Não poderíamos deixar de citar aqui, alguns dos outros locais de menor importância, mas que constam do relato de alguns escritores e historiadores.
Vejamos.
Demais Locais (primeira parte)
PIRINEUS, na França – Existe uma lenda que está intimamente ligada aos Albingenses, provenientes da Província de Albi (França), que fugiram para as montanhas dos Pirineus por ocasião de um dos muitos “banhos de sangue” promovidos pela Igreja contra aqueles que não lhe eram subservientes, massacrando na ocasião, homens, mulheres e crianças inclusive os próprios cristãos, indiscriminadamente, sob a alegação de que sendo impossível distinguí-los entre si, caberia a Deus separar no Céu, as almas fiéis das pagãs.
Os argumentos dos atuais habitantes dos Pirineus para a reivindicação de posse do Graal estão ligado a inúmeras lendas dos Albingenses, sobre cálices milagrosos ou com poderes mágicos. Segundo a população local, o Graal está escondido em uma das muitas cavernas existentes na área, ou emparedado em algum dos vários castelos da região.
A lenda é claro, tem garantido a estas localidades, um grande fluxo turístico, com lotação nos hotéis.
Em artigos anteriores fizemos menção de alguns dos locais ligados a esta lenda, como a Vila de Rennes-le-Château e a Fortaleza de Montségur situadas na região de Languedoc.
VALÊNCIA - Na Catedral de Valência na Espanha, encontra-se abrigada uma taça de ágata conhecida como “el santo cádiz”. Diz à lenda que São Pedro a trouxe do Oriente Médio.
O Cálice de ValenciaEntre os habitantes de Valença e seus arredores, quase não existem dúvidas a cerca da verdadeira identidade da taça guardada na Catedral Gótica dessa cidade desde o século XV. Numerosos investigadores como José Luis Solano e atualmente Salvador Antuñano Alea abraçam esta teoria, descrevendo detalhadamente o grande trajeto que ela percorreu até chegar ao seu destino final.
Recentemente foram abertos os arquivos da Catedral Valenciana para investigar precisamente a legitimidade do Graal.
O suposto itinerário do cálice começa por suposição, na Terra Santa e percorre ao longo de quinze séculos, vários lugares consecutivos como Roma, Huesca, San Juan de la Peña, Zaragoza e Valencia.
Monastério de San Pedro de Siresa, na Espanha, foi fundado pelo conde carolíngio Galindo Aznárez I no ano de 833. Em torno desse Monastério fluem numerosas lendas, como a que assegura que o Santo Graal esteve guardado nesse local quando de sua peregrinação da Terra Santa a Valencia
O referido cálice, segundo a tradição, foi transportado por São Pedro desde Jerusalém até Roma. Foi utilizado por sucessivos papas para celebrar a Eucaristia, iniciando-se pelo próprio Pedro, primeiro papa da Igreja, até o século III.
No ano de 258 era papa Sixto II no tempo do imperador romano Publio Licinio Valeriano. Este determinou a pena de morte a todos os cristãos. O papa e seus sete diáconos foram efetuados prisioneiros menos Lorenzo, natural de Osca (atual Huesca) que foi encarregado de custodiar a relíquia sagrada.
Quando Sixto II foi decapitado, Lorenzo teve tempo de enviar o Cálice sagrado através legionários espanhóis, acompanhados por uma carta para a casa de seus pais em Lloret, antes de ser apanhado e martirizado.
A tradição conta que São Lorenzo foi pressionado por Valeriano para que entregasse seus bens, o qual respondeu que o seu verdadeiro bem era a Igreja.
Foi condenado e morreu queimado lentamente no ano de 258, convertendo-se sua figura em lenda.
Monastério de San Juan de la Peña em Huesca na Espanha, fundado em 1025 pelo rei Sacho “o maior”, aproveitando o espaço vazio existente em uma rocha. Foi o primeiro pateón dos reis aragoneses e navarros quando as coroas de ambos os reinos estavam unidas. Nele esteve guardada a referida taça por vários séculos antes que, em suas sucessivas transferências chegasse a Catedral de ValenciaO cálice ao chegar nas terras espanholas, foi transladado a Huesca, onde ficou durante onze séculos. Alguns afirmam que permaneceu por algum tempo no monastério de Jaca, Yebra e San Pedro de Siresa.
Os arquivos da coroa de Aragão guardam testemunho da entrega do cálice por São Lorenzo e de sua custódia em Huesca.
No ano de 711 as invasões muçulmanas puseram a taça novamente em perigo. O bispo da época Adalberto decidiu se refugiar nos Pirineus com o Graal, finalmente escolhendo o monastério de San Juan de la Peña, na província de Huesca, aí permanecendo até o século XV.
Palácio de Aljafería é um dos monumentos mais importante do período muçulmano na Espanha. Está situado em Zaragosa, foi construído no séc. XI. Sofreu algumas reformas e modificações ao longo do tempo, das quais o mais radical foi à executada pelos reis católicos em 1492. É um complicado conjunto de edificações, superpostas ao longo da história, é um outro local onde historiadores informam ter estado o Santo Graal
No ano de 1399, o rei de Aragão, Martin I (o humano), solicitou o Graal para que estivesse presente no Palácio de Aljaferia em Zaragoza durante o juramento dos seus foros. Pouco depois desta data o Monastério de San Juan de la Peña foi completamente destruído, salvando-se o cálice mais uma vez. Permaneceu em Zaragoza durante 38 anos, até que em 1437, durante o reinado de Afonso V (o magnânimo) foi definitivamente transladado para a Catedral de Valência.
Segundo os arqueólogos, esse Cálice foi confeccionado no séc. I, na Palestina, com ágata roxa, tendo nove centímetros de altura.
As suas asas são de ouro, contendo rubis e esmeraldas incrustadas em sua base os quais foram colocadas no séc. XIII, dando ao conjunto o tamanho total de 17 centímetros.
O cálice foi submetido a diversos estudos e estes revelaram ser datado de uma época compreendida entre o séc. IV a.C. e o séc. I d.C.
Poderia ter sido confeccionado na Palestina ou no Egito.
No próximo artigo daremos continuidade a outros locais onde poderia estar localizado o Santo Graal.
O Santo Graal é um verdadeiro mistério que permanece até os nossos dias sem solução.
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