A Coluna do Aprendiz
A mais bela das colunas é a Coluna do Aprendiz. Em torno dela encontramos uma bela lenda segundo os escritos efetuados pelo Dr. Forbes, bispo de Caithness em 1774.
Diz à lenda que um mestre pedreiro (The Máster Mason) recebeu a tarefa do fundador de esculpir uma pilastra, única e maravilhosa, mas suas habilidades não eram suficientes para tal empreitada. Por isso foi a Roma para aprender a técnica correta para concluir seu trabalho.
Na sua ausência, um aprendiz, depois de sonhar que havia concluído o pilar, imediatamente iniciou o trabalho e seguiu o modelo como está hoje, uma perfeita maravilha de trabalho artesanal.
Ao voltar, o mestre viu que seu aprendiz havia esculpido a pilastra com maestria. O mestre pedreiro, com inveja e cego de ódio, matou o aprendiz com um golpe na cabeça com o seu malhete. O mestre pedreiro teve de pagar pelo seu crime.
O aprendiz ficou imortalizado com sua cabeça esculpida no interior da capela. Ao seu lado esquerdo está a escultura da cabeça de sua mãe. Em nenhum outro ponto se encontra referência ao pai do aprendiz. Alguns acreditam que o aprendiz era filho de uma viúva.
Esta lenda é muito semelhante à lenda do mestre Hiram Abiff, mestre construtor do Templo do Rei Salomão.
Ao lado da coluna há uma referência direta à reconstrução do templo de Jerusalém, depois da destruição do original por Nabucodonosor e pelos persas.
Mostra o rei Dario acordando de um sonho para ouvir a resposta de uma charada. Um dos seus três guardas era Zorobabel, o guerreiro original da espada e colher de pedreiro, um modelo para futuros templários. Ele disse ao rei persa as seguintes palavras dos sonhos, entalhadas na pedra em latim:
“O VINHO É FORTE O REI É MAIS FORTE, AS MULHERES SÃO AS MAIS FORTES DENTRE TODOS MAS A VERDADE CONQUISTA A TODOS”.
O rei ficou tão satisfeito com esses dizeres que permitiu a reconstrução do Templo de Jerusalém - esse ato encontra-se celebrado ao lado da Coluna do Aprendiz, na Capela Rosslyn.
O que estaria escondido atrás dessas palavras?
Na capela de Rosslyn entalhada nas pedras, encontramos alegorias bíblicas que convivem com referências de influência nórdica, celta, templárias e maçônicas bastante claras.
A coluna do Aprendiz é obviamente uma representação da Árvore da Sabedoria, chamada de “Yggdrasil”, na qual Odin, divindade máxima do panteão nórdico, fez seu sacrifício para obter o segredo da sabedoria da cabeça decepada do deus Mimir, também chamado de Homem Verde. Seu sacrifício foi recompensado com as Runas.
A Coluna do Aprendiz possui esculturas dos dragões de Neilfelheim, deitados, alimentando-se de raízes de Yggdrasil.
Segundo a lenda, Odin se pendurou em Yggdrasil por nove dias, ferido pela própria lamina. Atormentado pela fome, pela sede e pela dor, sem auxilio e sozinho até que, antes de cair, avistou as Runas e conseguiu apanhá-las em um último e tremendo esforço.
Em termos Judaico-cristão, o sacrifício de Odin possui semelhança com o de Jesus, inclusive a imagem “oficial” de Jesus se assemelha com Odin, nos seus cabelos e nas barbas longas.
Existem ainda alguns mistérios estritamente ligados à teoria de Oak Island.
Esculpidas na parede de Rosslyn, encontramos uma escultura enorme onde se identificam elementos como o milho e várias folhas de babosa. Plantas estas tipicamente existentes somente na região da América, sendo que Colombo só iria descobrir o novo mundo meia década depois da escultura.
Rosslyn está longe de ser uma capela cristã. Mesmo que Sir William St. Clair tenha construído a capela para a glória de Deus, é estranho que poucos símbolos cristãos são encontrados em seu interior.
O investigador Trevor Ravenscroft efetuou reivindicações em 1962. Ele tinha terminado na capela de Rosslyn, uma investigação de vinte anos a procura do Graal.
