Vejamos a sua história.
A Villa de Rennes-le-Château
Diz à lenda que, durante uma reforma na igreja local, que era bastante antiga e estava muito mal conservada, com suas janelas quebradas, a chuva invadindo o seu interior, com o seu altar em estilo visigótico apoiado contra uma das paredes quase a desabar. Um padre chamado François Bérenger Saunière em 1891, tirou um pequeno empréstimo das verbas da aldeia e iniciou uma modesta restauração.
Saunière nasceu em 11 de abril de 1852 e foi criado na aldeia de Montazels a apenas três quilômetros de Rennes-de-Château. Era o mais velho dos sete irmãos: três homens (Alfred, Martial e Joseph) e três mulheres (Mathild, Adeline e Marie-Louise) e filho de Marguerite Hugues e Joseph Saunière, também conhecido como “cubié”. Seu pai havia sido o alcaide de Montazels. Saunière foi pároco de Rennes-le-Château entre os anos de 1885 e 1917.
Ao assumir o posto como pároco no início de junho de 1885, viu-se envolvido em problemas por ter proferido de seu púlpito um inflamado sermão anti-republicano (durante as eleições do ano), e foi temporariamente afastado de suas obrigações. Reinstalado no verão de 1886, recebeu como presente 3 mil francos da condessa de Chambord – viúva de um pretendente ao trono francês, Henri de Bourbon, que reivindicava o título de Henrique V – em reconhecimento por seus serviços em favor da causa monarquista;
Igreja de Saint-Sulpice em Paris
Acredita-se que também utilizou esse dinheiro para efetuar os reparos na Igreja, quando os operários retiraram a pedra do altar que era sustentada por duas antigas colunas visigóticas, descobriu que uma delas era oca e continha quatro pergaminhos, enrolados e enfiados em tubos de madeira lacrados.
Saunière teve dificuldades em traduzir os pergaminhos, então comunicou sua descoberta ao seu superior imediato, o Bispo de Carcassonne, Monsenhor Felix-Arsene Billard que o enviou imediatamente para Paris as suas expensas, para mostrar os documentos a altos estudiosos eclesiásticos, na pessoa de Émile Hoffet, jovem seminarista com profundo conhecimento sobre o ocultismo e do mundo das sociedades secretas que o introduziu naquele meio.
O tio de Hoffet era diretor do seminário de Saint-Sulpice em Paris.
O meridiano de Paris que passa bem próximo de Rennes-le-Château, está demarcado por uma linha de cobre que cruza o chão da Igreja de Saint-Sulpice, Igreja essa construída sobre as fundações de um templo dedicado à Ísis, em 1645, fundada por Jean-Jacques Olier e projetada de acordo com a Razão Áurea da Geometria Sagrada. Seu nome era uma homenagem ao bispo de Bourges na época do rei merovíngio Dagoberto II.
Segundo consta, Saunière visitou a Igreja de Saint-Sulpice e examinou algumas pinturas que lá havia, e, de acordo com a história, comprou reproduções de pinturas do Louvre. Ao retornar para Rennes-le-Château, começou a decorar sua Igreja e as construções de seu domínio.
Depois de mostrar os documentos a seus superiores em Paris, voltou transformado. Financeiramente transformado, mais exatamente.
Saunière liderou uma reforma faraônica no templo do minúsculo povoado.
Saia em longas caminhadas; correspondia-se com várias pessoas ao redor do mundo – conta que gastou uma pequena fortuna em franquias postais.
Pessoas que o conheceram, informam ser um homem de porte forte, atlético, generoso, paternal para com os habitantes do vilarejo e bastante inteligente.
As especulações sobre o assunto tem variado ao longo dos anos em relação a verdadeira natureza da descoberta, não só relativa a seu tesouro, como alguns acreditam algo bastante contundente, como a Arca da Aliança, o Tesouro do Templo de Jerusalém, o Santo Graal, ou até mesmo a Tumba de Cristo, uma idéia que foi recentemente expressa na obra “The Tomb of God” de Richard Andrews e Paul Schellenberger (1996).
Durante a reforma, Saunière fez significativas alterações na Igreja de Santa Madalena escrevendo frases de cunho misterioso como a inscrição encontrada acima do pórtico – TERRIBILIS EST LOCUS ISTE - “Este lugar é terrível”, uma citação do Livro do Gêneses (28:17) que é complementada em latim, no arco sobre o pórtico: “Esta é a casa de Deus e o Portão Celestial”.
Na entrada colocou a estátua do demônio Asmodeus (conhecido por guardar os tesouros) segurando sobre os seus ombros uma bacia contendo água benta.
Além dos diversos simbolismos que estão espalhados pela igreja, existem duas estátuas de Jesus, próximas, mas em posições e olhares diversos, o Santo Graal foi recriado, colocando-se cinco santos dispostos em forma de M (Madalena) – São Germano, São Roque, Santo Antônio de Pádua, Santo Antônio Eremita e São Lucas.
Até mesmo a entrada do cemitério é algo incomum, o arco existente na sua entrada é decorado com uma caveira de metal e ossos cruzados, bem como um emblema dos Cavaleiros Templários.
Saunière tinha uma grande obsessão por Maria Madalena e pelo vilarejo de Betânia, ele chamou a torre construída (acreditamos para a sua observação e defesa) de “A Tour Magdale” e ao seu palacete de “Villa Bethânia”. Um dos antigos manuscritos codificados que ele encontrou contém uma passagem em latim do Evangelho de São João que se refere a ela.
Não só a Igreja se beneficiou da generosidade do padre. Saunière pagou a construção de uma moderna estrada que subia até a aldeia e arcou com os custos da construção de uma caixa dágua elevada bem como o fornecimento de água corrente para os paroquianos.
Para o seu próprio uso, construiu a estranha Tour Magdala (Madalena é a versão latinizada da expressão Magdala), que dá para o vale no lado mais íngreme do topo da montanha, possuindo uma vista estratégica das mesmas e uma enorme porta de aço bloqueia o seu acesso.
Encheu com vários livros o seu interior, criando uma biblioteca memorável e também contratou a construção de uma magnífica casa, a qual denominou de “Villa Bethânia”.
Os jantares que oferecia a seus amigos quase todas as noites eram ricos e generosos. Viajava constantemente para o exterior portando pesadas malas e várias pessoas diziam tê-lo visto em companhia de exóticas e extravagantes mulheres, como Emma Calvé, estrela da ópera e uma mulher misteriosa.
Entre os seus visitantes incluíam o príncipe Habsburgo, que preferia ser chamado pelo evocativo nome de Johann Salvator von Habsburgo, ministro do governo.
Pergunta-se: porque ele necessitava daquela torre? Quem o estaria ameaçando?
Muita gente acredita que seu enriquecimento instantâneo seria um “convite ao silêncio” oferecido pelo Vaticano.
Na realidade pergunta-se o que ele teria encontrado? O que os pergaminhos informavam?
Interpelado pelas autoridades eclesiásticas sobre a sua maneira de viver, o padre foi suspenso de suas atividades. No entanto, em represália, os habitantes da vila deixaram de freqüentar a igreja na vigência do outro pároco o que motivou o Vaticano intervir e ele retomou a paróquia.
Será que nesse pequeno povoado chamado de Rennes-le-Château iremos encontrar a pista do Santo Graal ?
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