor de Badenoch sobrinho de John Balliol, rival com direitos ao trono. Diz-se que, buscando uma reconciliação, apunhalou-o impulsivamente em Dumfries em 10 de fevereiro de 1306 dentro da igreja dos frades menoritas (franciscanos). Depois disso, retornou ao acampamento de Eduardo em busca do perdão mas foi outra vez proscrito e excomungado pela Igreja. Teve que fugir e se esconder numa caverna, numa ilha da costa da Irlanda. Era o chefe da família e enfrentava uma crise. Estava em Londres quando soube que John "Red" Comyn, senhor de Badenoch, tinha desvendado ao rei Eduardo um complô que Bruce tecia para obter o trono. Bruce fora avisado e pôde escapar. Por isso o encontro na igreja em Dumfries, mas o assassinato mudou dramaticamente sua situação. A opção que lhe restava era lutar pelo trono o mais depressa possível e lidar como rei com a ira dos Comyn. Decidiu ir para Scone, passando por Glasgow para ser absolvido do assassinato sacrílego.


Coroação
Estátua de Bruce perto do Castelo de Stirling. (foto)
Tornando-se campeão da nação escocesa, Bruce fez-se coroar em 27 de março de 1306 em Scone. Dois meses depois foi coroado em Scone outra vez pela condessa de Buchan Isabella MacDuff, a viúva de John Comyn, conde de Buchan (1260-1306), primo do assassinado John "Red" Comyn, senhor de Badenoch. Isabella era filha de Duncan III, conde de Fife, do partido oposto; e como representante de seu irmão ainda criança (o futuro Duncan IV de Fife), ela coroou Bruce. Por causa disso, os ingleses a prenderam em uma gaiola de ferro em Berwick Castle, e soltaram-na apenas em troca de Humphrey de Bohun. Os Condes de Buchan, de início, estavam unidos ao condado de Mar. Alexander Comyn (1235-1290), dos mais poderosos, herdou enormes propriedades em Galloway, Fife e Lothians e o cargo de condestável ou constable por direito da mulher. Era um dos magnatas que em 1283 se comprometeram a manter a sucessão da coroa de Margarida da Escócia e um dos seis Guardiães nomeados na morte de Alexandre III da Escócia em 1285. Seu filho John tinha sido um dos nomeados por Balliol em 1291 e lutou contra Robert Bruce até dezembro de 1307 e de novo em maio de 1308, quando foi derrotado, depois do que se retirou para a Inglaterra, quando suas propriedades e honras na Escócia foram confiscadas.


Luta para manter o trono
Assim, apressadamente coroado em Scone, Robert foi derrotado pouco depois por uma pequena tropa inglesa em Methven, nos arredores de Perth. Mandando para o norte sua esposa e sua irmã, Bruce fugiu para o oeste com o que restava de seus homens. Ajudado por pequeno número de homens resolutos, enfrentou as forças inglesas que o perseguiam, controlando logo o sudoeste do país. Mas nem tudo eram rosas pois foi derrotado de novo por Lame John MacDougall em Dal Righ em Argyll, e fugiu para as ilhas.
Desconhece-se onde passou o inverno de 1306 para 1307 pois se nomeiam ilhas, desde Rathlin, no norte da Irlanda, a Orkney. Deve ter ficado em uma das Hébridas, talvez em terras de Angus og Macdonald, pois certamente sua esposa e sua irmã estavam tentando escapar num barco quando foram capturadas no castelo de Kildrummy e presas.
A guerra de independência durou de 1306 a 1314 e Bruce, de chefe da guerrilha, passou a líder nacional, apesar do pouco valor do direito ao trono. Suas maiores derrotas aconteceram em Perth (diante de um exército inglês), Methven e em Dalry, diante do senhor ou Lord de Argyll, parente do assassinado Comyn. A situação de início não lhe foi favorável, pois o reino era pisado pelas tropas inglesas e o norte da Escócia lhe era hostil. Mas durante o inverno, fez seus planos para o futuro e em 1307 sua sorte mudou, pois derrotou em maio os ingleses em Loudoun.
1307 foi o ano chave na luta escocesa pela independência. Bruce desembarcou em Turnberry, encontrando a área coberta de tropas inglesas. Soldados chefiados por seus irmãos mais novos foram capturados e decapitados. E repentinamente, a sorte - na colina de Loudon em Lanarkshire, Bruce venceu soldados ingleses. Eduardo, zangado, tinha ordenado a campanha para vencer Bruce mas estava doente e o exército marchou para o norte mas não chegou à Escócia. O rei Eduardo morreu nos arredores do rio Solway amaldiçoando os escoceses. Ordenou que ser cadáver fosse fervido e os ossos carregados com os soldados. Mas seu filho Eduardo II, mais pragmático, sem a força do pai, marchou rumo ao sul, para Londres.
Bruce resolveu capturar sua casa, o castelo de Turnberry e atacou o inimigo ali entrincheirado, por surpresa, tomando cavalos, armas, alimentos e soube então que três irmãos, sua esposa, irmã e filha estavam presos pelos ingleses. Embora rei, ainda não era apoiado pela maior parte dos aristocratas e teve que disputar castelo a castelo para expulsar os ingleses das terras da Escócia. Por sua perseverança, em 1324 tinha todos os castelos da Escócia em suas mãos, exceto o de Stirling. Um combate nas encostas do Ben Cruachan em Argyll derrotou os MacDougalls e chegou a vez dos Comyns. Na parte final de 1307 e durante 1308, as terras dos Comyns em Buchan e Badenoch foram devastadas e queimadas, depois confiscadas e oferecidas a partidários do rei.
Bruce reuniu seu primeiro Parlamento e depois de suas grandes vitórias em 1310-1314 teve o controle do norte, dos castelos de Edimburgo e Roxburgh. Stirling era agora o único bastião inglês ao Norte.


