Fala daquele bebê que vem ao mundo desconhecendo o seu passado e o seu futuro, ele vive o presente, são completamente inocentes.
Será que possuímos um pouco dessa inocência no nosso interior? Vamos procurar.
A leitura está fascinando.
Vamos continuar desvendando os mistérios do Graal através das palavras do Mago. Passamos pela primeira e vamos à segunda etapa.
O que será que o Mago irá nos trazer? Continuemos com a nossa leitura.
Segunda Etapa
- O Nascimento do Ego
Imagine um ser que se sente onipotente neste mundo. Em todos os lugares para onde olha, ele só vê um reflexo de si mesmo. De repente, as pessoas e as coisas começam a ser vistas como criações separadas. Nenhum de vocês se recorda desse evento dilacerador porque ele aconteceu quando vocês ainda eram bem pequenos. No entanto foi uma mudança fundamental, que importou num novo nascimento. Vocês eram felizes como deuses, e agora vocês nascem na mortalidade."
- Foi também um nascimento para a dor - disse Percival.
- Esta etapa era absolutamente necessária?
- Oh, sem dúvida. Sementes e tendências, eu lhes disse. Quando a curiosidade do bebê atrai sua atenção para fora de si, o que ele vê? Primeiro o rosto da mãe. No plano da natureza, o bebê reagirá automaticamente à mãe como uma fonte de amor e carinho. Mas é uma fonte externa ao bebê em si. Aí está a armadilha, pois por mais perfeito que seja o amor materno, ele não é o amor por si mesmo, e durante muitos anos vocês irão suspirar a perda do amor perfeito, para um dia compreender que estão com saudades do seu próprio eu antes de qualquer outra pessoa entrar em cena."
No início não havia separação. Quando o bebê tocava o seio da mãe, o berço ou a parede, todas essas coisas pareciam fazer parte de uma única sensação fluente, indivisa. Logo, contudo, todo bebê passa a perceber que existe outra coisa além dele mesmo, o mundo exterior. O ego diz: Isso sou eu, aquilo não sou eu. Depois, aos poucos, certas coisas passam a se identificar com o ”eu”: minha mamãe, meus brinquedos, minha fome, minha dor, minha cama. Assim que surgem as preferências, passa a existir todo um mundo que não sou eu, nem minha mamãe, nem meus brinquedos, e assim por diante."
- Não consigo me lembrar desse nascimento, como você o chama - disse Percival.
- Mas se o que você diz é correto, então deve ser aqui que a busca do Graal começou. Onde mais ela poderia começar a não ser na separação?
- E verdade. Enquanto você se sentia divino, não havia necessidade de uma busca para recuperar a bênção de Deus - Merlim concordou.
- Na separação, você começou a procurar a si mesmo nos objetos e eventos. Você perdeu a habilidade de ver a si mesmo como a verdadeira fonte de tudo que existe, porque o bebê não estava errado ao se ver como a verdadeira fonte da vida. Quando você começou a explorar o mundo exterior e seus objetos se tomaram fascinantes, você ligou sua felicidade a eles. Isso se chama referência do objeto, que veio substituir a referência a si mesmo do bebê.
- E essa etapa também não foi perdida quando a criança continuou a seguir em frente? - indagou Galahad.
- Nada jamais é perdido. O nascimento do ego deu origem a aspectos que você ainda pode sentir em si mesmo: o medo do abandono, a necessidade de aprovação, a possessividade, a ansiedade da separação, a preocupação consigo mesmo, a autocomiseração. Você se viciou no mundo, e continua viciado até hoje, porque você deixou de ser satisfeito da maneira simples como o bebê o é. Mas não se desespere, porque uma força mais profunda estava em funcionamento debaixo dessas mudanças.
O nosso EGO acaba de nascer o que o Mago estará reservando para nos contar?
SEGUE...
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