TÁ MÍLE FÁILTE ROIMH - YN FIL O WEILHAU CROESO - ARE A THOUSAND TIMES WELCOME - SEJAM MIL VEZES BEM VINDOS

sábado, 20 de novembro de 2010

AS GWRAGEDD ANNWN E A LENDA DA DAMA DO LlYN Y FAN FACH

As Gwragedd Annwn ("Esposas do Outro Mundo", em galês) são entidades amáveis que escolhem homens mortais como seus maridos.
Uma lenda diz que vivem em uma cidade afundada em algum dos muitos lagos de Gales.
As pessoas dizem ver torres debaixo d'água e ouvir o repicar de sinos.
Em outros tempos, dizia-se que em todas as manhãs do dia do Ano Novo, podia ver-se um portal aberto em uma rocha próxima a um lago de Gales.

Aqueles que ousassem atravessá-lo chegavam a um belo jardim situado em uma ilha no meio de um lago.



Nesse jardim havia frutas saborosas, belas flores, e a música mais adorável, além de muitas outras maravilhas. Aqueles que fossem suficientemente corajosos para entrar eram recebidos pelas Gwragedd Annwn, que lhes ensinavam segredos assombrosos e os convidavam a ficar o quanto quisessem, com a condição de jamais levar qualquer coisa de seu jardim.
Um visitante guardou em seu bolso uma flor que haviam lhe oferecido, pensando que lhe daria sorte. Porém, no momento em que deixou a ilha, a flor desapareceu e ele caiu inconsciente no chão.
Desse dia em diante, o portal foi trancado e ninguém mais o atravessou.


A DAMA DO LlYN Y FAN FACH


Outra lenda fala da dama do Llyn y Fan Fach ("Lago do Pequeno Pico"), uma lagoa próxima das Montanhas Negras. Segundo a versão contada por John Rhys em Celtic Folk-Lore, o caso teria se passado no século XII, em uma fazenda em Blaensawde, perto de Mydfai.


Uma viúva mandava o único filho a milhas de distância vale acima para pastorear suas vacas as margens de Llyn y Fan Fach.

Um dia, viu uma encantadora criatura remar de um lado para outro em um barquinho dourado sobre a superfície do lago.

Apaixonou-se por ela e ofereceu-lhe o pão que trouxera como almoço. Ela olhou bondosamente para ele, mas respondeu que o pão estava muito duro e submergiu no lago.

O jovem voltou para casa e contou para a mãe o ocorrido.

A mãe simpatizou com ela e no dia seguinte deu ao filho, para levar consigo, uma massa não cozida para oferecer à fada, mas ela não a aceitou, dizendo que estava muito branca, e desapareceu de novo.
Ao terceiro dia, a mãe entregou ao filho um pão ligeiramente tostado, que foi muito bem aceito, pois do lago surgiu um ancião de porte nobre e majestoso ladeado por suas duas lindas filhas, gêmeas idênticas. O ancião falou ao rapaz que se separaria de bom grado da filha, a qual ele havia se apaixonado, se fosse capaz de indicá-la.
As damas feéricas eram parecidas como duas gotas d'água, e o jovem fazendeiro desistiria, desesperado, se uma delas não movesse ligeiramente o pé, com o que ele pôde reconhecer o cordão de sua sandália e escolhê-la, corretamente.
O pai pediu como dote à filha tantas vacas quanto ela pudesse contar de uma só vez, e ela contou depressa. Porém advertiu a seu futuro marido que devia tratá-la bem e que a perderia se chegasse a bater nela por três vezes, sem motivo.

A fada e o rapaz mortal casaram-se, foram muito felizes e tiveram três belos filhos, mas ela tinha estranhos costumes: chorava quando os demais se alegravam, como nos casamentos, e ria e cantava quando os demais estavam tristes, como no funeral de uma criança. Essas peculiaridades foram a causa para que o marido a reprendesse por três vezes com uma palmada, o suficiente para violar a proibição e fazer com que ela o abandonasse.
Entretanto, ela não levou os três filhos.
Visitou-os e lhes ensinou profundos segredos da medicina, com os quais se converteram nos famosos médicos de Mydfai, tradição que perdurou na família até o século XIX.

Nenhum comentário:

Postar um comentário