Bannockburn
Bruce em revista às tropas antes da batalha de Bannockburn. (foto)
No combate aos ingleses, ajudaram-no a incapacidade, o desinteresse, os problemas políticos de Eduardo II. Não houve mais invasão inglesa efetiva até 1314. Obteve o apoio da Igreja, destruiu a influência dos rivais, e afinal conseguiu expulsar os ingleses: derrotou em 1314 em Bannockburn o exército de Eduardo II que tentava perfurar o bloqueio ao castelo-fortaleza de Stirling. Stirling deveria, por acordo firmado com os homens que o guarneciam, ser entregue à Escócia no verão de 1314, mas os ingleses conseguiram levantar tropa e avançar para Stirling quando foram aniquilados por Bruce com um exército três vezes menor. Essa vitória espetacular de 24 de junho de 1314 em Bannockburn, perto do castelo de Stirling, sobre o exército inglês de 10 mil cavaleiros e 50 mil infantes não acabou a guerra [que só teria fim em 1328] mas decidiu a guerra civil escocesa, deixando-o sem rivais. A Inglaterra ficou paralisada por dez anos.
Depois de 1318, todos os grandes proprietários escoceses tiveram que decidir quais propriedades manteriam e jurar fidelidade ao rei apropriado - se quisessem ter suas terras escocesas, teriam que abandonar as propriedades na Inglaterra - ou o contrário. Nesse ano o Parlamento escocês passou um decreto segundo o qual se o rei morresse sem filhos, seu neto Robert Stewart seria seu sucessor - mas nasceu-lhe um outro filho, David II Bruce, em 1324.
A «Declaração de Arbroath» em 1320, reafirmação da independência da Escócia composta por seu chanceler Bernard de Linton, e uma missão a Avignon, persuadiram afinal o papa João XXII a reconhecê-lo como o rei da Escócia em 1322. A declaração é conhecida também como a primeira carta de direito de uma nação, tendo inspirado a Revolução Francesa.
Robert invadiu ainda duas vezes a Inglaterra e em 1323 concluiu com o rei Eduardo II uma trégua por treze anos. Quando Eduardo III subiu ao trono inglês em 1327 houve nova guerra, e os ingleses foram outra vez vencidos. Em 1328 assinaram os dois países o Tratado de York ou de Northampton, que reconhecia a independência da Escócia e o direito que tinha Bruce de nomear herdeiro ao trono. Roberto se aproveitou da subida ao trono do jovem rei para forçar o tratado, mas pouco depois morreu.


Morte
Máscara mortuária de De Bruce. (foto)
Quando a notícia de sua morte chegou à Inglaterra, a Escócia era livre e reis escoceses podiam ser ungidos. Bruce conseguiu mais em seu reino do que numerosos reis anteriores, pois conseguira unir um reino sob suas mãos. A partir de então, cessaram os conflitos de lealdade nos homens dos dois lados da fronteira entre os dois países. Foi graças a Bruce que a Escócia não desapareceu da história. Se Bruce não tivesse se empenhado na independência, muito provavelmente a Escócia não existiria hoje como país.
Como sempre quisera partir em Cruzada, quando morreu seu coração foi posto num cofre de prata e guardado por Sir James Douglas, que planejava uma Cruzada à Terra Santa. Douglas, a caminho, uniu-se às tropas do rei de Castela e morreu em luta contra os mouros. Antes de morrer, jogou o cofrezinho no meio do alvoroço da batalha e gritou: "Vá adiante, coração valente, como sempre fez e eu o seguirei ou morrerei!" O cofre foi recuperado e voltou à Escócia.
No final de sua vida, vê-se que Bruce conseguira aquilo pelo qual lutara. A Escócia, de novo um reino independente, o relembrará sempre como o Bom Rei Roberto e seu triunfo em Bannockburn é o legado que une os escoceses em qualquer lugar onde se achem. A Escócia nunca mais foi conquistada. O legado final de Bruce foi confirmar a Escócia como nação separada e distinta, não apenas um reino mas uma comunidade, um povo, no fim de tudo uma nação. Deixou o reino mais forte do que nunca, com parlamentos sendo regularmente convocados, impostos recolhidos, e botim inglês enchia os cofres. Havia paz entre os magnatas (uma conspiração descoberta foi tratada com severidade e os traidores punidos) e o serviço devido ao rei pelos barões regularizado e em ordem - uma grande melhora, em comparação com o passado.


