A gaita de fole carrega uma longa e honrada história.
Várias formas de gaitas de fole têm sido atribuídas a muitas civilizações antigas.
Alguns historiadores acreditam que elas tiveram origem na Suméria, enquanto outros acreditam que a gaita de fole foi introduzida pelos celtas e se espalhou pela Pérsia, India e pelo império romano.
Esses instrumentos e seu desenvolvimento foram os antepassados da moderna gaita de fole das Highlands.
A gaita de fole foi o instrumento da infantaria romana, enquanto as trombetas eram usadas pela cavalaria.
As diferentes gaitas de fole desenvolvidas pelas diferentes civilizações tinham as mesmas características básicas: uma bolsa com um "chanter" e um ou mais "drones" (veja foto abaixo).
A bolsa fornecia um fluxo de ar prolongado enquanto o músico retomava o fôlego, permitindo assim que várias notas fossem tocadas ao mesmo tempo.
A origem da gaita de fole na Escócia é tambem incerta.
Alguns dizem que foi importada dos romanos, outros acreditam que o instrumento veio da Irlanda. Mas o povo das Highlands foi o responsável pelo desenvolvimento e popularização do instrumento.
A primeira referência à gaita de fole vem do ano 1200. A gaita de fole original tinha apenas um “drone”, o segundo foi adicionado no meio do século 16 e o terceiro, o grande “drone”, veio a ser usado no começo do século 18.
As cidades do sul da Escócia tinham seus tocadores de gaita de fole oficiais, tocando em casamentos, festas e feiras. Eles tocavam um tipo de música mais melodiosa e para ser dançada. Mas, pelos vales e montanhas das Highlands, tocava-se músicas influenciadas pelas tradições e lendas célticas.
Pela natureza selvagem das Highlands, o tocador de gaita de fole dessa região ocupava uma alta e honrada posição dentro do clã. Um bom tocador de gaita de fole nada mais faria em sua vida além de tocar e nada mais seria pedido a ele.
Enquanto o uso da gaita de fole foi diminuindo na Europa, uma nova forma de música começava a florecer nas Highlands, através de escolas que eram patrocinadas pelos chefes dos clãs.
Nestas escolas se desenvolveu a "Piobaireachd" ou "Ceol Mor", que é a música clássica da gaita de fole, a qual pode ser comparada com as grandes composições no mundo da música.
A mais famosa dessas escolas foi a dos MacCrimmons, que foram os "pipers" do clã MacLeods em Dunvegan. Por mais de 200 anos eles treinaram "pipers" das Highlands e compuseram muitas obras primas de "Ceol Mor".
O posto de tocador de gaita de fole, ou "piper", de um clã era hereditário e um cargo muito estimado pelo povo. Os mais conhecidos foram os MacCrimmons (pipers do clã MacLeod), os MacAuthurs (pipers do clã MacDonald), os MacKays (pipers do clã MacKenzie) e os Rankins (pipers to clã MacLearn).
Como um instrumento musical de Guerra, a bagpipe era inigualável. As notas agudas e penetrantes sobressaiam sobre o ruído da batalha e podiam ser ouvidas há mais de 10 kilômetros.
Por causa da importância das gaitas de fole para os batalhões das Highlands, elas foram classificadas como instrumento de Guerra pelo governo durante a revolução das Highlands nos anos 1700.
Entre 1746 e 1782 a gaita de fole, assim como o kilt e o uso de tartãs, foram proibidas; as escolas foram fechadas e os "pipers" voltaram-se a outras atividades.
Felizmente a proibição terminou antes que a arte de tocar gaita de fole desaparecesse.
Os highlanders começaram a criar sociedades em Londres, Edinburgh e em outros centros, com o propósito de manter vivas as tradições das Highlands, e começaram a promover competições de gaitas de fole.
As gaitas de fole tornaram-se o instrumento favorito dos soldados escoceses no exército britânico.
Hoje toca-se gaita de fole em todo canto do mundo por onde um escocês ou descendentes de escocês vivem.
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