Nesta capela parece haver uma contradição das afirmações de Ravenscroft; o Graal parece ser uma forma de conhecimento e também um objeto real, o Cálice de Cristo.
Isto simplesmente é explicado pelo fato de que muitas pessoas referem-se ao Graal como se fosse o Cálice de Cristo, enquanto o Sr. Trevor sentiu que pode não ser o caso.
Ele ainda teria chamado este Cálice de Graal, para comunicar seus conhecimentos.
Sua mulher, certa da presença do Graal na Coluna do Aprendiz, acorrentou-se a ela numa “vã tentativa de forçar as autoridades a radiografarem o pilar e localizarem o Graal.
Pesquisas posteriores feitas com radar, realizadas por Tony Wood e Greg Mills, operando equipamentos de exploração terrestre, não detectaram nenhum objeto de metal dentro dela” (Begg e Begg, “In Search of the Holy Grail”, pg 23).
Existem várias pessoas que procuram o Graal e que não sabem exatamente o que é de fato. Eles seguem assim, muitas teorias diferentes. Revenscroft pode ter acreditado em mais que uma teoria.
A reivindicação dele era a de que o Graal estava dentro do Pilar de Prentice (como é conhecido) nesta capela.
O escritor Andrew Sinclair, autor de “A Espada e o Graal”, relata que chegou a ver um recipiente simples de carvalho em forma de um cálice nas criptas da capela enquanto assistia as explorações no local. E ele ainda ressalta: uma tigela de madeira seria muito mais próxima de um objeto usado por Jesus na Última Ceia do que a imagem estilizada do cálice de metal, próprio dos contos arturianos. Essa tigela de um simples trabalhador, talvez remontando ao final da Idade Média quando essa capela foi projetada como uma Capela do Graal, era um prato tão bom quanto qualquer outro, o recipiente da generosidade de Deus na terra. Por essa questão, qualquer tigela ou taça pode simbolizar o Graal, se visto como um objeto com formato de cálice.
As ligações entre os Sinclairs e os Templários remontam a própria fundação da Ordem.
O seu fundador e primeiro Grão-mestre da Ordem do Templo, Hugo de Payens, foi casado com Catherine St. Clair. Hugo e Catherine visitaram as terras dos St. Clairs de Rosslyn e lá estabeleceram a primeira comendadoria dos Templários na Escócia, no qual se tornaria o quartel general naquele país. Além do casamento entre Hugo e Catherine, muitos outros St. Clairs foram iniciados na Ordem do Templo, assim como grandes doações a Ordem foram provenientes desta família. Essa ligação foi tão forte que, depois da queda dos Templários, muitos cavaleiros conseguiram refúgio seguro na Escócia. Haja visto que, nessa mesma época, a Escócia fora excomungada pelo Papa. Muitos templários acabariam ajudando então a Robert the Bruce na famosa batalha de Bannockburn, no dia 24 de junho de 1314 (dia de São João).
Nessa batalha as forças de Robert romperam os grilhões com a Inglaterra.
Uma sociedade contemporânea chamada “Scottish Knight Templar” – Cavaleiros Templários da Escócia – ainda hoje comemora a batalha de Bannockburn na Capela Rosslyn no dia em que “o véu foi levantado dos Cavaleiros Templários”.
Um dos Cavaleiros Templários que lutou ao lado de Robert the Bruce foi Sir. William St. Clair, morto em 1330 e enterrado em Rosslyn.
Esta famosa batalha fora recentemente narrada, de forma romântica, no filme “Coração Valente”, estrelado por Mel Gibson, onde interpreta o papel de William Wallace, herói local na época que lutava pela independência da Escócia.
No próximo artigo estaremos concluindo o assunto que cerca os mistérios existentes na Capela de Rosslyn, bem como traremos notícias sobre a sua situação atual.
Muito interessante. Seria porém muito interessante fotografar pormenorizadamente cada um dos símbolos e/ou criptogramas desta capela e escrever o se significado. parece haver uma mensagem às gerações vindouras.
ResponderExcluirIn Fide Scientiam