Sua família
A irmã mais velha de Roberto, Isabel Bruce (c. 1272-1358), foi rainha da Noruega por seu casamento em 1293 com o rei Érico II da Noruega Prestehater. Foi, assim, madrasta de Margarida, a donzela da Noruega.
Outra irmã, Mary Bruce (c. 1273-1323), foi feita refém dos ingleses durante as guerras de independência da Escócia (assim como sua irmã Cristina, a condessa Isabella MacDuff, e também Marjorie e Elizabeth de Burgh, respectivamente filha e segunda esposa de Robert the Bruce). Mary foi libertada provavelmente em 1314. Casou-se duas vezes, a primeira com Sir Neil Campbell de Lochow, e a segunda com Sir Alexander Fraser, que morreu na batalha de Dupplin Moor em 1332.
Um irmão de Roberto, Eduardo Bruce (?-1318), que recebeu do irmão o título de conde de Carrick em 1313, foi por pouco tempo rei da Irlanda, entre 1316 e 1318.
Outros irmãos foram Nigel, Alexandre e Thomas, os quais apoiavam o irmão Roberto em sua pretensão ao trono da Escócia. Nigel foi preso, trazido a Berwick e decapitado em 1306. Alexandre era religioso, foi deão de Glasgow. Ele e Thomas também foram capturados e decapitados em 1307.
Outra irmã, Cristina Bruce (?-1357), casou-se três vezes. A primeira vez com Gartnait (? - 1305), (irmão da primeira esposa do rei Roberto I) filho de Donald, 6º conde de Mar; a segunda vez com Sir Christopher Seton (morto em 1306 em Dumfries). Feita refém dos ingleses, foi enviada a um convento. Depois de libertada, casou-se terceira vez com Sir Andrew Murray de Bothwell (1298-1338), duas vezes escolhido para ser Guardião da Escócia.
Roberto teve mais três irmãs: Matilda (ou Maud) foi a primeira esposa de Sir Hugo de Ross, conde de Ross. Margaret foi casada com Sir William de Carlyle. Outra irmã, cujo nome se desconhece, foi casada com Thomas Randolph de Strathdon.


Casamento e posteridade
De Bruce e Elizabeth de Burgh. (foto)
Roberto casou-se a primeira vez em 1296 com Isabel de Mar, filha de Donald, 6º conde de Mar, um grande apoiador da luta de Bruce pelo trono escocês. Isabel não foi rainha da Escócia, pois faleceu antes do marido tornar-se rei, em 1296 após dar à luz a única filha do casal:
Marjorie, casada com Walter Stewart, 6º Grande Steward ou senescal da Escócia. O filho deles tornou-se o rei Roberto II da Escócia, sucedendo ao tio David II.
Roberto casou segunda vez, em 1302, com Elizabeth de Burgh (?-1327), filha de Richard de Burgh, 2º conde de Ulster e 3º Barão de Connaught, chamado o "Conde Vermelho", um dos mais poderosos nobres irlandeses do final do século XIII e início do século XIV. Tiveram quatro filhos:
John (que faleceu pequeno)
Margaret, casada com Guilherme Sutherland, 5º conde de Sutherland
Matilda, casada com Thomas Isaac
David II Bruce ou David II da Escócia, que ainda criança sucedeu ao pai no trono. Entretanto, faleceu sem filhos e foi sucedido pelo sobrinho Roberto II.
Roberto também foi pai de diversos filhos ilegítimos, dentre os quais:
. Sir Robert, que morreu a 12 de agosto de 1332 na batalha de Dupplin Moor
. Walter
. Niall
. Margaret, casada com Robert Glen

Os descendentes de Roberto I da Escócia incluem todos os monarcas escoceses posteriores (exceto o usurpador Edward Balliol) e todos os futuros monarcas britânicos desde a União das Coroas em 1603.

Um comentário:

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