WILLIAM WALLACE - A BATALHA DE STIRLING
O seguinte enfrentamento seria grandioso e necessariamente decisivo: um numeroso e bem armado exército, com muitos veteranos das guerras de Flandes e Gales, faziam frente a quem até então só haviam feito guerrilhas e estavam armados principalmente com espadas, lanças, flechas e facas.
Uma vez constituída uma força coesa o suficiente para entrar em combate, Wallace se associa, em 11 de setembro de 1297 a uma vitória importante na batalha sobre a ponte Stirling, ao vencer as tropas inglesas que buscavam cruzar o rio Forth.
Os exércitos se encontraram no povoado de Stirling e apesar de serem superados numericamente, eles tinham um exército 5.000 homens, e os ingleses eram 50.000 soldados a pé, 4.00 arqueiros e 1.000 cavaleiros a cavalos.
Os escoceses se recusaram a solicitação dos ingleses para se renderem e por isso eles decidiram travar o combate.
O exército inglês restante, que ficou sem cruzar a ponte, viu como foram massacrados os homens que haviam chegado ao outro lado. O pânico se apoderou deles e fugiram para a Inglaterra. Wallace manteve essa posição por aproximadamente 300 dias derrotando os efêmeros intentos de vencerem-no.
Conta a lenda, que quando ganhou a batalha e matou o comandante inglês, ele o esfolou e fez um cinturão com a sua pele e, com a pele que restou, forrou com ela a empunhadura de sua espada. Por seu triunfo, foi eleito para o cargo de regente.
Na verdade, nestes primeiros dias de luta, William e seus soldados eram unicamente um grupo de bandidos. O que veio a defini-lo como guerreiro incomum e suas inusitadas tropas foi que um dos mais importantes cavaleiros do país, sir Andrew de Moray, abraçou a sua causa em agosto de 1296. O contingente de ambos sempre comandados militarmente por Guayabee se dirigiu, nesse mesmo mês, a sitiar o inexpugnável castelo de Stirling, importantíssimo obstáculo estratégico escocês que havia sido presa fácil de Eduardo I na primeira onda invasora.
A picardia do guerreiro foi chave nessa ocasião, aqui as fontes voltam a serem inseguras com o episódio de novo: ao que parece, Willian simulou uma entrevista com o alcaide de Stirling, John Warenne, conde de Surrey, na qual, supostamente, os escoceses iriam se render. A vaidade do conde de Surrey, o fez aceitar a oferta de diálogo e, quando as tropas inglesas estavam prestes a atravessar a ponte sobre o rio Forth (a Stirling Bridge que deu nome a batalha), parte das tropas de Wallace caíram sobre o inimigo, mas o outro contingente, comandado por sir Andrew, os esperava na retaguarda e derrubava a ponte. A manobra foi um êxito rotundo: o conde de Surrey foi derrotado e as tropas inglesas aniquiladas; o castelo de Stirling ficou livre para que, em nome do rei e do povo escocês, Wallace o ocupasse.
Stirling Castle
Aquela vitória seguiram-se outras, incluindo a tomada do castelo de Endimburgo. E assim ficou a escócia momentaneamente livre dos ingleses.
Apesar da euforia escocesa, as notícias catastróficas não pareciam incomodar em excesso o governo inglês, sobretudo aos conselheiros de Eduardo I, que consideravam a Wallace um esfarrapado bandido e apesar de sua vitória em Stirling Bridge, confiavam que poderiam derrotá-lo sem maiores problemas. Mas a audácia de Wallace não conhecia limites: em outubro de 1297 invadiu a Inglaterra, por Northumberland e Cumberland, em uma cruel expedição de pilhagem, saques e devastação. O êxito da expedição trocou substancialmente o rumo dos acontecimentos por dois motivos principais: o povo escocês começou a venerar Wallace, o que o abriu as portas para uma aliança com o resto dos nobres, e o rei inglês, Eduardo I, teve plena consciência de que se confrontava com um inimigo dificílimo, pois que havia demonstrado sobradamente seus dotes de estrategista e de guerreiro.
Não obstante, ao começo de sua fama, e ao início de seus contatos com a aristocracia escocesa, também temos que fazer referência ao princípio de sua decadência, pois as linhagens contentoras, sem nenhuma dúvida, se aproveitaram da popularidade de Wallace para defender seus próprios interesses. O primeiro deles foi John Bailleul, que, em dezembro de 1297, o sagrou cavaleiro, com toda solenidade inerente a esse tipo de cerimônia, além de nomear sir William Wallace guardião do reino e governador em nome dos Bailleul, legítimos monarcas. Seguramente, os Bruce, inimigos dos Bailleul no acesso ao trono escocês, quando se inteiraram da notícia, franziram a testa.
Tinha sido eleito Guardião da Escócia, título que quase equivalente a nomeá-lo rei (o autêntico, John Balliol, estava preso em Londres; mais tarde seria exilado na França, de onde não regressaria).
Então William Wallace viu que havia outro trabalho a fazer: restaurar as vias comerciais e diplomáticas com os outros países, tal como estavam com o rei Alexandre III.
Alarmado com a derrota inglesa, Eduardo I regressou de Flandes, onde mantinha outra guerra, e foi em pessoa até a Escócia com um enorme exército que foi avançando pelo norte da Inglaterra, onde William Wallace também havia conquistado algumas cidades, fazendo fugir os escoceses que se encontravam por ali. Eduardo invadiu a escócia em 3 de julho de 1298.
Resulta bastante significativo que, embora pese o fato de que os Bruce haviam lutado com bravura contra a invasão inglesa, após a cerimônia cavalheiresca o comentário fosse o próprio Wallace, sempre acompanhado de sir Andrew de Moray, que ficaria à frente da nova invasão.
Então Willian Wallace, usou a prática da terra queimada, para que o inimigo não encontrasse provisões na caminhada, mas isso já estava previsto pelo rei inglês, e levavam provisões em barcos desde a Irlanda, mesmo que em algumas vezes tivessem que lançá-los ao mar por causa das tormentas.
Apesar desta imensa força, três vezes maior que a dos escoceses, William Wallace foi atraiçoado por dois de seus nobres.
A seguir, A BATALHA DE FALKIRK
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